˖࣪ ❛ CADA DIA
— 31 —

HEART OUVIU O grito estridente de Teo quando eles desceram e conteve o riso. Ela acariciou as enormes e lindas escamas do Jabberwocky enquanto Teo descia, depois desceu. Após a proposta de dar um passeio, Heart se surpreendeu ao saber que foi a morena quem se ofereceu para passear no Jabberwocky. Alcançando uma distância entre o meio do lago encantado e a escola Auradon.

— Pronto. — Teo avisou e Heart desceu das costas do animal até ficar na frente do moreno que penteava seu cabelo sem muito esforço e colocava o chapéu. — Você pode ir para o lago. — disse ao dragão que assentiu, antes de voar.

Suas asas gigantescas balançaram, levantando sujeira e vento que mais uma vez fez o chapéu de Teo voar para longe, desmanchando seu penteado e mostrando sua crina geralmente desgrenhada. Eles se limparam o melhor que puderam, sorrindo um pouco.

— Para aonde vamos ir, chapeuzinhos? — perguntou ela, com um pouco de medo de que Teo tocasse no assunto. O que iria acontecer, quer eu quisesse ou não.

— Eu... Eu preciso que você coloque isso. — ele tirou um longo pano vermelho do chapéu. Heart olhou para ele com a testa franzida e franzindo o nariz, ele riu. — Por favor.

Heart suspirou, impossível para seu sistema se opor a Teo. Ela fechou os olhos e deixou o chapeleiro ficar atrás de suas costas, ajeitando cuidadosamente seus cabelos ruivos e amarrando a venda, cobrindo seus olhos. Ele beijou sua bochecha profundamente, aproveitando que estava atrás dela e tão perto. Heart se contorceu no bom sentido e sorriu.

— Você vai precisar caminhar, eu te guio. — Teo pegou as mãos dela e começou a conduzi-la, percebendo pelo corpo tenso dela que ela não gostou da ideia. — Eu prometo que você não vai tropeçar nem nada.

— Não quero te ofender, mas é mais do que provável que você caia. — Heart se defendeu, avançando completamente às cegas.

— Se isso acontecer, eu vou te ajudar, querida. — ele se defendeu sem hesitar. Heart, sem vê-lo, sabia que ela estava sorrindo pior que o Professor Cheshire.

— Primeiro você vai rir e depois vai me ajudar. — ela corrigiu, bufando, e Teo soltou uma risada infantil sabendo que estava certa.

Heart gostou do sorriso, mas enxugou-o enquanto tentava não cair. Ele não tinha ideia do que Teo estava planejando, mas durante sua estadia no País das Maravilhas já havia lhe proporcionado muitas surpresas e estava começando a se acostumar. Só que ele não sabia o que o chapeleiro sentia ou pensava, se eles se davam bem ou mal.

— Achei que íamos conversar. — ela se atreveu a admitir, Teo suspirou.

— É isso que vamos fazer, mas primeiro quero que você veja isso...

Ele parou e ficou atrás de Heart, colocando as mãos na cintura dela, o que fez cócegas na filha da rainha vermelha. Heart colocou as mãos em cima das dele, nervosamente.

— As cartas que mandei para Damian, constantemente constantes, eram porque ele estava ajudando-me, já que queria fazer uma surpresa surpreendente para você... — ele começou a falar rápido até parar quando Heart apertou suas mãos. — E bem... — ele deslizou as mãos por baixo das dela e levantou-as até desamarrar a venda. — É isso.

Heart abriu os olhos em dúvida, mas eles se arregalaram quando ela percebeu o que estava à sua frente. Teo sempre foi detalhista, eu diria mais do que ela achava que merecia, só que foi um dos seus maiores presentes. Sem falar no maior.

Escondida no mato havia uma loja, mas o nome de casa era mais adequado. Casa de chá.

Ela deu um passo à frente entorpecida no lugar animado e agitado com uma estrutura de xícara de chá como telhados diante dela. Tinha janelas curvas e mesas ao ar livre com xícaras servindo de sombra. Era tão ilógico, mas ao mesmo tempo tão simples e maravilhoso, tão lindo. Ela olhou para Teo, erguendo e franzindo as sobrancelhas, mas ele fez um gesto, incentivando-a a entrar.

Ela avançou hesitante, nas laterais do local havia roseiras vermelhas que a faziam sorrir, quando entrou uma campainha tocou acima de sua cabeça e ela observou tudo ao seu redor.

Dentro da loja havia relógios que eram cronometristas imprecisos, o que era muito Gabriella. Na frente havia uma cozinha escondida atrás de um bar. Tudo era em cores esbranquiçadas, totalmente clean, o que ele adorava, o que mais se destacava eram as rosas pintadas à mão de vermelho nos vasos espalhados pelo local.

— Você parecia estranho. — Heart se virou e viu Teo que brincava com a venda nas mãos. — A casa ainda não está pronta, mas queria que você visse caso quisesse mudar alguma coisa, só fiquei com medo da sua reação percebendo que você estava... Distante. — Teo ergueu os olhos timidamente e ela sorriu para ele. Teo suspirou profundamente: — Já conversamos sobre isso enquanto... Estávamos brigando com os piratas, mas não há nada que você queira me contar? — ele juntou as sobrancelhas, como se estivesse com medo. Ela estendeu a mão para pegar as mãos dele.

— Se eu te contar, você vai ficar longe de mim...

— Nunca. — ele negou rapidamente. Heart olhou para ele com um pequeno sorriso como se ele fosse uma criança que não sabia o que estava dizendo, o que o fez lamber os lábios e acrescentar: — Se algo de ruim aconteceu, muito ruim que você não queira me contar, tudo bem, não vou te pressionar, mas sabe o que? Se um dia você estiver pronta, você me contaria? — Heart mordeu o interior da bochecha. — Mas não me deixe... Mesmo você dizendo que não estávamos juntos, mas...

— Se estivermos juntos. — Heart interrompeu e olhou para ele, visivelmente mais aliviada. — Não há necessidade de fazer a pergunta estúpida para tornar isso oficial, você e eu estamos juntos. Somos um casal e pronto. — Teo sorriu, mas Heart colocou as mãos em seus ombros. — Na ilha eu fiz a coisa mais horrível que já fiz e se eu te contar e você for embora... Eu não vou julgar você, chapeuzinhos.

— Eu não vou embora. — ele assegurou, olhando para ela com tanta atenção que por segundos acreditou ter perfurado sua alma e lido seus pensamentos.

— Cortei a cabeça da minha mãe. — Heart engoliu em seco e Teo parecia uma estátua. — Ela me ameaçou, eu me defendi mas ela disse que uma das duas ia morrer, isso não ia acabar então eu a matei, por conta própria. Por defesa e por aborrecimento também. Já que ele mencionou você, assim como Gabriella e Carlos.

Teo tentou processar tudo, seu silêncio perturbou Heart que se explicou, cuspindo cada palavra como se fosse ela quem tivesse o tique nervoso de falar até engasgar.

— Carlos é minha vida inteira e eu não ia abandoná-lo, acrescentando vocês dois que se tornaram uma parte vital de mim... Apesar disso, eu me sentia um monstro e não queria vocês perto de mim por esse motivo, porque Eu os amo demais para que vocês possam ser arruinados para mim... Porque eu os amo e... — ela olhou para ele atentamente e se corrigiu. — Porque eu te amo e o protegeria a todo custo, até mesmo de minha mãe.

Eles permaneceram em um silêncio que durou eternidades para Heart, embora tenham durado apenas alguns segundos.

— Bem, isso me assustou um pouco. — ele admitiu em um sussurro.

Heart suspirou e foi embora ao ouvir isso, mas Teo se arrependeu depois de um segundo.

— Ei, ei, não. — Teo colocou as mãos na cintura dela e olhou para ela com medo. — Hum... Está tudo bem, eu acho. Eu confio em você mais do que em qualquer pessoa, só não esperava. — ele riu, mas pigarreou. — Se você me disser que não tinha outra opção para retornar em segurança, então tudo bem. Eu nunca serei capaz de apagar o seu passado, querida, mas você pode, então se você fosse ir embora, é por isso que não deveria. Na verdade, é bom começar do zero.

Ainda assim, ignorando a seriedade de suas palavras, os dois sorriram e soltaram algumas risadas divertidas com o quão estranho isso soou. Afinal, eles eram dois loucos. Heart avançou para abraçar Teo pelo pescoço, que a envolveu alegremente.

— Obrigado por me confiar isso. — Teo sussurrou contra seu cabelo. — Eu prometo que será um dos poucos segredos que não me escapará. — eles riram.

— Deve haver comunicação entre os dois a partir de agora. — eles se afastaram, mas não muito, sorrindo um para o outro. — Isso é bom para nós.

Teo levou a mão ao rosto.

— Make it last forever. — ele sussurrou enrolando-se sobre a sua mão. — And never give it back.

— It's our turn, and I'm loving' where we're at. —eles começaram a dançar suavemente, depois que Teo cantou, eles continuaram juntos.

— Because this moment's really all we have...

— Everyday of our lives. — murmurou o moreninho , apoiando a sua testa contra a dela.

— Wanna find you there, wanna hold on tight. — a ruiva continuou sorrindo.

— Gonna run. — Teo se afastou suavemente e pegou sua mão.

— While we're young. — eles cantaram ao mesmo tempo enquanto Teo a fazia dar uma volta. — And keep the faith...

— Everyday. — Teo puxou-a novamente para voltar a dançar juntos numa dança lenta.

— From right now. — Heart sorriu colocando as mãos sobre os ombros.

— Gonna use our voices and scream out loud. — eles cantaram enquanto se moviam sem pressa, dançando devagar no centro do local.

— Take my hand. — Teo ouviu-a, e tomou a sua mão, mais uma vez fez-a dar uma volta.

— Together we will celebrate... Celebrate. Oh, everyday.

Eles atravessaram a barra, ao lado da cozinha, onde Heart começou a ver tudo enquanto Teo a abraçava por trás, ambos rindo suavemente ao cantar a melodia juntos.

— They say that you should follow. — Heart pegou algumas xícaras de cerâmica.

— And chase down what you dream. — Teo acenou enquanto apontava para toda a casa do chá, ela sorriu para ele.

— But if you get lost and lose yourself. — eoa pegou uma chaleira enquanto balançava os ombros.

— What does is really mean? — Teo soltou uma risada.

— No matter where we're going. — Heart virou-se para abraçá-lo pela cintura.

— It starts from where we are. — o moreno com o dedo, levantou o queixo da ruiva.

— There's more to life when we listen to our hearts! — ambos, murmuraram até se aproximarem e esfregaram o nariz, o que lhes fez cócegas. — And because of you, I've got the strength to start. Yeah, yeah, yeah! Everyday of our lives, wanna find you there, wanna hold on tight gonna run while we're young and keep the faith.

— Everyday! From right now... — Heart virou-se, colocando alguns sacos de chá nas chávenas, mas fazendo Teo cantar no seu ouvido.

— Gonna use our voices and scream out loud. — ela voltou a cantar com ele, colocando água na chaleira. — Take my hand, together we will celebrate. Oh, everyday!

— We're taking it back. — Teo beijou o seu ombro enquanto ela colocava a aquecer a água. — We're doing it here together!

— It's better like that and stronger now than ever! — ela se virou.

— We're not gonna lose. — continuou Teo, tirando a mão da cintura e levantando-a sobre a mesa. Ele colocou as mãos na cintura e Heart penteou o cabelo do rapaz.

— Cause we get to choose. — eles cantaram juntos. — That's how it's gonna be!

— Everyday... Of our lives. — o chapeleiro júnior sussurrou vendo-a mexendo em seu cabelo.

— Wanna find you there, wanna hold on tight. — a rainha dos corações baixou os braços, colocando-os sobre os ombros.

— Gonna run while we're young. — Teo acariciou-a suavemente.

— And keep the faith... Keep the faith!
Everyday. — cantaram juntos. — Of our lives, wanna find you there, wanna hold on tight. Gonna run while we're young and keep the faith. Everyday from right now, gonna use our voices and scream out loud! Take my hand together we will celebrate! Everyday! Live every day! Love everyday! Everyday...

Heart colocou as mãos nas bochechas de Teo, o moreno sorriu quando ela foi aproximá-los até que finalmente o beijou, ambos começando a ignorar o bule de chá que já estava louco por estar fervendo. Pela primeira vez para eles, o chá podia esperar.