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Visão de Taylor

A manhã do lançamento do 1989 começou com uma ansiedade palpável. Acordei antes do sol, um sentimento de nervosismo misturado com uma empolgação que eu não conseguia descrever. O quarto estava quieto, exceto pelo som distante da equipe já se movimentando pela casa, preparando tudo para o grande dia. O espelho refletia a imagem minha com um brilho febril nos olhos, um reflexo das horas de trabalho e do desejo de que a noite fosse um sucesso absoluto.

O dia foi uma série de encontros e preparativos frenéticos. A equipe de beleza chegou cedo, e o processo de transformação começou. A maquiagem impecável foi aplicada com precisão e cada detalhe do meu visual foi cuidadosamente ajustado. Eu podia sentir a tensão na sala enquanto os profissionais trabalhavam, uma tensão que espelhava a minha própria inquietação. O vestido de glitter prateado que eu escolhi para a ocasião era uma peça deslumbrante, que refletia a luz de maneira a criar um brilho quase mágico em torno de mim. As alças finas e o caimento fluido do vestido combinavam perfeitamente com os saltos altos que me davam uma elegância sofisticada, mas também uma sensação de desconforto devido ao seu tamanho.

Quando eu finalmente entrei no carro que me levaria ao evento, a música suave e o aroma do perfume floral e amadeirado que eu usava preenchiam o espaço, proporcionando um breve momento de calma. O perfume era uma mistura sutil de notas de jasmim e madeira de cedro, uma fragrância que me dava uma sensação de confiança e presença. Olhei pela janela, observando a cidade se transformar conforme nos aproximávamos do local da festa, cada edifício e cada luz da cidade parecendo um reflexo da grandiosidade da noite que se desenrolava diante de mim.

Ao chegar ao local, fui recebida por uma equipe que me guiou para o interior do elegante salão. O espaço estava deslumbrante, decorado com uma combinação de brilho e sofisticação que fazia cada detalhe parecer perfeito. As luzes suaves criavam um ambiente acolhedor, enquanto a música animada parecia pulsar no ar, aumentando minha excitação para o evento que estava prestes a começar. A pista de dança estava preparada para receber os convidados, e cada mesa estava decorada com arranjos florais e velas cintilantes. O contraste entre a opulência do ambiente e a minha própria ansiedade me fez sentir uma mistura de admiração e nervosismo.

As horas seguintes foram uma sequência de cumprimentos e conversas forçadas, uma dança social bem ensaiada que, apesar de ser parte do trabalho, me deixava exausta. Estava constantemente sorvendo champanhe e sorrindo para as câmeras, enquanto as conversas giravam em torno do novo álbum, da moda e dos detalhes do evento. A superficialidade das interações fazia com que eu me sentisse cada vez mais isolada no meio daquela festa grandiosa.

Foi então que, em um breve momento de alívio entre as conversas, meu olhar se desviou para um canto do salão. Lá estava ela, uma mulher alta e esbelta, com cabelo ruivo vibrante que parecia quase brilhar à luz suave do ambiente. Seus olhos azuis, intensos e claros, estavam fixos em sua câmera, enquanto ela ajustava a lente com uma concentração tranquila. A forma como ela se movia, com uma graça natural e uma presença calma, me atraiu de uma maneira que eu não conseguia definir.

Ela estava em pé perto de um dos arranjos florais, com um vestido simples e elegante que acentuava sua figura esbelta sem ser excessivamente chamativo. O contraste entre a simplicidade de seu visual e a ostentação do evento ao seu redor parecia quase poético. Eu não pude deixar de me sentir intrigada por ela, uma sensação que se misturava com a curiosidade e uma atração inesperada.

Eu a observei enquanto ela verificava a câmera, seu olhar focado e seus movimentos meticulosos, e um impulso súbito me fez querer conhecê-la melhor. Havia algo profundamente cativante na maneira como ela parecia tão imersa em seu trabalho, como se ela estivesse em um mundo à parte daquele evento glamoroso.

Com uma decisão firme, me aproximei dela. O som da música e das conversas ao fundo parecia se dissipar enquanto eu me aproximava, e eu senti uma onda de nervosismo e excitação. A visão dela, tão diferente do brilho e da superficialidade ao meu redor, era um contraste refrescante.

"Oi, eu sou a Taylor," comecei, tentando manter um tom de voz casual, apesar da tensão que sentia. "Você está curtindo a festa?"

Quando ela levantou os olhos para mim, fiquei momentaneamente paralisada pela profundidade e clareza dos seus olhos azuis. Era como se, através desse olhar, ela pudesse ver partes de mim que eu normalmente escondia. Sua expressão era uma mistura de surpresa e uma leve timidez, o que de alguma forma apenas aumentava meu interesse.

"Oi, Taylor," ela respondeu, com um sorriso tímido que parecia refletir uma emoção interna. "Sim, está bem interessante."

"Eu não a conhecia antes. Você está trabalhando aqui, certo?" Perguntei, tentando iniciar uma conversa e entender mais sobre ela.

"Sim, sou a fotógrafa do evento," ela explicou, sua voz suave e serena. "Estou aqui para capturar a essência da noite para as fotos oficiais."

"Que legal," comentei, o interesse evidente na minha voz. "Eu ainda não conheço você. Qual é o seu nome?"

"Emily," ela respondeu, o nome saindo de seus lábios com uma suavidade que parecia preencher o espaço entre nós. "Emily O’Connor."

"Prazer em conhecê-la, Emily," eu disse, meu sorriso se tornando mais genuíno ao ouvir seu nome. "Você parece bastante concentrada. Deve ser uma experiência interessante trabalhar em um evento como este."

Emily sorriu de volta, e havia uma leveza em sua expressão que eu encontrei profundamente reconfortante. "Sim, é uma experiência interessante. Gosto de observar e capturar os pequenos detalhes que fazem um evento como este ser especial."

"Você deve estar ocupada com a câmera e tudo mais. Se precisar de uma pausa, me avise," eu ofereci, tentando ser cordial e também prolongar o momento. A ideia de ter uma conversa mais pessoal com ela me atraía de uma maneira que eu não esperava.

"Obrigada, Taylor. Vou lembrar disso," Emily disse, seu sorriso mostrando uma simpatia genuína.

A conversa continuou de forma natural, e cada palavra trocada com Emily me deixou mais fascinada. Havia uma sinceridade nela que eu não encontrava com frequência em minha vida pública. Ela era uma pessoa que parecia estar em sintonia com suas próprias emoções e com o mundo ao seu redor de uma maneira que era ao mesmo tempo fascinante e reconfortante.

Enquanto conversávamos, Emily começou a me contar sobre sua terra natal, a Irlanda. "A Irlanda é um lugar lindo," disse ela, com uma expressão sonhadora. "A tranquilidade lá é muito diferente daqui."

"Eu nunca estive na Irlanda, mas imagino que deve ser um lugar maravilhoso," comentei, meu interesse genuíno transparecendo em minha voz.

"Sim, é lindo," Emily respondeu, seu sorriso revelando uma saudade palpável. "Sinto falta da calma dos campos verdes e das pequenas tradições que temos lá."

"Você já teve a chance de mostrar alguma das suas fotos de lá para alguém?" Perguntei, curiosa para saber mais sobre o trabalho dela e suas experiências.

"Na verdade, sim. Eu compartilhei algumas fotos em exposições e com amigos, mas é sempre diferente mostrar algo para um público novo," Emily respondeu, com um olhar que misturava orgulho e um toque de nostalgia.

O tempo que passei com Emily foi um alívio bem-vindo da intensidade do evento. Havia uma conexão genuína entre nós, uma faísca de algo mais profundo e significativo. Sua presença me fez sentir uma atração que eu não estava preparada para enfrentar, mas que eu estava ansiosa para explorar.

Enquanto eu a observava, era impossível ignorar a atração crescente que sentia por ela. Havia algo inegavelmente cativante em Emily — desde seu olhar intenso até a maneira como ela falava com uma paixão sutil sobre a fotografia e sua terra natal. A sua presença era um contraste refrescante com o brilho superficial do evento.

Ao voltar para casa naquela noite, a exaustão dos eventos foi misturada com uma sensação nova e animada. A ideia de encontrar Emily novamente, de explorar suas fotos e sua presença, me deixou com uma expectativa ansiosa para o que o futuro poderia trazer.

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PRIMEIRO CAPÍTULO AAAAA

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03/07/2024

Beijão sofi