Você é minha nova garota
Tic tac
tic tac
tic tac
tic tac
O relógio fica nesse ritmo constante e monótono. Queria saber se ele não se cansa de repetir as mesmas coisas durante o dia, o mês, ou ano inteiro e, assim, permanece eternamente preso em um loop profundo. É semelhante a mim: presa em um loop que não consigo sair.
Olhei fixamente para o teto de cor creme, sumindo entre as sombras da noite escura. Com essa, entra mais uma para a lista infinita de noites mal dormidas. Tenho pensamentos inquietos, durante as vinte quatro horas por dia, e um deles é como vou sair dessa cama para conquistar as minhas coisas. Não sei por onde começar. A gente deveria ter um manual de como ser humano (ou um simples adulto). Manuais não deveria servir só para construir objetos, deveria ser para nós também. Nos construir. Mas não em uma estrutura pré-construída por pessoas que nunca vimos na vida. Parece que estou falando besteiras, pois, bêbada de sono, me faz sentir que só penso coisas bestas.
No entanto, de uns dias para cá, comecei a reparar em pessoas desconhecidas, como a Cida. Ela era deslumbrante, carismática e um tanto viciada em ervas. Ela entrava na minha cabeça e fazia eu ver cavalos voando, coelhos nadando e explosões calorosas no teto morto de meu quarto. Eu gostava tanto. Passava a noite toda gargalhando para o nada, vendo um peixe de cor vermelha tentando passar pela parede para sair de um enorme aquário invisível, cheio de algemas e correntes. Eu gargalhava dele, mas tinha pena. Ele não sabia como sair de lá; e eu pensava que talvez já tivesse desistido. Igual a mim. Ela parou de aparecer depois que comecei a conseguir dormir cedo. Roubei alguns remédios do meu pai. Ajudava bastante. Ele os escondeu depois que descobriu o que fiz. Agora estou aqui: sem nada para fazer porque o sono não me toma.
Ouvi um barulho esquisito saindo do meu armário. Ele era mágico. Às vezes, outra garota que conheci saia de lá fazendo um show de mágicas. Ela era engraçada e conseguia prender muito bem as pessoas. Ainda não sabia seu nome, mas esta noite irei descobrir.
Andei lentamente até meu armário, temendo ser o bicho-papão. Claro que eu sei que ele não existe, mas em minha cabeça, até os unicórnios habitam. Abri-o, encontrando um breu vazio.
Virei o corpo frustrada e lá estava ela: Cida! Continha algo em suas mãos. Algo brilhante que parecia flutuar. Ela sorriu doce para mim e eu, enfeitiçada por tudo que a compunha, fui em sua direção. Toquei a bolha brilhante (não era exatamente como uma bolha, não tinha uma definição geométrica para aquilo, mas parecia uma geleia), a coisa se mexeu como gelatina. Ela sorriu mais. Rodopiou sobre mim.
— Quer sentir o que sinto? – perguntou, com tom fofo e calmo.
Não respondi, estava entretida demais para isso. Fixei o olhar na coisa brilhante. Tão brilhante.
— Ele faz você ver árvores de chocolates. Cavalos voadores e coelhos nadadores.
— Você já me mostrou isso.
— Eu sei. Mas você vai ver muito além disso. O que eu citei é só o início.
Assenti, meio sem saber o certo. Ela tinha um olhar sinistro. Veio em minha direção, entregando a coisa brilhante para mim. Me afastei com o ato, mas ela me incentivou, com os olhos brilhando, e eu automaticamente me aproximei e toquei para sentir a textura mole e gelada do negócio. Peguei um punhado da meleca e engoli, sentindo tudo dentro da minha boca explodir e meu quarto girar muito rápido. Talvez tenha caído no chão, não sei, só sei que eu estava em uma nave extraterrestre. Ao menos era o que eu achava.
Ainda girando, eu vi Cida e ela estava muito feliz. Logo, vi outras duas pessoas. Não sabia quem era, mas estavam igualmente felizes. Era a montanha russa da minha cabeça e do meu coração. Fechei meus olhos quando senti enjôo.
Tudo parou de girar e eu estava novamente em meu quarto. Ok. Essa experiência foi sinistra e não queria que se repetisse. Levantei com a cabeça latejando. Eu queria muito, muito mesmo, jogar fora a meleca que Cida me deu, mas quando ia perguntar sobre, ela desapareceu. Praguejei, porque ela sempre fazia isso quando me fazia ver cavalos voadores.
Porém, Cida me levou (realmente) muito mais além. Uma garota de trança e cabelos de cor azul escura vinha em minha direção com... um perfume? Quando ia indagá-la, ela espirrou um pouco em minha cara. Cambaleei pelo meu quarto, tentando enxergar algo ou evitar de respirar. Contudo, foi em vão. Foi uma sequência de quatro espirros seguidos, um atrás do outro.
O quarto voltou a girar. Mas que infernos estava acontecendo comigo? Era pra ter saído do meu interior e não entrado nele. Ainda tinha aquela mulher estranha que eu que não conhecia. Ela circulava no meu quarto falando no telefone com um fio que parecia infinito. Assim que consegui me recompor, encarei a garota a qual ainda usava o telefone, enrolando metade do fio em seu dedo. Percebi a extensão do fio passando sobre mim. Tentei me desenroscar.
— Claro. Ela é nova. Vou trazê-la de volta. Não se preocupe. Confie em mim... quase... hahaha... ela tá tentando sair dos fios, tadinha. Igual sua cabeça maluca e a mente presa em fios inseguros. Ok. Tchau. – colocou o telefone no gancho de maneira brusca.
Franzi o cenho, encarando-a. Como ela tinha a ousadia de falar assim de mim? Ainda em minha presença? Observei-a até se sentar em um sofá que nunca havia existido em meu quarto. E ficou ali. Parada. Encarando meu armário que estava de frente para ela.
De repente, os fios se soltaram, por conta própria. Estranhei mais ainda. Tentei desvendar o que ela quis dizer sobre minha mente estar presa em fios inseguros, mas ignorei esses pensamentos porque eu só queria saber quem diabos era ela e por que estava falando mal de mim para outra pessoa. O mais esquisito foi que, quando ela começou aplaudir, a porta do meu armário se abriu e eu pude ver quem estava ali. Era ela. A garota que fazia mágicas.
Com um chapéu de cartola, ela segurava uma vareta com bigode falso. Cantarolava uma música que eu não conhecia, mas constantemente apontava para mim. Músicas de diversos estilos preenchiam não só minha mente como meu quarto todo, misturados com os gritos animados da garota desconhecida. Meus olhos só tinham direção para a garota mágica. Eu queria me perder nela desde o momento que a vi. Era uma sensação diferente que só ela me fazia sentir. Caminhei em sua direção, mas não saí do lugar, era como se estivesse presa naquele local e, do nada, meu quarto cresceu. Sua apresentação terminou e tive que aplaudir no mesmo êxtase que a garota no sofá. Ela terminou com reverência de agradecimento.
— Vamos eliminar as imundices que habitam aqui! — disse, entrando novamente no meu armário.
De lá, ela jogava várias roupas em direção à menina no sofá. Fiquei chocada. Ela estava jogando minhas roupas. MINHAS ROUPAS! Quer dizer, a maioria não se parecia com as minhas roupas.
Enquanto esvaziava o armário, a garota que fazia mágicas ficava repetindo a mesma frase: "mudanças são bem-vindas, começando com o que vestimos". Com o armário vazio, ela limpou as mãos, orgulhosa. Tudo ali estava confuso. Até a garota mágica era esquisita. Cida tinha me feito engolir algo da pesada e depois sumiu do mapa.
— Demonstra!
Olhei em direção a garota no sofá, coberta de roupas até o pescoço. Queria gargalhar, mas sua expressão mudou para uma irritação desconhecida. As roupas pularam de seu colo como estivesse sendo puxadas por uma força maior. Ela olhou para mim com um olhar esperançoso. Seja o que fosse aquela demonstração metafórica, eu não tinha captado, até que, de repente, ela sumiu. Olhei para a garota mágica, ela sorria para mim. Um dos mais lindos sorrisos que já vi. Pegou minha mão e me levou para dentro do armário. Ainda estava sem entender nada e como minha mente me levou tão longe dessa vez. Antes era tão limitado a coisas fúteis sobre meus sonhos perdidos em algum lugar sem esperança. Mas, com ela e com tudo que estava acontecendo, eu me sentia confortável para me libertar e permitir tentar. Só precisava saber como, já que nunca fui boa com adivinhações.
Assim que o armário se fechou atrás de nós, outra porta se abriu. A textura por dentro era de veludo com desenhos de flores antigas, igual a uns tapetes da tia Lúcia. Não me recordava de o armário ser assim. Não sabia para onde aquele outro lado da porta me levava. Encarei a mágica que estava atrás de mim, ainda segurava em minha mão. Ela não me olhava, encarava a porta com um brilho descomunal.
— Você não precisa ter medo. Tem tudo em suas mãos, apenas lhe falta confiança. — citou.
— Você é como anjo que me beija em meus sonhos.
Ela riu, me olhando em seguida.
— Sou uma imaginação.
— Mas eu te sinto.
Eu queria chorar. Queria apenas permanecer ao lado dela. Eu sentia suas vibrações, seu coração imaginário. Ela me completava, mesmo que ironicamente, pois a vi, mas me encontrei perdidamente apaixonada por ela. Deus, porque eu era assim? Além de me iludir com personagens inexistentes, estava tendo uma paixão platônica por algo que eu mesma criei. Tão real era seu toque que temia ser mentira. Talvez a droga que Cida tinha me dado fosse tão forte que estava na rua segurando a mão de outra pessoa em um beco sem saída com imagens que criei, porque, no fundo, era assim que eu gostaria de ver o mundo e as pessoas. Esquisitas, engraçadas, com um brilho diferente no olhar, e um sorriso mais tênue.
— Sua carência emocional não vai durar a eternidade. Todos tem seu momento certo de se apaixonar, amar e ser amado. — Seu brilho no olhar me incendiava. Eu tinha medo de me queimar por dentro e não sobrar um farelo do meu coração torrado para deixar para ela.
— Você é o meu amor.
— Sou sua imaginação, Lili.
Como? Como podia ser assim, mesmo que ela estivesse ali? Eu a sentia tão viva quanto o ar que estava respirando naquele momento, em um armário esquisito com a meia-luz do outro lado da porta que iluminava apenas metade do meu rosto e do rosto da minha deusa mágica. Como ela era só fruto de uma imaginação perturbada? Como eu podia sentir seu coração bater rápido quando me respondia e lentamente olhava para o lado da porta entreaberta? Estava cada vez mais louca, ou Cida me deixou louca me trazendo coisas desconhecidas para me oferecer em uma noite tão perturbada quanto minha a mente.
— Se é minha imaginação. Como não tem nome? Como não sei seu nome.
— Você não tem estrutura para o criar.
— Me diga — supliquei.
— Lili, vamos. Precisa concluir seu processo de aceitação...
— Me diga!
— E isso não vai se resolver se apaixonando por mim. Uma mera imagi...
— ME DIGA!!
Eu respirava ofegante, ela respirava ofegante. Eu sentia tanta urgência! Tanta, mais tanta urgência que eu não sabia ao certo mais. Talvez ela estivesse certa e eu estava surtando por tudo que passei amorosamente. Por isso,quando a encontrei, pensei que podíamos ser uma da outra, a maldita alma gêmea que todos pregam mas não passam de doces mentiras para iludir a cabeça humana cada vez mais. Porque amar e ser amado é uma necessidade constante.
— Saori.
Ela disse em um fio de voz. Uma nuvem nebulosa pousou em seu rosto delicado. Já havia ouvido falar do seu nome enquanto vivia em meu mundo real. Mas a teletransportei para meu mundo imaginário, porque em meu mundo real era impossível ficar ao seu lado, pois sabia que ela namorava e me deu um fora. Desolador, devo admitir. Eu me senti assim por meses. Desde quando concluí minha faculdade e estava perdida (ainda estou) por não saber por onde começar e ainda planejava tudo com ela, ao lado dela.
Ela não tinha culpa, minha mente chapada me permitiu lembrar dela. Mesmo nome, mas com características diferentes da verdadeira Saori. Como ali era meu mundo eu podia fazer o que eu quisesse. E foi o que eu fiz. A urgência que sentia não era só minha. Era da minha imaginação.
Beijei-a.
Beijei-a porque era algo que eu precisava muito. Para sentir. Sentir tudo. O que eu queria e o que eu sabia o que iria acontecer caso fosse real. Mesmo que fosse ilusão minha, na minha cabeça a gente ainda era a maldita alma gêmea uma da outra. Apenas não estávamos destinadas a ficarmos juntas. O universo não queria a gente juntas.
E céus, era tão real a maciez deu seus lábios e a maciez de sua pele. Eu senti o que sabia que sentiria. Milhões de cavalos voadores em meu estômago, borboletas fazendo cócegas em meu cérebro desnudo para perdição de uma mente vazia e desconexa. Eu havia virado uma sereia, porque as pernas eu não sentia mais. Só queria permanecer ali, abraçada a ela, grudada em seus lábios como se mais nada existisse. Mas ela quebrou qualquer vínculo nosso. Sorriu sem graça e mudou a expressão para algo sério.
— Vá e se descubra, Lili. Sente o que você quer sentir. Vá atrás de sua alegria perdida em algum lugar de suas amígdalas.
Ela me empurrou. Pensei que cairia de queixo no chão.
A porta do armário se fechou atrás de mim em um sopro estrondoso. Me equilibrei para não cair. Parecia a fábrica de chocolates de um dos meus filmes favoritos. As árvores eram de chocolates, porém com cores pastéis. Percebi que minha roupa estava diferente do meu pijama sem graça de patinhos, que era de alguma das minhas primas mais velhas. Meu cabelo também estava diferente. Meus pensamentos me levaram para O mágico de Oz e à Fábrica de chocolates. É tão bom ser imaginativa.
Caminhei pelo caminho ladrilho com pedras paralelepípedo colorido. As meninas que eu havia visto na nave extraterrestre estavam ali. Porém, parecia a mesma. Ela estava brincando de esconde-esconde? Vez ou outra ela virava de costas para mim e depois virava e apontava para mim. Uma delas surgiu em meu caminho. Assustei-me com o ato brusco. Ela gargalhou e começou a andar pulando e indo a lugar nenhum. Resolvi segui-la.
Meu coração estava tão acelerado e minha mente ansiosa pensava aonde essa garota pararia. Sua felicidade era surreal e eu sentia cada sensação dela. Ela sorria para mim quando virava para me olhar. O céu estava tão azul, as cores pastéis das árvores e do chão, em contraste harmônico, traziam uma leveza e calma. Depois de termos caminhado bastante, ela parou perto de um riacho cor de rosa. Sentou em um tronco cortado e fixou o olhar no horizonte o qual o sol estava se pondo. Fiz o mesmo.
— Você precisa da liberdade — comentou.
— É...
Tudo já estava tão confuso que não sabia o que era efeito da droga ou a realidade. Apenas aceitei aquela loucura dentro da minha cabeça. Principalmente depois de ter sentido emoções fortes e desconhecidas com Saori. Eu sabia que nada daquilo era verdade e que provavelmente esqueceria e não levaria para a vida. Mas queria tirar alguma lição de tudo o que estava passando. E ela tinha razão. Eu precisava me libertar.
— Como... como vou fazer isso? — perguntei.
— Seja você mesma. Não tenha medo de se arriscar. O mundo foi feito pra isso. — Deu de ombros. — Quer ir para o castelo dourado? Lá é muito lindo e tem alguém especial.
Bem, minha imaginação não poderia me matar, então, por que recusar? Apenas assenti e a acompanhei em um falatório sobre sua história e sobre como ela se libertou dela mesma. Algumas coisas eu entendia, outras parecia que ela falava em outra língua ou que dizia apenas "blá blá, blá". Ela era divertida e um tanto infantil. Sempre falava pulando e cantando o final de alguma frase emocionante. Não sei se era o efeito da droga se dissipando, mas sentia vontade de esganá-la para parar com aquilo. Estava me incomodando e me sentia enjoada. Quando menos esperávamos, avistamos o tal castelo dourado. Fiquei animada novamente, quando, por um minuto, a garota calou a maldita boca e saiu correndo. Tentei alcançá-la, porém, foi em vão.
Entrei desconfiada no castelo dourado. Por dentro não havia nada de dourado. Era tudo branco e não tinha nenhum móvel. Apenas uma porta cor verde água. Resolvi abrir. Entrei dando de cara com quatro meninas (inclusive, a Saori e a menina de cabelos azuis), dentro de uma caixa com cômodos. Parecia uma casa de bonecas. Percebi que minha roupa havia mudado. Vestia um lindo vestido totalmente florido. Ok, isso realmente me espantou. Como pode? Pensando em qual possibilidade acessível aquilo poderia acontecer, Cida adentrou no quarto. Corri em sua direção querendo explicação. Ela pediu calma e me virou para observar as meninas.
Elas estão monótonas. Sem expressão no rosto. Um olhar perdido. Um espelho do lado eu pude observar meu semblante, igualmente ao delas.
Ver algo perdido em mim, me deixou ruim. Uma sensação esquisita de não existência. É como se tudo que eu tivesse feito até agora foi só ter vivido e deixado o tempo me arrastar por algo incerto e duvidoso. A tristeza da perdição nos meus olhos sem esperança alguma de um futuro promissor. Respirei fundo, segurando o choro.
— Seu bloqueio emocional e sua insegurança controlam a sua liberdade — Cida disse.
Neguei, querendo me despertar daquele momento confuso. Não queria mais. Queria acordar e nunca mais usar essa coisa maluca que Cida me deu. Tentei fugir, mas era impossível. Cida me puxou e me levou para outra sala, mas confusa ainda. Tudo ficou preto e eu via um misto das meninas correndo, entorpecendo minha mente, da garota de cabelos azuis falando coisas indistinguíveis, até a Saori que me beijou e logo fez graça, depois correu com as meninas completamente feliz. Senti meu corpo cair (ou flutuar, não lembro muito bem).
— Corra! Se liberta! Se liberta!
Uma luz branca me cegou e eu percebi. Tambores batiam forte em minha cabeça quando tudo escureceu. Abri os olhos com dificuldade, sentindo a claridade do sol. No chão estava os comprimidos que, provavelmente, tomei. Não muito distante eu havia vomitado. Avistei Cida sentada na minha cômoda, com um sorriso cínico mexendo em uma pena de alguma ave que eu não sabia dizer qual. Levantei com dificuldade correndo até ela, tropeçando algumas vezes. Quando cheguei perto o suficiente, não consegui tocá-la. Estranhei... Mas parecia real.
— Só apareço na sua cabeça. Apesar de parecer muito real. Só seus olhos conseguem me enxergar. Só seus ouvidos conseguem me escutar e sua mente não consegue me chutar porque você necessita de mim.
Não sabia o que estava sentido, mas estava muito nervosa. Eu queria eliminá-la da minha cabeça, apesar de saber que ela era muito necessária, mas não me fazia bem. Ela abriu meus olhos. Eu precisava sair do escuro, da caverna que criei externamente e internamente no meu corpo. O bloqueio que minha mente criou. Talvez meu bloqueio fosse Cida? Não sabia. Mas eu tinha que fazer algo.
— Melhor procurar um médico.
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