013
˖࣪ ❛ ENCONTRO DE BEN E MAL
— 13 —
A RAINHA DE COPAS estava pintando as rosas com Gabriella, Carlos e Teo. Os últimos que saíram pelo castelo, por sua vez, cantaram todos, exceto a filha da rainha vermelha.
— Todos mãos à obra, as rosas têm que ser pintadas. — Carlos cantou com um sorriso. — E serão todas vermelhas, ficarão muito bonitas.
— As rosas têm que ser pintadas, têm que ser bem vermelhas. — continuou Gabriella. — As rosas têm que ser pintadas e no final vamos chorar, bem, eu vou.
— E eu também. — acrescentou Teo.
— Eles vão morrer logo. — Gabriella fingiu chorar os fazendo rir. — Mas você tem que obedecer.
— Vermelhos terão que ser, ser, ser, ser, ser, ser, ser, ser... — Teo baixou a voz em tom sério, divertindo os menores. Heart bufou sob seu sorriso: — As rosas deste jardim vão ficar vermelhas.
— Mas por que, senhor Chapeleiro, os pintam de carmim? — eles se viraram para ver Isla que sorriu para eles.
— Ei? Ah! — Teo entregou-lhe uma escova. — Bom, você vai ver. Audrey plantou rosas brancas por amor e...
— A Rainha descontente prefere outra cor. — Gabriella fingiu reverência a Heart que sorriu superiormente para Isla. — Então deveriam ser vermelhos.
— Se Blanca ver, ela vai nos matar e cortar nossas gargantas. — Teo fingiu cortar a cabeça e mostrar a língua para o lado pela 'morte dele'. Carlos e Gabriella riram novamente.
— Céus! — Isla pegou um pincel, fingindo surpresa.
— Para nos salvarmos vamos envernizá-las. — Carlos mostrou-lhe as rosas pintadas.
— Oh Deus, então temos que fazer alguma coisa! — Isla ficou ao lado de Heart e Gabriella. — Vou te ajudar.
— As rosas têm que ser pintadas, porque em breve Sua Majestade virá inspecioná-las. — Gabriella apontou para Ben que se aproximava com Jay.
— Sim! E Heart vai nos decapitar. — Gabriella começou a terminar sua rosa.
— Sim! Sim, eles ainda são brancos. — Heart olhou. Sérios, eles achataram os lábios, escondendo os sorrisos. — Nem azul, nem cinza, mas carmim.
— Vamos envernizá-los! — todos terminaram juntos antes de caírem na gargalhada. A princesa vermelha apenas balançou a cabeça em desaprovação.
— Uau, vocês estão quase terminando. — Ben bateu palmas atrás deles.
— Sim, bem, é melhor do que ficar entediada. — a princesa vermelha encolheu os ombros.
— Acho que Heart é a amiga mais maluca que já tive, nunca teria me ocorrido pintar flores à mão, mas é um belo plano. — Isla elogiou a ruiva enquanto ela sorria divertida.
— Se você quiser, comprarei um buquê de flores brancas e pintaremos de vermelho para o nosso primeiro encontro. — Jay sorriu para ela, colocando um braço sobre seus ombros. A garota tirou em um segundo.
— Nem primeiro, nem terceiro, nem qualquer encontro. Eu não concordei em sair com você. — Isla o empurrou com o dedo e uma careta.
— Bem... — Ben soltou uma risada. — Embora eu não queira interromper, eu preciso de Heart. — ele apontou para a ruiva que o olhou com curiosidade.
— Diga-me, Bennyboo. — Heart largou a escova. Ele estendeu o braço para ela e ela o envolveu. — Carlos, não deixe que estraguem minhas flores.
— Não, rainha de copas. — ele se curvou para voltar a pintar com Gabriella.
Ben começou a caminhar com sua, possivelmente, uma de suas únicas amigas verdadeiras, ou pelo menos era assim que ele começava a considerá-la.
— Você já me ajudou com Mal. — ele começou assim que eles se separaram. — Mas preciso de alguns conselhos, não sei como era a vida dela na ilha e quero convidá-la para sair. O que você recomenda?
— Bem, devo te contar um segredo? — Ben aqui assentiu. — Mal nunca teve namorados antes, por pior que pareça, você é o primeiro interesse amoroso dela, patético. — ela revirou os olhos com seu sorriso típico. — Mas deve ser algo que a surpreenda, algo que não está na cabeça dela... A Ilha... Mesmo que quase nada do que está aqui esteja na ilha. — Heart olhou para todas as árvores, sim, havia até poucas árvores e a maioria delas estava cercada de lixo.
Ben notou aquela escuridão que envolveu os olhos da amiga por alguns segundos, uma escuridão que poderia te afundar no vazio se você olhasse para eles por muito tempo. Ele ficou magoado com a ideia de que sia Mal e Heart, juntas com os outros vilões, viviam em más condições por terem nascido na família errada. Ele ficou feliz com sua primeira colocação como rei e, se pudesse, faria novamente.
— Água, algo com água. — Heart sorriu maldosamente. Mal não sabia nadar, isso a divertiria se ela se afogasse, mas também seria uma experiência legal ver o mar e não ter uma parede mágica no caminho.
— Água? Oh! Tem um lago, é legal. Às vezes vamos com o Teo. Você acha que é uma boa ideia? — Ben sorriu emocionado.
— Fantástico, Bennyboo. — disse Heart, copiando a expressão dele.
— Você é fantástica. — ele a puxou para um abraço. Heart olhou para o céu. Por que eles se abraçaram tanto aqui? Ela da um tapinha nas costas dele brevemente para removê-lo: — Você acha que pode me ajudar com... Como me vestir? Não acho que usar terno seja informal. — ele riu e a ruiva reclamou.
— Tudo bem, mas vamos até meu quarto para que eu possa procurar minha caixa de chá. — Heart resmungou, olhando para o satisfeito futuro rei. — E se incline, para que você possa me carregar nas costas porque não quero andar. Mal provavelmente está lá, então você a convida imediatamente e então iremos prepará-lo.
— Sim, senhora. — aproximaram-se de uma mesa de jardim que ficava a poucos passos de distância.
Ben estendeu a mão para ela, ajudando-a a subir no banco e se virou, Heart subiu em suas costas enquanto o loiro fechava os punhos e a ajustava para que pudesse andar e segurá-la, mas sem deixá-la desconfortável.
★
Heart estava no escritório real de Ben. Era de um lado da torre onde Teo fazia seus chapéus, portanto, pelas janelas dava para ver onde praticava tiro com arco com a filha de Mérida.
Ela estava sentada na mesa do menino enquanto brincava com o barbante do saquinho de chá. Ela virou um pouco a cabeça para abaixar um pouco os braços e viu Ben saindo vestindo uma jaqueta azul e amarela do time, com mais roupas brancas por baixo.
— Você está tentando cobrir suas roupas chiques com a jaqueta suja? — Ben sorriu culpado, abaixando a cabeça. Heart inclinou a cabeça, sorrindo agradavelmente. — Troque a camisa por uma de uma cor diferente, eu diria vermelha, mas a sua cor é azul claro. — Heart examinou o príncipe. — E use chinelos. Os sapatos são muito... 'Eu sou um rei.'
— O que? Suas roupas casuais gritam: 'Eu sou uma rainha e corto cabeças.' — ele apontou para ela divertido. Ela estava orgulhosa disso. — Bem, já volto.
Ele voltou para o camarim e Heart tomou um gole de chá. Ao terminar, ele ia preparar as coisas naquele lugar especial e depois voltava para procurar Mal. Heart foi quem lhe contou o que nunca haviam comido na ilha, como morangos ou mangas.
Heart olhou ao redor da sala, sendo algo que chamou sua atenção. Ela se levantou para se aproximar e examinar o que era. Uma espécie de cápsula de vidro com botões embaixo estava conectada a um computador próximo a ela.
— Bennyboo. — Heart chamou o loiro. Esse apelido zombeteiro tornou-se sua maneira de chamá-lo.
— Diga-me! — ele gritou em seu camarim, terminando de calçar o tênis desajeitadamente.
— O que é isso? — Ben saiu e olhou o que a ruiva tinha na sua frente.
— Ah, é uma impressora 3D, eu a uso principalmente para coisas estúpidas. — Ben se abaixou para amarrar os cadarços. — Audrey uma vez me deu um anel e eu o perdi, então imprimi um idêntico. Ela nunca percebeu. — ele sorriu, levantando-se.
Heart observou isso, começando a ter uma ideia que relacionava o museu, um ovo que pertencia a ela por herança, e Jay com Carlos.
— Você acha que posso usar... Não sei... Hoje à noite? — ela apontou, mostrando inocentemente sua fileira de pérolas brancas.
— Claro, vou deixar o escritório aberto para você vir, o que você quer fazer? — Ben ergueu as sobrancelhas com curiosidade.
— Um presente para... Carlos. — Heart fez um gesto, mas rapidamente mudou de assunto para não chamar a atenção. — A jaqueta combina e não parece abafada, mas ainda tem a elegância que nos caracteriza de sangue real. — ela elogiou, aproximando-se para tirar alguns fiapos do ombro.
— Bem, obrigado, Heart. — Ben parecia nervoso, mas grato pela ajuda da ruiva.
Ela mexeu os cabelos graciosamente, terminando de tomar seu chá enquanto pensava em seu plano maligno e em como executá-lo sem erros, sem que Mal descobrisse e muito menos o que Evie diria a Mal.
— Estou indo embora, Bennyboo. Tenho que falar com Jay. — disse Heart se despedindo, saindo com a caixa em uma das mãos e o chá na outra.
— Espere. — ele rapidamente pegou seu capacete. — Você pode... — ele olhou para o relógio. — Estar na entrada dos dormitórios femininos em uma hora? É assim que você me acompanha para procurar Mal. — Heart revirou os olhos.
— Sim, não me incomode mais ou vou cortar sua cabeça por ser um charlatão. — Heart saiu em um passo pesado, suas botas de salto alto estalando enquanto andava.
Ben suspirou com algum medo.
★
— Está noite?
Jay estava jogando videogame enquanto Carlos estava no computador com Chico ao seu lado. Ambos os vilões olharam para Heart com insegurança. Eles ouviram todo o seu plano.
— Esta noite. — Heart disse vilmente. — O filho estúpido de Alice, Damian, me contou sobre o museu porque a espada de sua mãe está lá... A mesma que ele usou para cortar a cabeça do bebê de minha mãe, Jabberwocky. — Heart cerrou as unhas contra a madeira da mesa, seu rosto começou a ficar vermelho. — Só há cinco coisas que estão seguras naquele museu, a primeira era a varinha. — Heart apontou obviamente, eles se lembraram do alarme rosnando. — Mas o que eu quero, não tem alarme, tem censura que podemos contornar.
Seu rosto avermelhado foi diminuindo de tom para dar lugar à caverna em seus lábios, o que demonstrava a crueldade que suas palavras significavam. Um sorriso cheio de perversidade e maldade. Mas também de saudade, de sonhar em ter aquele ovo nas mãos.
— Carlos consegue enganar. — Jay apontou para o garoto de cabelos brancos que estava com a mão levantada, pedindo permissão para falar, cortando a bolha de Heart. — E, aha, onde vamos colocar o dragão quando ele nascer?
— Era isso que eu ia dizer. — Carlos baixou a mão enquanto olhava para a dama de copas. — Enquanto eu lia as informações dele no museu enquanto estávamos ouvindo você. — ele apontou para o computador. — Diz que é uma criatura que cresce muito por minuto. Como o monstro do Lago Ness.
— Primeiro, vocês terão isso aqui. — ordenou Heart, vendo seus rostos assustados.
Só de pensar em um bebê dragão cuspindo fogo, enquanto Carlos segurava Chico para que o dragão não o comesse e uma bagunça em seu quarto, Jay começou a ficar com medo. Aquela fera estava voando acima!
— Veremos mais tarde. — Heart encolheu os ombros, mexendo no cabelo. — Tenho que ir, Ben está me esperando.
— O que? Mas... — Jay quis protestar, mas o olhar de Heart caiu sobre ele. — É, está tudo bem.
Ela sorriu maldosamente novamente antes de sair. Os dois vilões pareciam exaustos, não podiam recusar as ordens da única rainha nomeada do grupo. Eles não eram príncipes como Evie nem filhos da imperatriz maligna como Mal.
— Finalmente. — Ben sorriu ao ver Heart. — Como estou? Eu errei? — Heart revirou os olhos.
— Não, Bennyboo. — ela o pegou pelos ombros, tomando cuidado para não jogar fora os capacetes que ele tinha. — Se vocês se afogarem, tente deixar a câmera do seu celular ligada para que eu possa ver o momento em uma fotografia. — ela sorriu e bateu na porta. Ben olhou para ela confuso.
Mal apareceu do outro lado da porta, o sorriso de Heart se espalhou ao vê-la com maquiagem blush e vestido. A garota de cabelos roxos tentou não olhar a garota ruiva.
— Pela primeira vez eu entendo a diferença entre bonita e maravilhosa. — elas ouviram o garoto balbuciar. Mal bufou uma risada.
— Que romântico. — Heart zombou, entrando na sala.
— Você gosta de motos? — Ben perguntou a Mal quem pegou um dos capacetes.
Ben sorriu para Heart que imitou sua ação, apoiando-o. Mal olhou com os olhos arregalados para Evie, que riu ao fechar a porta. Heart viu Evie gritar de excitação e se jogou na cama, ignorando-a para começar a traçar a cópia do ovo para que pudesse imprimi-lo à noite.
Mesmo assim, sem esconder, ela ficou um pouco feliz por Mal ter tido aquele encontro. Só um pouco.
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