Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

1.4 - Visitantes

3.580 palavras

Lucy desceu da carruagem com a ajuda de Alaric, sua mão que estava sem luvas, aceitou a gentileza dele. Ele segurou sua mão com firmeza, mas seu olhar caiu imediatamente sobre o anel de noivado brilhando em seu dedo. Houve um instante de silêncio entre eles, e Lucy, percebendo o foco dele, recolheu a mão com delicadeza, enfiando-a no bolso do casaco. Quando desceu do veículo, seus olhos se encontraram, e com uma curiosidade quase instantânea, perguntou sem pensar duas vezes.

— Então, Alaric... o senhor é casado? — o tom mais casual do que realmente pretendia.

Alaric ergueu uma sobrancelha, surpreso pela pergunta direta, mas um pequeno sorriso curvou seus lábios.

— Já fui.

Lucy parou de repente. — Como assim?

Alaric respirou fundo, desviando o olhar para a casa à frente, como se o lugar o oferecesse uma distração bem-vinda.

— É uma história complicada, Lucy. Um dia, talvez, eu lhe conte.

Ela mordeu o lábio inferior, sentindo-se um pouco desconfortável. — Me desculpe, não queria parecer intrometida.

Ele balançou a cabeça. — Não precisa se desculpar. A curiosidade faz parte do seu encanto.

O corretor se aproximou rapidamente, indicando com a mão o caminho para o jardim. Lucy desviou o olhar de Alaric, aliviada pela interrupção, e seguiu o homem.

O caminho pelo jardim estava impecável, com flores alinhadas e cercas vivas podadas com precisão. O corretor começou a falar sobre os detalhes da propriedade, mas Lucy não conseguia evitar de olhar ao redor, admirada pela beleza do lugar. Quando chegaram ao pequeno cômodo do jardim, ela arfou suavemente.

— É lindo, — disse ela, entrando e observando os detalhes rústicos. — Parece um lugar perfeito para relaxar.

Alaric, que estava alguns passos atrás dela, inclinou a cabeça, observando-a mais do que o ambiente. Seus olhos seguiram cada movimento dela, desde o toque cuidadoso no balcão de madeira até a maneira como seus olhos brilhavam ao olhar para o teto alto.

O corretor hesitou na porta do cômodo, parecendo incerto se deveria dizer algo. Ele olhou de relance para Lucy e depois para Alaric, claramente desconfortável. Os dois pareciam um casal, e por mais que havia notado o anel no dedo da moça, o homem ao seu lado não tinha uma aliança, então, não era seu noivo.

O corretor engoliu em seco, desviou o olhar rapidamente e deu um passo para trás. — Vou... deixá-los explorar o espaço. Estarei na entrada, se precisarem de mim.

Lucy se virou, surpresa pela saída repentina do corretor, mas não comentou nada. Alaric sorriu, satisfeito, e deu mais alguns passos para dentro do cômodo, aproximando-se da janela.

— Eu não menti, Lucy. É um lugar encantador.

— É, — ela respondeu, ainda examinando o local. Seus dedos roçaram o tecido de uma cortina, e ela olhou para ele por cima do ombro. — Você está realmente pensando em comprar essa propriedade?

Ele deu de ombros, o olhar fixo nas árvores do jardim do lado de fora. — Talvez. A Transilvânia pode ser meu lar, mas Londres... tem algo que me fascina.

Lucy ficou em silêncio por um momento, tentando decifrar suas palavras. Então, com um suspiro, ela olhou ao redor novamente, um leve sorriso surgindo em seus lábios.

— Sabe... James não vai acreditar quando eu lhe contar sobre isso. Ele confia tanto em mim, que me deixou resolver tudo sozinha.

Alaric voltou seu olhar para ela, seus olhos escuros, mas intrigantes. — Ele deve ser um homem excepcional para merecer essa confiança.

Ela corou, desviando o olhar. — Ele é.

Alaric estralou os dedos das mãos, mordendo os dentes forçando seu maxilar, tentando afastar os pensamentos invasivos.

— Você me intriga, Lucy, — disse ele em um tom baixo, enquanto ela jazia com olhos fechados, sentindo a luz do sol esquentar sua pele.

Ela o olhou sem saber exatamente o que dizer, mas depois de alguns segundos, lhe perguntou: — Como assim?

— Uma dama como você não sabe o poder que tem ao fazer poses como essa, — disse Alaric, com um sorriso insinuante enquanto a observava.

Ela sentiu um rubor subir em seu rosto e rapidamente ajustou sua postura.

— Eu não faço poses, senhor Dracul, — respondeu ela, tentando soar firme, mas sua voz traiu um leve tremor. — E, mesmo que fizesse, não seria intencional.

Ele inclinou levemente a cabeça, estudando-a como se fosse uma obra de arte. — É exatamente isso que torna tudo mais fascinante. Você não tenta, Lucy, mas conquista. É natural, como o nascer do sol sobre as montanhas.

Ela desviou o olhar, rindo ofegantemente. — Não sei se isso é um elogio ou um exagero poético, mas, de qualquer forma, acho que deveria guardar suas palavras para outra pessoa mais apropriada.

Alaric deu um passo para mais perto. — Talvez eu não queira guardar minhas palavras. Talvez eu ache que você mereça ouvi-las.

Lucy ficou sem resposta, sentindo o coração acelerar. Ela tentou desviar o foco, ajeitando o anel em seu dedo, mas o movimento não passou despercebido.

— Confiança é algo poderoso, sabe? Mas... nem sempre é o suficiente.

Lucy estreitou os olhos para ele, confusa com o comentário.

— O que quer dizer com isso?

Ele deu de ombros, voltando o olhar para fora da janela.

— Apenas uma reflexão. Confiança é importante, claro, mas há outras coisas que também precisam estar presentes. Paixão, por exemplo.

Ela cruzou os braços, tentando parecer casual, mas sua postura traía a inquietação que sentia.

— E o que você sabe sobre isso?

— Mais do que você imagina.

Lucy balançou a cabeça, voltando sua atenção para o cômodo novamente, mas seus pensamentos estavam longe dali. A presença de Alaric era perturbadora, quase magnética, e ela não conseguia ignorar isso.

Enquanto ela caminhava até uma pequena prateleira no canto, o corretor voltou, pigarreando para anunciar sua presença.

— O que acham? Gostariam de dar uma olhada na casa principal agora?

Lucy se virou para responder, mas Alaric foi mais rápido.

— Acho que ainda precisamos de alguns minutos aqui, — ele disse, seu olhar fixo no corretor.

O homem hesitou, mas algo na maneira como Alaric o encarava parecia impossível de negar. Ele assentiu rapidamente.

— Claro, tomem o tempo que precisarem. Estarei do lado de fora.

Assim que o corretor saiu, Lucy o observou com uma sobrancelha arqueada.

— Você sempre dá ordens assim?

— Apenas quando necessário. — Alaric deu um sorriso, quase predatório.

Lucy não sabia o que responder a isso, então desviou o olhar novamente. Quando achou que ela estava prestes a sair, Alaric, com um gesto inesperado, lhe ofereceu um lírio amarelo. Ela olhou para a flor, surpresa, e depois para ele. Não sabia de onde ele a tinha tirado, mas o gesto despertou algo nela, uma sensação calorosa e reconfortante que não conseguia explicar. Odiaria admitir que seu coração imediatamente fez uma comparação entre James e Alaric. James, nunca havia lhe dado uma flor antes.

— Um lírio amarelo, — Alaric disse suavemente, observando a expressão intrigada no rosto dela. — Significa gratidão, romantismo e pureza. Mas, em algumas culturas, também representa a renovação de sentimentos, um novo começo. Achei que combinava com você.

Lucy pegou o lírio com delicadeza, os dedos roçando os dele por um breve instante. — É lindo. Obrigada, Alaric. — Ela sorriu, tentando ignorar a leve aceleração de seu coração. — Embora eu não saiba se combinamos tanto assim.

Ele inclinou a cabeça, o olhar fixo nos olhos dela. — Tenho certeza de que combina. Como você, é delicado, mas ao mesmo tempo guarda um significado poderoso.

— Talvez devêssemos ver o próximo cômodo, — disse ela, tentando retomar o controle da situação.

— Claro, — respondeu Alaric, estendendo a mão para ajudá-la a sair.

Dessa vez, Lucy hesitou antes de aceitar, mas, quando o fez, a mesma sensação peculiar percorreu seu corpo. Eles caminharam juntos até o próximo cômodo, com Lucy ainda segurando o lírio.

Ao entrarem na sala de música, Lucy parou ao ver um piano de cauda preto no centro do cômodo, impecavelmente polido. As grandes janelas deixavam a luz entrar, e ela adentrou o cômodo com um sorriso encantador.

— Um piano. Que lindo. — Ela se aproximou, passando os dedos levemente pela superfície. — Pena que não toco...

Alaric caminhou até o piano, os passos suaves sobre o chão de madeira.

— Aceita me ver tocá-lo? — perguntou, com um leve sorriso nos lábios.

Lucy hesitou. — Você sabe? — perguntou, surpresa.

— Me observe. — respondeu, com um sorriso escondido.

Alaric sentou-se ao piano, os dedos pairando sobre as teclas antes de começar a tocar uma melodia suave e melancólica. Cada nota profunda, parecia carregar um sentimento tortuoso, mas poético, e Lucy sentiu o som preenchê-la de uma forma que poucas músicas haviam feito antes. A música alternava entre notas baixas, crescendo para notas altas e voltando novamente para notas baixas, parecendo alternar entre felicidade e tristeza. A música em si insistia em lhe contar uma história, e sua imaginação voou longe ao senti-la.

Quando Alaric terminou, permaneceu com as mãos descansando no piano, olhando para ela com um ar pensativo.

— Que música é essa? — ela perguntou, sentando-se próxima à ele.

Alaric deu um leve sorriso. — É uma antiga melodia que ouvi em minha juventude. Uma história trágica de dois amantes que foram separados pelos deuses. Eles estavam destinados a fracassar porque os próprios deuses, invejosos de seu amor verdadeiro, decidiram que tal conexão não deveria existir entre os humanos.

Lucy ficou imóvel por um momento. — Isso é... muito triste.

— Triste, sim. Mas belo em sua intensidade. Nem todo amor é fácil. Os melhores, na verdade, costumam ser os mais difíceis. — ele a olha com intensidade, mesmo sentado.

Lucy assentiu tristemente, como se algo dentro dela despertasse mais do que apenas similaridade. Era empatia e entendimento, algo que não sabia como definir. Ela colocou o lírio em cima do piano, e assim que o fez, Alaric a olhou, sorriu, e se aproximou.

Antes que ele pudesse fazer algo, o corretor entrou no cômodo, carregando uma garrafa de vinho e duas taças. Ela levantou imediatamente, como se estivesse policiando suas próprias ações.

— Perdão a interrupção, — disse o homem com um sorriso. — Mas esta propriedade tem um pequeno vinhedo ao sul, e o vinho é bastante conhecido na região. Gostariam de experimentar?

Lucy sorriu educadamente. — Parece maravilhoso. Aceito, sim.

O corretor serviu uma taça e a entregou a Lucy. Ele então se virou para Alaric, mas antes de encher a taça, Alaric levantou a mão, recusando.

— Não, obrigado. Não bebo vinho.

Lucy parou, segurando a taça a meio caminho de sua boca. — Não bebe vinho? Por quê?

Alaric deu um pequeno sorriso, guardando uma resposta imediata. — Um gosto que nunca desenvolvi.

Ela franziu o cenho, mas não insistiu. Algo no tom dele sugeria que não era apenas uma questão de preferência.

Enquanto Lucy experimentava o vinho, o corretor aproveitou para sair discretamente do cômodo, deixando-os a sós novamente.

— E? — perguntou ele, inclinando-se levemente para a frente. — O que achou?

Lucy colocou a taça sobre o piano, seus lábios curvados em um pequeno sorriso. — É bom. Mas acho que a música foi muito mais marcante.

Alaric riu baixinho. — Fico feliz em ouvir isso. Afinal, música é uma linguagem universal. Ela fala diretamente à alma.

Lucy desviou o olhar, sentindo o peso das palavras dele.

— Minha mãe costumava tocar, mas... deixe pra lá... — ela engole seco. — Talvez devêssemos ver o próximo cômodo, — sugeriu ela, tentando mudar o foco da conversa.

Alaric assentiu, mas havia algo em seu olhar que dizia que ele não estava pronto para deixar o momento passar tão rapidamente. Mesmo assim, ele se levantou e, com um gesto, indicou a porta para que ela fosse na frente.

— Depois de você, Lucy. — disse ele, o tom de sua voz suave.

Lucy hesitou ao passar por ele, o espaço estreito da porta do banheiro deixando pouco espaço entre eles. Alaric permaneceu parado, sua presença quase esmagadora. Sua postura era inegavelmente provocadora, e Lucy sentiu o rubor subir por seu pescoço quando percebeu o quão perto estavam.

— Este cômodo é muito apertado. — comentou, com o olhar para baixo.

— Talvez isso não seja um problema. Talvez seja até melhor para ter mais privacidade. — ele disse, como se houvesse segundas intenções em suas palavras.

Ela ignorou completamente, tentando não entender, pronta para ver outra área da casa.

— Talvez devêssemos continuar o tour pela casa. — disse ela, tentando recuperar sua compostura.

— Claro.

Eles continuaram pelo corredor, mas a tensão do momento permaneceu no ar, como um lembrete sutil de que Alaric não era um homem comum.

Eles desceram as escadas em direção aos outros cômodos, o corretor apressado para acompanhar o ritmo dos dois. Lucy e Alaric conversavam baixinho, suas palavras criando uma bolha em que apenas eles pareciam existir. O corretor, tentando manter sua postura profissional, limitava-se a pequenos comentários sobre os detalhes da casa, mas era evidente que a atenção de seus clientes estava em outro lugar.

— Você gosta da Transilvânia? — Lucy perguntou, virando-se ligeiramente para ele enquanto eles passavam por um corredor repleto de quadros antigos.

— Sim, — Alaric respondeu, sua voz calma, mas carregada de um tom misterioso. — Mas Londres se tornou um refúgio inesperado para mim. Quando minha esposa faleceu, deixei tudo para trás. Vendi meus terrenos, meu legado, e decidi começar de novo aqui.

Lucy o olhou com surpresa e empatia. — Sinto muito, Alaric. Não sabia que o senhor já era viúvo... Deve ter sido... difícil.

— Foi, — ele admitiu, inclinando a cabeça como se ponderasse por um momento. — Mas às vezes, é necessário abandonar o que nos prende ao passado. Mesmo os sentimentos mais enraizados, os que acreditamos que nunca poderão nos deixar, precisam ser desafiados.

Lucy franziu levemente o cenho, sentindo o peso das palavras dele ressoarem em sua mente. Por um breve instante, sua mente voltou-se para James.

— Nunca é tarde para recomeçar, Lucy. — Alaric continuou, sua voz ficando quase um sussurro.

Lucy abaixou o olhar, pegando-se a observar o anel de noivado em seu dedo. Enquanto fazia isso, sentiu o toque sutil de um dedo roçando a parte de cima de sua mão. Alaric havia se inclinado um pouco mais perto, sua presença dominando o espaço entre eles.

— Você parece conhecer James há muito tempo. — Alaric disse, sua voz baixa, mas carregada de curiosidade genuína.

Lucy levantou os olhos rapidamente, sua respiração ligeiramente alterada. — Sim. Nos conhecemos há alguns anos. Ele sempre foi... muito bom para mim.

— Ele parece um homem honrado. — Alaric comentou, com um leve sorriso. — Mas e você?

— O que quer dizer? — ela perguntou, inclinando a cabeça, desconfiada.

— Ele é bom para você, mas... você é feliz com ele? — Alaric perguntou, olhando diretamente nos olhos dela.

Lucy ficou em silêncio por um momento, o coração batendo descompassado. Ela sabia que a pergunta era inapropriada, mas, ao mesmo tempo, ela mesma não tinha certeza da resposta.

— O amor é mais complexo do que a felicidade. — ela respondeu finalmente, sua voz baixa, colocando suas mãos entrelaçadas atrás de suas costas, mantendo uma certa postura e distância de Alaric.

Alaric sorriu de lado, mas não disse nada. O corretor voltou, trazendo consigo algumas chaves e mencionando que havia mais um cômodo que gostaria de mostrar. Lucy seguiu, tentando afastar a confusão em sua mente.

Alaric e Lucy seguiam pelo corredor da casa, enquanto o corretor ficava alguns passos atrás, dando-lhes espaço. Alaric parecia confortável, suas mãos cruzadas atrás das costas enquanto caminhava lentamente, observando cada detalhe. Lucy, por outro lado, mantinha as mãos juntas, segurando nervosamente os dedos, ainda tentando processar as perguntas anteriores.

— James e eu nos conhecemos em um jantar organizado pelos pais dele, — Lucy começou, sua voz baixa, mas suave. — Foi tudo muito tradicional. Ele estava quieto no começo, mas foi atencioso... sempre foi. Nós começamos a conversar, e acho que me apaixonei por essa calma dele.

— Ele soa como um homem de princípios, — Alaric comentou, lançando-lhe um olhar curioso. — E como ele é agora, com você?

Lucy hesitou antes de responder, pensando cuidadosamente. — Ele é... previsível. Sempre sabe o que dizer, sempre sabe o que fazer. É gentil, respeitoso, nunca exige nada de mim.

Alaric parou por um momento, inclinando a cabeça como se estivesse tentando entender melhor. — Previsível pode ser seguro, mas... é isso o que você deseja?

Lucy olhou para ele rapidamente, surpresa pela pergunta. — Não acho que a vida precise ser sempre cheia de surpresas, senhor Dracul. Às vezes, segurança é suficiente.

Alaric sorriu de lado, como se soubesse algo que ela não sabia. Ele se virou para uma grande janela que dava para o jardim e falou, sua voz carregada de emoção. — Minha esposa era o oposto disso.

Lucy o observou atentamente, curiosa. — Como vocês se conheceram?

— Foi em minha vila, na Transilvânia, — ele começou, seu olhar distante. — Ela era uma mulher de família. Devota aos pais, sempre fazendo o que lhe era pedido. Mas havia algo nela, uma chama que os outros não viam. Algo que eu vi imediatamente.

Lucy inclinou-se ligeiramente para frente, presa às palavras dele. — E vocês... se apaixonaram?

— Perdida e completamente, — ele respondeu, a voz um pouco mais baixa. — Mas, claro, o amor nem sempre é suficiente. Os pais dela não aprovavam nosso casamento. Eles tinham outros planos para ela, planos que eu não podia aceitar.

— E o que você fez? — Lucy perguntou, sem perceber que sua curiosidade estava se tornando óbvia.

— Nós nos casamos, contra a vontade deles, — ele disse, com um pequeno sorriso melancólico. — Eu a levei para longe, para um lugar onde pudéssemos ser livres, onde ninguém pudesse nos separar.

Lucy sentiu algo apertar em seu peito. Ela nunca tinha vivido nada remotamente parecido.

— Deve ter sido... tão forte, — ela sussurrou, quase para si mesma.

— Foi, — Alaric respondeu, seus olhos escurecendo um pouco. — Mas o destino nem sempre é gentil com aqueles que desafiam as regras.

— Sinto muito.

— Não precisa sentir. Já aconteceu há muito tempo. — ele disse, sua voz ressoando em ecos pelo corredor vazio.

O corretor parou na beirada, indicando o último quarto. O quarto de casal. A majestosa cama chamou a atenção de Lucy, que entrou no quarto instantaneamente, dando um suspiro involuntário.

— É tão lindo... Tão majestoso... — disse, olhando ao redor para os tecidos de veludo vermelho que bordavam a cama.

Seus dedos percorreram o tecido do cobertor, a cor vinho lhe fez se sentir como se estivesse na realeza. E então começou a percorrer seus dedos explorando a mobília do lado, até se virar e esbarrar em Alaric.

— Ah, perdão. — ela disse baixinho, mas não tinha certeza se era ela quem deveria se desculpar.

— Não tem problema, a culpa foi minha. — proclamou, afastando-se com um sorriso contido.

Ele enrubesceu o rosto de repente, apertando o maxilar novamente, e não conseguiu ficar no quarto por muito tempo.

— Acho que já vi tudo. — disse, encaminhando-se para a saída.

Ela o olhou com curiosidade e dúvidas. Não queria interromper, e então decidiu o seguir até a escadaria, e dali, o corretor os seguiu até a porta de saída.

— Então, o que acharam da propriedade? — perguntou o corretor com um sorriso esperançoso, enquanto eles se aproximavam da carruagem.

Lucy olhou para Alaric, que estava mais sério do que antes. Ele parou distante, a expressão fechada, como se estivesse envolto em pensamentos que ela não podia alcançar.

— Você ficará com a propriedade? — Lucy perguntou diretamente à Alaric, tentando romper o silêncio.

Alaric desviou o olhar para o horizonte por um momento antes de responder, sua voz baixa e firme:

— Se você gostou dela, posso deixá-la apenas para você e James, se é isso que deseja.

Lucy sentiu uma tensão no ar. Sua expressão estava fria, quase indiferente, mas algo nos olhos dele traía o desconforto que suas palavras carregavam. Era como se aquilo o incomodasse mais do que ele gostaria de admitir.

Ela segurou a respiração, sem saber exatamente como responder. Finalmente, disse, hesitante:

— Gostei, mas acho que gostaria de ver mais propriedades antes de decidir.

O corretor assentiu e Alaric também.

— Claro, Lucy. O que você decidir será o certo.

Ele estendeu a mão para ajudá-la a subir na carruagem, mas, desta vez, não a acompanhou na volta. Lucy sentiu uma pontada de tristeza ao vê-lo se afastar. Talvez o quarto que eles haviam visto tivesse despertado nele lembranças dolorosas de sua esposa falecida. Era a única explicação que ela conseguia encontrar para a súbita mudança de humor.

Quando ela já estava acomodada no veículo, Alaric parou ao lado da porta e, com um leve sorriso que não chegava aos olhos, disse:

— Há um clube de música na cidade, o Harmonia Royale. É um lugar discreto, mas possui os melhores músicos que já ouvi em Londres.

— Clube de música? — perguntou, um pouco receosa.

Alaric acenou com a cabeça.

— Sim. Uma apresentação será realizada amanhã à noite. Se quiser se divertir, apenas como amigos, claro, será um prazer acompanhá-la. Prometo não ultrapassar nenhum limite. Sei que você é uma mulher comprometida.

Ela hesitou por um instante, mas algo em seu tom — uma mescla de respeito e empatia — a fez considerar. Finalmente, respondeu:

— Verei se terei tempo. Mas obrigada pelo convite.

— Até breve, então, Lucy. — Alaric disse com um leve aceno de cabeça, fechando a porta da carruagem para ela.

Enquanto o veículo começava a se mover, Lucy o observou pelo vidro traseiro, sua figura alta e elegante permanecendo no mesmo lugar até desaparecer no horizonte.

Ela se recostou no assento, e sentiu o lírio amarelo em sua mão, se perguntando como a flor voltara para si, depois de a ter deixado no piano. Como mágica, simplesmente, aquele momento não saiu de sua mente, e seus olhos lacrimejaram, como se sentisse o peso dos sentimentos dele.


Deixe sua estrela, por favor 🥰

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro