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5 - A Intervenção

 " Meus pensamentos são as armas que

mais atacam contra mim"


Nas primeiras semanas após ter visto o Xamã se comunicando comigo através do Luan, me senti melhor, mas aos poucos a turbulência foi se instalando novamente, não tive forças de me manter naquela energia.

Estou alucinando? Fiquei me perguntando deitada em minha cama. Só de ter esses pensamentos sentia que eu não era normal e um pavor percorria meu corpo, como se eu pudesse surtar a qualquer momento.

Ainda mais quando conversava com pessoas "normais", parecia que eu era de um planeta muito distante.

— Não pode ser real! Aquele Xamã, a pantera e tudo mais, é muita loucura!

Tudo fez tanto sentido naquele momento... tanto sentido...

— Ísis, vem almoçar!

— Não vou, tô ocupada! — Minha irmã me chamou mas nem insistiu, sabia que eu era assim mesmo.

Eu sempre esperava todos saírem para eu entrar na casa. Geralmente, ficava somente enclausurada no meu quarto que era do lado de fora, nos fundos. E para minha família isso era apenas sinal de rebeldia adolescente, ninguém entendia que minhas torturas estavam me ocupando demais.

O medo de surtar estava me consumindo, eu tremia me sentindo fora do ar, ainda mais quando ouvi aquele rosnado novamente.

— Una? — Vai embora, não quero te ver! Não aparece mais! Me deixa em paz!

Una se deitou próxima à porta mas não se foi, às vezes olhava fixo num ponto e rugia alto querendo atacar o ar.

— Vai embora! Vai embora!

Ela não obedecia, começou a ficar claro para mim que ela não estava atacando o ar, havia um vulto me rondando desde que voltei para a casa.

— Chega! Não quero ver vultos, nem pantera, nem Xamã, nem lembranças de um passado que nem sei se existiu! Me deixem em paz! Me deixem em paz!

— Ísis? — Tá tudo bem aí? — Minha irmã perguntou por ter me ouvido gritando sozinha.

— Me deixa em paz você também! Finge que eu não existo! — Falei num tom de grosseria que não consegui conter. Nossa, como eu queria poder fingir que eu não existo!

— Tá louca é? Devia ir pro hospício! — Ela retrucou.

Fiquei quieta, pensando se eu devia mesmo.

O vulto na parede foi se densificando até possuir uma forma, fiquei paralisada ao ver aquele rosto demoníaco novamente, sim, era o mesmo que vi quando eu era criança.

Comecei a gritar muito, joguei coisas nele, mas ele só ria de mim, eram risadas apavorantes. Minha irmã começou a se preocupar de verdade e apesar de toda a minha grosseria, ainda ofereceu sua ajuda.

Ao mesmo tempo em que eu falava com ela, pela primeira vez, vi aquele rosto se transformar num ser com corpo. Sua cor continuava avermelhada, mas seu aspecto era como o de um réptil.

Ele falava com uma voz cavernosa, entendi apenas: "você e aquele outro me pertencem", quase não dava para entender e nem sei a quem ele se referia além de mim.

Una o ameaçava, ele afastava um pouco, mas logo suas mãos conseguiram me tocar. Num impulso saí do quarto correndo, batendo a porta.

Meus familiares tentaram falar comigo, mas passei reto e fui para a rua sem responder, eu estava completamente eufórica, não dava para dissimular uma desculpa.

Eu estava numa batalha pela minha sobrevivência... pela minha sanidade... não tinha como me preocupar com nada além de mim, nem dava para pensar em formalidades, educação, gentilezas.

Fui para meu refúgio. Apesar do meu desapontamento em ver tudo já reformado e sem aquele clima que me confortava, sentei encostada na igrejinha, já era fim da tarde e eu só queria ficar quieta, em paz!

Tentei me acalmar, mas um longo tempo se passou e eu não conseguia parar de pensar excessivamente, estava muito perturbada, precisava desabafar de alguma forma.

— Luan, você pode falar? — Não resisti e liguei, naquele ano a principal utilidade do celular era fazer ligações, não tínhamos ainda os apps que facilitaram a comunicação anos depois.

— Ísis, estou trabalhando, a farmácia está cheia.

Ele já estava perdendo a paciência comigo, mas como estava findando o seu horário de serviço, aceitou me encontrar.

— Ísis, o que você quer?

Disparei a falar:

— Preciso de ajuda! Acho que tô realmente enlouquecendo! Tenho visto muitas coisas... Inclusive... — me interrompi, pensei em contar mas achei melhor não dizer que eu o vi "possuído".

— Inclusive o quê?

— ... hoje vi aquele ser que me persegue, ele estava no meu quarto e não quero voltar para lá.

Luan me olhava sem gesto algum de afeto e compreensão. Prossegui mesmo assim:

— Sinto que aquele ser animalesco quer que eu acabe com minha vida, aliás sei que ele já me induziu a isto no passado! Eu me lembrei disso, mas na época eu pensava que aqueles pensamentos tão deprimentes eram só meus.

Luan permanecia calado.

— Se isso tudo não bastasse, as poucas vezes que comentei com meus familiares sobre meus problemas emocionais, tive de ouvir eles dizerem que isso é frescura. Por isso que a única coisa que eles sabem é que estou depressiva, nem pude contar das minhas experiências.

Meu desabafo não tinha fim.

— Acho que vou fugir de casa, daí arrumo um emprego para me manter... mas... mas... e se eu surtar em público enquanto trabalho? E se eu ver algo? — eu falava me perdendo nas reflexões mais confusas.

Falei por cerca de uma hora, mostrei toda a minha verdade, mas Luan não abria a boca, só depois de me ouvir por todo esse tempo ele disse:

— Vou te ajudar, amanhã vou levar a ajuda que você precisa na sua casa, não saia.

Ele quase que me forçou a ir para casa e me acompanhou para ter certeza de que fui mesmo.

Entrei no meu quarto, mas ouvi que tempos mais tarde ele ainda estava lá fora falando com meu pai. Apenas desejei que eles estivessem falando apenas trivialidades e acabei dormindo.

Eu estava muito esgotada e acordei somente no dia seguinte às onze horas com Luan me chamando.

Ele se sentou na minha cama e começou a falar, mas para meu desapontamento, ele não estava com a ajuda que eu imaginava que ele fosse trazer.

— Ísis, eu disse que te ajudaria e vou te ajudar, eu arrumei um hospital para você se internar.

— Ãh??? — Hospital... hospício?

— Não, é um lugar que vão cuidar de você e te dar tudo o que você precisa para se recuperar.

— Não, de forma alguma! Se você não vai me ajudar, vá embora!

Ele não ia embora e ficava tentando me convencer, isso estava me alterando tanto que quando dei conta de mim, notei que eu estava fazendo um grande escândalo.

— Não sou louca, só tô nervosa e confusa! — eu gritava.

— Sua irmã disse para seu pai que viu você até gritando sozinha, xingando as paredes.

— Luan, ela que é louca e fica me invadindo a privacidade, além do que você não tem nada que ficar conversando com minha família! Pare com isso!

— Mas estão todos preocupados com você, disseram que passam dias sem te ver e que não sabem como lidar com seu comportamento.

— Já disse para não falar com minha família, você está sendo invasivo também! Vá embora! Se não vai me ajudar, não me atrapalhe, você já estragou meu dia!

Eu não tinha noção de como ele realmente havia estragado meu dia, e como ele não ia embora, resolvi eu mesma sair do quarto já que meu nível de raiva ultrapassava os que já havia sentido em toda a minha vida.

Para a minha desagradável surpresa, antes mesmo de ouvir a porta do quarto se batendo e causando um estrondo, vi a equipe do hospital que estava me esperando do lado de fora. Era uma cilada! Perdi o chão! Vi o desamparo e a traição em forma de três enfermeiros e dos meus pais e irmã olhando ao fundo sem fazer nada.

Eles me barraram a saída do quarto, seguraram meus braços apertando-os e pediram para que eu fosse com eles espontaneamente que seria mais fácil.

— Me soltem, vocês não podem fazer isso, já tenho dezoito anos e não cometi nenhum crime!

— Me soltem! — Socorro! — Vizinhos, socorro!

Os curiosos começaram a se juntar em frente o portão para ver a cena.

Os enfermeiros tentavam pedir calma, diziam que eu era uma ameaça para mim mesmo e que queriam me ajudar. Afirmavam que se eu fosse por vontade própria, não precisariam me segurar.

— Vocês vão deixar eles fazerem isso comigo? Traidores! — eu gritava desesperada olhando para minha família e para Luan que nesse momento mostravam se sensibilizados. Todos estavam chocados!

Meus sentidos foram se perdendo, como se tudo estivesse em câmera lenta, e me sentaram no chão, falando para eu respirar.

Respirei profundamente muitas vezes, como já estava acostumada a fazer para sair dos transes que as minhas crises traziam. Depois caminhei de cabeça baixa em direção ao carro do hospital, sem coragem de olhar para os curiosos que se aglomeraram em frente minha casa. Cedi sim, mas chegando lá eu fugiria.

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