𝗖𝗮𝗽𝗶𝘁𝘂𝗹𝗼 𝗗𝗼𝗶𝘀
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Estou pestes a voltar para o meu quarto e ter o meu leve surto lá, mas quando estou prestes a sair meu pai me chama novamente:
-Jiwoo, abre a porta por favor!
Eu gostaria de virar e falar um "não", mas eu ainda sou uma filha na medida do possível educada, e não tem muita necessidade de fazer isso.
Largo aquela mochila pesada que estava mas minhas costas em qualquer canto e vou em direção a porta, a destranco e a abro sem ver de quem se tratava na câmera de segurança. Abro a porta prestes a perguntar " Quem é você e o que você quer?" , mas assim que ela se abre o suficiente para que eu veja quem estava ali eu abro a boca surpresa e travo de imediato.
-Surpresa! - Fala o garoto a minha frente com um sorriso no rosto.
-Desgraçado! - É a minha única reação de imediato, mas mesmo assim ele não tirou o sorriso do rosto, isso porque já está acostumado.
Eu deixo aquela surpresa e o choque de lado e vou o mais rápido de consigo em sua direção e pulando em cima dele, meus pés saem do chão e ele me segura. Aconchego meu rosto perto de seu pescoço e consigo sentir o seu aroma. Como eu sentia falta disso!
-Seu idiota! Por que não me avisou?! - Afasto meu rosto ainda sendo segurada por ele e dou um soco em seu peito.
-Se eu tivesse dito não seria uma surpresa! - Se Justicia com uma cara de convencido.
-Você tem noção de como eu fiquei? Tenho vontade de te bater!
-Mas você já tá fazendo isso! - Ele mantia um sorriso no rosto, como aquilo me irritava!
-Idiota!
-Vocês poderiam entrar né?! - Olhamos para o lado, em direção de onde meus avós e meu pai nos observavam - Os vizinhos estão vendo tudo. - Vejo que realmente alguns que estavam na ruas observavam o que acontecia aqui na frente de casa.
Desço de cima de Niki ainda dando um tapa nele, mas apenas causando uma risada de sua parte. Ele pega uma mala e a puxa até dentro de casa entrando junto comigo.
-Espera! - Falo assim que fecho a porta atrás de mim - Você sabia? - Pergunto olhando para meu pai, ele não responde, apenas dá um sorriso atrevido - Não acredito, todo esse tempo se fez de sonso! - Olho em direção sos meus avós e eles também sorriam - Vocês também? Seus traidores! Escondendo as coisas de mim!
-Se eles tivessem dito teria perdido a graça! - Niki fala me puxando e me abraçando de lado - E eu perderia a oportunidade de ver nervosinha! - Ele diz apertando a ponta do meu nariz.
-Querida, deveria ficar feliz que ele te fez uma surpresa, pensei até que daria errado pois você estava muito inquieta esses dias. - Minha vó tenta o defender.
-Estava ao ponto de surtar, principalmente por sua culpa! - Ele me olha incrédulo.
-Mas o que eu fiz?!
-Nishimura Riki não se faça de sonso!
-Vai começar! - Meu pai diz saindo junto de meu avô.
-O café vai estar logo na mesa, até lá conversem! - Minha vó nos deixa sozinhos. Eu apenas o encaro de braços cruzados.
-Você me tira do sério - Me viro e saio andando subindo as escadas.
-Jiwoo!! A não é sério que você tá brava? - Ele diz vindo atrás de mim.
Entro no meu quarto dando um longo suspiro e me encostando na escrivaninha, minha cabeça está informada para baixo, mas vejo seus pés se aproximando.
-Meu bem, desculpe ta... - Niki pega minha mão e a segura enquanto brinca com os meus dedos - Desculpa se você não gosta de surpresas...
-Não é isso! - Olho para ele e vejo seu olhar preocupado em minha direção - É só que as coisas estão meio difíceis, e nossas distância não tava colaborando com isso e me deixa meio irritada...
-Eu sei que tenho sido ausente, mas o trabalho como professor é meio puxado além das competições, mas eu consegui férias para vir te ver e prometo que vamos passar bastante tempo juntos! - Sua mão vai até minha bochecha e a acaricia - Você tinha dito que precisava de mim, mas na chamada...
-tem relação com a escola, a terapia... Eu ia até falar mas- Paro de falar ao me lembrar da ligação de ontem - Quem era aquela Riki?
-O que?
-Quem era aquela mocreia que falou com você na chamada de vídeo? - Tiro sua mão do meu rosto - Primeiro você nem tava dando bola para o que eu estava te falando!
-Eu estava escutando!
-Sem nem me responder direito, depois que ela apareceu você ficou sorrindo e simplesmente ignorando a minha existência! - Me afasto.
-Foi só por isso que você mandou mensagem ontem falando que queria terminar?
-"Só"? Você estava me ignorando!
-Estava ocupado!
-Se não podia falar comigo não combinava de fazer chamada de vídeo, se é fazer chamada é pra me escutar! - Ia continuar falando, mas ouço duas batidas na porta e ela é um pouco aberta.
-Crianças, depois que terminarem de brigar venham tomar café! - Minha avó aparece e eu abro um sorriso pra ela.
-Claro vó, já estamos indo! - Ela sai fechando a porta e eu me viro na direção ao garoto novamente - A vontade de te bater voltou!
Estou indo em sua direção com o intuito de te dar um soco, mas com uma mão ele segura meu rosto e com a outra pega na minha cintura me puxando para perto. Sua mão segurando meu rosto o a próxima mais do seu e então junta nosso lábios. Um arrepio percorre a minha espinha, uma de minhas mãos que estava com intuito de bater nele se perde no caminho, indo atrás sua nuca e o puxando mais para mim.
Sentia falta de sentir seu toque, falta de ter sido intensidade de cada momento nosso e como me sentia segura de estar ao seu lado. Tinha falta até mesmo de ter essas nossas brigas idiotas de sempre, mas o que fazia tudo ser especial não era o que fazíamos, mas sim estarmos juntos nisso.
-Me escutar antes de me matar? - Pergunta em um sussurro vinte o meu rosto.
Não o respondo, apenas espero que continuasse a dizer o que tinha falar falar, ou melhor para se justificar.
-Estava resolvendo assuntos da escola por ter que viajar fora do meu tempo de férias, por isso não estava olhando para você na chamada, mas a prestava atenção no que falava. Mas não vou negar que fiz um pouco de propósito para te irritar! - Ele sorri e eu reviro os olhos.
-Mas e a garota? - Pergunto meio insegura.
-Ah, ela é minha prima.
-Eu com conheço sua prima!
-É outra, ela mora longe e estava nos visitando, não tinha a visto desde que voltei pro Japão. Ela que me ajudou para a minha viagem para cá.
-Humm.
-Vai continuar brava? - Pergunta tirando uma mecha do meu cabelo de frente do meu rosto.
-Vou pensar! Mas agora vamos tomar café antes que minha avó venha nos chamar de novo.
Pego em sua mão e saímos junto do quarto, descemos e vamos para a cozinha, aonde já estava meu pai, Halley, Vovó e vovô comendo. Assim que passamos pela entrada da cozinha Niki é surpreendido por Saem agarrando sua perna.
-Baixinho!- Fala pegando meu irmãozinho no colo.
Me sento para comer e Niki se senta ao meu lado com Saem no seu colo.
-Então, se resolveram? - Meu pai pergunta após tomar um gole de seu café.
-Eu já levantei a bandeira branca! - O garoto ao meu lado faz um gesto como se tivesse balançando uma bandeira.
-E como andam as coisas? Sabe a sua vida após voltar.
-Vovô! - Chamo sua atenção.
-Não, tudo bem! - O garoto segura minha mão me tranquilizando. - As coisas até que andam bem, adaptação tem sido difícil, ainda mais quando a notícia se espalhou, as pessoas são bem curiosas e arrogantes! Mas estou conseguindo aos poucos me acostumar, mas pensei que seria um pouco mais fácil, mas se faz um ano! - Sinto a mesma dor que Niki, para mim não tem sido fácil, mas não tenho exatamente uma noção de como Niki anda com isso, ainda mais porque concordamos em tentar manter assuntos sobre isso no passado, ignorar para tentar esquecer.
-Não é fácil tentar esquecer tudo aquilo que aconteceu... - Falo olhando para minha tigela de cereal que minha vó recém colocou em minha frente.
-Mas eu tô conseguindo me adaptar, porém a um tempo atrás fizeram uma matéria sobre mim e eu ganhei umonte de seguidores do instagram, eu recebo umonte de mensagens por dia, algumas são legais, mas muitas idiotas ou agressivas. Muitas pessoas acreditam que a gente esteja com o vírus e que vamos espalhar, eles são bem idiotas...
-Ouvi alguns relatos sobre coisas parecidas, é mais comum do que deveria, tem um projeto para a proteção de vocês, mas é algo ainda muito abstrato, pois até mesmo alguns governos acreditam que vocês tenham o vírus, mesmo que os exames digam o contrário. - Meu pai explica.
-São uns desgraçados! Deviam se preocupar com resgatar as pessoas, não com a gente que não fazemos nada.
-Jiwoo! - Ele chama minha atenção pela forma que falei - Não é assim que funciona.
-Sei muito bem como funciona, eles largam as pessoas que precisam de ajuda lá e constam que não sobrou ninguém, mas eu sei que tem, tem sobreviventes e pessoas que precisam de ajuda, mas ninguém se importa, pois é uma nação morta! Os governos viraram as costas e os abandonaram, ato de covardia!
Um silêncio se mantém por um tempo na mesa, apenas o barulho dos talheres e das mãozinhas de Saem que batia contra a mesa.
-Mas acredito que Niki tenha comportamentos melhores do que os da Jiwoo! - Ele ignora o assunto anterior e continua falando, agora me olhando com um sorriso de canto e praticamente me expondo na mesa. Esse homem é uma naja!
-O que você fez agora? - Meu namorado me olha desconfiado e eu me arrumo na cadeira fingindo que aquele assunto era nada demais.
-Fiz nada muito alarmante, não sei por que todos ficam tão bravos ou surpresos! - Dou de ombros e pego uns pedaços de maça cortados.
-Nada de alarmante? - Agora foi a vez do meu avô falar - Querida, você deu um soco na cara de um menino.
-Você o que?!
-Legítima defesa!
-Mentira. - Meu avô fala me olhando sério.
-Bem, nada fora do habitual! - A surpresa deve ter ido embora, ao olhar para ele parece até que ficou nostálgico.
-Querem bolo de chocolate? - Minha avó chega oferecendo o bolo em sua mesa.
-O garoto não te bateu! - Meu pai volta com aquilo.
-Mas me agrediu verbalmente! Mas pelo que parece ninguém liga pra isso né, só se importam quando a minha mão está na cara dele. Ele mereceu!
-Estava pensando em ir ao parque com Saem, o que acham de vocês dois irem comigo? - Halley tenta mudar o assunto dessa conversa, admiro ela e minha avó por tentarem acabar com esse clima estranho, mas raramente da certo.
-Você continua de castigo, vou ver outra coisa para você não poder fazer.
-Nada disso! Você disse que eu não poderia sair do país por um mês, já definiu agora já era, não pode mudar assim.
-Posso sim, porque eu sou o seu pai!
-Isso é abuso de poder! - Falo indignada com isso - Mas então o mestre, rei Supremo, rei dos magos, autoridade maior, qual vai ser o meu castigo? - Ele fica em silêncio parecendo ainda pensar sobre o assunto, ele obviamente não tinha pensado sobre isso.
-Vou tirar o seu vídeo game!
-Ta, isso não me afeta nem um pouco! - Falo com pouca importância e volto a comer meu cereal.
Mentira isso me afeta e muito! Meu vídeo game! Ele tem noção de que eu tenho que me atualizar sobre todos os jogos que foram lançados no tempo em que e eu estive vivendo em um próprio jogo de zumbis? Eu não tive tempo por causa daquela merda de escola, mas agora que eu poderia ter um tempinho para isso ele quer tirar de mim! OBRIGADO PAI!
-Estava proibida de sair do país, então você tinha planos?
-Planos não tinha, porque deu errado. - Minha avó claramente me conhece muito bem, pois sabe que se eu tivesse feito um plano teria dado certo - Ela estava indo mais por impulso, foi alguns minutos antes de você chegar.
-Eu ia até o Japão para dar uma na sua cara! - Falo com um pouco de tranquilidade demais. Saem pegava alguns pedaços de fruta no prato do Nishimura e comia sujando sua boca inteira.
-Você é louca! - Ele fala rindo.
-Ainda bem que sabe. Inclusive Halley o passeio está de pé? - Ela assente - Então nós vamos.
-O passeio de vocês não vai poder acontecer - Olhamos todos em direção ao meu avô que olhava para o seu celular lendo algo - Acabou de sair a notícia que foi encontrado um zumbi no parque, ele atacou um casal que passava e um deles acabou morrendo.
-O que? - Pregunto desacreditada.
-Estão tentando descobrir como esse zumbi foi parar lá, nunca tivemos casos aqui na região, ele apareceu derrepente.
Me lembro nitidamente do Homem que eu vi andando estranho no meio do parque, lembro exatamente do jeito que ele me olhou e de como aquilo me assustou, chamou mais minha atenção pois esse sentimento tem sido bem desconhecido para mim ultimamente, mas derrepente voltou.
-Eu acho que eu vi ele - Todos olham para mim - Eu acho que eu vi esse zumbi ontem a noite!
-Querida, você esteve perto dele? Ele tentou algo-
-Não - Acabo interrompendo minha vó - Apenas vi ele de longe e pensei em perguntar se estava tudo bem, andava de um jeito estranho e eu pensei que fosse um homem. Mas ele olhou em minha direção de um jeito assustador então eu decidi ir embora, apenas isso não tive contato nenhum com ele.
-Vou entrar em contato com alguns começamos meu da UPCZ, ver mais detalhes sobre esse caso - Meu pai se levante deixando a mesa.
-Toma mais cuidado, se ver qualquer coisa estranha fuja.
-Eu sei vovô, e de qualquer forma eu sei me virar!
Terminamos o café e Saem é levado para tomar um banho, eu e Niki voltamos para o meu quarto, ele se senta na minha cama com as costas encostadas na cabeceira, me sento em frente a ele e fico o encarando.
-Você sente falta deles? - Ele me olha curioso com a minha pergunta.
-Por que está perguntando isso agora?
-Por que não perguntar?
-Nós geralmente nunca falamos sobre isso, achei que não gostasse.
-Achei que você não gostasse de falar sobre, por isso nunca entrei no assunto - Ele dá um longo suspiro e desvia o olhar - Não falamos sobre muitas coisas que aconteceram, pessoas...
-Gosta de falar sobre a sua mãe?
-Eu amo falar sobre a minha mãe, mas o deio ter a memória de sua morte.
-Acho que fico da mesma forma. Quando eu voltei não precisei falar sobre o que aconteceu, a minha tia já tinha entendido e não foi atrás de respostas, mas eu sentia que precisava falar algo, pois a minha mãe era irmã dela - Seus olhos brilham com lágrimas de acumulando neles, pego uma de suas mãos e o observo falar atentamente - Mas eu não consegui, não consegui dizer o que aconteceu apenas que o hotel foi invadido, mas eu não sei dizer o que ele achou.
-Como assim? Acha que ela te culpa?
-Não sei, a minha tia ela sabe esconder as coisas muito bem, não sei qual é a opinião dela sobre tudo, tenho medo de ela pensar o pior, mas esconder. E eu não consigo ficar sem pensar nisso, porque não tem um dia sequer que eu não pense neles! - O puxo para mais perto e o abraço.
-Minha avó me disse uma vez uma coisa, agora todas as vezes que eu penso na minha mãe eu lembro disso. "É egoísmo e imaturo pensar naqueles que se forem apenas de uma forma triste, eles se foram, mas não é por isso que devemos ignorar todas as coisas boas e momentos que eles fizeram e estiveram. Devemos eternizar o desenvolvimento, não a conclusão. ". É impossível não ficarmos triste, mas é escolha nossa decidir o que vai ficar e o que vai ir. Aquilo aconteceu, não tem como esquecer, mas tente não deixar apenas a memória que eles se foram ficar, se não será sempre um garoto cujo a alma não cresce.
-Você não inventou isso né?
-Claro que não, ouvi isso uma vez em um dorama. - Essa fala consegue nos fazer rir e descontrair um pouco do aperto que sentia em meu coração.
Suas duas mãos seguram meu rosto e o aproxima devagar, Niki fica me encarando por alguns segundos e vejo seus olhos brilhando. Eram lindos, simplesmente que olhos lindos, amo observar seus detalhes quando ele não percebe, pois deixar que ele perceba é com toda certeza um erro, um erro pois não terei paz por um bom tempo.
Olho um pouco para baixo e vejo seus lábios, outra coisa nele que me deixa admirada. Esses lábios carnudos e rosados conseguem deixar qualquer um louco, mas só eu posso porque ele é meu! Quero ninguém observando esses lábios sem ser eu.
Tomo a iniciativa e aproximo mais meu rosto do seu, selo nossos lábios inicialmente em um selinho longo. Abro meus lábios deixando que ele tenha passagem, o beijo começa de um jeito mais calmo, mas vai tomando intensidade conforme os segundos vão passando. Suas mãos descem indo até minha cintura, me puxando e fazendo com que eu me inclinasse mais para perto, uma de minhas mãos vão até sua cabeça passando por seus fios de cor escura, a outra mão está se apoiando em seu ombro para me manter firme na posição que estou. Após um tempo nisso é necessário a entrada de ar em nossos pulmões, nossos lábios se separam com respirações pesadas e batimentos acelerados.
Abro meus olhos e ficamos nos encarando estando próximos enquanto recuperamos o ar, no segundo em que sinto minha respiração voltar ao normal penso em juntar nossos lábios novamente, mas antes que pudesse tomar qualquer iniciativa o garoto por vontade própria junta nosso lábios me puxando ainda mais para perto, deixando nossos corpos colados. Mas antes que déssemos continuidade nesse beijo o som da porta sendo aberta assunta nós dois ao mesmo tempo, fazendo acabarmos com aquele contato e eu me jogar o mais rápido que consigo ao lado do garoto.
-Jiwoo, pode cuidar do... - Meu pai entra no quarto junto de Saem em seu colo, mas para de falar assim que olha para nós - O que ta acontecendo aqui?
-Aqui? Nada, por que? - Pergunto talvez um pouco rápido demais parecendo desesperada, ele fica parado nos encarando com uma de suas sobrancelhas arqueadas.
-De qualquer forma - Ele parece deixar tudo que se passa em sua mente de lado - Cuida de Saem, Halley teve um imprevisto com sua família e eu estou indo levar ela no hospital. - Vou até a ponta da cama e pego meu irmãozinho que vem para o meu colo me abraçando - Vocês dois, Juízo!!! - Fala fazendo um gesto de quem está de olho em nós.
-Pode deixar sogrinho, isso eu tenho para dar e vender! - Rio com a fala de Niki e meu pai para no caminho para sair do quarto.
-Se tem coragem né garoto!
-Pai, aproveita a oportunidade e vai dar uns beijinhos na Halley vai! - Ele revira os olhos cruzando os braços.
-Vocês realmente se merecem. - Ele sai do quarto deixando a porta entreaberta.
Me sento ao lado de Niki com Saem deitado sobre meu colo, olho para o lado a onde ele também olhava para mim, no mesmo segundo acabamos soltando uma risada após tudo que aconteceu nos últimos minutos. Ele se aproxima e me dá um selinho rápido, deito minha cabeça sobre seu ombro e arrumo Saem que estava fechando seus olhinhos de vagar, demonstrando que estava quase dormindo.
Após o café da manhã Saem sempre tira um cochilo, não sei se a comida pesa demais em sua barriga o deixando cansado, mas sempre precisa dormir um pouco. Dessa vez parece que esse efeito se propagou para mim e Niki, pois após trocarmos mais algumas palavras sinto meus olhos pesarem, mas talvez seja efeito da péssima noite de sono que eu tive, entretanto quando dou uma olhada rápida em direção a Niki vejo que o mesmo já tinha caído no sono também, me dando apenas a escolha de me render.
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Sinto algo em mim se mexer, abro meus olhos de vagar tentando me acostumar com a iluminação piscando algumas vezes, olho para cima e vejo um vulto, pisco mais algumas vezes e consigo reconhecer esse vulto como a minha avó.
-Vó? - Pergunto e passo a mão coçando um de meus olhos.
-Shii!! - Ela faz com o gesto de um dedo em frente a boca - Vim buscar o Saem, volta a dormir - Ela sussurra e pega o pequeno que estava deitado ao meu lado. Se vira o carregando e fecha a porta assim que passa.
Estou prestes a fechar os olhos e tentar voltar ao sono, mas levo um susto ao sentir uma mão me tocar e sou puxada até o corpo do garoto ao meu lado. Dou um suspiro quando o susto passa e abraço sua cintura, ficando ainda mais próxima.
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-Para de roubar!
-Eu não to roubando.
-Ta sim!
-Ai! - Exclama após eu dar uma leve cotovelada em sua barriga - Você quem está roubando!
-É você quem está olhando para o meu controle, disfarça melhor da próxima vez!
-Já disse que não estou olhando para o seu controle, estou olhando para o meu. É meio complicado jogar com você n minha frente.
-Então eu vou sair - Falo me inclinando, mas com suas mãos que rodeavam o meu corpo ele me puxa de volta fazendo eu me aconchegar no seu peito novamente.
-Não, fica ai. Você está tentando me distrair para ganhar?
-Você se distrai fácil a culpa não é minha!
Faço alguns movimentos rápidos nos botões do controle em minhas mãos, um símbolo grande aparece na tela escrito Triplo Nocaute.
-O que? - O garoto atrás de mim pergunta surpreso.
Em questão dos próximos dez segundos seu personagem é nocauteado e ele perda a partida.
-COMO VOCÊ FEZ ISSO?! - Me viro em sua direção e pisco um de meus olhos.
-Tudo na base da inteligência meu amor!
-Mas não vale!
-Deixa de conversa garoto, claro que vale, não sabe perder ai fica ai reclamando.
-Você sabia um truque e nem me disse que tinha.
-Quando vai dar um soco em alguém você avisa a pessoa? - Fica um breve silêncio e eu volto a falar - Pois é! Aceita que eu sou melhor do que você.
-Então vamos jogar futebol pata ver quem ganha! - Me desafia.
-Uma pena que eu não tenho um jogo de futebol né! Uma pena mesmo. - Falo falsamente e me levanto da cama.
-Não seja por isso, eu trouxe o meu! - Viro na mesma hora e vejo ele tirar uma caixinha de jogo de dentro da sua mochila.
-Desgraça-
-Crianças! - Meu avô disse batendo na porta e em seguida entrando. - Vocês vão querer que peça pizza para o jantar?
-Obvio! - Falo quase que imediatamente - Mas aproveita e pede uma a mais, porque o Niki come igual um dragão - Ele olha pra mim e mostra a língua.
-Ta bom, vou pedir. E seu pai ainda não chegou, ele me ligou e avisou que teve um problema no quartel e por isso vai chegar bem tarde.
Após meu vô deixar o quarto Niki anda se aproximando do console com o dvd de seu jogo preferido.
-Então vamos começar o campeonato! - Fala animado.
-Na verdade, eu vou toma banho.
-O que? Não - Ele fala, mas eu já tô pegando uma roupa - Ji, não vale! A gente jogo- Não deixo que ele termine de falar e saio correndo do quarto e vou para o banheiro.
Tomo um banho meio longo, penteio meu cabelo que demora um pouquinho por conta do comprimento que ele está. Deixo o banheiro e vou para meu quarto, mas quando entro estava vazio, Niki não estava lá. Ando pela casa a procura do garoto, o que não seria uma missão tão difícil pois ele parece uma torre de satélite de tão alto.
Quando me aproximo da cozinha começo a ouvir uma conversa vindo de lá, assim que estou entrando no ambiente consigo ver o garoto em que eu procurava.
-Sai dai, não vai comer sorvete antes do jantar! - Minha avó briga com ele fechando a porta da geladeira.
-Mas é só um pouquinho! - Fala com a voz levemente manhosa.
-Não, se não você não vai jantar. - Ela se afasta e ele volta pra perto da geladeira.
-Mas vovó vai ser pouquinho, eu vou jantar - Ele abre a porta novamente e ela vai de volta impedir ele.
-Na Austrália é regra não comer besteira antes do jantar - Ele é afastado de perto da geladeira e a porta é fechada novamente.
-Mas eu vou Japonês- Tenta novamente pegar o sorvete, mas ela o impede.
-Mas está na Austrália, então tem que seguir as regras daqui.
Estava prestes a falar algo, mas sinto meu celular vibrar no bolso da minha calça, assim que o pego vejo um nome na tela e saio ambiente que estou. Vou até o quintal e atendo a ligação.
-Oi - Falo assim que o celular está ao lado de minha orelha.
-Oi, Jiwoo, como estão as coisas? O Niki já está ai?
-O que? Jake, você sabia?
-Ele me contou que viria para cá uma semana atrás, os meninos também sabe.
-E ninguém me contou!
-Meio que estraga a ideia de surpresa, mas então matou ele ou algo do tipo?
-Não, está respirando por enquanto, mas como estão as coisas com você e com seu pai?
-Estamos indo bem, nos mudamos recentemente e as coisas melhoraram, ficar em cidade do interior com a fama que temos é horrível, mas agora na cidade nova é mais tranquilo, somos só somos mais três números em meio a tantas pessoas.
-Que bom que ta melhor para vocês, não vejo a hora de terminar o ensino médio e me livrar desse peso.
-Eu estava pensando, como agora estou morando mais perto e Niki está aqui poderíamos sair todos juntos né, Sunoo propôs que fossemos a um parque de diversões.
-Pode ser, mas você tem tido noticia do Hee Seung? Faz tempo que não falo com ele.
-Não tenho, ultima vez que mandei mensagem ele não respondeu.
-Estranho...
-É, você por acaso recebeu um e-mail?
-Email? Acho que não, por que?
-SungHoon veio me perguntar se eu tinha recebido e quando fui procurar encontrei de um tal cara chamado Josef, quando comecei a ler ele falava sobre eu ter escapado da Coreia então eu apaguei, tem pessoas bem chatas que entram em contato para falar merda.
-É, vou dar uma olhada, mas não deve ser nada demais.
-Ok, qualquer coisa me avisa, até logo!
-Até.
A ligação se encerra e vou atrás daquilo que ele acabou de dizer, abro os meus e-mails, mas antes que pudesse ver qualquer coisa levo um susto com algo tocando nos meus ombro. Olho para trás e Niki estava com uma cara de assustado.
-Te assustei?
-Nem um pouco!
-Para de mentir. Com quem estava falando?
-Por que quer saber? - Brinco sabendo que ele ia ficar mais curiso ainda.
-Por que você não fala?
-É só um amigo... - Saio andando o deixando para trás, mas ele vem logo atras.
-"amigo"? Ji, deixa de mentira, você não tem amigos.
-O que? - Paro e viro em sua direção - O que te garante isso?
-A minha intuição.
-Pois pode despedir ela, porque é péssima! E para a sua informação eu tenho amigos, não se iluda.
-Que amigo é esse? De onde ele é? Qual o nome? Onde ele mora? - Ele faz uma pergunta atrás da outra me fazendo rir.
-Era o Jake! - continuo rindo com a sua cara que fica séria - Ele me perguntou se você tinha chego e nos chamou para sairmos todos juntos.
-Você fez tanto mistério para no final ser o Jake?
-Você que fica todo ciumento, mas para você saber eu tenho sim mais amigos!
-A pizza chegou! - Ouvimos a voz de meu avô anunciando e vou até a sala de jantar junto de Niki.
Comemos a pizza todos juntos, no meio da refeição meu pai chega junto de Halley. Não resisto em lançar para ele um olhar malicioso, que foi apenas respondido com uma revirada de olhos. Terminamos de comer e voltamos para o quarto, eu Niki estamos deitados cada um mexendo em seu celular, estamos ambos de pijama e prontos para poder dormir, mas alguém bate na porta e meu pai entra e fica nos encarando.
-O que vocês pensam que estão fazendo? - Pergunta de braços cruzados.
-O que?
-garoto pode rapar fora, vocês sabem as minhas regras.
-Mas pai, isso nem faz sentido!
-Jiwoo!
-Ele passou o dia todo aqui e você vai implicar apenas porque está de noite?!
-Regras são regras, pode ir para o quarto de hospedes - Niki se levanta prestes a sair.
-Você proíbe ele de ficar aqui como se a gente já- Paro de falar assim que meu pai me olha com uma de suas sobrancelhas arqueadas - Quer dizer...
-Niki está proibido de dormir aqui! - Fala colocando a mão no ombro do meu namorado e saindo do quarto junto com ele.
-Aff!! - Deito minha cabeça com tudo no travesseiro suspirando frustrada.
Não acredito que meu pai continua com essa regrinha idiota, que diferença faz eu e ele passarmos o dia todo no quarto juntos, mas sermos proibidos de ficar a noite? Não faz o minimo de sentido!
As horas vão passando e eu assisto um filme da minha saga de super-heróis preferida, a casa se encontra silenciosa e as luzes então apagadas. Me mexo em minha cama sem parar, sem vontade de ficar ali sozinha e sem um pingo de sono me levanto, ando pelo corredor em passos lentos e silenciosos, chego até a ultima porta do corredor e a abro. Consigo ver um pouco quarto com a pouca iluminação que vinha graças a luz da lua lá fora, mas enxergo mais quando um flash de luz vem em minha direção.
-O que você ta fazendo aqui? - Niki pergunta com uma voz sonolenta.
-Meu pai disse que você não pode dormir no meu quarto, mas não disse nada em mim dormir aqui! - Ele abre um sorriso com a minha fala e eu fecho a porta.
Vou correndo até a cama e ele me puxa para ficar deitada abraçada com o mesmo.
Era disso que eu sentia falta, de estar com Niki fazendo coisas simples, poder ter o meu namorado compartilhando momentos e sentimentos comigo.
-Eu te amo! - Sussurro.
-Eu te amo muito mais! - Deixa um selar em meus lábios e assim caímos no sono abraçados.
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