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Aniversários, desejos e fadas, literalmente!


Infância! A primeira fase da vida começa a tomar forma desde o momento que um pequeno nascido descobre seus pezinhos e passa a desvendar seu pequeno mundo completamente novo, com objetos diferentes, pessoas incomuns e sentimentos ainda mais confusos que uma simples tristeza momentânea e uma felicidade semanal. A construção da vida sempre se iniciou em uma infância e ela também era a responsável por dar uma estrutura significativa para todos os próximos anos que viriam a seguir. Porém, é durante essa fase tão incompreendida e inocente que as pequenas lendas e contos festivos levam as crianças em um mergulho único para um mundo de maravilhas que suprimem os desejos simbólicos dos feriados e auxiliam em sua educação.

Não sendo por menos que o bom velhinho e maior doador de presentes, o famoso papai-noel, foi inventado; o coelhinho da Páscoa que, apesar de ser o mais injustiçado entre todas as lendas, sempre está confeccionando doces e ovos de chocolate para as boas comportadas crianças. Há ainda as fadas do dente, era incrível como sempre tinham uma nota de dinheiro sobrando em seus bolsos e como sempre arrumavam confusões com o outro departamento de fadas. Sim, as incríveis e doces fadas do aniversário, aquelas que trabalham incansavelmente o ano todo para distribuir grandes memórias e pequenas lembrancinhas de mais uma data comemorativa. Contos de fadas, lendas e histórias sempre preencheram a infância, sempre foram o ponto alto de cada um, que no final do dia, mês ou ano, somente esperavam ganhar um bom presente por ser um bom filho, estudante ou pessoa, mas acabavam sendo somente o que foram criados para ser, lendas mentirosas.

Chaewon não se lembra com clareza quando foi que deixou de acreditar nos amiguinhos de infância, ou até mesmo em amigos imaginários que ela cismava em conversar como se fossem reais, algo tão assustador quanto pensar que um homem vestido de vermelho e com um saco grande invade a casa das pessoas com presentes... Invasão a domicílio era permitido no Natal, então?! Para ser sincera, a garota sempre se manteve cética quanto a todas aquelas questões, principalmente depois do fatídico dia em que seus próprios amigos estragaram sua magia festiva com a internet e o grande tema do site, "Seus pais mentem pra você!", e a história patética sobre as cegonhas também não foi a mais legal de descobrir a verdade.

Por esse, e por mais algumas centenas de motivos, Chaewon jamais gostou que sua irmã mais nova ficasse fissurada em lendas e contos de fadas completamente falsos que seus pais adoravam contar. Tudo aquilo a tornaria amargurada quando descobrisse a verdade, assim como ela. Fora que, em sua mente espalhafatosa e presa na fase estressante onde a adolescência é o maior problema em questão, Chaewon achava ridículo uma garota de quase dez anos acreditar que fadas produziam e entregavam velas e presentes de aniversário. No entanto, era exatamente por aquele motivo em específico que a garota estava completamente encrencada e com uma lista excessiva de afazeres sobrenaturais, talvez ela realmente preferiria lavar a louça do jantar, um simples castigo mundano, do que lidar com toda aquela confusão.

Mas, antes temos que cuidadosamente voltar naquele terço de dia instável e cheio de comemorações. Era o aniversário de Chaeyeon, a irmã mais nova de no mínimo dez anos de idade que certamente era muito mais carismática do que a mais velha, mas aquilo, naquele momento do dia, não importava exatamente. Além de acabar de ter terminado seu relacionamento de dois anos, ter perdido a vez de conseguir seu prato favorito no almoço, ter recebido o boletim com mais notas vermelhas do que ela se lembrava ter tirado e ter sido pega de surpresa por uma chuva que terminou com o estado saudável de seu cabelo, Chaewon estava tendo um dia digno de se rotular o pior de todos e aquele jantar em família, cheio de indiretas e situações constrangedoras, não deixava com que o resto daquele ciclo infernal terminasse bem. E querendo ou não, as coisas tendiam a piorar gradativamente.

─ Pensei que seu incrível, maravilhoso e perfeito namorado iria vir jantar aqui, noona. ─ O jantar havia acabado de iniciar, os pais optaram por realizar a festa de aniversário da mais nova com apenas uma reunião de família e um bolo grande o suficiente para alimentar a cidade, mas ainda sim, Chaewon deveria lidar com os comentários atrevidos e antiquados, em suma, de seu irmão dois anos mais novo. Implicante e completamente feito para despertar o terror na mais velha, Junseo era o pesadelo da garota. ─ Ah!, é verdade, vocês terminaram... Ele te traiu, não foi?!

─ Por que você, por no mínimo cinco minutos, não toma conta da sua vida? ─ ela não demorou para responder, sorrindo de maneira atravessada e terminando de colocar a travessa de doce gelado na mesa de refeições, recebendo um olhar conturbado de todo o resto da família.

─ Não fale assim com seu irmão, Chaewon! ─ sua mãe a repreendeu, consequentemente o que levou a garota a revirar seus olhos castanhos e pedir a qualquer divindade celestial que lhe desse paciência para aquele resto de jantar com uma família, que mais parecia com seus inimigos.

─ E então, Chae, já decidiu que curso de faculdade você vai fazer? Fiquei sabendo que suas notas do último ciclo saíram... ─ E as temidas perguntas se iniciaram, seus familiares, principalmente suas tias, tinham uma tendência única de serem tão invasivas quanto o resto dos parentes, as perguntas indiscretas sempre aconteciam, mas Chaewon sabia com clareza que qualquer resposta que ela desse somente serviria para matar curiosidade e criar mais fofocas das quais ela não estava com nenhuma vontade de ser a estrela.

─ É o aniversário da Chaeyeon, acho que deveríamos focar somente nela. ─ a filha mais velha respondeu com um sorriso no rosto, o que de fato não chegou a agradar a curiosidade dos demais, mas nada mais justo do que direcionar as perguntas e desejos somente a aniversariante. E sentindo seu pulmão respirar em completo alívio por ser retirada do foco do jantar, Chaewon acabou por ver seu resto de dia desabar por completo com a intromissão da irmã.

─ Ela tirou notas ruins na escola, por isso não sabe que curso fazer ─ a aniversariante disse sem o menor pudor, como aquela garota era tão esperta ao ponto de saber suas notas, mas não podia descobrir que uma maldita fada do dente não existia? Sentindo seus olhos fecharem em pavor e frustração, Chaewon já poderia escutar os cochichos e o silêncio completo de seus pais. Ah, ela estava ferrada!

─ Como assim notas ruins? Mas, você não estudou o semestre todo, Chaewon?! ─ Diferentemente de sua mãe, seu pai tinha a tendência de ser mais expressivo e sentimental, normalmente perguntava primeiro antes de gritar ou brigar, mas as respostas que ele tinha para receber não iriam aliviar a confusão já instalada.

─ E ainda foi recusada em uma das universidades... É que a carta chegou hoje, eu dei uma olhadinha. ─ Assim como Junseo disse aquilo com tanta leveza e dando de ombros, além de estar completamente focado em seu jantar, a notícia caótica pegou completamente Chaewon de surpresa, ela foi recusada? Mas por quê? O que tinha errado? Na verdade, apesar das diversas perguntas rondarem sua mente, nada era mais estressante do que saber aquilo de uma pessoa que, aparentemente, nem mesmo se importava.

─ Qual é o problema de vocês?! Por que estão sempre olhando minhas coisas, sendo irritantes e invadindo o meu espaço? ─ ela reclamou de prontidão, se levantando da mesa de madeira e encarando os mais novos. A reação nada comum acabou calando a sala de jantar, assim como seus irmãos, que agora entendiam a gravidade da situação e se mantinham quietos, menos por ela.

─ Eu apenas olhei o papel caído! Mamãe disse que eu não posso mentir, se não as fadinhas de aniversário não me dão presentes e nem... ─ E os contos de fadas voltaram a ser um problema constante na vida de Chaewon, por que sempre lendas estavam presas em seus dramas familiares? Mas, no geral, aquilo já estava passando dos limites.

─ Nada disso existe, Chaeyeon! ─ E assim que seus pais tentaram intervir na situação, a garota gritou com a mais nova de uma única vez, perdendo não só sua paciência, como sua sanidade mental pelo resto daquele dia, daquele mês e daquelas horas;, aquele looping infinito de problemas a fizeram descontar em alguém, e destruir os primeiros sonhos de uma criança parecia a alternativa mais fácil. ─ Essas fadas malucas não existem, para de acreditar em tudo que te contam!

Assim, com um início extensivo de uma birra infantil, o término oficial de um jantar de família falido e que renderia boas conversas no grupo de mensagens, e seus pais terminando de gritar e brigar com a adolescente que precisava de uma ajuda, Chaewon estava mais encrencada com o mundo mágico do que com seus parentes, ela somente não sabia disso até cair no completo choro cansado e exausto que a levou em um sono profundo, completamente pronto para iniciar uma nova pequena vida.

"Será que ela está dormindo ainda?" Uma singela voz pareceu surgir de longe, invadindo o sono pesado e os sonhos equivocados da adolescente, a fazendo reclamar como se estivesse sendo acordada de uma hibernação. "Acho que ela morreu!" Outra voz, diferente da primeira, talvez com um timbre mais elevado, respondeu com tanta indiferença que até causou curiosidade na Chaewon, mas aquilo não importava, era somente um sonho, não era? "Que horror, Kim! Não diga isso, se ela tiver morrido, nós vamos perder o emprego!" Definitivamente, aquilo não era um pesadelo ou uma invenção pré programada de sua mente e a jovem abriu seus olhos, se deparando com um teto roxo azulado e um lustre brilhante que chegou a ofuscar suas costas, mas bastou somente o rosto de dois seres aparecerem em seu campo de visão para que a garota entrasse em um estado de confusão.

E a gritaria começou, Chaewon em si não entendia onde estava e muito menos quem era aquelas pessoas, tudo somente piorava quando a garota deu uma boa olhada ao seu redor, se deparando com um grande salão repleto de criaturas muito semelhantes a humanos, mas as asas coloridas, os cabelos em tons variados e o brilho ofuscante a deixava em completa exaustão. Assim que a menina pareceu ganhar sua consciência, se levantou por completo, se deparando com suas novas vestimentas e um par de asas esbranquiçadas que tirou seu completo ar. Mas o pânico instalado também levou a gritaria das outras duas garotas que estavam próximas de si, pareciam que ambas estavam perdidas assim como a desconhecida que acabara de chegar.

─ Por que vocês estão gritando?! ─ Com detalhes amarelos em seu conjunto de camisa e saia e um cabelo tão longo quanto as mechas ruivas alaranjadas, a mulher com uma fisionomia próxima de um ursinho de desenho animado logo se aproximou do trio despreparado, perguntando com certa calma que chegava a assustar qualquer um. Com uma singela prancheta em mãos, a fada encarava as garotas com um olhar confuso, como se estivesse se perguntando o motivo tão inóspito de tanto barulho. O que Chaewon poderia dizer, ela foi sequestrada por um clã de garotas vestidas como fadas?

─ Ela estava gritando! ─ Uma jovem baixa de vestimenta azuladas e fios loiros curtos, acusou a mais alta e a, até então, humana da situação, como se explicasse o porque de uma entrar em pânico, todas também seguiram o mesmo caminho.

─ Que maldição! Vocês me sequestraram? Quem são vocês? ─ Atordoada, Chaewon não raciocinava com tanta lucidez, ela somente precisava saber onde diabos estava e como veio parar naquela imensidão mágica completamente lúdica e humanamente impossível de ser construída, além de querer saber, desesperadamente, como ia embora e voltava a ter uma noite complicada de sono. Era bem melhor aguentar as reclamações de sua família, do que todo aquele show de loucura e alucinação.

─ Qual é seu nome? ─ Despreocupada com tantas perguntas, ou a busca da jovem por um paradeiro decente e uma explicação plausível, a, aparentemente, recepcionista perguntou de uma maneira tranquila, encarando a prancheta curiosa com a folha de nomes de visitantes desejados e, naquele caso em específico, indesejados!

─ Como assim vocês me sequestram e não sabem a porcaria do meu nome?! ─ a jovem reclamou em protesto, cruzando os braços e encarando toda aquela situação com desconfiança, que tipo de organização criminosa mágica era aquela? Mas, com um olhar curioso e destemido, a jovem de roupa roxa assim como o resto das paredes azuladas do prédio, quem Chaewon descobriu ser a apelidada "Purple", puxou a garota para si e encarou a etiqueta de nomeação presa em sua roupa, lendo as letras garrafais que pareciam ter sido escritas por uma criança.

─ Chaewon! ─ Kim gritou como se tivesse encontrado um prêmio ou tivesse ganhado em algum concurso em que o prêmio, certamente, era uma boa quantidade de dinheiro, mas o que a garota recebeu foi somente um sorriso notório da sua supervisora amarela. E falando sobre ela, a recepcionista logo soltou a prancheta, que de uma forma divertida e assustadora, nem mesmo encostou no chão, sendo erguida por uma espécie de força tridimensional ou um feitiço, o que possibilitou os olhos atentos da humana enxergarem o nome "Yell" gravado na plaquinha de identificação. Rapidamente, uma nova pasta se desgrudou de uma das milhares de estantes do galpão, se aproximando da reunião e abrindo em uma página em específico, onde somente uma foto três por quatro de Chaewon aparecia e uma longa lista de possíveis "feitos cruéis"?

─ Wow! A lista é grande... ─ comentou a dita Yell, somente pigarreando como se isso anunciasse uma sentença de castigo para a humana irresponsável. ─ Senhorita Seo Chaewon, você foi acusada de vandalismo mágico, destruiu os sonhos de uma criança, estragou um aniversário e, para piorar, era o da irmã...

─ Espera aí! Eu não estraguei o aniversário de ninguém, aqueles dois... ─ a garota prontamente interrompeu a fada, o que ocasionou em uma revirada de olhos da criatura de asas roxas e o olhar confuso da mais velha entre todos, realmente aquilo era sério e Chaewon somente estava crente de que tudo não passava de um sonho bem modulado.

─ Isso não importa, o que importa é que você banalizou o Instituto das fadas de aniversário e... ─ a mágica fada roxa com um temperamento tão difícil quanto Chaewon, logo interrompeu a falação da garota, mas o resultado disso não foi nada satisfatório para ninguém, afinal desencadeou uma crise preocupante de risadas da outra.

─ Eu só posso estar maluca! Chaeyeon-ah, sua pestinha, está invadindo meus sonhos, não é?! ─ Chaewon gritou em meio as risadas de desespero, que tipo de pegadinha era aquela? Era surreal, seria seus pais querendo dar uma lição na adolescente por ter estragado os sonhos de sua irmã? Seria seu subconsciente desapegando das memórias e a fazendo acreditar em lendas infantis? ─ É isso, eu estou sonhando, alguém me belisca... Aí não de verdade... Espera aí...

─ Isso é tão cansativo! Senhorita Chaewon, nós somos as fadas dos aniversários... Sim, aquelas que você chamou de malucas... E bom, como você desiludiu uma criança, seu castigo mágico é trabalhar no departamento... Então, volte ao seu estado normal e trate de embalar presentes o mais rápido possível! – Foi exatamente naquele momento que a ficha de Chaewon começou a cair por completo, parecia que tudo a sua volta estava em câmera lenta quando a jovem entendeu oficialmente que contos de fadas eram, literalmente, reais e aquelas fadas também; e não pareciam com muita paciência para uma humana intrometida que estragou a profissão delas. Mas, de qualquer forma, aquele dia já tinha sido muito cansativo, então Seo ainda acreditava na brecha de que aquele sonho tão real era, na verdade, um escape emocional de um sono pesado, quebrando completamente sua expectativa quando uma garota apareceu, do completo dimensional, com uma moto escura como seus fios de cabelo e com vestimentas esverdeadas que caiam perfeitamente bem com suas asas translúcidas. ─ Greenie vai te ajudar, ela é tipo uma fada guia que não deveria andar colada com essa espécie se motocicleta. ─ Cansada completamente daquele roteiro barato e das constantes confusões que pairavam o salão principal da empresa, a mulher semelhante ao ursinho de pelúcia, deu de costas para o grupo, voltando para trás do balcão de madeira e reclamando em alto e bom som de que precisava de umas férias ou um retiro de fadas.

─ Não se preocupe com ela, só está muito ocupada com a sua visita ─ a denominada Greenie que Chaewon, gentilmente, apelidou de fada verde, somente por todas elas terem cores bastantes características, a tranquilizou enquanto descia da motocicleta em um pulo, estalando os dedos para que o automóvel logo desaparecesse em brilhinhos esverdeados. Rapidamente, a fada passou a andar em direção aos corredores da tal "Instituição das Fadas de Aniversário", nome fincado no carpete branco e rosado da entrada, e, ainda tonta com os atuais acontecimentos, Chaewon foi empurrada a acompanhar a animada fada em sua frente, que parecia conhecer até mesmo as mínimas criaturas que andavam sorrateiramente pelo local. Parando em frente a uma grande vidraça que dava direto para o interior da fábrica de presentes, talvez o único local que não era banhado em tons rosados, roxos e azulados, o que deu um descanso admirável para a vista cinzenta de Chaewon, a fada logo começou seu monólogo: ─ Bom, você deve estar bem confusa, não é?! Vou te explicar tudo... Todos os contos, lendas e figuras que os adultos contavam pra você na infância, realmente existem nesse mundo. Sim, até aquele papai noel preguiçoso... Ele dorme o ano todo e quem tem que fazer os presentes...

Greenie parou de falar instantaneamente assim que percebeu ter fugido do assunto, além de ter sido alvo de olhares insatisfeitos com sua história cheia de detalhes. Dando de ombros, o que acabou ocasionando um respiro da ideia de nada daquilo ser mentira, Chaewon de fato não foi enganada a vida toda com histórias para dormir, mas ainda sim era surreal pensar naquele universo mágico escondido entre os humanos.

─ Enfim, é aqui que nós vivemos, no caso as fadas dos aniversários, recebemos os desejos de presentes e pedidos de velas comemorativas para cada idade, embalamos e enviamos para as crianças de todo o mundo... Pode parecer um trabalho cansativo, mas você vai se adaptar rápido.

─ Como assim me adaptar rápido?! Olha, não me leva a mal, mas tudo isso é uma grande loucura! Eu entendo que desiludi uma criança falando que vocês não existiam, mas eu não posso ficar aqui pra sempre... Eu tenho uma vida lá fora! ─ Ela estava completamente perdida, acabaria vivendo ali para sempre por causa de um erro bobo que, com toda certeza, Chaeyeon nem mais lembrava? Mas, sua revolta pessoal e confusão pré instalada, gerou a risada da fada junto de si.

─ Não, bobinha! Ficar aqui pra sempre? Que vida cruel, nem a gente tem essa coragem... Você só deve trabalhar como fada por hoje, normalmente é no mínimo uma semana, mas disseram que você já é bem barulhe... Ah, esquece! ─ Mais uma característica perceptível, Greenie realmente não conseguia calar a boca e falava muito mais do que era permitido, não foi atoa que se calou e sorriu, disfarçando o problema quando ia contar a opinião da grande parte das fadas sobre Chaewon.

─ Vocês me acham barulhenta? ─ a garota perguntou alto o suficiente para assustar as fadas ao seu redor, recebendo um olhar da garota em sua frente, o que rapidamente a fez entender a opinião de todos ali presentes e, revendo suas decisões e ações de minutos atrás, ela não estava sendo a mais silenciosa dentre todos os humanos; talvez a mais problemática fosse o título certo.

─ Acho que podemos ir... Você tem que cuidar da loja, embalar alguns presentes e também fazer entregas ─ a fada verde logo começou a falar, como se fizesse um checklist dos afazeres da mais nova, que a cada palavra dita com uma nova obrigação, sentia o peso de seus ombros cederem e ela querer fugir o mais rápido possível.

Por mais que o local fosse tão grande ao ponto do horizonte formar uma linha sem esperanças do fim, a fada se prontificou a cortar o caminho pelos corredores e portas entre as paredes, deixando a distância entre a grandiosa loja de presentes mais curta do que Chaewon poderia pensar. Assim como todo o resto do departamento, a loja de presentes das fadas seguia a mesma paleta de cores que qualquer um poderia se acostumar, os ladrilhos coloridos revestindo o piso e as portas amareladas davam um charme especial no local, além do grande letreiro piscante rosa indicando o nome do estabelecimento, "Fairy Mystic General Store"!

─ Estão atrasadas! ─ cantarolou uma voz do interior do espaço, anunciando não só que estava presente, como elas também estavam. Rapidamente, buscando com o olhar entre a imensidão de cores e presentes embalados em caixas rosas, Chaewon pode enxergar uma fada analisando um pequeno fone de ouvido através de uma lupa dourada, mas, além da beleza que ganhava atenção de qualquer um, a mulher também se destacava pela variação de tons em cada olho, sorrindo assim que percebeu que a humana estava olhando para si. ─ Você deve ser a garota que desencoraja crianças a não acreditarem em nós.

─ Minha reputação está bem ruim mesmo, não é?! ─ Seo comentou como um sussurro, sorrindo para tentar deixar o clima mais ameno, mas era inevitável que se sentisse intimidada pela presença da fada a sua frente.

─ Ela é a Pinkie... É a fada mais velha daqui, ela sempre ficou responsável pela loja desde que foi aberta. ─ Greenie parecia como uma luz do fim do túnel, a fada sempre estava perto para explicar os detalhes para Chaewon, além de parecer ter o super poder de a retirar de situações constrangedoras. Entregando algumas caixas vazias para a menina, ela logo indicou onde deveriam ser colocadas, mudando o rumo de seu destino de ajudar a garota perdida somente para tocar o pequeno sino da loja, o que acabou avisando as outras fadas de que deveriam tomar seus postos de trabalho.

Caixas começaram a ser levantadas e movidas de um lado para o outro somente com um movimento de mãos, os utensílios de trabalho estavam sendo colocados em seus devidos lugares, papéis de pedidos e pequenos brinquedos pareciam dançar no ar, terminando de hipnotizar a pobre humana que estava completamente parada naquele ambiente sem saídas. Vendo a situação da jovem e a ocupação das outras garotas a arrumar o grande espaço cheio de afazeres, a fada mais velha e com o rosa sendo sua cor característica, se antecipou à ajudar Chaewon a se habituar naquele lugar. A entregando uma espécie de varinha com componentes mágicos, o que chegou a deixar a humana ainda mais apavorada, Pinkie decidiu que seria uma boa ideia ensinar alguns pequenos truques para a menina, além de que com toda certeza, ela ficaria responsável por outra coisa após derrubar uma porção de brinquedos ao tentar levantá-los com o poder da varinha de cristal emprestada.

─ Tudo bem, acho que você consegue dar conta disso... É uma máquina de brinquedos. Você vê o pedido nesse papel e prepara a receita apenas apertando esses botões. ─ Após o deslize anterior, Chaewon foi colocada para trabalhar, ou tentar se fosse possível, na máquina silenciosa e nada complicada de fazer presentes. Bom, nada complicado para todas as fadas, menos para uma humana que foi raptada, conheceu lendas que ela achava uma completa mentira e ainda tem uma reputação ruim na empresa, de fato, tudo naquele dia era complicado. A fada rosa ainda tentou explicar mais uma vez para Chaewon, mas, após receber uma confirmação falsa de que tinha entendido o que fazer, ela achou melhor somente deixar a garota trabalhar. Uma decisão bastante ruim!

"Ok! É bastante simples, Chaewon... Aperte esses botões e crie um brinquedo, o que pode dar errado?" Assim como ela tinha a capacidade de conversar sozinha com a sua própria mente, também era dotada da habilidade única de fazer as coisas darem errado, não sendo por menos que, ao entender que deveria fazer um ursinho de pelúcia e apertar o botão indicado para isso, a máquina começou a fazer um barulho estupidamente irritante e estranho, aquilo iria explodir? E bom, para complementar o ciclo de desastre, Chaewon passou a apertar os outros botões do painel, como se algum deles tivesse a função incrível e milagrosa de acabar com o problema. O desespero instaurado na garota rendeu boas risadas internas e uma revirada de olhos da fada amarela, que, após ter assumido como recepcionista da loja, resolveu ajudar a humana a acabar com tudo aquilo.

─ Deixa eu te ajudar. ─ Yell tomou as frentes e tirou a garota com mãos rápidas em apertar botões, somente puxando uma alavanca lateral e mudando a receita conturbada de presente que tinha se iniciado. ─ Antes de apertar no brinquedo que quer construir, você precisa...

E assim se sucedeu. A fada de fisionomia completamente parecida com o primeiro brinquedo construído por Chaewon, aquele que, futuramente, foi embalado e enviado para os tubos de descarregamento, acabou por criar o maior vínculo da garota com o trabalho rápido que fazia. Por mais que não soubesse o horário e nem mesmo que momento do dia, noite, mês ou ano ela estava, a garota sabia que se manter ocupada acabava fazendo com que todo aquele sonho realístico passasse bem mais rápido do que o desejado. E, após passar um grande tempo fabricando presentes, a fada rosa lhe deu outra chance de aprender truques mágicos das fadas, o que causou grande felicidade nas demais garotas quando Chaewon finalmente levou uma das caixas de presente para o alto somente utilizando a varinha e seu novo, quase indefinido, poder. Com a loja funcionando, clientes diferentes, até mesmo outras espécies mágicas, entrando e saindo do estabelecimento, Seo estava feliz por conhecer aquele mundo discreto e ainda sim tão brilhante quanto um arco íris, mesmo que não se lembrasse de como chegou ali e muito menos soubesse como ia embora.

─ Ei! Nós vamos fazer entregas daqui a pouco, você precisa tomar essa poção para não ficar enjoada no caminho. ─ Com a primeira pausa oficial do dia, Chaewon foi abordada pela fada roxa e um pequeno frasco transparente com um líquido alaranjado dentro do recipiente, o que a deixou meio desconfiada com o rótulo escrito "sabor laranja" gravado. Dando de ombros, afinal somente a ideia de passar mal não era a mais divertida do mundo, a garota bebeu a poção em somente uma golada, sentindo apenas o gosto de laranja doce em sua boca. ─ Foi legal te conhecer Chaewon... Agora você vai virar um daqueles duendes ajudantes... Eles são legais, mas falam muita bobagem.

─ Eu vou virar o que?! Purple! ─ esbravejou Seo com a confissão fora de cogitação da fada, ainda mais quando ela deu um sorriso travesso e saiu caminhando em direção as outras garotas, deixando a mais nova confusa se viraria realmente um duende rabugento ou não. Tendo o frasco retirado de suas mãos pela fada azul, a loira riu e negou com a cabeça, como se tudo aquilo fosse uma piada bem elaborada. ─ O que é? Eu vou virar um duende mesmo? Que droga!

─ Não Chaewon, isso é suco de laranja, nós não temos poções de transmutação... Agora vamos, temos muitos presentes pra entregar! ─ a fada rapidamente tranquilizou a dramática adolescente, que respirou aliviada com a negação de que viraria algum ser mágico pequeno que enfeita jardins. Seguindo para fora do estabelecimento, no qual se juntou às outras fadas de aniversário, a loira fechou a porta de entrada do lugar e virou a pequena plaquinha indicando que a partir daquele momento, a lojinha mágica de presentes estava fechada.

Em um piscar de olhos a fada verde apareceu. Ela parecia adorar aparecer com automóveis e aquilo, mais uma vez, acabara se tornando rotina na vida tediosa de Chaewon, que encarou o carrinho de entregas da loja. Muito semelhante a um carrinho utilizado em partidas de golfe, o mesmo tinha apenas cinco assentos com o estofado rosa, um grande compartimento para os presentes em uma espécie de porta malas aberto para o céu estrelado, além de um toldo amarelo e azul que parecia proteger as fadas da luz solar e trazia ainda mais cor para a lataria branca prateada que envolvia o carro. Mas, apenas um ponto importante captou completamente a atenção de Chaewon, algo que seria memorável e que, provavelmente, ela não veria mais em lugar algum.

─ O carrinho tem... asas? ─ perguntou com a curiosidade instalada em seus olhos, o que causou risadas das outras por não achar que alguém poderia acreditar que aquilo não era comum. De prontidão, algumas fadas já subiram no carrinho, tomando seus lugares com alguns presentes em mãos, talvez aqueles que, possivelmente, iriam entregar primeiro.

─ Mas é óbvio que tem asas! Nós não exploramos as pobres renas como o papai noel ─ Greenie respondeu a mais nova, como se a pergunta feita fosse a mais idiota do mundo, mas causou somente a revirada de olhos da fada roxa que cruzou os braços e encarou a mais velha como se fosse uma criança birrenta.

─ Qual o problema dela com o papai noel? ─ Chaewon perguntou em um sussurro para Purple, que encarou a garota pensativa com a pergunta.

─ Ele esqueceu de entregar o presente dela no ano passado e, desde então, ela o odeia completamente ─ a fada roxa explicou para a garota, que assentiu e absorveu a grande explicação. Greenie tinha seus motivos, Chaewon também ficaria chateada se soubesse que o papai noel existia e que todos aqueles anos que não ganhou presente, foi porque ele esqueceu.

─ Já está na hora de ir, garotas! ─ Assim como em sua primeira cena, Pinkie cantarolou novamente, o que fez as fadas se apressarem a terminarem de se arrumar no carrinho de entregas, no entanto, somente Chaewon ainda permanecia fora, assim como a fada de olhos diferentes, que encarava a mais nova orgulhosa por aquele dia. ─ Está na hora de você ir pra casa, Chaewon... Estamos orgulhosa do seu trabalho, só não fale que somos fadinhas malucas de novo.

─ Eu pensei que entregaria os presentes com vocês. ─ E rapidamente o clima se tornou monótono e intenso, até mesmo um pouco melancólico demais para quem não gostaria de estar ali. A fada amarela foi a primeira a sair do carrinho e abraçar a garota, apesar de Chaewon ter sido a causadora das férias adiantadas de Yell, ela até mesmo gostou da companhia da garota. Seguindo assim, a fada azul também a abraçou, dando espaço para Grennie, que faltou arrancar a garota do chão... Para ela, ter visitantes sempre era complicado, a fada verde rapidamente se apegava a eles e ser uma guia também não era um trabalho fácil.

─ Quem sabe no ano que vem... Vai ser legal ter você aqui mais uma vez ─ Pinkie tranquilizou a garota, a abraçando e confortando a jovem, que sabia que agora, mais do que nunca, acordaria de seu sonho mágico e lidaria com todo o peso burocrático de suas ações e palavras no plano mundano. Por fim, Purple, a travessa fada roxa, abraçou Chaewon por último, sorrindo para a adolescente que quase tinha sua idade humana. Mas, quando Seo menos esperava, a fada assoprou um pó cristalino em sua visão, a fazendo ficar tão sonolenta e inconsciente como no início daquela confusão. Mas ela pode escutar as reclamações das outras fadas, "Purple!", "Nós estávamos nos despedindo", "Yah! Eu pensei que já era a hora... Desculpa Chaewon!".

E em completa sonolência, a visão e os sonhos da garota retornaram, a levando somente para o acolchoado confortável de sua cama e a coberta felpuda que parecia um grande ursinho. Demorou bons minutos até a garota recuperar a consciência de forma completa e sentar em sua cama como um solavanco, encarando a escuridão demasiada e a pequena fresta de luz do luar entre as cortinas transparentes de que quarto. Ligando o abajur instalado ao lado de sua cama, Chaewon levou as mãos nos olhos, coçando os mesmos e tampando o rosto com as mãos, aquilo foi um sonho, não foi? Por que era tão real? Droga, ela só poderia estar ficando maluca!

Abrindo os olhos com um certo medo de encarar algum consultório médico ou qualquer indício de que estava em um hospício, a jovem somente se deparou com a bagunça cotidiana de seu quarto e um brilho intenso saindo de uma caixa rosada na poltrona de seu dormitório, fazendo seus olhos brilharem quando logo grandioso da "Fairy Mystic General Store" processou em sua mente. Se levantando tão rápido que ela pode jurar que sua pressão iria cair e levá-la junto, Chaewon calçou as pantufas rapidamente, se apressando a pegar o presente e fazer a coisa certa. Saindo do quarto de forma brusca, nem mesmo se importando que era uma madrugada silenciosa e que bater portas não era uma maneira educada de transitar pela residência, a mais velha entre os filhos entrou em outro quarto, se deparando com o habitual papel de parede florido e a casa de bonecas espalhada pelo seu interior.

─ Chaeyeon! Yeonie! ─ ela chamou a mais nova delicadamente, vendo a pequena se espreguiçar na cama e coçar os olhinhos, além de fazer um bico manhoso que a deixava ainda mais fofa que o habitual, mas ao encarar quem estava a acordando no meio da noite, uma expressão de fofura foi a última da lista. ─ Olha o que eu encontrei na porta do seu quarto... É um presente das fadas de aniversário!

Os olhos da mais nova brilharam apenas de ver a caixa quadrada rosa com o símbolo celestial grafado em uma das paredes, mas, ao se lembrar das últimas palavras de sua irmã, Chaeyeon ganhou uma expressão desconfiada. ─ Mas... Você disse que as fadas de aniversário não existiam, até chamou de malucas!

─ É, eu sei bem disso, mas eu menti, sinto muito. ─ Seo riu, principalmente quando lembrou da fada rosa dizendo para não chamá-las mais assim. Deixando a caixa de presente em cima do colo da mais nova, que tirou o laço com tamanha curiosidade e se livrou da tampa, sorrindo assim que viu o grandioso urso de pelúcia marrom, o mesmo brinquedo que trouxe tanto problema para Chaewon da primeira vez que tentou fazer. ─ Mas, Chaeyeon, da próxima vez que você mexer em uma das minhas coisas, você vai virar um duende ajudante... E eles são bem nervosinhos!

Ela sussurrou no ouvido da mais nova, que a olhou com desdém, como se não quisesse se tornar um duende... Bom, pelo menos a simples pegadinha de Purple tinha muitos efeitos com as crianças. Beijando a testa de Chaeyeon, a irmã mais velha sentou na ponta da cama, apenas admirando a mais nova brincar com o ursinho de pelúcia e as estrelas brilharem cada vez mais no céu, a fazendo jurar que tinha visto um carrinho com asas desaparecer na imensidão azulada como um raio. 

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