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Capítulo - 12

Enquanto arrasto Emma para o Escritório do meu pai, a minha vontade é de sair não apenas desse jantar e me trancar no quarto até não restar mais nenhum dos convidados, mas, sim, dessa casa e ir ao aeroporto, pegar o próximo avião para Berlim e ficar pelo menos mais uns 5 anos afastada de tudo que me espera.

Fecho a porta sob o olhar atento da minha amiga, que permanece em silêncio sabendo que preciso de alguns minutos, enquanto respiro fundo tentando controlar o maldito do meu coração que não foi inteligente o suficiente para odiar quem deveria. Sendo ainda mais estúpido a ponto de ficar acelerado desde o momento que desci aquelas escadas e me deparei com aquele stronzo, - que está ainda mais lindo do que me lembrava -, reacendendo o que acreditei ter conseguido enterrar no passado, fazendo-me ter a certeza que eu apenas vinha enganando a mim mesma, quando claramente não consegui sequer esquecê-lo.

Dio mio!

Se apenas algumas horas, estando no mesmo ambiente que ele, todos os sentimentos que despertaram em meu coração na adolescência voltaram com ainda mais intensidade, o que acontecerá comigo sendo a esposa dele? Como vou conseguir ser indiferente se apenas com o som de sua voz, o seu perfume inebriante e a sua presença tão imponente que chega a ser esmagadora conseguem me fazer estremecer?

Stupida!

É isso que eu sou por me deixar abalar em nosso primeiro reencontro depois de tantos anos sem vê-lo. Por sentir vontade de chorar depois de todo esforço para permanecer inabalável em sua presença tentando fazer dele nada mais que um estranho, quando o meu interior se retorce discordando do que a minha mente quer tanto acreditar. Por permitir que o meu coração fique ainda mais acelerado depois de ouvir as suas palavras direcionadas ao Paolo, como se realmente se importasse a ponto de me reivindicar como "a sua futura esposa" quando quem ele queria para ocupar esse lugar não sou eu.

- Ana? - Direciono o meu olhar para Emma, que se aproxima e pega na minha mão. - Está tudo bem, você não precisa mais manter essa fachada inabalável e indiferente na minha frente. - Dou uma risada sem humor quando a primeira lágrima desliza por meu rosto, mas a seco bruscamente não permitindo que outras sigam o seu caminho.

- Eu não vou conseguir fazer isso, Emma! O meu pai não poderia ter feito isso comigo! Ele não poderia ter aceitado aquele maldito acordo de casamento quando eu ainda nem tinha nascido. - Ela sorri complacente, dando um aperto reconfortante em minha mão.

- Você consegue sim! E nós duas sabemos que o problema não é o acordo de casamento, mas, sim, com quem você vai se casar. - Não falo nada, porque não tenho argumentos para rebater a sua afirmação. - E sejamos sinceras, Ana, você está se esforçando tanto para convencer a si mesma que odeia o Christian, que está esquecendo a facilidade que sempre teve para ler as pessoas e ignorando totalmente os seus instintos que sempre foram afiados. Além de não se deixar enganar facilmente, mas agora não estou entendendo o porquê de não estar conseguindo ver o que eu presenciei durante o jantar... Melhor dizendo, desde o momento em que você desceu as escadas e ficou frente a frente com ele.

- E o que eu não estou conseguindo ver, Emma?

Entro na defensiva e me afasto, ficando de costas para encarar a noite escura e nublada pelas janelas do escritório, pois não quero admitir que ela pudesse estar certa, só não sei em quê exatamente.

- Enquanto você se esforçava para ignorar a presença dele à mesa, eu o observei durante todo o jantar, e ele não tirou os olhos de você, Ana. - Volto a encará-la, mas permaneço calada. - A sua prima fazia de tudo para chamar a atenção dele, e mesmo estando ao lado dela, é como se a sua presença fosse insignificante e não fizesse qualquer diferença. Era como se ela não fosse nada, pois entre todas àquelas pessoas presentes à mesa, parecia que o Christian só conseguia enxergar você e o que fazia ou falava, e afirmo com convicção que com certo fascínio. - Nego com a cabeça e dou uma risada sem humor.

- Ele apenas ficou surpreso por me ver depois de 5 anos, percebendo que não sou mais aquela adolescente sonhadora que ficava ruborizada apenas por receber um sorriso dele, Emma. - Ela não fala nada, então continuo. - Além do mais, ele estava na casa do meu pai, que tecnicamente será seu futuro sogro, então é pressuposto que não fosse fazer nada que pudesse denunciá-lo, afinal, os membros do Conselho também estavam presentes, então você acha que ele seria descarado a ponto de se condenar e manchar a sua imagem perfeita de Don antes que o casamento acontecesse?

Ela pondera por um momento, estando tão ciente quanto eu que na Dragão Negro não é tolerado traições - mesmo que não tenhamos nada oficializado ainda, mesmo assim o compromisso existe -, mas não somos estúpidas a ponto de acreditar que todos honram o 7º Mandamento da Organização, porém ela nega com a cabeça.

- Não acredito que esse seja o motivo para que ele tivesse ignorado a sua prima, mesmo que eu não possa afirmar nada de fato, afinal, não o conheço e nem tive a oportunidade de sequer conversar com ele ainda.

Ela dá de ombros e quem fica em silêncio por alguns minutos sou eu, pois também não o conheço, pelo menos não mais, por isso decido mudar de assunto, dando-lhe um sorriso malicioso.

- Percebi que você e meu irmão estavam bem à vontade enquanto conversavam.

- O que posso fazer se tivemos uma boa conexão? - Ela sorri e dá de ombros. - Sem mencionar que a eloquência dele me deixou fascinada. - Nego com a cabeça, enquanto ela olha para as suas unhas pintadas de vermelho, tentando disfarçar que realmente ficou interessada por meu irmão.

- Você gostou do meu irmão, não é? - Ela volta a me olhar e sorri envergonhada.

- Ah, Ana! Acho que eu me apaixonei à primeira vista. - Dou risada e nego com a cabeça mais uma vez, mesmo que eu consiga ver o desespero em seu olhar. - Isso que dá ser privada de ter qualquer tipo de aproximação com o sexo oposto mesmo tendo 25 anos. - Ela fala frustrada e se senta no sofá, mas a entendo, pois mesmo não sendo de fato uma Filha da Máfia, foi criada com as mesmas tradições, regras e também restrições. - E agora fica parecendo que sou tão ingênua e carente que na primeira oportunidade que tive de ficar sem supervisão próxima a um homem bonito, educado, intenso e que exala perigo apenas pela forma que me olhava, como se quisesse me devorar, foi o suficiente para fazer o meu coração disparar e o meu estômago parecer conter milhares de borboletas que ficaram se agitando dentro dele.

Quem pega em sua mão agora sou eu, assim que me sento ao seu lado, ouvindo-a dar um suspiro, mas eu sei exatamente o que ela está sentindo, afinal, comecei a ter esses sintomas aos 15 anos de idade, quando descobri que os meus sentimentos iriam muito além de um simples gostar de um dos melhores amigos do meu irmão, que já era um homem feito na época. Como eu disse antes, eu sou uma estúpida!

- Você não disse que gostaria de ficar aqui se pudesse?

- Sim, eu disse! Mas nós duas sabemos que a minha tia não vai permitir isso. - Fico em silêncio por alguns minutos não querendo falar sobre a sua tia por não termos tempo agora, e agradeço quando ela toma a iniciativa de encerrar o assunto. - Vamos voltar, antes que alguém venha atrás de você, ou se esqueceu de que aquele jantar é uma recepção de boas-vindas devido a sua chegada? - Nego com a cabeça, porque é impossível esquecer depois de todo aquele circo armado pela Susana, mas nos levantamos e antes de sair do escritório seguro o seu braço.

- Eu disse ontem que se você não quisesse voltar para Berlim, eu daria um jeito para que isso acontecesse, então... Só confie em mim, tudo bem? - Ela percebe a certeza em minhas palavras tendo os seus olhos fixos nos meus, mas ciente que não falarei nada agora acaba dando um suspiro e assente.

- Eu confio, Ana, mas confesso que estou curiosa para saber o que você e minha tia conversaram naquele Escritório na Cúpula, antes que ela me dissesse que eu poderia vir para New York.

- Prometo que irei contar, Emma, mas sabendo que você confia em mim, é o suficiente por enquanto. - Ela não fala mais nada, apenas assente e saímos do Escritório.

[...]

Assim que chego à sala, tenho uma visão ampla da porta da varanda aberta e quem permanece ainda no local que saí, antes de levar Emma para o Escritório, conversando com o Paolo e o Vincenzo. E isso faz a minha prima seguir a direção do meu olhar e voltar a me encarar com um sorriso cheio de deboche, como se dissesse "Veja o que te espera depois do casamento, Priminha" e se aproxima chamando a atenção dos três, que interrompem o que estavam falando para dar atenção a ela.

Travo o meu maxilar e sinto o sangue correr por minhas veias como lava que acabou de sair de um vulcão em erupção, no exato momento em que ela segura a mão daquele stronzo, que depois de alguns segundos a encarando, desvia do seu olhar para encontrar com o meu, como se só agora tivesse percebido que está na casa do seu futuro sogro, com a sua suposta "noiva" presente.

Ele afasta a mão do toque dela, possivelmente se lembrando de que é o Don dessa Famiglia e que o seu romance de tantos anos deve ficar oculto por precisar honrar o seu dever comigo e aquele maldito acordo. Mas isso é o suficiente para mim, por isso sem querer ouvir o que a Emma tenta me falar ou o meu pai que caminhava em minha direção, viro-me e subo as escadas sem me preocupar se estou sendo mal-educada com os convidados e caminho na direção do quarto que provisoriamente será meu.

Quero apenas me afastar um pouco e respirar para tentar retomar o meu equilíbrio e levantar novamente as barreiras que construí ao longo desses cinco anos que foram totalmente desestabilizadas, desde o momento que os meus olhos encontraram os seus naquela sala. Quero esquecer o toque da sua mão quente acariciando o meu rosto, exatamente como fazia quando eu ainda era uma adolescente, assim como aquele sorriso cretino e convencido quando percebeu que estava conseguindo me provocar ao afirmar que iríamos nos casar, enquanto estávamos no jardim.

- Principessa!

Não me viro quando a porta é aberta e muito menos depois de ouvir a voz do meu irmão, e fico apenas olhando o movimento dos Soldados que fazem a ronda da propriedade do meu pai pela sacada do quarto, enquanto aprecio o frio, muito bem-vindo, da noite em Manhattan, buscando uma forma de aplacar o fogo da raiva que ainda circula por meu corpo.

- Veio me dizer para não me preocupar, pois o Don saberá administrar com maestria um casamento de fachada, por causa da Famiglia, com o seu relacionamento extraconjugal com a nossa prima, Fratello?

Disparo a falar não esperando que ele comece o que veio me dizer, assim que fica ao meu lado, e é impossível conter a amargura mesclada a fragilidade no meu tom de voz, mesmo que eu quisesse mascarar o quanto aquele maledetto ainda mexe comigo. Porém tenho certeza que o meu irmão não vá associar isso aos sentimentos que tive - ou tenho, nem sei mais -, por seu amigo, e sim, com a notícia repentina sobre o casamento, afinal, ele nunca soube do meu amor platônico por um dos seus melhores amigos.

- Você está enganada, mia Sorella! - Continuo olhando para a noite nublada, ou tento, pois ele faz com que eu me vire para encará-lo. - Isso não vai acontecer! Primeiro porque o Christian não é esse tipo de homem, e depois porque ele não... - Nego com a cabeça e me afasto de suas mãos, interrompendo-o e voltando para o quarto.

- Não precisa defender o seu amigo, Vincenzo, e muito menos provar a sua lealdade com o seu Don! - Soou mais ríspido do que eu gostaria, mas respiro fundo e abrando o tom de voz. - E sinceramente eu não me importo! Então podemos mudar de assunto, porque nós dois sabemos as razões para que eu precise me casar com aquele... Com o Don. - Ele franze o cenho ouvindo o desdém em minhas palavras, mas vejo em seus olhos que ele pretende fazer qualquer coisa agora, menos mudar de assunto.

- O Christian é o meu amigo e também o meu Don, mas você é minha irmã, Anastásia, então eu quero saber o que realmente está acontecendo para estar agindo assim?

- Não está...

- Não venha me dizer que não está acontecendo nada, pois eu percebi que tem alguma coisa errada desde o momento que descemos as escadas e senti as suas unhas cravarem em meu braço, como se precisasse de apoio para não cair ou se estivesse se contendo para não avançar em alguém. - Ele é incisivo ao me interromper, mesmo que eu ainda ouça o tom carinhoso em sua voz, sempre que fala comigo, mas não respondo nada e também não desvio o olhar dos seus, deixando claro que não irei falar sobre isso. - Dio mio! Quando foi que você ficou tão teimosa assim? - Exasperado ele passa a mão em seus cabelos, perfeitamente arrumados, bagunçando-os, mas apenas dou de ombros.

- Talvez quando cresci e me dei conta que nunca poderia me casar com quem eu escolhesse, e muito menos deveria esperar que meu futuro marido fosse um Príncipe, afinal, sabemos que a vida na Máfia não é nenhum conto de fadas.

- Não, não é! Mas isso não quer dizer que precisamos dificultar ainda mais as situações que são inevitáveis em nossas vidas, principalmente quando somos herdeiros de uma Organização como a nossa! - Mesmo com a sua calma calculada ainda consigo ouvir a frieza e dureza em suas palavras. - Eu não sei exatamente qual é o problema, mas acredito que não está percebendo a sorte que está tendo em se casar com um homem que conhece a vida toda, que sempre foi carinhoso com você e que sempre irá se preocupar com o seu bem estar e segurança, quando outros não se importariam em tratá-la com o mínimo que um homem deve ter e fazer em relação a uma mulher.

Por mais que eu não quisesse admitir, não posso discordar do que me diz, pois eu sei que a nossa Organização sempre valorizou a mulher - mesmo que não possa ser alguém ativa diretamente com os negócios da Famiglia... Ainda -, assim como eu sei que nem todas tiveram a mesma "sorte" que estou tendo, uma vez que não temos escolhas quanto a isso em nosso mundo, que é extremamente machista e predominado por homens.

Analiso as suas palavras em outro contexto e percebo o quanto estou sendo egoísta e pensando apenas nas consequências que poderão vir a acontecer quando eu me casar com o Don da Dragão Negro, não dando a devida importância que o meu irmão, o Paolo e até mesmo ele também estão passando por situações semelhantes a minha, devendo se casar com quem não gostariam e muito menos quando ainda não estão preparados para isso.

- Scusami, Fratello mio! (Desculpe-me, meu irmão!). - Aproximo-me e prontamente sou acolhida por seus braços. - Estou fazendo disso um terrível problema apenas com a minha realidade que está muito próxima, esquecendo-me que também teve o seu futuro traçado e nem me preocupei em perguntar como você está com toda essa história.

- Sabíamos que isso em algum momento teria que acontecer, então que seja logo. - Afasto-me apenas o suficiente para encarar os seus olhos frios, tão treinados para não demonstrar o que está sentindo, mas acaricio o seu rosto e dou um sorriso contido.

- Você não precisa se esconder de mim, Vincenzo, então deixe o Consigliere por um momento, seja apenas o meu irmão e se abra comigo. - Ele sorri de lado e pega a minha mão, dando um beijo carinhoso em seu dorso.

- Você vai me falar o porquê de estar agindo como se quisesse matar o Christian a qualquer momento?

- Não! - Afasto-me dele e é inevitável não deixar o sorriso sumir dos meus lábios.

- Então realmente tem um motivo. - Ele afirma e a intensidade do seu olhar, como se soubesse mais do que estou disposta a revelar, deixa-me incomodada.

- Claro que tem, Vincenzo! Se me casar dentro de 60 dias tendo apenas 20 anos não for motivo suficiente, então não imagino o que mais poderia me fazer querer fugir daqui e voltar para Berlim até a próxima década. - Ele fica me encarando, sabendo que estou omitindo o real motivo, mas mudo novamente de assunto ao me dar conta de um detalhe. - Eu sei que você e o Paolo terão 6 meses para apresentarem as suas noivas ao Conselho, mas quem foram as escolhidas por eles antes do novo acordo feito pelo Don? - Assim que concluo a pergunta arregalo os olhos ao me lembrar das palavras da Danielle questionando ao meu pai sobre como ficaria a sua situação. - Não me diga que é a Danielle?

- Não! A Danielle seria à escolhida para o Paolo, quanto a minha seria a Giulia Caputo. - Coloco a mão sobre a boca, mas seguro minha risada, assim que vejo a carranca dele.

E agora eu entendo o porquê da minha amiga ter ficado tão nervosa depois de receber a ligação do seu irmão e saindo da Cúpula algumas horas antes de mim, sem que pudéssemos conversar sobre o que estava acontecendo. Depois eu ligarei para a Giulia e tento descobrir como que ela está lidando com toda essa história, mas volto à seriedade da ocasião e me aproximo pegando em sua mão, incitando-o a me acompanhar para sairmos do quarto.

- Fique tranquilo, Fratello mio! Se eu não tenho opções para me livrar do casamento com o Don, pelo menos poderei usar isso, e também os seis meses que teremos pela frente, a meu favor para arrumar essa bagunça feita pelo Conselho, pelo menos para você e o Paolo. - E para o Giovanni, completo em pensamento, mas sou obrigada a cessar os meus passos quando ele puxa a minha mão me fazendo encará-lo, antes de chegarmos ao fim do corredor.

- Per Dio, Anastásia! Não vá fazer nada que possa se arrepender depois, pois nem mesmo você, sendo a futura Donna da nossa Famiglia, sairá impune se cometer qualquer transgressão quanto às leis ou tradições da Organização.

Reviro os olhos por perceber que ele também ainda me vê como uma adolescente imatura e inconsequente, o que obviamente nunca foi o caso, é claro! Bom... Pelo menos não no quesito inconsequência, pois quanto a ser imatura já não posso dizer o mesmo quando me apaixonei por quem não deveria 5 anos atrás.

- Eu sei perfeitamente disso, Vincenzo, mas isso não quer dizer que eu não possa contribuir para que algumas peças sejam posicionadas corretamente dentro do tabuleiro. E se tudo ocorrer como estou pensando, quem sabe alguns dos jogadores não possam se beneficiar?

Não espero uma resposta para o meu questionamento retórico, e ele fica confuso com a minha escolha de palavras, mas apenas nego com a cabeça e voltamos para a sala sem falar mais nada sobre o assunto. E sem conseguir me conter, os meus olhos encontram os dele, mas desvio para Emma que conversava com o Giovanni, parando assim que me veem e deixo claro através de um sorriso que está tudo bem.

Olho rapidamente pelo ambiente e percebo que alguns convidados foram embora, incluindo a minha querida prima, mas não estou interessada em saber exatamente quando ela deixou a casa. E por alguns minutos consigo esquecer - ou fingir muito bem -, que os olhos cinzentos que são tão intensos e profundos permanecem sobre mim, como se estivesse tentando me decifrar apenas com o olhar.

O que seria fácil continuar demonstrando que a sua presença é indiferente para mim, se ele não tivesse intimado a minha presença - com a autorização do meu pai para o meu desespero -, para um almoço amanhã. Ou se ele não tivesse estendido a mão, sabendo que eu não iria recusá-la por estarmos sendo alvo de alguns pares de olhos, incluindo a Susana, a Lucrezia, o meu pai e os meus futuros sogros, para acompanhá-lo até a porta.

E muito menos se ele não tivesse feito o idiota do meu coração acelerar ainda mais - se isso é possível -, provocando-me e acariciando novamente o meu rosto, prendendo-me na imensidão cinza que são os seus olhos, enquanto me dá um sorriso cretino sem perder a oportunidade de frisar mais uma vez sobre o nosso casamento ser algo inevitável.

Realmente seria muito fácil se eu não estivesse me sentindo uma adolescente diante a sua primeira paixão e ansiosa para que o dia de amanhã chegue mais rápido para saber como será esse almoço. Fecho os olhos e respiro fundo tentando controlar a euforia que me domina, enquanto seguro um sorriso por ter sido ousada o suficiente para fechar a porta em sua cara, apenas para não continuar olhando-o e perceber que vai ser mais difícil do que eu imaginava permanecer indiferente em sua presença, mesmo que a minha vontade seja de explodir e dizer que pode parar com o teatro e deixar de ser hipócrita por eu saber o que ele realmente pensa a meu respeito.

Foco, Anastásia! O primeiro round foi dele, mas você ainda pode virar esse jogo... Pelo menos assim eu espero!

- Você sempre desejou isso não é, Ragazza? - Assusto-me ouvindo o tom de voz venenoso, porém comedido, e abro os olhos encontrando Lucrezia parada a minha frente, deixando-me sem reação por um momento. - Você sempre desejou estar no lugar da minha neta. Sempre cobiçou o noivo da própria prima, tanto que irá se casar sem culpa com o homem que estará com você pela obrigação que tem de honrar um acordo, enquanto estará pensando na mulher que realmente ama.

Não nego que as suas palavras foram como um tiro certeiro em meu coração, por saber que essa possa mesmo ser a minha realidade, mas sorrio e a encaro de igual para igual ao me aproximar um pouco mais, pois assim como ela que manteve um tom de voz baixo, eu também não quero chamar a atenção dos demais que ainda permanecem na outra sala.

- Acredito que hoje eu não precise mais negar que fui apaixonada por ele na adolescência, até porque vocês sempre souberam disso, não é verdade, Tia Lucrezia? - Pergunto retoricamente e continuo. - Porém se devo lembrá-la, eu estava em Berlim e se dependesse de mim, sem pretensão de vir para Manhattan, no entanto aqui estou eu, prestes a me casar e posso garantir que não por opção.

- Mas você não consegue negar que está satisfeita em saber que está tirando o homem que a sua prima sempre amou e que também a ama.

- Eu sou uma Filha da Máfia, herdeira da primeira linhagem e com direito também a cadeira da segunda linhagem da Dragão Negro. O que não é razão suficiente para que eu pudesse escolher com quem deveria me casar por saber qual é a minha obrigação com essa Famiglia. Mas se ninguém está preocupado com o que penso ou sinto, por que eu deveria me preocupar com os sentimentos do Don ou da Bárbara? Ainda mais se eu serei obrigada a me casar de qualquer forma, seja com ele ou com outro homem? - Dou de ombros, como se isso realmente não me importasse e percebo que a surpreendi com a minha resposta.

- Você realmente mudou, Ragazza, e vejo que é tão desaforada quanto a sua mãe era. - Amplio o meu sorriso, pois se a intenção dela era me ofender, o efeito foi exatamente o oposto disso.

- Se eu conseguir ser metade da mulher que a minha mãe foi, posso dizer que estarei realizada, Lucrezia, com a diferença que não serei conhecida como a esposa do Consigliere, mas, sim, como a Donna da nossa Organização. Então respondendo se estou satisfeita com isso, posso garantir que não poderia querer outra coisa melhor no momento. - Ela arregala os olhos, talvez não esperando que eu dissesse isso, mas continuo antes que tente falar alguma coisa. - Mas sabe que estou realmente intrigada com uma coisa? - Ela fica me encarando por um momento, mas vejo que ficou curiosa com a minha mudança de assunto.

- E o que seria?

- Todo mundo sabe que numa Organização como a nossa não existe namoros e noivados prolongados, então eu fico me perguntando se o Don e a Bárbara são tão apaixonados e se amam tanto como você acabou de afirmar, por que ainda não se casaram? - Vejo uma ruptura em sua arrogância, enquanto engole em seco e isso chama a minha atenção.

- Você sabe a razão. - Nego com a cabeça, mesmo percebendo que ela está sendo evasiva.

- Os acordos feitos no passado só passaram a vigorar a partir do momento que o Don, o Consigliere e o Sottocapo completaram 35 anos, sendo que antes eles poderiam ter se casado com quem quisessem e escolhessem por amor, não sendo necessário nenhum acordo ou contrato de casamento. Então volto a perguntar: se eles se amam tanto, por que não se casaram? - Ela dá um passo para trás recompondo toda a sua soberba.

- Tenho mais o que fazer a ter que ficar dando explicações para uma criança como você, que não está nem um pouco preocupada com o sofrimento que está causando na própria prima. E agora vejo que você é tão dissimulada quanto a sua mãe era. - Tento controlar a raiva que está me dominando, ouvindo-a falar da minha mãe apenas para me atacar, mas continuo com um sorriso frio nos lábios.

- Eu tenho certeza que se a minha mãe era dissimulada, talvez ela precisasse adotar essa postura conhecendo as cobras das quais era obrigada a conviver, concorda comigo, Lucrezia?

- Está acontecendo alguma coisa aqui? - Sorrio para o meu irmão, que mantém um olhar gélido na nossa tia-avó interrompendo qualquer coisa que ela pudesse me responder, mas nego com a cabeça.

- Não está acontecendo nada, Fratello mio, eu estava apenas me despedindo da nossa tia-avó e agradecendo por ter comparecido ao meu jantar de boas-vindas, assim como reforçando que não precisarei da ajuda dela na organização do meu casamento com o Don, pois a minha futura sogra, a tia Pilar e a nossa Nonna se encarregarão de todos os preparativos. - Sorrio mais uma vez para ela, que me fuzila com o olhar, e abro a porta. - Buonasera, Tia Lucrezia!

- Buonasera!

Ela empina o nariz e com toda a elegância que possui recolhe a sua arrogância e vai embora, fazendo-me suspirar discretamente, enquanto fecho a porta, mas me viro e sorrio caminhando na direção do meu irmão que me encara com a sobrancelha arqueada, da qual ignoro o seu questionamento silencioso completamente.

- Eu estava pensando, já que terei que almoçar com o meu futuro marido amanhã, não seria uma excelente ideia se você convidasse a Emma para almoçar também, Vincenzo? - Ele sorri de lado e ignora o meu tom irônico ao mencionar o seu amigo, pegando a minha mão para colocar na curva do seu braço e retornarmos calmamente para a outra sala.

- Isso faz parte da sua jogada no tabuleiro da vida, Principessa? - Dou risada, sabendo que ele está se referindo ao que falei quando saímos do meu quarto.

- Depende! Você, sendo uma das peças a serem movimentadas nesse tabuleiro está concordando com essa jogada?

Ficamos em silêncio por alguns minutos para observar a Emma que está sorrindo, enquanto continua no mesmo lugar que a deixei conversando com o Giovanni, mas volto a focar a minha atenção novamente no meu irmão aguardando a sua resposta, que não demora a me olhar com um sorriso ladino em seus lábios.

- Tutto bene, Principessa! (Tudo bem, Princesa!). Eu concordo em convidar a Emma para almoçar comigo amanhã.

Apenas beijo o seu rosto e sorrio, vendo-o se afastar e caminhar decidido na direção da minha amiga, estendendo-lhe a mão, que é prontamente aceita, levando-a para o jardim. Giovanni me olha e dá uma piscadela ao perceber o que estou fazendo, mas apenas dou de ombros como se não fosse nada de mais, apesar de não conseguir evitar o meu sorriso.

E sem conseguir controlar, a conversa que tive com a Emma sobre o comportamento do Don com a Bárbara durante o jantar e tudo que acabei de conversar com a Lucrezia não saem da minha cabeça. E devo admitir que se antes eu achasse estranho o porquê do casamento da minha prima não ter acontecido, agora tenho certeza que há algo a mais que não estou conseguindo enxergar como deveria.

Sinceramente me sinto um pouco perdida e muito confusa com toda essa história, que agora eu também faço parte, mas tenho certeza que irei descobrir o que de fato está me incomodando desde que cheguei a esta casa e fiquei sabendo que eu teria que me casar com o "suposto noivo" da minha prima.

Afinal, não pretendo ser feita de idiota por absolutamente ninguém e isso inclui o meu futuro marido, independente de ele ser ou não o Don da nossa Organização.


Olá, Pessoas! Eu disse que voltaria hoje e aqui estou eu, de novo 🤭🤭!

Mas tenho que dizer uma coisa a vocês, pois estou trabalhando em algo que tirou totalmente o meu foco dos livros nas duas últimas semanas, porémmm... O que estou fazendo é para vocês também e acredito que irão gostar, pelo menos estou torcendo muito para que sim.

Então caso eu não poste nada nessa semana, vocês estão cientes do motivo, e qualquer alteração que acontecer com o meu "desvio de conduta" repentino, deixarei recadinho no meu Livro de Avisos, que está no meu perfil, para quem ainda não sabe!

Não me xinguem e nem me roguem praga, por favorzinho 🙏🏻🙏🏻, pois acredito que vocês aprovarão a minha alteração rebelde 🤪🤪.

Espero que tenham gostado do capítulo e não esqueçam as minhas estrelinhas e comentários, pois estou morrendo de saudades de vocês 🤧🤧!

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