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16 • Odara (Final)

🥀 Harry 🥀

Nashira! — Adla grita bem alto quando a mulher cor de cacau dá um passo para trás desequilibrado, simplesmente porque encostou na princesa. Eu não consegui ver o que Sophie fez, mas com certeza afetou Nashira, pois, ao invés dela responder Adla, ela coloca a mão na garganta e abre a boca, mas não sai nada e ela está simplesmente sufocando.

Adla consegue passar pelos seguranças reais e ir até a mais nova. Porém, a única coisa que Adla consegue fazer é impedir que Nashira caia feio no chão.

— O que você fez com ela?! — Adla grita olhando para Sophie, mas a loira apenas sorri cínica para a mais velha. — O que você fez?! — grita.

Nashira disse que Sophie iria matar o príncipe com o Copo de Osíris envenenado no champanhe... E se não estivesse no champanhe? Merda. Corro até onde Nashira e Adla estão e pego a faca que está na cintura da mais velha.

— O que você vai fazer?! — Adla pergunta assustada.

— Copo de Osíris, ela precisa respirar... Ela precisa de... Eu preciso de um canudo! — rito.

— Você sabe fazer isso? — Adla pergunta.

— Anda logo! — mando e a mulher se levanta e grita com todos procurando um canudo, seguro a mão de Nashira e ela está tentando respirar, mas ela não consegue. Seguro a mão dela.

— Hey, Nashira, eu estou aqui — digo e ela aperta um pouco minha mão, mas logo ela perde a força. — Nashira, por favor — aperto um pouco a mão dela e ela não responde com outro aperto, ela simplesmente desmaia.

— Consegui. — Adla me entrega um canudo e eu apenas tento ser o mais rápido para fazer isso certo, não pode ser tão diferente do que fazer em uma simulação digital, certo?

• Uma Semana Depois •

Ainda estou em Agwo, mas eu tenho que ir embora hoje a noite. Mesmo que tenha sido descoberta a identidade de Le Bourreau e todo o esquema que promoveu essa guerra por três anos, Michelle disse que tem nome de vários suspeitos que ajudaram Le Bourreau nisso, alguns são de outros países. Ela disse que eu tenho que voltar para a força tarefa, no entanto, eu não quero. Nashira ainda não acordou, a avó dela disse que não foi minha culpa, ela disse que o veneno do Copo de Osíris é forte e que, apesar de não mostrar externamente, tudo que aconteceu com Nashira em RED foi pesado demais. Ela não estava tão forte assim para uma recuperação rápida, mas a mais velha disse que uma hora ou outra Nashira irá acordar, por outro lado, eu tenho medo disso nunca acontecer.

Porque ela está respirando sozinha, ela consegue fazer isso, o coração consegue bater sozinho e o funcionamento cerebral dela está ativo, ainda sim, nada disso é motivo para ela acordar. É como se ela estivesse presa e não conseguisse voltar. Tenho o desejo forte de vê-la acordada, para que ela pudesse saber da guerra que ela conseguiu acabar e da paz que vai se instaurar pela ilha.

— Harry, precisamos ir agora. — Fay diz parando na porta do quarto de barro, o mesmo que eu estive na primeira vez, mas agora é diferente porque quem está deitada na cama é Nashira. Tem um pano na garganta ela, apesar do corte que eu fiz estar completamente cicatrizado, Romanda, a avó de Nashira disse que isso era para ajudar ela a recuperar a voz quando ela acordasse, se ela acordar.

— Harry, ela... Quando ela ficar bem, será o primeiro a saber, mas nós precisamos ir. Tem outras pessoas que precisam de nós — diz e eu olho mais uma vez para Nashira. Solto um suspiro pesado. Não deveria ser assim, ela tinha que acordar, aliás, ela tem que acordar.

— Não devia ser assim. Não quero ir assim, deixar ela sozinha — murmuro e acabo me levantando, mesmo não querendo.

— Não deveria ser assim mesmo. — Fay fala e coloca a mão no meu ombro quando eu fico perto dela. — Mas ela não está sozinha, Harry, ela tem uma família aqui. Além disso, parece que encontraram o pai dela perto do garimpo onde Felicity estava, acho que ele perdeu a memória ou algo assim — diz e eu suspiro. Exatamente como Nashira, e exatamente como a garota também perdeu. Porém, quando ele se lembrar dela... vai encontrar a filha em coma.

Isso me magoa de uma forma destruidora.

— Ela vai acordar, Harry, só dê um tempo.

Relutante em concordar, eu acabo fazendo isso, porque acreditar no tempo é a minha esperança. Para que logo, eu possa ver a garota cor de cacau com a alma dourada acordada de novo, para dizer a ela que iremos até a encosta de Nedlog ver o pôr do sol mais incrível que existe.

🏵 Nashira 🏵

Respirar. Usar o que está em minha volta, as partículas pequenas e transformar isso em vida, mover-me com isso. Expandir o meu pulmão e comprimi-lo. Levar essas partículas para meus tecidos, dar energia para bombear meu coração. Eliminar o que eu já usei para, então, colocar coisas novas para dentro do meu pulmão de novo. Continuar com essa dança, dia após dia, até morrer.

Quando os efeitos do Copo de Osíris começaram em meu corpo foi desesperador, porque meu corpo não estava preparado para isso, preparado para morrer. Eu estava tão desesperada em conseguir respirar, mesmo sabendo que seria falho, que eu não ia conseguir tomar o ar em meus pulmões, mas eu queria respirar. Eu quero respirar.

Naquele momento, eu não conseguia ouvir o que estava acontecendo a minha volta, eu me sentia tão desesperada porque eu estava morrendo e não conseguia respirar, então tudo apagou. Eu não consegui mais me manter viva.

Entretanto, o som que vem em meus ouvidos é o som de casa, o som dos pássaros que sempre me acordaram desde que eu me lembro. O som do rio com a corrente rápida e violenta batendo nas pedras, carregando vida para tudo que eu vejo. Abro meus olhos e eu estou no meu quarto, não em um quarto do centro de recuperação, eu estou no meu próprio quarto na minha própria casa. Respiro fundo e sinto o cheiro das folhas de limão, é o cheiro da minha casa.

Sinto um pequeno incômodo no meu pescoço, dessa forma levo a minha mão na região do meu pescoço, sentindo um pano. Então eu resolvo deixar ele lá.

Decido me levantar na cama e sair do meu quarto porque eu escuto vozes. Ando com um pouco de dificuldade até a sala da minha casa e assim que chego lá minha perna treme vendo minha figura paterna sentada no sofá ao lado da minha vó e o cheiro de bolo de Tucumã invade meu nariz. Só que eu não consigo prestar tanta atenção no cheiro de uma das minhas receitas favoritas, porque meu pai está à minha frente mais vivo do que minha última lembrança real dele.

— Nna — chamo-o, meus olhos se enchem de lágrimas e uma sensação de felicidade invade meu corpo.

Senti saudades dele, na verdade, eu senti saudades de estar em casa. Senti saudades da sensação que é estar em paz, por um momento cogito que tudo isso seja um sonho, que eu esteja morrendo devido ao Copo de Osíris e que essa é a minha visão antes de ir para outro plano. No entanto, quando os braços do meu pai me agarram em um abraço, eu simplesmente sei que isso tudo isso é real.

— Filha, perdoe-me — diz e beija minha testa. — Deveria ter protegido você, mas eu não me lembrava, perdoe-me.

— Onde você estava?

— Perto do garimpo do Rio de Rá.

— Onde você me salvou — digo e ele nega. Meu pai segura meu rosto e fica me olhando.

— Você me salvou, salvou a todos, Nashira.

— Não entendo — revelo confusa.

— A guerra acabou, querida.

— Mas e Sophie e Le Bourreau...

— Presos, vão pagar em Agwo. Foram exilados de Nedlog. O príncipe e futuro rei de Onwa, junto com a Rainha e o Rei de NBachu, estão fechando os garimpos ilegais, foi quando Zuma me encontrou — explica e novamente sinto-me confusa. Porque isso parece fazer um bom tempo, muito tempo, e a única coisa que eu lembro é do desespero em querer salvar a vida de Akishu e acabar com tudo isso.

— Minha recuperação demorou quanto tempo? — pergunto e um suspiro pesado sai da boca de minha avó. A mais velha se levanta e caminha até mim e meu pai.

— Quatro meses, Nashira.

— Não entendo, tanto tempo assim? — digo e ela concorda. Meu pai passa a mão no meu cabelo acariciando meu couro cabeludo e eu respiro fundo.

— Você passou por muita coisa durante a guerra e seu corpo precisava se recuperar disso também. Além disso, o Copo de Osíris é um veneno forte, se não fosse por aquele ocelote albino estaria morta — fala, sinto meu coração disparar, aquela arritmia que eu bem conheço quando a presença dele se faz presente em minha mente ou no mesmo espaço que eu estou. Porém, ele já deve ter voltado para Nedlog, isso com certeza.

— Sim, somos gratos a ele. Ele foi rápido em pegar a faca de Adla e fazer você respirar. — Meu pai diz e coloco a mão no meu pescoço. — O que importa é que estamos aqui e que você acordou. Mama acordou antes do sol para procurar Tucumã, ela disse que era para você e ela acertou — diz e eu olho para minha vó e sorrio. Estico minha mão para ela e ela segura.

— É bom estar em casa — falo e tanto minha avó como meu pai sorriem para mim.

{•••}

Um ano se passou, tanta coisa aconteceu, mas acho que a melhor de todas as coisas que poderia ter acontecido é o fato de estarem aplaudindo a mim e os novos guerreiros de Agwo. Com certeza, depois de tudo que eu passei na guerra, a confusão que aconteceu, quando foi a hora de escolher minha vocação, eu quis continuar o legado dos meus pais na Sede e ao lado do meu pai. Como os danos da guerra ainda não acabaram, isso significa que ainda existem muito problemas para serem resolvidos, vilarejos entraram em guerra por um grande mal entendido e ainda não se resolveram cem por cento, outras pessoas perderam tudo e ainda tem as vítimas, as pessoas sequestradas e que, como eu, foram usadas para exploração.

Ainda tem muito para arrumar, mas as coisas estão indo para seus eixos.

O fato de ter me tornado uma guerreira de Agwo, não quer dizer que vou ficar na parte da adrenalina, no campo, indo direto aos confrontos dos vilarejos e ver como podemos resolver o problema. Na verdade, vou fazer parte da Divisão Spica, vou lidar com as vítimas, com as pessoas que foram sequestradas, na recuperação e no cuidado. Além disso, tem muitos garimpos que foram largados quando foi anunciado a prisão de Le Bourreau e Sophie, esses lugares precisam de reparos para não causar danos ambientais ou serem aproveitados por outras pessoas da forma errada, causando mais estragos que danos. Tudo isso vem sendo um trabalho longo, mas a disposição de várias pessoas parece ser grande para isso.

Depois que Adla coloca uma pequena estrela do Sangue de Dragão em meu uniforme, eu vou correndo até meu pai e minha vó. Meu tio Zuma e minha tia Dhakiya estavam lá também. Assim que chego até eles, sou recebida com abraços calorosos até ficar agarrada com vovó.

— Já está crescida, Nashira — diz a mais velha e eu sorrio. — Sua mãe, está sentindo orgulho de você, tenho certeza — sorrio e deixo minha cabeça no ombro dela.

Sinto saudades da minha mãe, minha vó é a mãe dela, enquanto meus tios são irmãos do meu pai. Meus tios dizem que tenhos os olhos do meu pai, brilhantes, selvagens e com coragem. Minha vó diz que tenho uma grande parte do espírito da minha mãe, que eu precisava aprender a conviver com ele. Tinha a teimosia, a força e o amor. Meu pai vê mais coisas da minha mãe em mim também, mas ele não diz tanto, acho que ainda sente saudades dela.

Sempre vamos sentir saudades dela.

No entanto, vovó está certa, onde quer que ela esteja, quem ela é e foi aqui, está sentindo alegria nesse momento, sei disso porque o amor dela sempre vai ficar marcado em mim.

Enquanto meus tios conversam sobre as memórias de quando eram novos na Sede, vejo uma figura que bem conheço e que não tenho notícias faz muito tempo. O cabelo parece um pouco maior, a barba está feita, mas o fato dele estar usando óculos escuros não permite que eu veja seus olhos verdes. De qualquer forma, isso não impede que meu coração entre em arritmia. Quando vovó percebe que eu estava olhando na direção dele, ela belisca o meu braço e eu olho para ela assustada.

— Vovó! — digo alto e isso faz meus tios se calarem e olharem para mim e minha vó.

— Queria me certificar que não desmaiou por causa de um ocelote albino — diz e olho para ela séria.

— Ocelote albino? — Meu pai pergunta confuso e olha em volta, ele encontra Harry e abre um pouco a boca. — Certo, achei — diz e me olha divertido e isso me deixa um pouco envergonhada.

— Vai logo até ele, antes que Adla o expulse. — Vovó diz e eu olho para meu pai. Não é como se eu fosse uma garotinha, mas é estranho ainda me sentir assim, eu nunca tive namorados, sempre que brincávamos de empurra-empurra eles perdiam para mim e isso os deixava irritados. Devo salientar que nada disso importa agora.

— Vá logo, Nashira. — Meu pai diz e eu acabo indo.

Harry estava observando uma estátua no jardim da entrada principal. É um dragão sem asas, quase como uma serpente se a cabeça fosse menor. Porém, o dragão está em posição de defesa. É uma estátua que me assustava quando criança, devido a cara de raiva do dragão. Agora, parece apenas uma estátua feia.

— Se olhar demais pode ter pesadelos — digo, Harry vira seu rosto e tira o óculos de sol. Tem um pequeno corte abaixo do olho dele, mas o homem apenas sorri para mim.

— Não vou ter pesadelos — diz. Sinto um arrepio percorrer pelo meu corpo e o meu coração volta a acelerar. — Fiquei sabendo sobre isso... Sua formatura?

— É, tipo isso — falo e sorrio mais.

Ele fica me olhando por longos segundos. Os seus olhos verdes ficam me encarando com atenção, enquanto o sol fica batendo na sua pele e o vento movimenta algumas mechas do seu cabelo. Ele está me olhando, como a primeira vez, quando eu estava no quarto e ele estava curioso para saber tudo que podia, entretanto, desta vez havia algo a mais. Um brilho a mais.

— Como soube sobre hoje? — pergunto curiosa e cortando o silêncio. O homem dos olhos verdes passa língua nos lábios.

— Adla, Fay ainda entra em contato com a Sede por causa da proteção do sistema e eu terminei uma missão em Vulcan. Nedlog estava uma loucura, ainda está, os problemas estão se resolvendo, mas... — Ele respira fundo e eu fico olhando para ele. Harry olha para o chão e coloca as mãos no bolso. Depois ele olha para mim novamente. — Mas, Nashira, antes de voltar para Nedlog eu precisava te ver.

— Precisava é? — pergunto com um sorriso divertido no rosto. Harry dá um passo à frente ficando mais perto de mim. Os dedos dele passam pela minha bochecha e eu sinto minha pele queimar um pouco e um sorriso se forma no rosto dele.

— Com toda a certeza — fala me olhando. — Nashira, você está linda e ver você assim... — Ele diz rápido e então respira fundo. Olho-o curiosa, havia algo de diferente ali. Mais sentimentos, menos estresse. Harry estava parecendo um adolescente, na verdade. — Pensei que você nunca mais fosse acordar e eu tive uma missão para ir.

— Tudo bem, não precisa se desculpar — falo, pois essa é a verdade. — Você salvou minha vida e eu sou grata por isso — digo e ele acena com a cabeça.

— Eu vou ficar livre por um tempo, minha chefe me mandou descansar e Adla me disse que você vai começar daqui alguns dias. Então eu pensei que talvez você quisesse ver minha casa na encosta.

— Ver a sua casa? — pergunto.

— A casa, a praia, as pedras e o sol. — Ele dá mais um passo e o seu rosto fica mais perto do meu. — Conhecer mais de quem eu sou, porque eu não sei quanto a você, mas ter você por perto é algo que eu venho querendo desde o momento que eu tive que ficar longe de você.

— Parece uma oferta ótima demais para ser recusada — digo e ele sorri. — E eu me lembro de ter dito uma vez que sairia da ilha, sair por um tempo não fará mal se for por você.

Sem esperar por mais palavras, talvez pelo desespero e pelo anseio, nossos lábios se chocam e, sinceramente, eu não sei quem começou. Ele ou eu, com certeza sei que foi nós. A única certeza que tenho também, é do sentimento de paz inundando dentro de mim, de quem eu sou e eu não quero que esse momento acabe. A proporção que esse sentimento toma parece ser maior do que eu sou, então eu apenas deixo continuar crescendo porque me faz bem.

Além disso, eu sei que neste momento a tempestade teve um fim e que toda a bagunça está indo para uma configuração mais organizada, algo bom vai ser criado e eu anseio com isso, querendo ter apenas sentimentos brilhantes dentro de mim com pessoas brilhantes e este soldado me traz isso.

FIM.

ODARA: Na religião do candomblé, Odara é um tipo de Exu, que significa algo infinito, que não tem começo nem fim, é o que a religião acredita como ser o princípio de tudo, o responsável pela criação do homem, e existem diversos tipos de exus. Odara é um exu bom, que é um exu guia, que mostra o caminho para as pessoas, que vai na frente.

Na umbanda, Odara também é uma fase do exu, é uma fase boa, que significa quando o exu não está transitando caoticamente.

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