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Trabalho


-Atsumu – respondi a ligação – Achei que você não tivesse meu número. Você não tinha perdido o celular?

-Eu peguei do Suna – ele respondeu - Mas não foge da pergunta [Nome], você é inacreditável, não acredito que virou gerente deles. Agora eu sinto como se tivesse perdido para Itachiyama!

-Você é realmente um babaca. ­– ouvi alguém falando no fundo.

-Samu fica quieto! Como se você não quisesse a [Nome] de gerente também.

-Mas ao contrário de você eu consigo respeitar as decisões dela.

Não pude deixar de dar risada – Vocês todos são uns idiotas. Não tenho nada contra vocês, mas vocês não esperavam que eu fosse ficar longe do vôlei pro resto da eternidade não é? – e continuei – Se te faz sentir melhor, talvez se eu ainda estivesse em Hyogo poderia ter aceitado seu convite Atsumu, apesar de você ser um chato irritante. Mas o Kita-senpai e o Aran-senpai são legais, compensam a sua personalidade ruim.

-Ya, mesmo estando longe você não pode deixar de pegar no meu pé.

-Não tem como - sorri respondendo - Suna me disse que você está melhorando nos saques – comentei sabia que era só inflar um pouco o ego dele que o gêmeo ficaria feliz de novo.

-Eu não sei se eu fico surpreso do Suna me elogiar pra você ou de você falar isso pra mim.

-Ah não se deixe enganar ele tecnicamente falou que você estava treinando saques, a parte do melhorando eu supus.

-Você é terrível.

-Você também. E foi um elogio, trate de ganhar o intercolegial e me encontrar no nacional sim?

-Tsc, como se eu fosse fazer isso só pra ver você. E é lógico que vamos ganhar o nacional.

Eu podia imaginar ele fazendo birra do outro lado mas logo o garoto voltou ao normal.

-E como estão as coisas por ai? A grande escola de elite é realmente boa?

-É exatamente o que se espera que seja, imponente e cheia de regras – respondi – E o restante do time, está tudo bem?

Pelo canto do olho vi que as minhas vestes terminaram de lavar e Taya gentilmente pendurou pra mim enquanto eu falava no telefone.

-Sim, Kita-san finalmente recebeu a camisa de capitão. Você precisava ver, ele até chorou.

-Que bom, fico feliz por ele ter recebido a camiseta oficialmente. Vou mandar meus parabéns depois. – respondi e ele ficou quieto, isso não podia ser uma coisa boa.

-Sabe... O Samu realmente sente a sua falta por aqui – ele pigarreou.

-O Samu né? – respondi com um tom de riso – Bom pode falar pra ele que pode me mandar mensagem sempre que quiser.

-Hum, vou falar.

-Tchau Atsumu – respondi e ele murmurou alguma coisa do outro lado desliguei.


-Era seu amigo da escola antiga? - Taya perguntou enquanto me acompanhava pra fora do prédio.

-Sim – respondi e guardei o celular no bolso da calça – Eu achei que já estava demorando para ele falar alguma coisa. Sabe Atsumu as vezes age como uma criança, e como eu não entrei pra ajudar o time da Inarizaki quando eu estava por lá tinha certeza que ele falaria alguma coisa quando descobrisse.

-Mas pelo jeito que vocês conversam, parecem bem próximos.

Olhei para o céu escuro, Taya não estava errada – Ele é um bom amigo, alguém com quem eu me preocupo. – respondi – Ele não tem um histórico muito bom com pessoas, Osamu costumava falar que todo mundo odiava ele.

-Mas na verdade eu acho que era mais inveja do quão dedicado ele era do que qualquer outra coisa, claro que as vezes ele é um idiota também – e continuei a falar - Dos meninos ele foi o primeiro que descobriu sobre a minha mãe, tirando o Rintarou... Por mais que a vida dele seja vôlei, o Miya pode ser surpreendentemente sensível com algumas coisas.

Taya continuou comentando sobre acontecimentos diários até que chegássemos no refeitório, não demorou para que Komori e Sakusa se juntassem a nós. Logo já estávamos na mesma mesa de sempre.

O atacante estava na minha frente enquanto o líbero estava na minha diagonal. Komori estava contando sobre o meu tombo para Taya.

-Komori, o que acontece no ginásio deveria ficar no ginásio – eu disse enquanto sentia minhas bochechas ficarem quentes.

Ele riu em resposta – Me desculpe [Nome], mas foi uma cena em tanto. Se o capitão da Motomachi não tivesse pego a bola teria te acertado em cheio, a propósito... Ouvi os primeiro anistas comentarem que ele pediu seu número para o Iizuna-san.

– Porque? – Sakusa se pronunciou – Não tem motivos pra um colégio de outra região ter o contato da gerente da nossa escola. A não ser que seja para treinos futuros, mas os treinadores fazem essa parte... Não fazem?

-Com certeza ele gostaria de um treino físico. - o libero murmurou.

-Komori! – chutei ele por debaixo da mesa e Taya parecia estar entrando em parafuso e Sakusa não tinha ideia do que ele estava insinuando.

-Estou brincando – ele reclamou passando a mão aonde eu tinha chutado – Mas você sabe os garotos falam...

-Não me importa Komori – eu ralhei – Já não basta as meninas falando sobre a minha vida não preciso dos garotos da escola atrás de mim também. Agora vamos mudar de assunto sim? Obrigada.

Os dois palhaços riram da minha reação mas o outro parecia estar em pensamentos profundos, o resto do jantar foi tranquilo, mas a falta de fala do ace-kun estava me incomodando. Não que ele falasse muito normalmente, mas me parecia estranho.

Na hora da saída eu fiquei um pouco para trás, coloquei minhas mãos no bolso e me aproximei – Está tudo bem Sakusa? Você parece quieto até mesmo pro seu padrão.

Ele virou o rosto pra mim reparando no meu rosto e em seguida se virou encarando outra direção – Não é nada.

-Se você diz – falei e continuei andando. Se ele não queria falar não seria eu que forçaria o assunto.

No dia seguinte como combinado eu dei falei com Yoshida alinhando os horários que nos encontraríamos na biblioteca da escola para fazer o trabalho. Ela mal olhou no meu rosto quando eu falei, com certeza ela estava bem mais interessada no Sakusa.

O último dia da semana passou sem grandes novidades, quando eu percebi já estávamos no fim de semana.

Sobre Yoshida, eu não sabia se a garota tinha um dormitório na escola ou se ela vinha de fora como Lâmia, então não me surpreendi quando chegamos no horário combinado e ela não estava ali.

-Bom é de se esperar... – olhei pro meu acompanhante que estava inexpressível – Você quer escolher a mesa?

-Sim – e então ele andou para um canto mais afastado e após uma inspeção minuciosa ele se sentou numa mesa. Era uma mesa simples branca com quatro cadeiras não tinha nada de extraordinário nela. Nos sentamos e eu tirei o meu notebook da bolsa junto com algumas outras coisas.

-Bom o trabalho precisa obrigatoriamente de referências de livros então mesmo que usemos a internet para pesquisar precisamos colocar na bibliografia. – falei – Alguma ideia de por onde começar?

Sakusa tirou um papel do bolso e estendeu na minha direção – São os livros do acervo que tem o nosso tema.

Peguei o papel da mão dele e vi que estava anotado numa caligrafia muito bonita o nome do livro e o setor que ele estava – Incrível isso vai facilitar muito, obrigada.

Sorri na direção dele – Eu vou adiantar e pegar esses, imagino que você não vai querer andar entre as prateleiras cheias de livros empoeirados.

-Era pra ser uma piada? – ele perguntou e eu ri em resposta.

-Estou indo – me levantei e fui para os corredores que estavam marcados no papel, eram quatro livros na lista de referências do ace-kun. Três deles eu achei facilmente mas o que me parecia mais importante eu não encontrei.

Então fui até a bibliotecária para consultar se estava alugado ou algo do tipo.

-Parece que uma nas nossas universidades parceiras solicitou a transferência, como não era muito aproveitado aqui e os universitários usam bastante mudamos o local dele. Parece que não foi alterado no site apenas. – ela disse arrumando os óculos no rosto – Mas a boa notícia é que está disponível, posso reservar pra você se quiser é só passar e retirar.

-É muito longe? – perguntei – Eu me mudei faz pouco tempo, não entendo muito sobre os bairros ainda.

-É um pouco, mas pegando o metro é rápido. Me deixe te ajudar. – ela escreveu algumas direções no papel e me entregou – Você tem amanhã até as 16:00.

-Muito obrigada – quando eu retornei pra mesa Sakusa já não estava mais sozinho, Yoshida tinha chego. Mas diferente do que quando eu sai o garoto não estava mais na cadeira na frente da minha. Ele estava na do meu lado e a minha mochila estava na cadeira da frente dele. Deixando disponível pra Yoshida apenas a cadeira mais longe.

Suspirei, isso não vai dar nada certo...






N/A: Olár, vejo vocês na próxima.

See ya, Xx

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