Capítulo 17
O corpo da senhora de cinquenta e nove anos já começava a reclamar. Faziaquase dez horas que deixara o conforto de seu apartamento para seguir de encontro àsua única filha, do outro lado do oceano.
Stella Brown, uma viajante compulsiva. Conhecia seu país de cabo a rabo e nadamais. Nunca havia se aventurado em uma excursão internacional. Também não desejavaaquilo. Os Estados Unidos lhe bastavam. Lá ela tinha desde as areias escaldantes até aneve mais dura nas montanhas. As comidas exóticas, os sotaques diversificados, asetnias misturadas, então por que se importar com o que outros países pudessem lheoferecer?
A verdade não dita era que a senhora tinha uma teimosia nata e um patriotismoexacerbado. Olívia havia herdado a teimosia; quanto ao patriotismo, esse era mantidoem banho-maria.
Quando desembarcou no aeroporto Heathrow, uma pontada de decepção tomouconta do seu rosto ainda jovem para uma mulher da sua idade. A mão daria uma levecoçada na nuca para logo em seguida ajeitar sua cabeleira tingida recentemente devermelho. Vivo. Fogo. O queimar no estômago se dava pelo fato da filha não estar lápara lhe receber, e sim um completo desconhecido com uma placa na mão.
Acompanhou-o contrariada a ponto de dar meia-volta e retornar para onde haviadesembarcado. Não apoiava aquele casamento. Não acreditava que daria certo, e que afilha seria feliz em uma união como aquela, nem mesmo quando recebeu a ligação hádois meses, onde a menina lhe informava que ela precisava arrumar o passaporte.
Fez aquilo com má vontade, mas fez. Faria tudo, mesmo não gostando, poraquela menina. Afinal, se desse errado, seus braços estariam ali para lhe confortar.Gostou da viagem até Oxfordshire. O rapaz era muito atencioso e prestativo. Eum banquete a esperava dentro do Rolls Royce. Stella se fartou. Já que estava ali, porque não aproveitar o que o milionário farmacêutico poderia lhe oferecer? Ela estava lhedando algo valioso demais: sua filha.
A colina despontou. A curva acentuada escondia momentaneamente toda aimponência do lar do White. Stella engasgou, preocupando o jovem motorista, que fezmenção em parar o carro para lhe acudir. E como por milagre, a mulher se recompôs eterminou o trajeto parando no portal de entrada onde um homem muito velho, porémcom uma postura austera, esperava.
Stella sabia que não era White. Olívia uma vez mostrou-lhe uma fotografia quehavia tirado dos dois em uma daquelas viagens de negócios. O achava feio, velho ebaixo demais para a filha. O oposto de Orange, exceto pela altura. O fato era que Stellagostava do ruivo. Mais plausível, essa era a palavra que usava para definir aquelerelacionamento. Esse ela ainda não tinha encontrado a ideal. Usava, naquele momento,"compra".
Via Sr. White como um comprador e sua filha como a mercadoria a seradquirida. Apenas esperava que ele a tratasse bem.
O rapaz sorridente lhe abriu a porta e segurou em sua mão, ajudando-a a sair doveículo luxuoso. A guiou até o outro funcionário. Aquele que não sorria e nem se davaao trabalho de lhe olhar na face. O homem pediu que ela o seguisse. Stella fez mençãode pegar a bagagem; o rapaz, em voz baixa, informou que levaria.
Já do hall Stella conseguia sentir toda a impessoalidade daquele lugar, apesar demuito bonito e bem decorado. À sua frente havia uma mesa redonda maior do que a quetinha na sua casa. Sobre ela, um vaso enorme com flores frescas repousava. Atrás erapossível ver uma escadaria em curva em um tom de madeira escuro e lustrado. Tanto ocorrimão quanto os degraus reluziam. E muitos quadros adornando aquela parede emum tom claro.
O ambiente era muito bem iluminado graças ao vitral sobre a escada. Nessemomento de reconhecimento, ela contou dois andares. E então uma voz conhecida lhetrouxe para a realidade.
— Mãe! Quantas saudades!
Olívia corria em sua direção com um sorriso largo no rosto e muito bem vestida.Em nada lhe lembrava a menina curiosa dos camisões xadrez. Então se corrigiu, aquelamenina há muito deixara de existir. Se foi no dia em que deu o primeiro passo a umavida de luxúria.
— Como foi a viagem? Cansativa, né? Comeu? Deve estar faminta. Vou pedirpara que lhe preparem algo para comer... James...
— Calma, Olívia! Eu estou bem. Cansada, mas está tudo bem. Havia comidasuficiente dentro daquele carro.
— Estou muito feliz de ter você aqui. — Abraçou a mão carinhosamente.
— Queria dizer o mesmo. — Stella retribuía o abraço com certa resistência.Olívia se afastou, tornando a encará-la.
— Eu sei. Depois que o conhecer, tenho certeza que irá mudar de opinião.
— E onde ele está? E por que não estava no aeroporto?
— Precisavam da minha presença aqui para finalizar alguns detalhes para ocasamento. Meu Deus! Em dois dias vou me casar! — Olívia não conseguia disfarçarsua felicidade com a mesma intensidade que Stella não disfarçava sua frustração.
— Gostaria de ir para o meu quarto.
— Claro! Vou te levar. — Olívia se voltou para o mordomo. — James, podedeixar que acompanho minha mãe.
O homem internamente agradeceu por aquilo. Alguns dias após Olívia terrevelado que não se sentia bem na presença de James, Henry cancelou algunscompromissos importantes e dirigiu até a mansão sem avisar.
James seria chamado no escritório, o mesmo em que Olívia havia sido contidaquando entrou de penetra em sua festa. Henry estava sentado como o antigo patrãofazia. Apenas naquele momento o mordomo sentiu semelhança entre os dois.
— Sente-se, James.
— Estou bem assim, senhor.
— Eu não. Por favor. — Henry tornou a apontar para a cadeira à sua frente. Ohomem, demonstrando relutância, acabou cedendo à ordem disfarçada do patrão. —Acredito que rumores já devem estar rondando por aqui.
— A que o senhor se refere?
— Sobre a mulher que você prendeu aqui.
— Ah! Sim. A moça americana que o senhor trouxe aqui há alguns anos.
— A moça americana vai ser a nova dona dessa casa e gostaria de saber se issovai ser um problema. — Henry o encarava sério, tal como seu pai Edward fazia, porémde forma branda e educada. —– Sabe, James, eu nem deveria estar aqui fazendo essapergunta, meu pai jamais a faria e tanto eu quanto você sabemos disso, porém vocêestá aqui há muito mais tempo do que eu e achei justo lhe comunicar que vou me casarcom ela, que ela será a nova dona e que comandará tudo isso aqui. Então se isso forum problema, agradeço pelos serviços prestados por todos esses anos.
— Não será problema algum, Sr. White. Será uma honra poder servi-la.
— Imaginei que sim. — Henry levantou-se, indicando que aquela conversaestava encerrada. James entendeu o sinal e se dirigia até a porta. — Só mais uma coisa...
— Henry prosseguiu: — Nunca mais a chame de "a moça americana". É Olívia BrownWhite, ou melhor, Sra. White.
Com tudo explícito e detalhado, o comportamento de James para com Olíviamudaria drasticamente. O homem podia não gostar da moça, mas se quisesse terminaros seus dias na mansão White, esse seria o preço a ser pago, e com o avançar dassemanas percebeu que não seria tão alto. A mulher americana – forma de tratamento daqual ele fazia uso apenas em seus pensamentos – não atrapalhou em nada a rotina já pré-estabelecida da mansão. Apenas teve de se acostumar que os cafés da manhã poderiamdemorar mais tempo para acontecer e que o café amargo tão apreciado por ela era umanecessidade a qualquer momento do dia. Por tudo isso, não se importou da nova donaacompanhar a mãe até os seus aposentos.
Conforme avançava por aquelas escadas e corredores, Stella sentia arrepios eadmiração, tudo ao mesmo tempo. Nunca, nem por um segundo, se imaginou dentro dealgo com tal magnitude. Algumas vezes chegou a ir até algumas das casas maisabastadas de suas clientes, porém nem perto de se comparar a tudo aquilo. Chegava aser ofensivo.
— Isso aqui parece um museu. — Stella faria um comentário sincero. Olíviaolhou para ela de forma divertida.
— Também senti o mesmo quando viemos para cá. Pronto, chegamos. Esperoque goste.
Olívia abriu a porta do quarto e o cheiro de lavanda invadiu as narinas de Stella.A mulher mais velha gostava daquele cheiro. Olívia desejava que a mãe se sentisse emcasa e por isso providenciou que vários vasos com flores enfeitassem aquele lugar. Umasuíte descomunal, na opinião de Stella. A cama com dossel ficava no centro. Umacolcha elegante em tons de lilás cobria seu leito. à sua frente estava a lareira, no seupeitoral as flores e sobre ela um espelho de cristal. A janela era estreita, mas mesmoassim descortinava uma linda vista do bosque que cercava a propriedade. Stella gostoudas cortinas.
— Muito bonito, minha filha. Como todo o lugar.
— Você vai amar os jardins. Pena que nessa época do ano não estejam floridos.Quando vier aqui no verão, irá se encantar...
— O que te faz pensar que voltarei aqui no verão?
— Mãe! Não comece.
— Sabe que não estou aqui por vontade e sim por uma necessidade.
— Não precisava ter vindo.
— Jamais perderia o casamento da minha única filha, mesmo achando que sejaum erro.
— Vou deixá-la se acomodar e descansar. O banheiro fica naquela porta e ocloset, nessa. Nos vemos no jantar.
Olívia, segurando as lágrimas que se acumulavam, saiu daquele quarto o maisrápido que pôde e seguiu para o final do corredor, rumo ao seu com Henry, e ládesabou. Não entendia aquela atitude da mãe. Com Orange ela jamais havia sido dessaforma. Na verdade, às vezes chegou até a sentir ciúmes da forma como se tratavam.Sabia que ela não faria o mesmo com Henry, mas poderia ao menos tentar aceitá-lo. Atristeza em seu olhar permaneceria por todo aquele longo dia.
— Sua mãe chegou bem? — Henry a questionou, terminando de se arrumar parao jantar.
— Sim. Um pouco chateada de eu não ter ido buscá-la no aeroporto.
— Culpa minha.
— Claro que não, eu poderia ter recusado e ficado por lá. Agora já está feito.
— Como estou? — Henry passava a mão sobre o terno, queria estar bemapresentável.
— Muito bonito. E sexy. E não deveria estar assim nesse momento, porque nãovamos poder transar e já fazem dois dias desde a última vez.
— O que faço com você? — Henry se divertia com tudo aquilo.
— Está rindo. Estou falando sério.
— Fico muito lisonjeado. Também senti a sua falta.
— Que bom saber. Já estava ficando preocupada.
— Vai ter de segurar todo esse fogo. Só volto a fazer amor com você quando setornar a minha esposa.
— Tá de brincadeira, né?
— Não! E vamos! Não quero dar motivos para sua mãe me odiar ainda mais.
— Ela não te odeia. — Olívia detestou o uso daquela palavra forte. — Elaapenas não gosta, mas isso porque ainda não te conhece.
Quando o casal chegou na sala de jantar, Stella já estava esperandopacientemente, com a sua atenção direcionada ao jardim agora todo iluminado. Olíviatinha razão, ela provavelmente gostaria de vê-lo florido no verão. De toda forma, já oachava deveras atraente.
Olívia fez as devidas apresentações. Henry e Stella se cumprimentaram de formaeducada. Ele lhe ofereceu um drink que seria recusado. Stella não bebia. Trauma dopassado com o pai de Olívia contribuía para isso. Dessa forma ninguém beberia naquelanoite. O vinho por ele selecionado seria substituído por água.
A conversa seguia amena. Cordial e polida. Olívia estranhou. Jurava que a mãe oencheria de perguntas. Henry estava preparado para aquilo e também estranhou a atitudeda mulher, julgando-a muito esperta. Soube que ela o estudava da mesma forma queestava fazendo. Aguardaria.
***
— Sem sono?
Henry chegaria sorrateiro até o andar inferior do seu lar. Percebeu uma correntede ar vinda da sala de estar. Lá estava a mulher que tanto ansiou em conhecer seaventurando na brisa gelada da noite.
— Me senti um tanto claustrofóbica aqui dentro. Aceita? — Stella lhe estendeuo maço de cigarros.
— Devo recusar, não tenho o hábito de fumar.
— Não se importa que eu fume?
— Claro que não. Fique à vontade... Se quiser fumar lá dentro e sair do frio...
— Prefiro aqui fora. Também sem sono, Sr. White?
— Não é bem isso. Sofro de insônia. Pode me chamar de Henry.
— Deveria se tratar ou tomar alguns desses remédios que fabrica. — Stellaficaria pensativa, dando uma longa tragada. — Fabrica remédios para isso? A propósito,prefiro continuar te tratando como Sr. White.
— Fabricamos. E já faço tratamento. Sua filha também me ajudou, andoconseguindo dormir melhor desde que ela entrou na minha vida.
— Por que se casar com ela? — Stella terminou o cigarro, jogando ao chão episando para apagar a brasa, e encarou o homem alguns passos atrás. — Por que nãosimplesmente continuar da forma como eram? Sabe, confesso que não vejo tantadiferença nesse seu ato de lhe colocar um anel bonito no dedo. De toda forma ainda estápagando pelo sexo.
— Fico triste que pense dessa forma, Sra. Brown. Eu realmente amo a sua filha.
— Ela estava muito bem com ele até você retornar. Devia ter ficado no seu lugare a deixado seguir com a vida. Isso aqui é tudo muito bonito, mas não é para pessoascomo nós.
— Foi ela quem me procurou.
— Depois que você foi lá azucrinar. Ele me contou e ela confirmou. Já tinhampassado três anos, eles estavam bem.
— Gosta do rapaz, consigo notar.
— Quer saber? Eu gosto daquele infeliz. Infeliz porque ele ama aquela ingrata.Infeliz porque sei o que é amar e não ser correspondida. E ter de ver o seu amor sedeteriorando diante dos seus olhos...
— Ou morrendo.
— Conheço homens como você. Elas vêm até meu salão. Sentam na minhacadeira e enquanto eu arrumo a sua aparência, elas liberam as suas verdades e expõemhomens como você que pagam pelo afeto que tanto desprezam em casa. — Stella, notorpor de sua indignação, havia ignorado o comentário do outro.
— Ela tinha dezoito anos quando me deixou. O coração — Henry colocou suamão direita sobre o peito. Stella se calou, atenta — desistiu e parou. Levou não apenasela, como uma grande parte de mim. Eu levaria vinte e três anos para voltar a amar semsaber se haveria uma troca. Sem saber se poderia de alguma forma ser correspondido ecovardemente paguei pela companhia. Se eu soubesse que ela poderia amar esse homem— Henry deu um soco tímido no peito —, eu jamais teria lhe pago um centavo.
— Não consigo compreender a sua atitude depois do que me disse.
— Vamos nos sentar. O que tenho a dizer pode ser longo.
Stella aceitou o convite. Esperou tempo demais por aquela conversa e não sairiadali até estar totalmente satisfeita.
— Nunca fui bom em demonstrar sentimentos. Talvez pelo fato do meu paidemonstrar demais, acabei me encolhendo. — Henry esboçou um sorriso dereconhecimento do passado. — Só tinha uma pessoa até então, que fosse capaz de metirar dessa concha. Katherine, dois anos mais jovem que eu e filha de um grande amigodo meu pai. Vivíamos um na casa do outro. Passávamos os verões aqui na mansão. Otempo passou e deixamos de ser crianças. Eu esperava do internato por esses momentosaqui com ela. Isso alegrou nossos pais.
— Imagino que sim. Não consigo ver famílias assim como a sua sem essesarranjos.
— Não concordo com eles tanto quanto você. Acredite. De toda forma era issoque acontecia, a sorte era que realmente éramos apaixonados. Ficamos noivos. Ocasamento aconteceria assim que eu me formasse. Não deu tempo. Ela morreu antes.
— Sinto muito.
— Obrigado. — Novamente ele lançou para ela aquele sorriso que vem com dor.
— Eu acabei morrendo junto. Desejei por isso de forma desesperada. Quase consegui.Foi quando meu pai deu uma basta. Mergulhei no trabalho. Gostei daquilo. Não mesobrava tempo para pensar. Ficava tão exausto que adormecia imediatamente. Então elemorreu. Eu tinha apenas vinte e seis anos. Tinha muito que engatinhar até adquirir aexperiência necessária para assumir o seu cargo, algo que eu julgava que demorariaanos para acontecer. Mas aconteceu e eu precisei agir. Minha mãe e o legado da minhafamília dependiam disso.
— Muita pressão para uma pessoa tão jovem. Mas ainda não entendi o motivodas prostitutas.
— Simples. Eu ainda a amava. Não desejava colocar nenhuma mulher no seulugar.
— Entendo. As pagas não geram cobranças. Entram e saem. Aliviam depois deum dia estressante.
— Tem esse lado, não vou negar. Só que a sociedade insistia que eu devia mecasar e aquilo me enojou. Aquelas mulheres se oferecendo, instigando uma relação porstatus. Já que nenhuma se interessava por mim além do meu dinheiro...
— Agora sim uma explicação interessante.
— Não tinha a intenção de me conectar afetivamente com ninguém e tambémnão queria que aquelas interesseiras tirassem proveito. Se era para pagar, pagaria porprostitutas. Pelo menos elas iriam embora ao final da noite. Só que a Olívia apareceu eeu me apaixonei tão profundamente quanto da primeira vez. — Henry fez uma pausa eseu olhar ficou mais duro. — Está errada quando disse que eu voltei para azucrinardepois de três anos. Olívia me procurou para dar os pêsames pela minha mãe. Ela disseque me amava. E, Sra. Brown, eu não iria deixar aquele sentimento passar. Não quandoeu também sentia o mesmo. Só que ela recusou. De novo. Eu já havia pedido para vircomigo antes. Confesso que fiquei com raiva e mortificado. Ela me amava, mas não meaceitava. Voltei para cá e cometi uma loucura.
— Pediu a outra moça em casamento. Algo totalmente contraditório, não acha?
— Seria se ela não fosse a minha melhor amiga. Por isso a escolhi. Já que erapara ficar sem a mulher que amava, ficaria com uma que me respeitava e pela qualtenho profunda admiração. Não ia ser um casamento de verdade.
— Isso tudo é muito louco. Você faz com que sintamos compaixão, para depoisquerermos lhe dar um belo tapa na cara.
— Se isso lhe fizer bem, vá em frente.
— Lógico que não fará.
— Eu a amo de verdade, espero que consiga entender isso. Me mataria antes sede alguma forma a fizesse mal.
— Henry... — Sem perceber, Stella o chamaria pelo nome pela primeira vezdesde que chegou e aquela atitude aqueceu o coração do homem. — Não é a mim quetens que convencer. Isso você tem que demonstrar a ela.
— Stella, não esperava que saíssemos amigos daqui, mas para ela ser felizcompletamente ao meu lado, sinto que a sua aprovação será fundamental. Gostaria quetentássemos.
— Ainda tenho as minhas ressalvas sobre esse casamento, agora não mais pelosseus sentimentos, porém sendo um homem que pagou por sexo... Enfim, o meu maiormedo agora está no seu meio. Como eles irão aceitar a prostituta sendo uma dama?
— Confesso que esse é o meu maior medo também. Não tenho como controlar.Isso vai além dos meus limites como ser humano.
— Então o que nos resta, senão torcer para que sejam felizes dentro daspossibilidades que se abrirem? E que tenham sabedoria para enfrentar as adversidades.
Ao ouvir isso, Henry desejou envolver a mulher da mesma altura que a sua emseus braços e agradecer pelo voto de confiança. Não faria nada daquilo. Ambos subiramas escadas de volta aos seus aposentos. Stella observou corredor adentro. O caminhardele era ritmado e penoso. E como aconteceu com Orange quando o conheceu, sentiupena. Lá estava outro ser completamente preso à sua filha.
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