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Capítulo 3

Sete anos atrás

– Estou tão feliz, minha filha. Finalmente você vai para a faculdade. Eu estou tão orgulhoso. – ele sorri ao ver Aurora pronta para ingressar na universidade.

Ela se olha no espelho e abre os braços rapidamente para analisar cada detalhe daquela roupa que a deixava engomada e presa demais. Não era só a roupa que a deixava presa, mas toda a situação. Sua nova casa agora era um apartamento, tão pequeno que mais parecia um kit net. Era uma mudança extremamente radical e ela não estava preparada para tudo isso, talvez se fosse por outro motivo, ela não pensaria duas vezes. Entretanto, as condições com que estavam vivendo, deixavam-na ainda mais intrigada. A comida era estranha e o lugar onde estavam morando era completamente o oposto do seu antigo sobrado em Los Angeles.

Respirou fundo e sentiu seu coração pesar. Era um frio no estômago nada agradável. Melany a olhava preocupada, percebendo o desânimo de sua irmã.

– Está tão quieta, Aurora. Já sei! Nervosa para o primeiro dia?

– Sim. Um pouco. – ela sorria ao seu pai, forçadamente.

– Certo, não se preocupe, vai dar tudo certo. Vamos logo ou você vai se atrasar.

Aurora e Melany estavam saindo quando Charles começa a procurar a chave do carro, indo em direção ao seu quarto. Durante toda a sua busca, sente um forte dor no peito que o faz colocar a mão na região onde dói. Estava intensa e por um momento tentou gritar, mas a sua voz não saía.

– Aurora. – balbuciou, mas sem um volume suficiente para que ela pudesse ouvir. Ele era incapaz de se mover ou continuar. Tentou respirar diversas e tossiu em boa parte delas. Ele tentava prosseguir com seus passos, mas a cada tentativa ele cambaleava. A dor foi cessando aos poucos e ele pôde dar continuidade a sua busca pela chave a qual se encontrava em cima da raque.

- O senhor demorou pai. O que houve?

- Esqueci onde deixei as chaves. Foi isso. – ele não quis preocupar a sua filha. Era somente uma dor passageira. Não seria nada demais, era o que parecia.

O caminho todo foi sem nenhuma palavra. Aurora encarou todo aquele prédio que nesse exato momento seria sua vida. Suas mãos suavam e tentou não chorar.

– Boa sorte, filha. Sei que vai conseguir. Com o tempo você vai ver que o direito é apaixonante.

Aurora dá um beijo no rosto de seu pai e se despede de Melany. Ela fecha a porta e fica completamente estática analisando novamente toda a instituição. Era preciso tirar coragem de onde jamais encontrou. Ouviu o barulho do acelerador do carro de seu pai e percebeu que estava sozinha. Teria que entrar uma hora ou outra. Respirou fundo e seguiu.

Subiu todas aquelas escadas recebendo muitos olhares de quem passava. Alguns rapazes a encaravam e lhe esboçavam leves sorrisos. Tímida, ela abaixava a cabeça e colocava uma mexa de seu cabelo louro por trás da orelha.

Parou no pátio e foi até o mural onde informava qual seria sua sala. Correu os dedos pelo papel e lá estava - primeiro andar, sala cinco. Subiu até o seu destino e parou na porta vendo todas aquelas cadeira enfileiradas paralelamente. O professor ainda não tinha chegado, somente alguns alunos já estavam em seus respectivos assentos. Escolheu o lugar mais afastado para que não chamasse atenção e para que os professores a notassem o mínimo possível.

Colocou seu caderno sobre a mesa e apenas uma caneta. Ficou observando os poucos alunos que estavam lá. Alguns eram os típicos nerds, outros pareciam estar na mesma situação que ela.

O restante foi chegando. Uma garota morena sentou a sua frente e ela era alta o suficiente para que Aurora continuasse invisível. Ela não era tão tímida assim, mas toda aquela situação a amedrontava. Não estava nem um pouco animada, queria apenas fugir dali.

– Olá, sou Ana e você? – a garota a sua frente se apresentou.

– Aurora.

– Hum, pelo seu sotaque você não é daqui, acertei?

– Sim. Eu sou de Los Angeles.

– Ual! E fala tão bem o espanhol. Impressionante! – Aurora sorri em simpatia – Por que Monterrey? – ela questiona.

– Meu avô estudou aqui e segundo meu pai, se tornou um grande advogado. Como ele não teve essa oportunidade, ele quer ver a sua filha fazendo parte deste sonho. – a filha de Charles sente ânsia ao dizer aquilo.

– Poxa, que chato. Mas posso lhe dizer que as festas aqui são muito boas. Eu já estive em algumas e são demais.

– Não vou a festas. – Aurora da um sorriso contido.

– E por que não? Já ia até te convidar para a próxima, além do mais, precisamos interagir com a galera se quisermos ter uma boa relação com todo mundo. – Ana se surpreende com a confissão de Aurora.

– Meu pai. Ele é muito autoritário, jamais me deixaria ir a uma festa.

– Senhor! Achei que maioridade nos Estados Unidos fosse aos dezesseis.

– E de que adianta. "Enquanto você estiver sobre o meu teto vai fazer o que mandar" – Aurora tenta imitar a voz de seu pai e acaba rindo junto com a nova amiga.

– Se serve de consolo. Meus pais são iguais. Esquecem que não sou mais criança e vem com todo aquele papo de que sou ingênua. Qual é? Se eu fosse do jeito que eles falam, com certeza eu estaria grávida com dezoito anos. Eu sei me cuidar, até porque eu nem saberia quem era pai. – Ana solta um gargalhada, enquanto Aurora a olha, espantada. – Que horror, ser mãe solteira seria terrível e meus pais me deserdariam, com toda certeza.

– Você... – Aurora não consegue dizer. Ela ainda era virgem. Sonhava em encontrar alguém em especial para esse momento.

– Mas é claro. Você acha o que? Espera aí... Ai meu Deus! Você ainda é virgem? – Ana grita e alguns alunos olham em direção a elas.

– Por favor, fale mais baixo. – Aurora a repreende.

– Desculpa, mas não é muito comum. Você precisa sair mais comigo. Precisa se soltar mais, evidenciar toda essa beleza que você tem. Escuta, semana que vem teremos uma festa para recepção dos calouros. Você vai comigo. Se quiser eu passo em sua casa. – Ana arranca um pedaço de papel do seu caderno e escreve alguma coisa. – Aqui. – ela entrega o papel a Aurora. – Meu telefone. Você me liga que eu passo pra te buscar e iremos juntas. Se quiser, pode dormir na minha casa.

– Eu não vou. Meu pai jamais vai deixar.

– Ele não precisa saber. – Ana dá uma piscadela a Aurora e se vira, pois o professor já iria começar.

Aurora não conseguia prestar atenção, encarava aquele papel em suas mãos e pensava se deveria ir ou não. O que ela teria a perder? Precisava se animar, precisava se divertir algumas vezes e parar de viver escondida, ela queria ser uma estrela, certo? Então teria que mostrar ao mundo quem ela era e começar dar os primeiros sinais de brilho, o quanto antes.

A semana passou e com ela os professores já haviam informado sobre a semana de provas. Ela tinha que mostrar interesse e dedicação, então já havia ido a biblioteca providenciar os livros necessários e começar a estudar sobre o assunto. Empolgação era nula, mas ela deveria descobrir uma maneira de se interar no assunto e agradar seu pai.

Durante cinco dias ela pensara em como convencer Charles a deixa-la ir à festa. Aurora detestava mentir, mas uma mentirinha algumas vezes não faz mal a ninguém, certo? Ela deveria ouvir mais sua consciência, algumas vezes.

– Pai. – ela está encostada na parede observando Charles preparar o café.

– Sim, minha filha, o que foi?

– É que hoje... Tem alguma programação pra hoje? – ela olha para as unhas tentando controlar o nervoso.

– Fala logo, Aurora, sabe que não gosto de delongas.

– É que hoje, terá uma recepção da faculdade para os calouros e...

– Aonde quer chegar? – Charles já previa que tinha coisa em toda essa conversa.

Ela se desencosta da parede e desliza sua mão no braço.

– Pelo que parece é algo simples. Como uma forma de interagir com o pessoal. Será na faculdade mesmo, é como se fosse uma reunião, uma conversa sobre os acontecimentos da faculdade. Uma festinha, refrigerante, salgadinhos. – Aurora franzi o rosto sentindo o coração apertar. Ela definitivamente não estava afim de imaginar o que seu pai faria se descobrisse que ela estava mentindo.

– Uma festinha de boas - vindas? Interessante.

– Queria saber se eu poderia ir? Uma amiga, disse que me daria carona.

– Tem alguma previsão de que horas termina essa festa?

– Não sei pai. Mas Ana disse que eu poderia dormir na casa dela.

– Ana? Eu nem conheço essa menina. Você dormirá em casa.

– Isso é um sim? – Aurora se surpreende com a possibilidade de Charles conceder seu pedido e quer confirmar. Ela tem um sorriso no rosto por ter conseguido.

– Sim, eu só não quero que chegue tarde.

– Não chegarei. Obrigada pai. – Aurora dá um beijo em seu rosto como forma de agradecimento.

Ela pega o telefone de Ana em sua bolsa e disca seu número.

- Deu certo! – ela vibra.

Aurora não tinha nenhuma roupa extremamente adequada para sair a uma festa. Após a morte de sua mãe, eles quase não saíam. Seu pai preferiu se esconder do mundo e levou com ele suas filhas. Charles era profundamente apaixonado por Helena e não conseguiu conter a dor que ainda sentia por ter perdido a sua esposa.

Aproveitou que seu pai estava concentrado em seu jogo e em sua cerveja e foi até seu quarto em busca de algumas roupas de sua mãe. Helena era tão linda e Aurora havia puxado toda a beleza de sua mãe. A cor dos cabelos, os olhos azuis tão intensos e o sorriso radiante. Helena morrera quando Aurora tinha apenas doze anos. A gravidez de Melany era de risco, mas Helena quis insistir, jamais abortaria. Infelizmente o parto não foi um sucesso, ela teve uma grave hemorragia e morreu.

O cheiro do perfume de sua mãe fez Aurora suspirar. Ela sentia tanta falta dela, as coisas tomariam outros rumos, sem dúvidas, e ela não teria o aconchego e muito menos o apoio de sua mãe. Deslizou as mãos por cada vestido e era como poder tocá-la. As lembranças vieram rapidamente e Aurora se conteve para não chorar.

"– Mamãe, o que está fazendo? – Aurora pergunta a sua mãe ao vê-la toda produzida.

– Estou ensaiando, minha querida. Hoje eu terei uma grande apresentação.

– Papai disse que eu não posso ir porque sou muito nova. – ela abaixa a cabeça e evidencia uma profunda decepção.

– Ele tem razão, mas você pode ver minhas apresentações pela televisão.

– Eu sei, mas não é a mesma coisa. Quando eu crescer, quero dançar assim como você.

– Oh! Quanta honra! Então temos que começar os ensaios desde já. – Helena coloca a mão na cintura e estende a outra a sua filha. – está pronta?

– Sim. – Aurora sorri entusiasmada.

– Então vamos lá. – Helena coloca a música para tocar e se prepara para dar o primeiro passo levando Aurora até o centro da sala. – Para ser uma boa dançarina você precisa de equilíbrio. – Helena sustenta seu corpo com a ponta do pé esquerdo, enquanto a sua perna direita se ergue a altura de sua cabeça.

Aurora presta atenção a cada detalhe e tenta sem muita habilidade imitar os passos de sua mãe. Ela dobra a ponta dos dedinhos e tenta se equilibrar numa perna só, mas quase não consegue erguer sua outra perna, cambaleando um pouco para trás.

– Mamãe eu não consigo. Nunca serei tão boa quanto à senhora. – ela tinha os olhos cheios de lágrima.

Helena se abaixa para ficar no mesmo tamanho que Aurora.

– Meu anjo, sabe qual é outra regra pra ser uma boa dançarina? – Aurora mexe a cabeça negativamente. – É ter perseverança.

– O que é isso?

– Significa que você jamais deve desistir. Deve ensaiar todos os dias e sempre procurar melhorar. Mas acima de tudo, você tem que dançar com o coração. – ela apoia as mãos no peito de sua filha. – Faça as coisas com amor, que elas sempre darão certas, está bem? Ainda temos muito tempo para ensaiar e você será uma grande estrela, e eu vou estar lá, aplaudindo você de pé. Certo? – Aurora se anima e balança a cabeça concordando. – Isso é uma promessa. – Helena levanta o mindinho e Aurora faz o mesmo enlaçando seu dedo com o de sua mãe".

Aurora sente os olhos arderem pelas lembranças. Escolhe um vestido preto mais discreto que não chamaria muita atenção. Ela veste e olha-se no espelho e abraça o próprio corpo como se pudesse assim, ter um pedacinho de sua mãe com ela. Veste um casaco por cima para que seu pai não a veja com a roupa de Helena. Ele certamente surtaria.

Ela escuta a buzina de um carro e sabe que está na hora. Finaliza sua maquiagem com um gloss rosado, se despede de Melany e de seu pai.

– Lembre-se. Não chegue muito tarde, está bem?

– Sim, papai. – Charles estava tão concentrado na televisão e na sua cerveja que nem sequer olhou para sua filha.

Aurora sai se sentindo livre pela primeira vez. O gosto da liberdade era muito bom, entretanto, a natureza é cruel. Só os fortes sobrevivem, mas os ingênuos deveriam amadurecer um pouco mais antes de abrir as azas e partir para o voo. Quanto mais alto você chega, maior a queda, se não for bom o bastante então, o machucado é maior.

– Você não vai com esse casaco, vai? – Ana pergunta a Aurora logo que ela entra no carro.

– É claro que não. – Ela se prepara para tirá-lo e joga no banco de trás.

– Bem melhor. Mas conta aí, como conseguiu convencer o coroa? – Ana da partida no carro.

– Disse a ele que era uma festa na própria universidade, e teria refrigerante e salgadinhos.

– Tá, não foi uma mentira de se tirar o chapéu. – Ana desdém.

– Pelo menos eu vim.

– Está certo. Prepare-se para se divertir! – Ana gritou animada para quem quisesse ouvir.

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