Segui para a sala de meu chefe nervosamente, bati na porta e escutei um 'Entre' abafado.

- Com licença - Falei entrando.

Dei de cara com um homem. Ele possuia ombros largos e piercings na região da boca e do nariz. Fora isto, tinha cabelos cacheados e olhos ambamente castanhos.

- Olá - Sua voz era elegante e melódica.

- Olá, sou sua nova secretária, Megan Simpson - Falei sorrindo.

- Meg - Falou e corei - Sou Christopher Thompson, pode me chamar de Chris.

Deu um sorriso cafajeste.

- Certo, Chris - Falei rindo.

Uma batida na porta nos interromperam, caminhei até lá para abrir, afinal eu sou a secretária. Minhas pernas falharam ao ver Guilherme Thompson em minha frente, ele me olhou de cima abaixo e fixou em meus olhos, ficamos nos encarando por um tempo e imaginei que ele se lembrou, mais isso se desfez quando ele me lançou um olhar de luxúria, me fazendo desviar os olhos.

- E aí, cara - Chris interrompeu o nosso contato visual.

- Com licença, Christopher, estou em minha mesa - Falei - Senhor - Acenei para Guilherme e me apressei.

Localizei minha mesa e me sentei na mesma, me sentando com a cabeça entre as mãos, o telefone começou a tocar e atendi o mesmo.

- Secretária Christopher Thompson, bom dia - Atendi.

- Bom dia, gostaria de falar com o senhor Christopher - Uma voz grossa falou - Ele está disponível no momento?

- Ele está. . - Pensei - Em uma reunião no momento, porém posso marcar uma reunião para você

- Aceito sim, o horário mais próximo, por favor.

Marquei a reunião e aproveitei e organizei a sua agenda, procurei não manter muitas coisas em um mesmo dia para não ficar muito corrido. Pelo que havia visto, ele cuidava do designer do lugar e da arquitetura, Guilherme da engenharia e Richard cuidava da economia, eles estavam construindo um hospital para pessoas com câncer, achei isso emocionante e me lembrei do filho de Carina que infelizmente não sobreviveu. 

Estava pensativa quando o celular tocou, me fazendo pular da cadeira.

- Secretária do Christopher Thompson, bom dia - Atendi

- Meg? - A voz de Christopher me fez acordar

- Sim?

- Desmarque minhas próximas reuniões de hoje, vamos a uma reunião extremamente importante e o resto do dia estará dispensada para ficar com o seu filho - Falou

Como ele sabia que eu tinha um filho? Ah, Richard devia ter mandado a minha ficha completa para ele.

- Obrigada - Agradeci e seguimos as reuniões.

(...)

Sai da sala de reuniões com pressa e saudades de meu filho, porém Guilherme me barrou na porta.

- Oi - Falou com um sorriso de canto.

- Oi - Acenei e tentei passar - Você poderia, por favor, me deixar passar?

- Por que a pressa?

- Preciso ver o meu filho - Falei direta

- Ah sim - Pareceu desconcertado e me deu passagem, mais seguiu caminhando ao meu lado - Mãe solteira?

- Sim, o pai era muito imaturo para aceitar que iria ser pai - Falei jogando uma indireta, mas claro que ele não entendeu.

- Hum - Ele falou vagamente

Segui para a creche da empresa e por incrível que parece, ele seguiu me acompanhando, isso estava começando a irritar.

- Então, tem quantos anos? - Perguntou.

Ignorei e me dirigi a moça.

- Olá, vim buscar meu filho, sou Megan Simpson - Falei

- Simpson? - Os olhos de Guilherme saltaram de surpresa - Por acaso é filha de Yan Simpson?

- Sim - Exitei antes de responder.

A moça apareceu com o meu filho, Guilherme começou a analisá-lo e para a surpresa de todos, Dylan estendeu os bracinhos para ele o pegar, Guilherme o pegou um pouco sem jeito.

Minha boca se abriu de incredulidade enquanto observava o quanto eram iguais, ainda bem que a moça já havia voltado ao serviço pois também repararia e isso não seria nada bom.

- Preciso ir, vem com a mamãe, Dylan! - Falei estendendo os braços, e para minha surpresa ele recusou e começou a rir para Guilherme, que ficou bobo.

- Ele é muito bonito, parabéns.

- Obrigado..

- Posso levar vocês para casa? - Perguntou

- Não precisa, até amanhã, senhor Thompson - Acenei para ele e peguei Dylan, que reclamou um pouco mais logo fechou os olhos e começou a brincar com o enfeite de meu vestido.

Segui para o ponto de ônibus e me desanimei na hora ao ver o ponto lotado. Um carro preto parou na calçada a minha frente e muitas pessoas se viraram para encarar o dono daquela perdição.

- Tem certeza que não quer carona? Minha oferta ainda esta de pé - Guilherme perguntou a mim.

- O ônibus já deve estar chegando, senhor. - Recusei novamente

- Certeza?

Suspirei e entrei no carro no banco de trás por causa de Dylan.

- Onde você mora? - Perguntou sorrindo.

- Bom.. - Exitei - Moro na delphy 235

- Ah, sim.. Sugiro que mora em um prédio, certo?

- Certo

Ele logo estava em minha rua, olhando para os prédios luxuosos tentando adivinhar em qual eu morava.

- Pode seguir reto, moro no prédio laranja.

O prédio laranja era um bloco caindo aos pedaços, o pior prédio da rua, Guilherme fez uma careta ao ver.

- Tchau - Me despedi e entrei dentro do hotel - Obrigado pela carona, senhor.