ERROS
A escada de acesso liberava lascas de ferrugem nas mãos já imundas de Joan ao descê-la, cada degrau rangendo com seu peso leve. Adentrando na atmosfera escura e gélida do subsolo, o cheiro rançoso de mofo tornava-se cada vez mais forte. O estado maltratado do bunker evidenciava que ninguém o cuidava havia muitos anos
Quando aterrizou suas botas no chão, a grossa camada de poeira no piso subiu em uma nuvem densa e seca de pó, que sufocou sua garganta violenta e vertiginosamente, fazendo-a tossir.
— Você está bem? — Clarke olhou para baixo ao descer cuidadosamente cada degrau, evitando levantar qualquer grão de poeira, enquanto a Joan abanava o ar turvo a sua frente para repelir o pó aos poucos, suas tossidas fortes ecoando nas paredes de metal.
— Aham... — O som saiu por seus lábios rasgando sua garganta, e ela logo tossiu novamente, a intensidade diminuindo conforme a densidade do ar ao seu redor abaixava. — Tem muito pó — Sua voz embriagada e rouca não atingiu o tom censurador que pretendia, clamando por um copo de água.
— Eu sei — Clarke cuidadosamente pôs um pé de cada vez no chão, tirando o cantil improvisado de sua cintura e passando-o para as mãos da amiga ainda sem mirá-la nos olhos.
Apesar de amortecida pelos minutos de caminhada, a pequena chama de raiva dada pela imprudência de Joan continuava acesa, servindo para relembrá-la de que estavam ali por um objetivo: o kit de primeiros socorros para seu pulso.
Então desviando dos móveis em seu caminho facilmente, Clarke atravessou o cômodo em passos meticulosos até as prateleiras, que cobriam do chão ao teto na parede oposta a que estavam.
A portinhola aberta permitia que a luz rasa de final de tarde adentrasse no pequeno bunker abandonado, contornando com sua a cor quente e suave os diversos objetos abarrotados nas longas estantes de metal, passando pela pequena mesa de e suas quatro cadeiras no centro do recinto.
Onde a luminosidade não batia tão prontamente, dois beliches velhos e enferrujados foram deixados quase totalmente no escuro. Suas roupas de cama intactas, o lençol, travesseiro e grosso edredom perfeitamente passados e lisos, com exceção apenas de uma das camas inferiores, onde as cobertas estavam amarrotadas em um bolo, sendo esse o único indício de que alguém havia passado por ali antes.
— Como você achou esse lugar? — Joan perguntou a Clarke quase sem fôlego após os goles necessitados de água, limpando a gota úmida que escorria de seus lábios com as costas da mão.
Um sopro gelado subiu pelo estômago de Clarke, as lembranças feitas no mesmo bunker na noite anterior afetando sua respiração em uma sensação que ela não queria se permitir sentir.
— Finn me mostrou ontem à noite. — Clarke deixou as palavras saírem, lutando contra o ar repentinamente rarefeito para manter sua voz estável, e sabendo que Joan não via seu rosto, fechou os olhos e engoliu a força o nó preso em sua garganta, expulsando qualquer emoção antes de abrir os olhos novamente, buscando se distrair ao procurar a caixa branca de medicamentos que jurava ter visto na noite anterior.
— Finn, hun? — A garota riu divertidamente, andando até o centro do cômodo onde a mesa de metal separava as duas, e apoiando ambas as mãos nas costas da cadeira de madeira a sua frente. Clarke nem precisava virar para trás para saber que um sorriso presunçoso dançava em seus lábios. — E o que fizeram?
— Nós só... conversamos. — Ela vacilou ao dizer, mesmo sendo a mais pura verdade, e desconcertada não pôde olhar as estantes a sua frente, nem a garota atrás de si, seus olhos descendo para seus pés involuntariamente, reagindo ao desconforto que as lembranças da noite anterior lhe traziam.
A mão quente de Finn tocou a sua ao puxá-la em direção a floresta pouco antes do pôr do sol. Eles então caminharam juntos, um ao lado do outro em um bate-papo banal até chegarem no recém descoberto esconderijo.
A luz rala e morna das velas acesas contornavam seus traços enquanto ela o desenhava, ambos sentados na mesma cama apertada, e debaixo das cobertas quentes dela. O bunker era bem mais gelado do que a superfície ao anoitecer, mesmo com as pequenas chamas de calor os rodeando.
Assim eles passaram a noite em claro, as palavras saindo de suas bocas naturalmente, sem filtros ou contenções, divertindo-a durante o silêncio profundo da Terra quando o sol vai embora. Cada vez que ele sorria, uma sensação gélida e cômoda amortecia seus sentidos, assim como cada vez que ela o fazia, os olhos dele pareciam brilhar em sua direção.
A garota lhe contou de todos seus segredos e inseguranças, falou de seu pai, de Wells, de Joan... mas após saírem do mundo secreto do bunker, Clarke percebeu que diferente dela, Finn não havia compartilhado da mesma intimidade. Ela não sabia o nome de seus pais, nem a ala que queria seguir, onde vivia, ou sequer sua cor favorita. E isso a fez questionar se este momento, essa memória e sentimento doce e intrigante, vinha apenas de sua parte.
— Vamos Clarke, você costumava ser melhor nisso. — Joan reclamou liberando toda sua frustração no ar em um suspiro pesado, jogando-se na cadeira a sua frente, e tossindo logo em seguida, coberta com a poeira levantada por seu movimento brusco.
Clarke olhou por cima de seus ombros de relance, contendo fracamente a risada com a cena cômica que presenciou, as palavras assim escapando de seus lábios sem serem pensadas na leveza do momento.
— Em que?
Joan tossiu mais um pouco, cobrindo seu rosto contra a nuvem de poeira até que abaixasse, a graça amigável e alegre no ar morrendo gradativamente junto a ela.
— Bem... em me contar as coisas. — O olhar fluído que sustentavam estava carregado de mágoa e significado, partindo Clarke em pequenos pedaços.
Ela tinha razão.
Anos atrás as duas costumavam sentar juntas no quarto de Joan, a ruiva geralmente no chão, com suas costas encostadas na cama e treinando seu atirar de facas na cabeceira, enquanto Clarke desenhava no conforto do colchão, apoiada na parede fria ao conversarem calorosamente sobre qualquer coisa.
Quando Clarke teve sua primeira atração confusa por uma garota, foi para Joan que contou. Assim o fez quando entrou na seletiva da ala médica, ou passou da segunda base com seu primeiro namorado... Tudo de que considerava importante, Joan foi a primeira a saber, exceto quando as coisas ficaram mais nebulosas do que o normal.
Durante o ano que apodrecia na cela em que Wells a colocou, o arrependimento de não ter recorrido a sua melhor amiga consumia seu interior como uma doença sombria.
Tudo poderia ter sido diferente.
Ainda assim, Clarke havia a deixado de lado na noite anterior, e sem aprender com seus erros, permitiu indiretamente que ela fosse torturada para desabafar sobre o assunto mais uma vez com a pessoa errada.
— Você está certa. — Ela comprimiu os lábios, seu peito esmagado pela pressão de seus sentimentos doloridos e confusos. — Eu sinto muito Joan.
Clarke mal conseguia mirá-la nos olhos, e sem ser capaz de sustentá-los em sua direção, ela virou novamente para as estantes, passando seus dedos cautelosos de caixa em caixa, tentando reafirmar um esforço qual não estava tomando. A culpa atolava seus pensamentos, trazendo emboladas em ondas, todas as coisas que devia dizer a seguir sem ordem específica, não a permitindo prestar atenção na droga da caixa branca que deveria encontrar.
— Não é aquilo ali? — A voz calma e ausente de Joan chegou em seus ouvidos como um sussurro distante, e olhando tortuosamente por cima de seus ombros, Clarke seguiu o caminho que apontava até uma das prateleiras mais baixas, onde ao lado de sua panturrilha direita o compacto kit estava guardado e coberto em pó.
Assentindo, ela se abaixou para pegar a pequena caixa empoeirada em suas mãos, e então se aproximou da mesa onde a outra sentava. Podia sentir o calor dos olhos de Joan sobre cada movimento seu ao fazer, invictos estudando suas reações, clamando uma resposta incisivamente enquanto ela a evitava, assim esquentando o ar em sua volta, sufocando-a até que não aguentasse mais.
De repente largou a caixa de plástico na mesa metálica, e apoiou suas duas mãos no limite da mesa.
— Meu pai descobriu que os engenheiros que construíram a Arca erraram nos cálculos... — As palavras praticamente fugiram de seus lábios, escapando rapidamente em meio a um suspiro contido que ela precisava liberar. Quando olhou para lado, buscando os olhos curiosos e vividos de Joan, a encontrou mordendo a carne dentro de sua própria bochecha, seus braços cruzados sobre o peito ao fitar suas próprias botas em pesar. A dor de pensar em Jake Griffin, a abalava tanto quanto abalava Clarke.
— Então foi assim que você ficou sabendo que a arca estava morrendo? — Sua voz rouca e fraca de realização esfriou a conversa que Clarke calculava que seria quente, toda a tensão dentro de si se esvaindo, para dar lugar a tristeza. Ao confirmar, seu peito pareceu pesado demais para suas pernas suportarem, e com os olhos no chão, Clarke se sentou vagarosamente na cadeira ao lado de Joan. — Espera, eles mataram Jake por isso... — O peito de Joan batia mais forte, a indignação com a imundice das atitudes do conselho fervendo suas veias. Tinha de haver uma resposta melhor do que a que presumia. — Eles executaram seu pai e te botaram na solitária só para guardar o segredo?
— Não, não foi assim... — Clarke afirmou depressa, porém com a voz tênue, negando breve e decididamente com a cabeça na busca de cessar a aflição de Joan. Ela em si não estava nada calma também. Ocupava suas mãos ansiosas ao abrir o kit de primeiros socorros, vasculhando seu interior — O conselho queria manter a segredo do povo, mas meu pai dizia que eles precisavam saber... então planejou divulgar a notícia, desafiando as ordens do governo.
— Crime contra a nação. — Comentou em um murmúrio abatido. — Ótima desculpa para matar pais, pelo visto.
— E para nos prender — Clarke riu fraco com a piada desajustada, e Joan logo fez o mesmo, sorrindo ao observá-la separar alguns pacotes de gaze. Sua mente borbulhando mais teorias com as informações novas que havia recebido.
— Na nave você disse que a morte de seu pai vivia em Wells... — Clarke molhou os lábios, desacelerando a busca pelo frasco de álcool entre os vários remédios vencidos, e Joan deixou a pergunta por ali, percebendo que ela sabia onde queria chegar.
— Eu devia ter contado para você. — Clarke apertou as beiradas de plástico da caixinha com as duas mãos, seus olhos subitamente encontrando os de Joan em uma mistura complexa de culpa, fúria e um sentimento puro de amor familiar que tornava os dois mais prejudiciais a sua consciência. O seu coração se apertava no peito e o brilho verde de seus olhos foi encoberto pelo choro que estava por vir. — Eu falei para Wells do plano de meu pai, eu achei que podia confiar nele, mas Wells nos delatou para Jaha na primeira oportunidade. — As lágrimas correram por suas bochechas e Clarke se apressou para secá-las. Joan permanecia sem reação, seus olhos sustentando os da garota, perdida com suas palavras carregadas de emoções, colhendo cada como e plantando como se fosse sua. — Devia ter sido você.
O sussurro ruiu o interior de Joan, atingindo-a como uma facada dolorosa no peito, e de repente as lágrimas tombaram de seus olhos ao piscar.
A urgência moveu seu corpo, sendo carregada apenas no emocional, e logo seus joelhos já estavam no chão frio entre as duas, o único sinal do alto sendo o baque surdo que fez ao desabar.
Rapidamente ela puxou Clarke para perto, as duas caídas no chão quando passou os braços finos por seu torso, envolvendo-a em um abraço necessitado por ambas. Clarke a apertou gentilmente de volta, fungando em seu pescoço entre uma risada aliviada e íntima. Ela não sabia o quanto precisava daquilo.
O abraço de Joan era como um pedaço de casa.
A poeira que subiu com toda a movimentação agitada não conseguiu ser ignorada por muito tempo, atingindo a respiração de ambas e bruscamente as separando para tossir.
— Vamos limpar essa droga de pulso agora. — Joan secou os caminhos úmidos em suas bochechas com as mãos, sua voz rouca pelo pó, porém ainda com um sorriso no rosto ao levantar-se do chão.
Octavia carregava uma pequena pilha de lenha em seus braços, amassando a terra seca ao atravessar o acampamento distraidamente, ponderando sobre os corpos fortes e suados dos rapazes que trabalhavam pesado em suas barracas no caminho até a fogueira. Passava de um abdômen admirável para outro, recebendo sorrisos galanteadores daqueles que a pegavam no flagra.
Aquilo era uma tortura.
Sentia-se no meio de uma emboscada ao passar pelo território dos sem pulseira. Todos aqueles garotos que seguiam seu irmão, eram um puro desperdício de beleza.
— Ei! Octavia — A voz áspera foi como um puxar de alavanca, preenchendo de repente o peito de Octavia em fúria, sentimento denso que a faz parar no lugar para aguentar seu peso, seus olhos nublados e seus lábios arqueados levemente em contrariedade apenas por ouvi-lo pronunciar seu nome. Bellamy, por outro lado, não fazia ideia de seu efeito da irmã mais nova, exibindo um sorriso orgulhoso em seu rosto ao caminhar em sua direção. — O que você acha?
Octavia foi coagida a mirá-lo para saber a que se referia, mas não o fez em bom grado, seus olhos cortantes o analisando dos pés à cabeça, antes de passar para a tenda de solteiro que ele indicava com o braço esticado. Não diferente dos outros rapazes que via em sua caminhada até ali, Bellamy estava suado e sem camisa, seu peito nu ofegante pelo claro esforço que havia posto em montar a pequena barraca feita com três galhos longos de árvore e um longo pedaço de lona de paraquedas com vários remendos.
— Parece um pouco apertada para você e seu ego — Ela rolou os olhos em um suspiro negligente, e o semblante animado de Bellamy se fechou, deixando o resquício de um sorriso para trás, apesar da confusão explicita em seus olhos escuros.
Octavia não lhe deu tempo para processar o que havia dito antes de virar suas costas e seguir seu caminho até a fogueira, a satisfação de suas palavras desafiadoras e abusadas não sendo o suficiente para cobrir o tamanho de sua repulsa pela imagem atual que tinha de seu irmão.
Ainda assim, Bellamy a seguiu em um conflito entre indignação e apreensão, dando apenas três passos largos e apressados à frente para conseguir alcançar seu cotovelo com seus dedos firmes, os pés dela fazendo barulho ao arrastarem-se na terra quando a puxou para si, virando-a de frente para ele novamente.
Os olhos tão diferentes dos irmãos se conectaram em uma troca embolada de emoções chamuscantes. O sangue que corria pelas veias de Octavia fervia em ódio, desgosto e decepção, e os músculos de Bellamy estavam em seu limite de tensão, irritado e confuso com esse lado desconhecido de sua pequena irmã.
Nunca haviam entrado em uma desavença com motivos tão profundos, aquilo era novo para ambos os lados, e o ar encorpado que travava na garganta de Bellamy indicava que ele não sabia como lidar com a nova situação.
— O que quer dizer com isso? — A aspereza afetada de sua voz a condensou em um murmúrio grave, quase soando como um rosnado saindo por entre seus lábios. As pontas de seus dedos ainda firmes no tecido que cobria seu cotovelo, e o aperto que deu no lugar revoltou Octavia.
— Quero dizer... — Ela bruscamente se desvencilhou de seu toque, as madeiras que carregava balançando em seus braços com o ato rápido e violento, desestabilizando o desprezo em seus lábios por um pequeno instante, antes dele embrulhar a boca de seu estômago, rasgando sua voz igualmente baixa em raiva. — Que eu não estou do seu lado dessa vez, irmão.
Com os olhos verdes firmes nos seus, Bellamy demorou um segundo antes de compreender por completo o sentido de sua explicação, o ar entrando por seus pulmões junto da fúria, seu maxilar apertado ao sentir o gosto acre do ressentimento.
— Se você espera que eu te permita...
— Eu não cometo mais o erro de esperar alguma coisa de você Bell. — Octavia o cortou, as palavras amargas escorrendo de seus lábios sem pensar, liberando o peso preso em seu peito desde o dia anterior. Queria mostrá-lo, e machucá-lo, exibir as feridas que causou para que talvez ele pudesse ver as decisões condenáveis que cometeu. — Tudo que você fez até agora...
— Tudo o que eu fiz, durante toda a minha vida, foi tentando proteger você. — Era o que ele dizia a ela e a si mesmo, para aguentar sua própria culpa, transformando-a no sentimento que mais lhe era parecido, a raiva. A raiva por Octavia não ver o que ele via, não temer o que ele temia, não o compreender e julgá-lo por tudo que fez por ela.
— Talvez ontem a noite eu era quem tinha que ter queimado então.
Seu coração afundou do peito, o ar fugindo de seus pulmões, e seus olhos escurecendo em uma emoção obscura. Ele não se orgulhava de deixar a droga da ruiva delicada sob o toque cruel de Murphy, mas não conseguiu fazer nada naquele momento, suas mãos impotentes conta a arma fria que já havia tirado uma vida sob suas ordens.
Octavia nunca soube ou saberia do que fez, e por isso ele não podia julgá-la por não compreender suas ações, ou a falta delas.
— Oc...
— Agora eu sei que o erro foi meu, em esperar que você fizesse alguma coisa. Joan, Mount Weather, as pulseiras... você está jogando com a vida dos outros, e para que?
Suas palavras agressivas ficaram no ar, atacando Bellamy nos segundos que seus olhos permaneciam conectados, clamando pela última vez por uma resposta. Ele havia lhe dito que a arca estava o procurando, porém Octavia nunca soube o porquê.
Nos olhos castanhos escuros árduos e carregados de seu irmão mais velho, ela buscava em algum lugar um motivo para confiar nele, algum resquício da alma bondosa que cresceu ao seu lado. Mas Bellamy não conseguia suportar a ideia de sua pequena irmã o vendo como um assassino.
Quando ele quebrou o olhar ao mirar a terra em suas botas, o golpe frio que Octavia recebeu em seu estômago lhe deu vontade de chorar e arrancar o couro do impostor a sua frente com suas próprias mãos. Sua voz fraca ao engolir todas as emoções contrastantes em um nó grosso.
— Se eu escolher ficar no seu acampamento, foi porque Joan pediu, não por acreditar em você.
E então ela se afastou, as lágrimas entaladas em sua garganta e a gana trincando seus dentes. Deixando dolorosa, porém orgulhosamente, o impostor para trás.
NOTAS.: Hey!! Não esqueça de votar caso tenha gostado, e seguir a autora para updates sobre próximos capitulos e especiais =D
Mais um episódio intermediário, mas estou recompensando galera, HOJE TEM CAPITULOS EM DOBRO e o próximo é bem bacana hehe
Mas antes de passar, o que vocês acham que vai acontecer? Deixem-me saber suas teorias!
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