Epílogo
Cinco anos se passaram desde que Redwic salvara Hagalaz. Assim que Jadar aceitou sua oferta, os campos de trigo alcançaram extensões jamais vistas antes. Hagalaz se tornou uma referência comercial do Novo Mundo. Yertieves de todos os reinos visitavam Hagalaz para saborear as diversas bebidas exóticas e experimentar receitas inovadoras. Levavam embora sacas enormes de milho, arroz e outras sementes e Hagalaz se tornou cada vez mais rica.
O deserto deixou de existir. Em seu lugar, o verde da grama se tornou plano de fundo para flores e plantas coloridas que circulavam o grande lago. Pescadores fisgavam centenas de peixes em um só dia e o lago nunca ficava vazio.
Emet, por causa da pedra Ur, fez de seus pais os maiores fazendeiros do reino. A família Vanderf era a responsável pelos maiores e melhores campos de trigo de todo o reino. Sentado sobre a sombra de uma macieira, Emet lembrou-se do dia em que retornara à Hagalaz. Ele havia sido o responsável por pedir perdão a Pjarit e os outros nômades. É claro que ele usou o nome de Redwic para isso, mas ele provavelmente não se importaria. Pjarit e seu bando ganharam um pedaço de terra para recomeçarem e por fim nos erros do passado. Ternio acabou morando com Emet e, vez ou outra, andavam pelo que um dia fora o deserto. Além disso, Emet contou a rainha Sabthe sobre a jornada de Redwic. Quando ele a vira, logo após de ir ao castelo, ela estava tão magra quanto o resto dos gadoines.
— Por isso Redwic não me contou. — ela pôs-se a chorar. — Sabia que eu jamais permitiria.
Antes que Emet a respondesse com as palavras sussurradas por Redwic no deserto, ele e a rainha puderam observar por uma das janelas do castelo a coisa mais incrível que já aconteceu no reino. Aquele dia ficou marcado em sua memória como um dia mágico. Viram, boquiabertos, as plantas do jardim ganharem vida novamente e enraizarem por todo o lugar; pétalas de diversas cores transformavam aquele ambiente em um palácio divino; água transbordava dos poços, alagando todo o chão, enquanto crianças pulavam nas poças formadas. Gadoines choravam e, surpreendentemente, gritavam e agradeciam Jadar.
— Inacreditável. — Sabthe colocou as mãos no rosto, incrédula. — Ele conseguiu. Ele conseguiu!
Emet correu para fora do castelo, queria sentir aquele momento. Rindo e tropeçando, saiu a tempo para sentir as primeiras gotas de chuva em anos. Abriu os braços, olhou para o céu e se juntou aos outros no coro de agradecimento.
— Jadar, tu és grande! — gritavam em uníssono.
Emet sentiu um formigamento nos pés. Em frente ao muro frontal do castelo, próximo ao jardim, o chão se abriu. Uma árvore de folhas vermelhas beijadas pelo fogo e tronco dourado como ouro surgiu a sua frente, causando espanto dos gadoines ao seu redor. Era a coisa mais grandiosa que já vira. Ousou passar os dedos no trono e sentiu uma energia poderosa entrar em seu corpo.
Redwic veio em sua mente de imediato.
— É o gadoine mais corajoso que já conheci.
Gadoine.
Em algum lugar do mundo, Redwic abanava a longa cauda, orgulhoso.
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