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Capítulo - 08

A minha cota de lamentações por causa de um casamento com aquele... Argh! É melhor nem mencionar, foi o suficiente por uma madrugada inteira, mas agora eu preciso apenas tentar pensar em uma forma de impedir que esse matrimônio aconteça, mesmo que eu não tenha ideia de como poderei fazer isso.

Tudo bem que sendo uma Filha da Máfia, eu sei que opinar na escolha do meu futuro marido é algo que jamais aconteceria, da mesma forma que eu sei que o meu pai nunca me entregaria nas mãos de qualquer homem, correndo o risco de ser alguém que tivesse a menor possibilidade de ter a sua índole questionável, o que não é o caso em questão, mas ele não faz ideia do quanto o escolhido para ser o meu marido mexeu comigo, pelo menos não de um jeito positivo, é claro.

Não vou negar que se fosse antes de saber o que o homem que sempre me tratou como uma Princesa e que demonstrava sentir tanto carinho por mim realmente pensa a meu respeito, eu estaria feliz com a possibilidade de ser a sua esposa. E não haveria hesitação nenhuma da minha parte em fazer o possível para que o nosso casamento viesse a dar certo, mas a realidade é bem diferente, tanto que hoje a minha única meta é fazer com que essa união não aconteça, ou quem sabe talvez eu possa ser a causadora do primeiro divórcio na história da Máfia?

Droga! Eu sei que isso nunca vai acontecer, porque o divórcio na Máfia é a morte!

E essa é mais uma razão para me deixar confusa com toda essa história, pois ele sendo o Don da nossa Famiglia sabe o que isso significa. Não entendo o porquê de não ter revogado esse acordo, uma vez que pelo o que eu entendi, ele conseguiu mais tempo para o Vincenzo e o Paolo, então porque não fez o mesmo para nos livrar dessa situação que não haverá volta depois de ser oficializada? Pelo menos não até que a morte nos separe, é claro.

Não sou estúpida a ponto de não saber que há regras, normas e tradições da Dragão Negro que nem mesmo o Don tem o poder para contestar, mas por mais que eu tenha pensado nisso durante toda a madrugada, ainda não consigo entender o porquê de ele não ter se casado com a Bárbara. A menos, é claro, que ele tivesse conhecimento sobre o acordo de que fomos prometidos antes mesmo que eu tivesse nascido.

E justamente por ser o Don, devendo ser o exemplo para a Organização, está aceitando esse matrimônio - mesmo não sendo com quem escolheu e desejou -, para que ninguém pudesse questionar a sua autoridade perante a nossa Famiglia. Analisando por esse lado, talvez seja a justificativa para que o relacionamento deles não tivesse passado para outra fase, sendo também o motivo para a revolta da Bárbara quando o meu pai disse que a prometida dele não seria ela.

Ah, mas se eles estiverem pensando que irão me usar para manter seja qual for o tipo de relacionamento que possam ter depois desse casamento - se realmente vier a acontecer -, por acreditarem que serei uma esposa perfeita, àquela que é ensinada e moldada para ser uma submissa a ponto de não questionar a autoridade do marido, aceitando tudo pelo nome do poder que ele, o Don, tem na hierarquia da Organização estão muito enganados.

Porque se for realmente isso que estiverem acreditando, terei o maior prazer em provar para eles - e qualquer outra pessoa que possa pensar dessa forma -, que aquela adolescente tímida, que se encolhia em uma concha por medo de desagradar alguém, que não questionava ou rebatia nada definitivamente não existe mais. E assim conhecerão que aquela menininha boba e sonhadora que eu era, ficou para trás desde o momento em que coloquei os meus pés na Cúpula, decidida a ser alguém sem medo de enfrentar quem quer que fosse.

- Ana, está tudo bem? - Olho para Emma pelo reflexo do espelho sem entender, mas ela aponta na minha direção e continua. - Eu realmente estou ficando com medo da forma que você está torcendo essa escova de cabelo. - Franzo o cenho, mas desvio o olhar para as minhas mãos e percebo que estou com os nós dos dedos brancos por apertar a escova, fazendo-me jogá-la de qualquer jeito sobre a bancada do closet.

- Não se preocupe, Emma, eu estou bem. Só tentando encontrar uma lógica para o que parece não haver nenhuma sobre esse casamento. - Ela assente, mas a conheço bem o suficiente para saber que quer me falar algo, então apenas aguardo, o que não demora muito para que ela comece.

- Desde que você me contou sobre a reunião de ontem e relembrando tudo que me foi revelado sobre o seu passado quanto a esta situação, que comecei a pensar em uma coisa. - Não falo nada, apenas aguardo para que conclua a sua linha de raciocínio. - Você nunca parou para pensar o porquê do casamento entre a sua prima e o Christian nunca ter acontecido? - Dou um suspiro e após prender meus cabelos em um rabo de cavalo, viro-me para encará-la de frente.

- Desde que eu cheguei a esta casa e fiquei sabendo sobre o acordo de casamento que não paro de pensar um minuto sequer sobre isso, Emma. Ainda mais por eu saber que na Máfia não há namoros ou noivados prolongados, a menos, é claro, que a prometida seja menor de idade, sendo nesse caso não uma opção de escolha, mas, sim, por necessidade. Porém na Dragão Negro nunca houve um caso semelhante a este, pelo menos não que eu saiba.

- Sem deixar de mencionar que pela idade da sua prima, ela já deveria ter se casado de acordo com as regras da Organização, não é?

- Exatamente, Emma! E é justamente isso que nada se encaixa.

- E se eles não estivessem mais juntos, mesmo com a sua prima afirmando o contrário para que você acreditasse? - Ela faz uma pausa me dando tempo para pensar sobre isso, mas nego com a cabeça. - Ana, foi você mesma quem me disse isso uma vez. Que ela sabia sobre os seus sentimentos pelo noivo dela e inclusive tentou humilhá-la falando sobre esse assunto, fazendo com que se sentisse culpada pelo o que estava sentido.

- Mas eu era uma adolescente, Emma! E depois daquele dia, eu nunca mais o vi, então não haveria razões para que ela "esfregasse" o relacionamento deles na minha cara.

- Da mesma forma que não havia razões para ela ir até a Cúpula para visitá-la nos dois primeiros anos que foi para Berlim? Como se precisasse se certificar que você não voltaria para a Itália, até que a entrada não apenas dela, mas também da sua tia fossem proibidas por sua avó? Mas foi exatamente isso que ela fez Ana!

Não posso discordar sobre o que ela está dizendo, usando as minhas próprias palavras na época, fato que eu nunca entendi a obsessão da Bárbara e até mesmo da minha tia irem me visitar, pois eu nunca fui próxima a elas, justamente pela diferença de idade entre mim e a Bárbara. E ficamos ainda mais distantes depois que o meu pai se casou com a Susana, que é irmã mais nova da esposa do meu tio Harold.

Mas mesmo confusa eu as recebia educadamente, conforme mandava as regras de etiqueta, e tudo estaria bem se não fizessem questão de mencionar alguma coisa sobre o noivo da minha prima e o quanto eles estavam felizes, como se aquilo fosse da minha conta. Só que eu nunca fui ingênua a ponto de não saber a verdadeira intenção delas, que era me machucar e me manter ainda mais afastada. Como se isso fosse influenciar em alguma coisa na opinião do noivo da minha prima a meu respeito.

Porém estando mais do que ciente das "boas intenções" nas visitas delas, dois anos depois de estar na Cúpula, cansada de ter que ser educada e aturar a presença das duas, eu comentei com a minha avó o quão desagradável eram aqueles momentos, então simplesmente as visitas cessaram, e sinceramente nunca me interessei em saber a razão para a interrupção, que foi muito bem-vinda por mim na época, tivesse acontecido.

- Mas se eles estão juntos ou não, se só tiveram ou não algum desentendimento não importa, Emma! Na verdade nunca deveria ter me importado. - Calço os meus sapatos, e ela faz o mesmo negando com a cabeça. - Como eu disse antes, o relacionamento deles nunca foi da minha conta, porém este casamento, do qual eu sou a noiva, agora é! E eu preciso tentar convencer o meu pai a mudar de ideia, pois ele, como o responsável pela futura noiva e um dos envolvidos no suposto contrato do qual eu fui prometida, pode anular se for de comum acordo entre as partes. - Pelo menos é isso que irei usar para tentar reverter essa situação.

- Suponhamos que você não consiga êxito em interromper que esse casamento aconteça, já que não há opção de escolha para as Filhas da Máfia quanto ao matrimônio, saber que o seu futuro marido é alguém que você conhece e não um desconhecido qualquer, não seria mais fácil para fazer com que não seja apenas um acordo de casamento, mas sim tendo a possibilidade de virem a ter sentimentos envolvidos futuramente? - Não há muito que pensar em suas palavras, mas mesmo assim pondero por um momento e nego com a cabeça, dando um longo suspiro.

- Seria, sim, Emma. Se eu não soubesse que o meu futuro marido me acha uma menininha mimada e irritante, ou se ele não fosse o mesmo homem que conseguiu transformar o meu amor em ódio, desde que eu tinha 15 anos.

[...]

Sentar à mesa para o café da manhã e me deparar com o entusiasmo fingido da Susana ou a cara de tédio da Danielle não é algo que estivesse nos meus planos tão cedo, mas faz tanto tempo que não aprecio esses momentos com o meu pai que por alguns minutos consigo abstrair a presença irritante delas e apenas aproveito o nosso desjejum, ainda mais vendo que a Ya Ya fez croissants de amêndoas e de banana com chocolate, que são os meus preferidos.

Não quero parecer uma pessoa desagradável passando a imagem de ser uma jovem mimada e cheia de vontades, mas é tão difícil fingir que estou apreciando a companhia de alguém quando até mesmo o som da voz dela me irrita. Mas eu tenho que me convencer de uma vez por todas, mesmo que já tenha se passado 11 anos, que a Susana é a esposa do meu pai agora e no mínimo eu devo respeitar a casa dela. Essa é a minha atual realidade e não há nada que eu pudesse fazer para mudar esse fato, pois a minha mãe não é mais parte das nossas vidas, pelo menos não fisicamente.

- Está tudo bem, Filha? - Levanto o olhar do meu prato para encarar o meu pai, que parece preocupado com o meu silêncio, mas sorrio para tranquilizá-lo.

- Está sim, Pai! Só não tive tempo de me acostumar com a diferença de fuso horário ainda, então não se preocupe. - Ele não parece muito convencido, mas assente e volta a comer.

- Não a pressione, Querido! - Susana se pronuncia com um sorriso forçado, mas meu pai apenas a encara. - Além do fuso horário, não deve estar sendo nada fácil para a nossa Bambina saber que deverá se casar, ainda mais sendo tão novinha assim, não é verdade, Ana? - Aperto o garfo em minha mão ouvindo-a me chamar de "nossa Bambina", mas sorrio e fixo os meus olhos nos seus.

- Você está enganada, Susana, mas não vou negar que o comunicado do meu pai tivesse me surpreendido a princípio, mas eu pensei muito sobre o assunto e sendo uma Filha da Máfia, herdeira da primeira linhagem da Dragão Negro, eu sabia que em algum momento isso iria acontecer, por isso saber que irei me casar não está sendo mais um problema. - O seu sorriso vacila, mas tenta sustentá-lo e assente. - Eu acabei de completar 20 anos, e tenho ciência que essa é à idade perfeita para contrair matrimônio de acordo com as leis da Organização. Agora se eu estivesse com mais de 30 e não houvesse ninguém interessado em me tomar como esposa, eu realmente deveria começar a me preocupar, mas como sabemos que esse não é caso, então está tudo perfeito.

Dou de ombros como se isso não fosse nada demais, e Danielle me encara com raiva cintilando em seus olhos, o que faz o meu sorriso se ampliar, mas meu pai pega na minha mão sobre a mesa e balança sutilmente com a cabeça, um aviso claro para que eu não continue, o que parece não ter sido o suficiente para que sua esposa encerrasse o assunto.

- Claro, Querida, mas imagino que saber que esse casamento só irá acontecer por causa de um acordo feito há muito tempo deve tê-la abalado muito, principalmente quando o seu futuro marido teve um relacionamento com a sua própria prima.

- Já chega, Susana!

Meu pai fala num tom tão duro, que eu nunca o ouvi sendo usado com a minha mãe, mas dou uma risada debochada e bebo um pouco de suco, tentando engolir o amargo que suas palavras me causaram na garganta, só que ela não precisa saber disso e continuo a encarando.

- De forma alguma, Querida Madrasta! Sabe o que teria me abalado? - Pergunto retoricamente, mas mesmo assim ela nega com a cabeça. - Se eu soubesse que apesar de ter um acordo feito há muito tempo e sendo uma regra da Organização, ainda assim o meu prometido fizesse até o impossível para impedir que o casamento acontecesse. - Bebo mais um pouco de suco fazendo uma pausa calculada, sendo fuzilada pela Danielle e ouço Emma disfarçando o riso com uma tosse forçada. - Pior ainda, se eu estivesse há quase uma década, o que é incomum na história da Máfia, esperando por um casamento que não fosse acontecer. Isso sim teria me deixado extremamente abalada, praticamente inconsolável. - Não consigo evitar o sarcasmo, mas meu pai me encara não muito satisfeito com a minha escolha de palavras.

- Anastásia!

- Sim, Papai? - Sorrio inocentemente, como se eu não soubesse que ele está me repreendendo, o que o faz negar com a cabeça, mas sabiamente Susana muda de assunto.

- Amanhã teremos um jantar para comemorar a sua chegada, Ana, e como imaginei que poderia não ter nada apropriado para a noite por ter vindo de Berlim tão rápido, tomei a liberdade de comprar um vestido e sapatos para você, que estão no seu closet caso não tenha os visto ainda, mas espero que goste. - Reprimo a vontade de revirar os olhos, mas apenas sorrio polidamente.

- Ainda não tive o prazer de vê-los, mas agradeço a gentileza, Susana! - Ela sorri satisfeita, e direciona o olhar para Emma.

- Ontem não tivemos a oportunidade de conversar muito, mas há quanto tempo você e a Ana se conhecem? - Emma limpa os lábios no guardanapo e me olha dando um sorriso, antes de respondê-la.

- Desde que a Ana chegou à Cúpula, há cinco anos, e posso dizer que a nossa amizade começou naquele mesmo dia.

- Eu não sabia que era permitido envolvimento de internas fora da Cúpula? Principalmente sendo de Organizações diferentes. Tanto tempo frequentando aquele lugar e vocês ainda não aprenderam sobre isso? - Danielle questiona acidamente, mas quem a responde é o meu pai.

- Emma não tem ligação direta com nenhuma Organização, mas podemos dizer que indiretamente ela também faça parte da Famiglia Dragão Negro, pois ela é sobrinha da Diretora da Cúpula, que apesar de ser uma zona neutra entre as Máfias, pertence à família Fiore, especificamente a Anastásia e ao Vincenzo quando a Francesca achar conveniente. - Ela não fala nada, apenas engole em seco e assente para que o meu pai continue. - Sendo assim, desde os 12 anos Emma vem sendo ensinada às nossas Leis, aprendendo tudo que uma Filha da Máfia precisa saber quanto às regras, normas e costumes da nossa Organização, além de ser bem-vinda a está Família. Por essa razão eu exijo que ela seja tratada com respeito e como uma de nós, e não com indiferença como você acabou de tentar fazer, Danielle!

- Desculpe-me, Tio Ray! Essa não foi a minha intenção.

- Compreendo, mas não a culpo por não saber sobre isso. Afinal, você e a Bárbara foram ensinadas a se achar boas demais para aprender alguma coisa na Cúpula, então não saberiam dessa ou qualquer outra informação pertinente ao assunto.

- Fique calmo, Querido, a Danielle foi mal interpretada por não usar as palavras corretamente e já se desculpou.

- Tudo bem! - Meu pai se levanta, dando o assunto por encerrado. - Emma, como eu disse ontem, você é muito bem-vinda a esta casa e quero que se sinta dessa forma.

- Obrigada, Senhor Steele! 

Ele assente e lhe dá um sorriso de lado, e antes de seretirar da sala para se trancar em seu escritório, possivelmente por ter sentido o peso e a urgência do meu olharsobre ele, foca a sua atenção novamente em mim.

- Vamos ao Escritório por um momento, Filha? - Depois de confirmar que Emma ficaria bem estando sozinha com a Susana e a Danielle, levanto-me e acompanho o meu pai.

Só espero conseguir convencê-lo que esse casamento com o Don da nossa Famiglia não é uma boa ideia, mesmo que eu vá contradizer tudo o que disse minutos atrás para a sua esposa. Bom, o não eu já tenho, então tentarei buscar o meu sim e a minha liberdade para retornar para Berlim.

[...]

- Você tem que aprender a controlar esse seu temperamento ácido, Figlia mia. - É a primeira coisa que meu pai diz, assim que entramos em seu Escritório.

- Não sei sobre o que o Senhor está falando, Pai! - Faço-me de desentendida, mas mordo em meu lábio segurando um sorriso vendo a carranca dele, enquanto nega com a cabeça.

- Você pode se parecer fisicamente comigo, como a sua Nonna salientou ontem, mas o temperamento, esse gênio difícil e a falta de filtro entre o cérebro e a boca são totalmente da sua mãe. - Ele sorri de lado e nega com a cabeça, mas sei que não está realmente bravo comigo. - Mas não foram nada de bom tom as palavras que você usou para se referir à situação da Bárbara e da Danielle, Bambina!

- Desculpe-me, Papai, mas eu não disse nenhuma mentira... Pelo menos não totalmente. - Dou de ombros e me sento, quando ele faz o mesmo.

- Explique-se quanto a este "pelo menos não totalmente". - Ele arqueia a sobrancelha, e eu suspiro dramaticamente.

- Pai, eu não posso me casar com o Don.

- Você não só pode como vai se casar com ele, Anastásia!

- Isso está errado, Pai! - Ele não fala nada, então continuo tentando mudar meu argumento. - O Senhor sempre disse que não me obrigaria a casar...

- Com alguém fora da Organização e muito menos que tivesse a índole duvidosa. - Ele me interrompe, mesmo que agora eu compreenda o significado de suas palavras, pois ele sempre soube quem viria a ser o meu futuro marido, mas ainda assim tento comovê-lo.

- Mas me obrigar a casar com alguém que tenha um relacionamento com outra mulher há muito tempo e que nunca deu o próximo passo na relação, não poderia ser considerado alguém com a índole duvidosa? E se mesmo depois de se casar comigo, ele tentar manter o envolvimento que atualmente tem com a mulher que realmente escolheria para ser a sua esposa, se não estivesse preso a um acordo de casamento, também não poderia ser considerado alguém com a índole duvidosa?

Ele me analisa por um momento, mas diferente do que eu gostaria, sei que não está ponderando sobre os meus argumentos, como se soubesse de alguma coisa que não pretende compartilhar e deixando claro que a sua decisão já foi tomada, pois conheço o olhar que vejo em seus olhos.

- Você sempre gostou do Christian, assim como do Paolo, da mesma forma que eles compartilhavam não apenas do carinho, mas também dos cuidados e superproteção exatamente como o seu irmão fazia, então qual é realmente o problema para essa relutância em simplesmente aceitar que o seu amigo será o seu marido?

Como dizer ao meu pai que um dia me apaixonei e amei um dos amigos do meu irmão quando eu era apenas uma adolescente de 15 anos? E que além de ser alguém proibido por ser comprometido, depois de saber o que ele pensava sobre mim, aquele amor foi quebrado em vários pedacinhos? E que me casar com ele faria com que tudo seja mais difícil em nossa convivência, diferente do que poderia acontecer se o meu futuro marido fosse outro homem?

- Eu sei que preciso me casar e que o Senhor definiria o melhor momento para que isso venha a acontecer, mas... Por que não poderia ser com o Paolo? Ou com o Franco, ou até mesmo com o Giovanni que também são herdeiros da Organização? Sei lá, Pai! Que seja qualquer um, menos com o Don. - Respiro fundo por ter falado de forma exasperada e num fôlego só, mas continuo com o tom de voz um pouco mais branda. - Apesar de ser irritante e me tirar do sério, a Bárbara tem razão em um ponto, Pai, pois ela e o Don realmente têm uma história, e se a nossa Organização prioriza casamentos por amor, não seria errado tirar essa possibilidade de duas pessoas serem felizes, apenas por causa de um contrato totalmente ilógico, feito quando eu nem mesmo havia nascido? - Ele pensa por um momento, dando um longo suspiro em seguida.

- Aconteceu alguma coisa que eu não esteja sabendo para que você mudasse tanto assim com o Christian? Por um acaso ele faltou com o respeito com você em algum momento, Filha? - Arregalo os olhos e me levanto, negando enfaticamente com a cabeça, pois se tem algo que não posso acusá-lo é de ter sido desrespeitoso comigo. Isso nunca!

- Claro que não, Pai! Mesmo quando eu era uma adolescente, para ele sempre fui uma menininha, a irmãzinha de um dos seus melhores amigos e nada diferente disso. - Nego mais uma vez com a cabeça, incrédula que o meu pai tenha pensado isso por causa da minha insistência, mas tento seguir por outro caminho. - Per Dio! Não se trata de ele ter sido desrespeitoso ou não, porque definitivamente esse não é o caso, mas eu só acho que se ele tem sentimentos por outra pessoa, não deveria ser tirado dele a oportunidade de um casamento real que não comece com um contrato, pois o Senhor sabe melhor que ninguém que um casamento na Máfia é para a vida inteira ou até que a morte seja a responsável para separar um casal, seja por escolha ou por uma abrigação com a Famiglia.

Ele continua impassível, mesmo que eu veja uma sombra de tristeza passar por seus olhos tão azuis quanto os meus e de Vincenzo, e me arrependo por fazê-lo se lembrar de que perdeu a minha mãe tão precocemente e que foi obrigado a se casar com a prima dela, mas mesmo assim continua me analisando, o que me deixa ainda mais nervosa com essa calma dele.

- Para um pai, mesmo nascido e criado dentro de uma Organização como a Dragão Negro, nada é mais importante do que ver os seus filhos felizes. Eu sempre prometi isso a sua mãe, enquanto era viva, e não será agora que ela nos deixou que eu fosse capaz de quebrar a minha promessa.

- Papai... - Sinto um nó em minha garganta, ouvindo-o falar com tanto saudade sobre a minha mãe, mas ele levanta a mão me interrompendo.

- O Vincenzo pode estar bravo comigo agora, por não entender a decisão do Conselho em exigir que se case, mas ele vai me agradecer depois, ainda mais porque um homem como o seu irmão merece ter a sua própria família. - Apenas assinto, pois o meu irmão realmente é maravilhoso, mesmo tendo a sua faceta cruel em seu papel de Consigliere na Famiglia. - E você pode não compreender agora o porquê do Don ser o marido perfeito para sempre mantê-la protegida, principalmente por ser alguém que sempre fez de tudo para agradá-la e que sempre teve muito carinho por você. - Nego com a cabeça, pois poderia ser assim quando eu era criança, mas em algum momento entre a minha infância e a adolescência a sua opinião mudou, mas ele continua. - E sabendo que ele será capaz de não apenas mantê-la segura, mas também de fazê-la feliz que eu não romperia o acordo, mesmo se pudesse.

- Mas, Pai...

- Mas eu prometo a você, mia Ragazza, que terei uma conversa com o Christian, e se eu perceber que possa estar cometendo um erro em fazer com que ele honre esse contrato tomando-a como esposa, não há nada que me faça hesitar em anular esse acordo, mesmo que eu precise enfrentar as consequências por isso. - Ele se levanta, e eu corro para os seus braços.

- Obrigada, Papai! - Ele beija a minha testa, mas me afasta para que eu possa encarar os seus olhos e veja a seriedade em suas próximas palavras.

- Contudo, tendo a confirmação do que eu já sei, não voltaremos a tocar nesse assunto e você também assumirá a sua responsabilidade com a Famiglia, que é se casar com o seu prometido sem mais reclamar, combinado? - Não falo nada, apenas confirmo com a cabeça, pois não quero prometer algo que eu possa vir a não conseguir cumprir.

Agora só me resta esperar o resultado dessa conversa que o meu pai terá com o Don para conseguir me livrar de vez dessa situação mais do que embaraçosa.

[...]

Cadê o restante do capítulo, Franciane 😡😡?

Talvez eu poste amanhã a sequência da versão da Ana do seu primeiro encontro com o Don depois de 5 anos 😏😏. Vai depender se eu ficar muiiiitoooo feliz com os votos e comentários 😏😏.

Caso o meu coração não fique tãããooo feliz 🥹🥹, semana que vem eu volto, combinado 😉😉?

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