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V

Emet montou sobre Ternio a pedido de Redwic. O garoto mal se aguentava em pé, embora protestasse afirmando que conseguiria prosseguir, mas Pjarit ergue-o como se estivesse descarregando feno. Cerca de vinte gadoines montavam em kaleptarus, híbridos que possuíam um crânio proporcionalmente pequeno, braços curtos e torso achatado, semelhante aos ornitorrincos da parte sul.

Enquanto atravessavam o deserto, Redwic contou-lhes sobre sua decisão. Há tempos planejava fazer essa viagem e por isso havia encontrado Ternio dias antes de sair do castelo. Explicou-lhes a situação do reino, recebendo olhares de compaixão de algumas faces.

— São fracos – Pjarit debochou. — Aqui no deserto aprendemos a viver com o pouco que nos é dado.

— Não somos fracos — Emet gritou, arrancando risos dos nômades.

— Diga-me, pequeno Emet, o que faz aqui? — Ternio perguntou, balançando as orelhas para o garoto.

— Redwic me chamou. Disse que iria ajudar minha família.

— Isso não é lugar para crianças inocentes — Pjarit comentou.

Redwic olhou para Emet como se pedisse para que não o respondesse. Pjarit tinha suas razões para guardar rancor do restante dos gadoines, especialmente da família Ervek.

Os avós de Sabthe exilaram a família de Pjarit. Haviam boatos de que estavam contrabandeando ouro real com alguns yertieves. Boatos esses que nunca foram confirmados. Como resultado, a família de Pjarit não teve escolha que não fosse viver isolada do reino. Nenhum lugar era melhor que o deserto para isso.

— Chegaremos antes do sol se pôr — anunciou Pjarit. Rugas abaixo dos olhos evidenciavam a idade avançada do gadoine, apesar de possuir braços bem definidos. — Ao contrário do que se pensa, nosso deserto não é grande. Jadar apenas manipula a mente dos viajantes para andarem em círculos.

— Que crueldade — Emet falou.

— É o que Jadar tem sido. Cruel — Ternio bufou.

Redwic ficou calado o restante da viagem. Ponderava se conseguiria mesmo encontrar Jadar; nunca passou pela cabeça que talvez não conseguisse atravessar o deserto vivo. Afastou esses pensamentos e focou no que realmente importava.

Emet dormia agarrado em uma das corcovas de Ternio. Seu rosto coberto de poeira estava relaxado. Provavelmente estivesse tendo sonhos bons.

Não irei desapontá-lo, miúdo.

O grupo cobriu-se de vermelho pelo crepúsculo que invadia o fim da tarde. Redwic já conseguia ver a cadeia de montanhas rochosas; uma delas era tão grande que o cume se perdia por entre as nuvens. À medida que se aproximavam, viu as rochas íngremes que dividiam o Mar Cruzeiro e o deserto. Espalhavam-se por longas distâncias pela costa marinha e cresciam verticalmente, como se quisessem tocar o céu.

— Incrível — admirou Emet, acordando aos poucos.

— Sim, incrível — Redwic concordou.

Ao chegarem ao pé da montanha, viram uma abertura escavada dentro de uma das rochas. Imersa em breu profundo, uma pequena caverna se revelou. Redwic sentiu uma sensação estranha quando fitou o lugar. Havia uma presença divina que o espremia e o fazia se sentir insignificante. Olhou para o lado para ver se mais alguém também estava desconfortável, mas todos possuíam o mesmo semblante, inclusive Emet. Por que apenas eu estou sentindo sua força, Jadar?

— Nossa jornada termina aqui, raposa. — Pjarit ergueu o braço e todos desceram de suas montarias.

— Obrigado — Redwic agradeceu. — Como posso recompensá-los?

— Bem — Pjarit alisou o queixo, pensativo —, se conseguir falar com Jadar, diga-lhe que uma chuva de vez em quando seria ótimo.

Redwic assentiu. Pjarit apertou-lhe a pata, um gesto de despedida gadoine.

— Espero conseguir mais do que isso, Pjarit!

Emet desceu de Ternio, caindo de bunda no chão. Garoto descuidado, pensou Redwic. Enquanto isso, Pjarit e o grupo deram meia volta.

— Ternio, preciso que espere um pouco.

— Por quê? — Ternio perguntou, deixando o grupo para trás.

— Porque você levará Emet de volta.

— O quê? — Emet correu em sua direção, aflito. — Eu vou com você, Redwic. Prometo não atrapalhar!

— Você retornará e me fará um grande favor.

— Eu? — A aflição de antes foi substituída por uma enorme empolgação. — O que farei?

— Calma, miúdo, primeiro entraremos na caverna.

— Eu não sabia que você era louco a esse ponto — Ternio sentou-se, seus olhos na mesma linha dos de Redwic. — O que planeja fazer, raposa desmiolada?

— No interior dessa caverna há um pouco de pedra Ur. Eu posso sentir.

— E o que vai fazer? Pegar uma emprestada?

— Sim, exatamente isso que vou fazer. — Redwic eriçou os pelos sobre os olhos em zombaria.

— Jadar ficará furioso.

— Não mais do que já está.

Vendo a desaprovação do amigo, Redwic pegou um galho grosso o suficiente para servir de tocha e, sem pedir permissão, pegou uma manta que estava dentro de um dos balaios de Ternio. Com a boca, enrolou-a no galho e deu para Emet.

— Espero que saiba acender uma tocha, miúdo.

— Claro que sei! Meu pai me ensinou enquanto caçávamos. — Emet pegou outro galho, bem mais fino e menor que o primeiro, e uma pedra sílex pontiaguda. — Você tem alguma lâmina em seu balaio, Ternio?

— Tenho várias. Pjarit é prevenido.

Emet achou um canivete com desenhos em dourado e começou a cortar pequenos fiapos do galho, colocando-os cuidadosamente sobre o manto da tocha. Atritando a pedra com a lâmina de aço do canivete, as primeiras faíscas surgiram e espalharam-se vagarosamente até que a tocha estivesse completamente em chamas. Redwic percebeu que ele fitava o fogo com tristeza, como se recordasse do incêndio que quase o matou.

— Posso levar para você, miúdo — Redwic ofereceu-se.

— Obrigado, mas eu consigo — Emet respirou fundo e avançou pela caverna.

— Esperarei vocês aqui — Ternio avisou, deitando-se logo em seguida. — Tomem cuidado.

A largura da caverna aumentava conforme a exploravam. Nenhuma luz adentrava naquele lugar. Com a tocha, era possível olhar para cima e ver grandes cristais pontudos no teto, brilhavam coloridos como um arco-íris. As paredes estavam úmidas e o local era tão sufocante quanto às fornalhas do castelo. Quanto mais avançavam, mais triste e sem vida se tornava o ambiente. Era um lugar intimidador, capaz de fazer qualquer aventureiro corajoso se curvar perante o próprio medo. Redwic olhou para Emet e ficou orgulhoso ao vê-lo fitando o escuro a sua frente sem estremecer.

Andaram mais alguns metros até que Redwic parou. A sensação estranha que sentira lá fora voltou a perturbá-lo.

— Ilumine as paredes, miúdo — Redwic pediu.

Quando Emet aproximou a tocha da parede, pequenas pedras brilhantes como diamantes estavam espalhadas.

— Ur — Emet sussurrou.

Ur, a fonte da vida.

— Me dê a tocha e tente arrancar alguma.

As unhas de Emet escavavam com fúria ao redor das pedras. Contudo, pareciam estar mais profundas do que Redwic imaginara. Questionamentos tomaram-lhe a mente. E se eu o trouxe aqui para nada? E se eu iludi a todos?

— Não consigo, Redwic.

Antes que pudesse respondê-lo, sentiu o chão vibrar. O tremor ficava cada vez mais intenso, pequenos pedaços de rocha começaram a cair. Quando percebeu o que estava acontecendo, sentiu seu corpo ser jogado para o lado.

A caverna estava desabando.

— Emet! — gritou. — Temos que sair agora. — Como estava com a tocha na boca, não sabia se Emet havia o compreendido.

— Estou quase conseguindo, Redwic!

Sem pensar duas vezes, Redwic largou a tocha no chão e abocanhou a camiseta de Emet, puxando-o para a saída. O garoto finalmente cedeu e correram em meio a tropeços, desviando do jeito que podiam das pedras que caíam sobre suas cabeças. Não enxergavam nada. A possibilidade de serem soterrados ali era enorme. Era Jadar mostrando sua raiva mais uma vez, Redwic sabia. Haviam invadido seu domínio e agora teriam que sofrer com as consequências. Quando pensou que sua jornada chegaria ao fim, suas orelhas pontudas captaram os gritos de Ternio. Já era noite e a voz do camelo era o único modo de acharem a saída.

— Agarre minha cauda! — mandou.

Uma das rochas atingiu uma de suas costelas, mas apenas soltou um grunhido de dor discreto. Tenho que continuar.

— Redwic! — A lua brilhava, como nunca, revelando a imagem de um Ternio desesperado pelo seu amigo. Ali estava a saída.

Com um pulo desconcertado, Redwic e Emet se atiraram para fora da caverna. O vento das rochas tampando o lugar bateu forte em suas costas, fazendo-os voar para longe. Haviam escapado por pouco.

— Vocês estão bem? Se machucaram? — Ternio passou o focinho sobre eles, procurando por qualquer hematoma visível.

— Estou bem — Redwic mentiu. Seu corpo doía, mas nada impossível de suportar. — Emet?

— Estou bem, Redwic. — O garoto se levantou, passando as mãos sobre o cabelo.

— Me desculpe, não consegui manter minha promessa. — Os pais de Emet surgiram em sua mente, desapontados.

— Que promessa? — Emet arqueou as sobrancelhas.

— Não conseguimos a pedra Ur.

— Redwic...

— E agora você voltará para casa com as mãos vazias. Me desculpe.

— Redwic! — gritou Emet. Esvaziando o bolso, segurou uma rocha do tamanho da palma da mão. — Eu consegui pegar!

— Quando? — perguntou Redwic, surpreso.

— Quando você me puxou, segurei firme e ela saiu.

— Garoto esperto — Ternio gargalhou.

Um sentimento de parte do dever cumprido tomou conta de Redwic. Pelo menos Emet e sua família terão uma vida boa.

— Emet, preciso que me faça um favor. Aproxime-se. — Emet abaixou e Redwic sussurrou em seus ouvidos. Arregalando os olhos, Emet sussurrou de volta:

— Quer mesmo que eu diga isso a ela?

— Sim. Diga a rainha Sabthe Ervek que eu lhe disse isso, ela acreditará. Mas apenas se eu não conseguir, certo?

Emet assentiu, enquanto Ternio observava os dois, confuso.

— Essa raposa matará todos nós — zombou.

— Sentirei sua falta, Redwic — disse Emet aos prantos, envolvendo a raposa em forte abraço. Redwic, emocionado, sentiu as lágrimas do garoto molhando seus pelos e devolveu o abraço.

— Também sentirei a sua, miúdo. Agora vá!

— Vamos, pequeno Emet.

Ele subiu em Ternio e sentou-se orgulhoso. Seu retorno com a pequena pedra salvaria seus pais e nunca mais teriam que sofrer com a fome.

— Eu ainda o verei, Redwic?

— Estarei sempre em Hagalaz, miúdo. — Meu coração estará.

Enfrentando a escuridão noturna, Emet e Ternioiniciaram a travessia de volta.

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