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13 - A Carta

— Ísis, você vai descer no pátio? Quero ir!

    — Vou, tem certeza que você está bem para ir? — perguntei à Jasmim.

    — Estou bem melhor, só de tirar a sonda já é um alívio! E me disseram para tomar sol.

    — Precisa mesmo. Está tão branca que vai assustar os fantasmas. — brinquei com ela.

    — Olha quem fala! — retrucou dando risada, coisa que não fazia há muito tempo.

    Fiquei feliz pela iniciativa dela, acho que Jasmim ficou uns quinze dias sem ver o sol, andando entre o quarto e a enfermaria apenas. Então caminhamos descalças entre as árvores conversando e ela me contou muito do que já havia passado, como quando foi para contenção nas primeiras vezes, pois tentava quebrar as janelas para se mutilar com os vidros, daí me mostrou suas inúmeras marcas. 

    Jasmim também contou que fazia exercícios por horas, sem conseguir parar, cada vez que a obrigavam a comer ela tentava queimar cada caloria ingerida.

    Desabafou também sobre sua madrasta que tentava ter toda a atenção de seu pai e a provocava tanto que a fez certa vez fugir de casa:

    — E para piorar ela ainda usou isso contra mim, dizendo que eu era uma adolescente rebelde que não aceitava que o pai se casasse novamente, acredita? Ela me trata como um peso morto, e vive me acusando que meu pai fica gastando muito dinheiro com minhas internações, sendo que eu sou um péssimo investimento. — Jasmim falava demonstrando mágoa.

    Com este comentário fiquei pensando em quem estaria pagando a minha internação, que era realmente muito cara e minha família não teria todo este dinheiro. O pior foi que descobri que Luan havia conseguido com o diretor, que é muito amigo da sua família, um desconto da metade do valor e que a outra parte apenas que era paga pela minha família. Por isso ele se sentia tão à vontade em interferir na minha vida!

    — Falei demais e  sobre você? — Jasmim perguntou.

    Contei para ela algumas coisas e algo que não havia contado a ninguém:

    — Jasmim, preciso te contar algo, mas não sei se você está preparada para ouvir.

    — Fala logo! Não me deixa curiosa!

    — Sabe, teve um dia que… como posso dizer… sabe quando você estava na enfermaria?

    — Fala Ísis! Fala! — Jasmim insistia.

    — Calma estou encontrando as palavras certas!

    — Se não sabe as certas, fala as erradas que eu conserto!

    — Quando você estava na enfermaria, Samuel, este mesmo que te contei que escreveu algumas vezes  através de mim, pediu para eu escrever algo para você!

    — Para mim? Por que você não me disse nada?

    — É que não foi Samuel quem escreveu e eu não sabia como te contar.

    — Quem escreveu?

    — Sua mãe! Samuel a apresentou para mim.

    Os olhos de Jasmim se encheram de lágrimas. 

    — Você a viu?

    — Consegui ver um vulto, ela estava de vestido preto e… um colar que tinha um símbolo. Ah! Parecia muito com você, tinha os cabelos escuros em contraste com a pele branca… os olhos castanhos ou verdes…

    Achei melhor não contar tudo, pois Jasmim já estava emotiva demais.

    — Quando ela morreu… havia perdido os seus cabelos para a químio e estava magra como estou agora. Prefiro lembrar dela uns dois anos antes com os cabelos iguais aos meus, mas bem compridos. Muito bonita... muito nova… amorosa... Difícil de aceitar esse destino e... ainda... ter uma madrasta que só quer o dinheiro do meu pai.

    — Nem sei o que dizer… — falei sem saber lidar com sentimentalidades.

    — Diga o que ela disse! — respondeu Jasmim já agoniada de ansiedade.

    — Nada, ela não disse uma palavra, só escreveu.

    — O que ela escreveu?

    — Não sei, quando eu escrevo em transe não sei o que estou escrevendo, só me sinto sonolenta e relaxada... lembro de algumas coisas como flashes. Sabe, lembro mais da energia que do acontecimento. Ela tinha uma energia suave, era leve, delicada. Diferente de Samuel que vibra força e racionalidade. Ah! Não li sua carta, não vou ler o que não é para mim! — falei tirando do bolso da calça o papel e o entregando a ela.

    Nos sentamos debaixo de uma árvore e ela começou a ler em silêncio, com lágrimas nos olhos, mas nunca fiquei sabendo tudo que estava escrito naquela longa mensagem. Jasmim apenas disse:

    — Só pode ser ela mesmo! Ninguém mais sabia dessas coisas… da forma que ela me chamava… e que… que… ela disse para eu cuidar de mim como cuidei dela durante aquela doença cruel. Eu só tinha nove anos quando o estado dela piorou e eu não a deixava mesmo tendo os cuidadores que eram pagos para ajudar. Daí dias antes do meu aniversário de dez, ela se foi. Ela já queria ir, estava cansada demais!

    Após me contar isso Jasmim chorou como uma criança e eu confesso que chorei por dentro. Depois deitou a cabeça em minhas pernas e ficou quieta de olhos fechados, eu sempre sem saber como lidar com ela, fiquei sem reação, só olhando as formigas que passavam carregando folhas muito maiores que elas. Contatos físicos eram sempre algo estranho para mim, mas Jasmim não me incomodava tanto assim. 

    — Ei! As duas namoradinhas podem se comportar em público faz favor! — passou um paciente velho resmungando.

    — Cala a boca seu maluco homofóbico! — retrucou Jasmim mudando nosso clima introspectivo.

    — Quando vocês chegarem no inferno lembrem de mim! — respondeu irritado e foi andando.

    Jasmim para provocar mais ainda o velho, de súbito me beijou, e eu novamente sem saber como agir com ela, correspondi. 

    — Desculpa Ísis! Só quis irritar esse chato!

    — Está tudo bem! — falei meio confusa.

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