Capítulo 01
Nova York - 10 Meses Depois
Acordei com o choro do meu filho, eu me orgulhava por não ter desistido do mesmo e por ter este anjo chamado Dylan, havia criado-o sozinha longe do ser irresponsável que era o pai, mais as lembranças estavam todas lá, Dylan havia nascido sendo a cópia do pai e isto era visível principalmente pelos seus olhos azuis com um pequeno tom cinzento. Rolei da cama pegando-o no colo antes que o mesmo caísse da cama minúscula em que nós dois dormíamos juntos, eu deixava-o dormir ao lado da parede mais as vezes nós virávamos tanto que o mesmo ia parar no canto da cama e muitas vezes eu acordava no chão.
- Bom dia, meu amor - Abracei-o com carinho, ele ainda tinha 2 meses e era muito pequeno, eu me controlava muito para não esmagá-lo em um abraço apertado. - Vamos trocar esta fralda? - Sugeri, mesmo sabendo que o mesmo não iria responder.
Coloquei-o na cama e troquei a sua fralda, dez meses se passaram e consegui alugar um apartamento de dois cômodos para mim e meu filho graças as faxinas que fazia durante a gravidez, graças a deus a dona do apartamento me ajudava e as vezes eu pagava o aluguel atrasado, ela era muito boa para mim e nunca reclamava e até brigava comigo quando ia pagá-la algumas vezes, dizendo que era para mim comprar as coisas para o Dylan. Ela realmente era uma segunda mãe para mim e eu respeitava-a muito e seria eternamente grata. Após trocar sua roupa, fui até a mini cozinha, que também funcionava como sala, e comi um pão duro, a campainha tocou e corri para abrir, me deparando com a minha vizinha adorável, também dona deste apartamento.
- Bom dia, meu amor - Ela me abraçou e pegou Dylan - Oi meu anjo! Megan, você ainda não está pronta, minha flor? Tem uma entrevista na empresa Thompson.
Thompson.
- Este sobrenome soa familiar. - Falei pensativa.
- Vamos, ande! Vá tomar banho no meu apartamento, separei algumas roupas de minha filha para você usar - Falou balançando o meu filho em seu colo, ela adorava Dylan.
- Obrigada, Carina - abracei-a, Carina era como uma mãe para mim, sempre me ajudou e me tratava como filha, A sua filha era uma advogada e estava viajando a trabalho, mais recentemente Carina me contava que a mesma estava em um relacionamento com um empresário e estava realmente empolgada por isto.
- Não precisa agradecer, minha filha, sabe que estou sempre aqui para te auxiliar. - Falou sorrindo.
Entrei em seu apartamento e tomei um banho rápido, vestindo as roupas separadas, uma saia lápis um pouco justa, uma blusa de seda azul escura e sapatilhas. Prendi o meu cabelo ruivo em um rabo de cavalo e para dar um destaque, Carina me obrigou a usar um batom vermelho, eu odiava batom vermelho!
- Ai, que emoção olhar para você! - Falou com olhos marejados.
- Preciso ir Carina, prometo que te compenso por ficar com Dylan dessa vez - Falei apertando meu filho contra meu peito - E das muitas outras...
- Para de graça minha menina, é sempre muito bom ficar com Dylan, me faz lembrar do meu querido John.. - Falou com os olhos marejados, abracei-a forte, tomando cuidado com Dylan.
John era o seu filho, faleceu com dois anos de idade diagnosticado com câncer, não se pôde fazer nada pois estava muito avançado e ele era muito pequeno e não aguentou, ela sofreu muito na época e não imagino como ela devia estar se sentindo.
(...)
Cheguei a empresa nervosa e quase tropecei no tapete, fazendo olhares de espanto se voltarem para mim. Caminhei apressadamente até o balcão de informações e me identifiquei, de todas as empresas esta foi a única que me chamou para uma entrevista, e eu não poderia fazer cena.
- Bom dia senhorita Simpsons, o senhor Thompson está esperando você na sala dele. Último andar, sala 453. Boa sorte - Falou com um sorriso simpático.
- Obrigada! - Sorri e caminhei até o elevador, no mesmo instante em que um homem saia, nossos olhares se encontraram e gelei, puta merda, era Guilherme Thompson!
- Moça! Você está bem? Esta pálida - Ele se aproximou de mim para segurar em meus pulsos e me afastei rapidamente, só de imaginar o toque de sua pele na minha me fazia estremecer.
- Eu.. Estou bem.
Entrei correndo no elevador, eu não podia acreditar.
Droga.. Ele não podia sequer sonhar com a existência de meu filho Dylan. Ele era um rico, mimado e imaturo, e não merecia ser o pai de alguém tão inocente como o meu filho, ou melhor, o nosso filho.
- Senhorita Simpson ? O senhor Thompson está esperando-a.
- Eu me perdi, desculpa - Me desculpei.
- Por aqui - A secretária ruiva me guiou até uma porta branca, bateu e me pediu para entrar, assim fiz.
- Olá - Falei um pouco assustada ao ver que falaria com o presidente da empresa, porem não demonstrei.
Você queria era falar com Guilherme Thompson! - Meu subconsciente gritou.
Não!
- Com licença - Falei envergonhada.
- Olá - O senhor ergueu o rosto para me encarar e gelei, eram os mesmos olhos azuis que eu encarava todos os dias, os olhos de Dylan e de Guilherme. - Sou Richard Thompson.
Um flash passou pela minha cabeça.
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- Meu pai quer que eu assuma a empresa dele - Guilherme exclamou magoado enquanto virava um copo de whisky.
- E você não quer? - Perguntei com a voz um pouco arrastada.
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- Senhorita?
- Me desculpa - Gaguejei.
Este era o pai de Guilherme.
- Então, você enviou currículo para que vaga, exatamente? - Perguntou amavelmente
- Bom.. Para servir o café - Falei.
- Poxa, estamos precisando de uma secretária, se você se interessar - Falou
- Eu não fiz faculdade - Abaixei a cabeça
- Você tem alguma experiência?
Claro que eu tinha, meu pai era o senhor Simpson, dono de uma rica empresa e muitas vezes fiquei por lá esperando o meu pai chegar, e até substitui alguma secretária que havia ficado doente, claro que foi por apenas um dia, mais mesmo assim eu aprendi muito.
- Sim - Respondi confiável - Trabalhei na empresa Simpsons.
- Então, apenas vamos exigir um dia de curso - Falou.
- Mais.. Que horas são o horário de Secretária? - Me preocupei com meu filho
- Bom.. Das 07:00 às 18:00, algum problema?
- Bom, eu tenho um filho - Falei
- Oh.. - Ele me examinou - Você parece ser tão nova
- Pois é - Ri nervosamente
- Temos uma creche aqui na empresa para os filhos dos secretários, descontamos apenas 10% do salário - Falou
- Eu quero muito - Me aliviei com isso.
- Ótimo - Sorriu - Estamos combinados?- Falou
- Quando começo? - Pergunto ansiosa
- Amanhã mesmo, só preciso que traga a sua carteira de trabalho - Falou - E já pode trazer o seu filho!
- Obrigado, senhor - Me despedi com um aperto de mão.
Ao sair do prédio me deparei novamente com Guilherme, ele seria o meu maior desafio, mais não deixaria isso me enfraquecer, ele era passado.
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