08 • I Am
- Eu sou
🥀 Harry 🥀
Nem sempre a resposta que queremos vem da pergunta que fazemos. Nashira sempre me lembra disso e eu sempre continuo fazendo perguntas que parecem ser idiotas para ela.
Porém, vendo meu lado, tudo isso é novo para mim, a cada hora que eu passo aqui o meu ferimento torna-se mais curado e eu fui atingido ontem! Nem mesmo Nedlog tem toda essa tecnologia ou La Plata sendo a maior potência econômica desse planeta. O conhecimento deste lugar supera tudo. Desta forma, proteger os recursos, proteger as pessoas e tudo em volta é a prioridade deles e não fazem deles errados.
No entanto, fora dessa bolha que vivem, tem uma guerra e eu não faço ideia do que eles estejam fazendo para encerrá-la, porque eles não soam como um lugar que espera por ataques.
Insano.
Nashira saiu do jardim, mas uma mulher mais velha usando uma túnica colorida trouxe comida. No entanto, não demorou muito para que ela também me deixasse sozinho com Fay. Porém, minha colega não disse muito desde que me sentei ao lado dela, além de que tudo que ela viu é fantástico e isso já faz alguns minutos.
— Você acha que eles vão nos deixar ir depois de tudo que vimos? — Fay pergunta e vira seu rosto meu olhando.
— Eles tem que deixar, Fay, nós não somos os inimigos.
— Nikki estava errada sobre Nashira — diz, em resposta eu respiro fundo e passo a mão no meu cabelo. — Ela pode ter te manipulado, sabemos o porquê, mas ela não é inimiga.
— Sim, Fay. — É a única coisa que digo, olho para trás e não vejo Nashira, só algumas pessoas no refeitório. — Sabe, não podemos ficar aqui para sempre, temos que saber sobre Nikki, Felicity e Eugene. Se eles estão bem.
— Sim, mas eu não entendo uma palavra que eles dizem — relata.
Suspiro, frustrado. Onde está Nashira?
Volto a olhar para frente, já havia terminado de comer e Fay também. Isso me deixará inquieto logo, na verdade, ansioso. Eu tenho que fazer algo, conversar com alguém que me entenda, achar uma saída desse lugar, tenho que terminar com a minha missão.
No entanto, escuto vozes atrás de mim e me viro, vejo Nashira acompanhada de uma outra mulher, esta parece ser mais velha que ela, chutaria que ela teria quarenta anos, o cabelo está com tranças enraizadas e o que ela veste é diferente do que vi, parece uma armadura, as cores são: azul e dourado. Nashira, veste as mesmas roupas de quando a vi antes, mas sua expressão não é a mesma, ela parece mais tensa e isso acaba me deixando tenso também.
Levanto-me e Fay se levanta também, logo as duas mulheres estão a minha frente.
— Nashira o que está acontecendo? — pergunto imediatamente, ela fica calada, respiro fundo e olho para a mulher ao lado dela. — Quem é ela?
— Sou a comandante, Adla. — A mulher responde com a voz firme, isso faz eu me sentir intimidado. Adla me olha de cima a baixo. — E você quem é?
— Sou agente especial de Nedlog, Harry Styles, e essa é a minha colega Fay Halmiton. O que está acontecendo? Nós vamos ir embora?
— Nedlog? — pergunta surpresa e olha para Nashira, depois para mim. — Por que agentes do serviço especial de Nedlog estão aqui?
— Le Bourreau se tornou uma ameaça internacional. — Fay responde e a comandante a olha curiosa. — Se ele continuar com a guerra na ilha, ela pode se alastrar pelo mundo, nós viemos para prendê-lo.
— Ele é de Nedlog?
— Não sabemos, mas...
— Então, podem ir embora. — Adla fala rude. — Não queremos ajuda, podemos acabar com ele.
— Por que ainda não fizeram isso? Vocês estão apenas se escondendo — digo bravo e isso faz a mulher me encarar com uma seriedade enorme, ela fica perto de mim.
— Isso não é da sua conta, soldado.
— Eu sou um agente especial. Nós estamos aqui e queremos ajudar.
— Talvez eles possam ser úteis. — Nashira diz baixinho e a comandante a olha.
— Você nunca deveria ter saído de Agwo, Nashira. Nós pensamos que estivesse morta. — A mulher fala e a mais nova suspira.
— Desculpe comandante — pede baixinho, mas ela levanta a cabeça e continua olhando para a mais velha. — Vai ter uma festa no castelo de Onwa, a princesa de Nedlog irá e Le Bourreau também.
— Nashira... — Adla começa a falar interrompendo a garota, mas Nashira nega, ela está determinada em terminar de falar e eu estou curioso para ouvi-la.
— Comandante, eu vi Le Bourreau, conheço ele e eles podem ir, trazemos ele para cá.
— Nós não improvisamos, Nashira — parece relembrar a garota, de um modo sério.
— Não é improviso, meu tio conseguiu se infiltrar no clube. — Nashira insiste e franzo minha testa, no entanto, essa é uma chance, de fato, boa.
— Tem mais três agentes de Nedlog na ilha, viemos prender Le Bourreau e Nashira o viu — digo e Fay balança com a cabeça concordando.
— Agente Styles. — Adla fala.
— Adla, por favor, podemos acabar com isso, eu posso ajudar. — Nashira fala e Adla suspira.
— Nashira, Zuma ter encontrado você viva foi um milagre, ele não vai aceitar você em mais nenhuma missão assim que souber que está em casa.
Nashira bufa impaciente e diz algo no seu idioma, Adla vira seu corpo para ficar de frente da mais nova e responde no mesmo idioma. Suspiro frustrado porque eu realmente gostaria de saber o que elas falam agora, o que elas discutem, na verdade.
— Isso não vai levar a lugar algum! — Nashira diz brava. — Meus pais morreram, Comandante Adla, nós temos que fazer algo! Se pegarmos Le Bourreau, poderemos acabar com a guerra.
A mulher suspira.
— Uma chance, Nashira. — Enfim, a permissão de Adla e isso faz a mais nova sorrir alegre.
— Obrigada, Adla — diz e a mulher acena com a cabeça.
— Arrume estes ocelotes brancos e se arrume. Vou avisar seu tio que você está bem e avise sua avó que irá partir novamente, da última vez ela perturbou a todos — fala e sai do jardim.
Nashira me olha, depois para Fay, mas seus olhos caem sobre mim novamente.
— Vamos, tenho muita coisa para mostrar para vocês e explicar.
{•••}
Nashira nos levou para fora do Centro de Recuperação, como ela prefere chamar. Fay, eu e Nashira não ficamos muito nas ruas, entramos diretamente em uma nave. O lugar me pareceu maior quando estava naquela nave, um lugar completamente novo e absurdamente lindo. A forma de como os prédios eram, as construções, havia várias árvores em cada andar e, mais longe da minha visão, cataratas enormes. É um dos lugares mais lindos que eu já vi.
A nave guiada por Nashira nos levou até um prédio moderno, com janelas escuras ao lado de um rio enorme.
— Aqui é a Sede Geral da Guarda. — Nashira explica, enquanto estaciona a pequena nave em um local adequado. — Nossos soldados são treinados aqui.
— Você foi treinada aqui? — pergunto e ela sorri de lado. Fay olha para a mulher com cor de cacau com uma curiosidade que bem entendo, pois também tenho.
— Cresci aqui, meus pais eram soldados. Minha mãe fazia parte da Divisão de Agwo, ela e Adla eram melhores amigas e meu pai fazia parte da Divisão Falcão. Eles passavam muito tempo aqui e eu também, mas nunca cheguei a treinar, não tinha idade.
— Eles morreram na guerra?
— Minha mãe morreu quando eu tinha oito anos, uma explosão acidental em um laboratório, e meu pai me levou para além das fronteiras no início da guerra, ele queria me ensinar a manusear drones. Ele era infiltrado nos garimpos junto do meu tio Zuma ou, como vocês conhecem, Jeremy Atlass — suspira e abre as portas. — Foi um ataque que me envolveu na guerra, as coisas estavam tranquilas com meu tio e com meu pai por perto, mas depois da explosão... eu me perdi.
— Sinto muito, Nashira.
— Adla me contou que nunca encontraram o corpo do meu pai e não conversei com meu tio sobre isso porque decidi fugir com você — relata e sai da nave, Fay e eu acompanhamos a garota.
— Por que quis se envolver conosco? — Fay pergunta curiosa.
— Eu estava confusa devido ao Pó de Anúbis e vocês querem acabar com a guerra — explica, ela entra no elevador do terraço e acompanho Nashira.
— Isso é loucura — murmuro.
— O que é loucura? — pergunta e me olha curiosa. Fico olhando para ela, seus olhos castanhos estão brilhando de curiosidade. Eu sorrio pequeno.
— Tudo isso, Nashira, você — falo, continuo olhando para garota, ela não desvia seu olhar do meu e eu não consigo parar de olhá-la.
Porém, Fay força uma tosse. Nashira olha para minha colega e depois para frente. Não demora muito e o elevador abre. Mais uma vez sou surpreendido com o que vejo, parece como a sede especial de Nedlog, mas com certeza muito dos equipamentos que tem aqui não tem lá.
Nashira sai do elevador sem dizer nada, Fay e eu apenas acompanhamos a garota cacheada. As pessoas que trabalhavam naquele andar olhavam para mim e para minha colega com curiosidade e cochichavam algo entre si. Confesso que não entendia nada, mas conseguia imaginar o que diziam porque se o cenário fosse inverso, eu ouviria cochichos sobre pessoas estranhas no meu local de trabalho também.
Nashira para de frente a uma porta, no entanto, ela não bate, apenas abre a porta e entra. É uma sala enorme, com janelas largas em duas partes que deveriam ser as paredes. O lugar tinha um cheiro agradável e o ar condicionado deixava o ambiente agradável.
— A guerra marca de terror todos aqueles que a vivem, mas gratifica aqueles que a sobrevivem. — Uma voz feminina soou na sala, não demorou muito para encontrá-la e Nashira corre em sua direção a abraçando.
— Nwanne nna*... — Nashira fala nos braços das mais velha.
— Querida, quando Ramonda disse que você estava viva, eu não pude acreditar — fala e segura o rosto da garota. — Os mesmos olhos brilhantes de coragem que o meu irmão, eu sabia que você estava viva e quando Zuma te encontrou... — Ela não termina de falar e respira fundo. A mulher olha para mim e depois para Fay. Ela diz algo no idioma e eu bufo.
— Eu gostaria de entender o que vocês estão falando — digo emburrado e a mais velha vira, me olhando e franze a testa.
— Não seja intrometido, ocel...
— Ocelote albino, eu sei — resmungo e suspiro. — Queremos ajudar a acabar com a guerra tanto quanto vocês, quero que o Sangue de Dragão fique protegido com vocês. O meu trabalho é proteger minha nação, uma guerra aqui começaria uma guerra lá e eu não quero isso.
— Mas a sua princesa quer.
— Eu não trabalho para a realeza.
— Você é um soldado — range os dentes.
— Agente especial, eu sou um espião. Se for preciso derrubar o governo para impedir um desastre mundial, eu vou fazer isso.
— O que você quer dizer quando disse "a sua princesa quer"? — Fay pergunta ignorando toda a briga que estava prestes a acontecer. Devo salientar que ela parece está bem mais focada nisso no que eu e ela não está errada em ser assim. A mais velha suspira e anda até a mesa. Ela pega um objeto circular e parece apertar um botão, dessa forma as janelas se fecham, as luzes se acendem e um holograma da princesa de Nedlog aparece.
Sophie Delacorte. A mulher loira está em um restaurante, com uma pessoa que conheço bem, Vittorio.
— Como? — pergunto confuso
— Essas fotos vieram de um dos nossos, a princesa de Nedlog tinha um caso com Vittorio. Aparentemente, a traição não é algo que nos interessa para acabar com a guerra, mas acessando os dados dela, descobrimos empresas fantasmas que transitavam barras de ouros que vinham da ilha. E Vittorio estava por trás dessas empresas — relata e começa a passar as fotos, havia mais fotos da princesa com Vittorio e em uma delas, a mulher da realeza estava em um dos garimpos acompanhada do seu pai, apesar de ser considerado Rei, quem governa Nedlog é a sua esposa por ter sangue real. Ronald Elrich Delacorte é um Duque que comanda a força militar da família real, mas vê-lo em um garimpo com a filha e Vittorio muda absolutamente tudo.
— Le Bourreau. — Nashira sussurra e eu olho para ela.
— Nashira, o que você disse? — pergunto olhando para ela, Fay também olha.
— Le Bourreau. É ele. — E aponta para Ronald.
— Não faz sentido, ele é o rei, saberíamos se fosse ele. — Fay diz confusa e eu fico observando o homem, havia uma cicatriz enorme no pescoço dele. Lembro-me de ouvir que foi um incêndio acidental no castelo anos atrás, antes do início da guerra. No entanto, agora faz sentido, ele deve ser queimado com Sangue de Dragão.
— Sangue de dragão — sussurro e olho para Nashira. A cacheada balança a cabeça concordando.
— Ele é o Rei de Nedlog e ela é a princesa, se pegarmos ele vamos nos expor demais.
— Tia Dhakiya, precisa fazer uma reunião de emergência com os vilarejos de Agwo. — Nashira pede. — É maior do que imaginávamos.
— Muito maior — acrescento.
— Harry, isso significa a queda do nosso governo. — Fay diz, viro-me olhando para minha amiga.
— Então, vamos queimá-lo.
Continua...
Nwanne nna: Titia em Igbo.
Notas: Olás como estão minhas pessoas mais lindas e amaveis vulgo minhas leitoras?
Gostaram do capítulo? Gostaram de saber quem é Le Bourreau? O que acham que pode acontecer agora?
Não deixem de comentar e votar e muito obrigada pelo apoio vocês são meus tudo ♥
Vejo vocês logo logo. Anna. Xx
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