Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

SEGREDO DE LIBERDADE

17 anos depois

— Eu não entendo pai. Então agora Clarke e Wells estão presos?

Joan pisava firme no chão de metal, inquietamente indo de um lado para o outro na frente de seu pai, que estava sentado no banco com almofadas que chamavam de sofá. Os olhos do homem estavam cansados, pesados como quem não dormia fazia dias. Não era nada fácil o trabalho de vice-chanceler, ainda mais quando o filho do seu chefe ameaçava a nação.

— Bem... É. — Foram as palavras mal escolhidas por Kane. Sua filha logo lhe lançou um olhar afiado.

— Por quê? O que o Wells fez? — Seu raciocínio correndo mais rápido que a fala. — Na verdade, o que ambos fizeram de mal?

Joan mais acusava que questionava. Não sabia o que havia acontecido com seus melhores amigos, mas os conhecia muito bem. Eles não podiam ter feito algo ruim, eram perigosos como algodão doce.

— Joan... — Marcus subiu uma de suas sobrancelhas tentando a amedrontar, ou talvez a acalmar. Falhando miseravelmente ao irritá-la ainda mais. Ele não podia fazer isso.

— Não.. Isso não é possível! Por que você não me conta o que está acontecendo? O que você tanto esconde de mim? — O tom de sua voz subiu a cada passo que se aproximava de Kane. Às vezes não o suportava. Já havia o perdoado pelo que fez com sua mãe, porém... era difícil viver com a pessoa que afasta todos que ama, ainda mais sem receber nenhuma explicação.

— Joan, você sabe que eu não posso contar. — Kane se levantou do sofá em um suspiro cansado e cúmplice, segurando os braços da filha carinhosamente. — Me descul...

— Que seja.

Joan arrancou seus braços dos do pai e se foi para o seu quarto. Ele nada mais era que um canto do bunker separado por cortinas cinza. Tudo naquele lugar era cinza e Joan odiava isso. Sonhava com as árvores verdes, as flores coloridas e os rios azuis esverdeados que sua mãe ilustrou em seu manual de sobrevivência.

Tudo que Joan aprendeu sobre a Terra ela leu no livro que sua mãe escondeu atrás de um quadro de energia na parede. Teve sorte de ter sido ela que o encontrou e não seu pai, pois ele com certeza o destruiria antes que pudesse vê-lo, e assim ela não possuiria nem metade de seu conhecimento atual. Não saberia quais plantas são venenosas, como identificar solos, se localizar, fazer fogo, e a mais útil de suas habilidades: arremessar facas.

Não era como se ela saísse atirando nas pessoas pelos corredores da Arca, mas sempre que estava entediada ou brava, ela descontava no móvel de cabeceira do seu quarto. Seu pai não sabia de tal habilidade, mas suspeitava de alguma coisa, pois a questionava toda vez que notava as novas marcas no tampo do móvel.

Ela acreditava que se fosse para o solo ela saberia muito bem como sobreviver e sempre que pensava na hipótese de realmente pisar na Terra sentia-se... viva. A arca era o lugar onde se sobrevivia, porém não se vivia. Todos aqueles que ela julgava serem felizes na arca acabavam em algum momento, por algum motivo, retidos ou flutuados, assim como sua mãe.

Era fácil para Joan compreender o que passava na cabeça de sua mãe 17 anos atrás. Tudo que queria era fugir da arca e dos fantasmas que a assombram. Era uma pena que Joan não se tornaria uma engenheira renomada como sua mãe - nunca teve facilidade com os números -, se tivesse o conhecimento suficiente ela também consertaria aquela nave e tentaria pousar na Terra.

Quando percebeu Joan foi desperta de seus sonhos por cochichos graves vindo na sala de estar. Uma das vozes com certeza pertencia a seu pai, a outra reconheceu como sendo a voz do chanceler Jaha, seu amigo e comandante da arca. Por que estaria ali uma hora dessas?

Com certeza não era coisa boa.

Compreendendo num estalo tamanha importância da conversa, ela levantou-se da cama evitando qualquer ruído que a denunciasse, e se sentou o mais próximo possível da cortina cinza que dividia o quarto, buscando ouvi-los melhor.

— Você não deveria falar disso aqui Jaha. Joan não está lidando muito bem com a prisão de Wells. — Kane avisou baixo do outro lado da cortina. Estava de pé enquanto Jaha se sentava, com a postura impecável, na mesa de centro da sala.

— É compreensível. Primeiro Clarke, agora Wells... — Jaha fitou o chão por um segundo, respirando fundo. — Você acha que fiz errado em o prender?

— Você fez o que precisava fazer — Marcus marcou cada palavra, cruzando os braços a sua frente.

— Eu fiz exatamente o que ele queria que eu fizesse. — Jaha soltou em um suspiro. Era claro que Thelonious sentia muito pesar em deter o próprio filho, seu olhar afundava em culpa.

Joan já não entendia, então Wells queria ser preso? Isso não fazia sentido...

— Se der certo você não terá nada a se preocupar. — Seu pai tentou acalmar Jaha com a frase. Joan franziu o cenho "O que tem que dar certo?" ela se perguntou, encolhendo os joelhos para ainda mais próxima da cortina.

— Exato. Se der certo. — Jaha deu uma pausa, respirando fundo ao contrair o punho. — Eu realmente espero que Amanda esteja certa quanto a radiação solar em nosso sistema.

— Ela apostou a vida dela e de Joan nisso. — Kane sentou-se de frente a Jaha, firme.

— E agora eu estou apostando a de Wells. — Jaha levantou-se lentamente e o olhar de Marcus seguiu o movimento. — Eu só espero que...

— É a coisa certa. — Ele afirmou antes mesmo que Jaha pudesse terminar.

O chanceler assentiu em um só gesto e saiu do bunker com o 'boa noite' preso na garganta, deixando Kane e, sem saber, uma Joan furiosa para trás.

Ela já havia ligado os pontos perdidos da conversa em sua mente e estava chocada com tamanho segredo que o pai guardou para si. Sua mãe havia descoberto que, por nascerem no espaço com a radiação solar direta, as duas sobreviveriam as toxinas da Terra. Elas não teriam morrido como seu pai havia garantido milhões de vezes. E a melhor parte? o chanceler Jaha agora está enviando os prisioneiros para testar essa teoria. Foi por isso que Wells cometeu um crime, para ir para a Terra.

O porquê de seu amigo não ter a contado era um mistério a ser resolvido depois. Sua mente agora trabalhava em um pensamento só.

Ela abriu a gaveta da cabeceira e pegou suas facas, mas ao invés de abaixar a cômoda para mirar no mesmo alvo de sempre, ela abriu as cortinas em um movimento só.

— Joan! – Ela o ouviu chamar ao passar reto por ele, pisando firme de pés descalços em direção a porta. — O que está fazendo? — Ela o ignorou.

Não suportaria ver sua cara neste momento, não sabia como reagiria ao encontrar seus assustados olhos castanhos. Podia desistir ou jogar uma faca em sua direção. Kane, por outro lado, só não a queria saindo dali.

— Onde você vai?

— Para a Terra. — Explicou ao passar pela porta, sem olhar para trás.

— Joan! — Ela pode ouvir o grito abafar enquanto trancava o bunker do lado de fora. Ele esmurrava a porta, o som ecoava pelo corredor, gelando seus ossos. Mas ela não desistiria agora. — Joan! Me escuta!

Joan virou o cabo da faca em sua mão e bateu na maçaneta eletrônica com força. Kane tentou inúmeras vezes destravar do lado de dentro, gritando para que ela desistisse.  Foram necessárias cinco longas e torturantes pancadas para quebrar a alavanca automática, trancando-o de verdade.

— Eu prometo Joan, eu te conto tudo. — Ele repetiu em sua voz desesperada.

— Você teve sua chance.

— Joan... apenas volte para casa.

Ouvir seu pai suplicando esmagava seu coração, porém ele precisava entender... aquela não era sua casa, ela não era feliz ali e nunca seria. Ela estava cansada de mentiras, segredos, mortes e as paredes cinzas que a prendiam todos os dias.

Joan limpou a solitária lágrima que lhe escapou e depois caminhou pelos corredores com as duas facas nas mãos. Ela seguiu o som dos passos do chanceler sem a menor intenção de ser notada, se escondia nas sombras e pisava leve no piso de metal com seus pés descalços. Ela alcançou Jaha no salão principal apenas para perceber que lugar estava vazio. Que horas eram para ninguém estar no salão? Aquele lugar era sempre agitado! Ela precisava de uma testemunha, qualquer testemunha.

Desespero a consumia, ela não conseguiu pensar direito e deu um passo que não deveria ter dado, não olhou para onde estava indo e acabou cortando seu dedão em um parafuso afiado no chão. O grunhido de dor foi inevitável e, apesar de baixo, o som do ar saindo de seus lábios fez Jaha se virar. Era agora ou nunca. Ela precisaria contar com a sorte, acreditar que as câmeras não seriam alteradas e que seu pai nunca a perdoaria.

— Joan? – O chanceler olhou para ela, confuso.

A primeira faca voou na velocidade de uma bala, cortando o ar a centímetros da orelha do chanceler, colidindo com a parede atrás dele num baque estrondoso e depois caindo no chão.

— Por quê? — Jaha murmurou, seus olhos fixos nos de Joan. Ela poderia muito bem ter levado um pedaço de sua orelha, se não pior, ter o matado.

Sem nenhuma satisfação a dar ela preparou para atirar a segunda faca, mas duas mãos contiveram seu o braço sem aviso. Joan gritou com o susto, e as mãos finas e femininas da protetora de Jaha cobriram a sua boca para protegê-la também.

— Você perdeu a cabeça?! — Perguntou a voz familiar vinda de suas costas.

Abby era a melhor amiga de sua mãe quando ainda estava viva, ela a acolheu como sua madrinha e a criou quase como mãe ao lado de Clarke, a sua melhor amiga que considerava mais uma irmã. Ela estar ali naquele momento foi demais para Joan, já não bastava ela ter de trair seu pai?

Lágrimas envergonhadas correram livremente por suas bochechas, e Abby deve ter percebido que a menina relaxou em seus braços em rendição, pois lentamente soltou ambas as mãos que a impedia de mover.

— Senhor? — Dois guardas apareceram do corredor ao lado de Jaha — Ouvimos um grito...

— O que estava pensando Joan? — Abby sussurrou virando a menina de frente para ela, evitando que os guardas vissem seu estado e a analisando cuidadosamente em busca de captar o que passava por sua mente. A garota sentia-se envergonhada por Abby ter visto seu feito, triste por ela pensar que enlouquecera e culpada pelo que faria a seguir.

— Desculpa... — Murmurou a menina entre lágrimas antes de enfiar-lhe uma faca braço.

Foi a primeira vez que cortou um ser ainda vivo, podia sentir pelo cabo da faca os músculos sendo rasgados e o pulso do sangue que corria pelas veias dilaceradas, mas a pior parte foi o grito que saiu de Abby. O grito agudo partiu o coração de Joan em um tiro doloroso, seus olhos fixos nos dela o tempo todo. Joan esperava que Abby um dia pudesse perdoá-la e Abby apenas esperava entender.

A garota deixou a faca cravada em seu bíceps, sabendo que esse era o ideal para que não perdesse muito sangue até chegar na ala hospitalar. Não a queria morta, na verdade não pretendia ferir ninguém naquela noite. Tinha planejado fazê-los pensar que tentava assassinar o chanceler, uma tentativa fracassada de assassinato com facas e uma pontaria péssima, Jaha saindo como sortudo... Tudo saiu do controle tão rápido.

Quando os guardas à seguraram para levá-la para uma cela, a única coisa que podia pensar era que talvez conseguisse recompensar seus atos na Terra.


NOTAS: Não esqueçam de VOTAR caso tenham gostado :)
O próximo capítulo eu particularmente acho lindo, mas ele não acrescenta muito para a história, é mais para introduzir a relação da Joan com os outros personagens que vão ficar na arca, no caso a Abby e o Kane.

Então eu recomendo, mas se você só está aqui pelo Bellamy — ou eles na Terra, sla — você pode pular ;)

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro