Capítulo 70
AURORA
Estou em meu quarto, deitada na minha cama de barriga para cima. Dou um pequeno suspiro entrecortado à medida que encaro a menina de cabelos cacheados que se encontra ao meu lado.
Minha mãe conseguiu o emprego de secretária em um condomínio de imobiliária não muito longe daqui. Por isso, eu e a Laura preparamos uma surpresa para ela. Apenas um bolo de chocolate e algumas frases de orgulho como "Parabéns", "Você merece" e um "Arrasa,tia". Esse último de Laura, que me fez, particurlamente, dar uma risadinha.
— Quem era aquele menino de cabelo ruivo com quem você estava? — Laura pergunta.
— Aluno novo. O nome dele é Matheus. — Me debruço na cama me lembrando do fragmento da memória dos nossos lábios se tocando.
Meu estômago se embrulha.
— Também entrou um novo aluno na minha sala. Ele tem cabelo platinado, olhos claros e sorriso bonito. — Laura diz confome faz gesto com as mãos, provavelmente se lembrando da aparência do menino — O nome dele é Felipe, e ajudei ele com o trabalho de física.
Deve ser o menino que Matheus mencionou. O melhor amigo dele.
— Onde vai? — Laura pergunta ao se mexer aonde está.
— Trabalhar. O restaurante está precisando de mais atendentes e eu e Gael estamos trabalhando em dobro.
— Aurora... preciso te dizer uma coisa sobre Gael. Meu primo, perdeu uma pessoa com quem estava saindo. Nathan era o nome dele.
— Oh... — Surpresa, não consigo impedir a minha boca de se entreabrir com surpresa. É por isso que Laura e Gael estão parecendo tão distantes, para baixo. Já escutei sobre Nathan, Gael mencionou ele algumas vezes.
— Sinto muito. — Passo os braços pelo pequeno corpo de Laura, em um abraço aconchegante. Afinal, eles também devem ter sido próximos. — Não se preocupe. Vou cuidar dele.
— Obrigada — Laura responde com olhos brilhantes.
— Bem, agora tenho que ir, mas não pense que se livrou de mim. Te ligo quando sair do trabalho.
— Fiquei sabendo — Sussuro ao colocar suavemente a mão no ombro de Gael. — Sinto muito por sua perda.
Gael me encara, parecendo sair do transe, seus olhos castanhos-escuros estão opacos. Com um único aceno de cabeça ele agradece. Não sera fácil, sei disso como qualquer outra pessoa, mas com o tempo ele vai saber administrar a dor.
— Não vou dizer que esse sentimento vai passar, porque não sei. Mas eu estou aqui se você precisar. — Aperto sua mão, confirmando o que acabei de dizer.
Gael responde com um aceno de cabeça.
— Algum candidato para atendente? — Pergunto com um suspiro. Gael olha a prancheta que está segurando.
— Na verdade, tem sim — Ele responde hesitante — Tem uma pessoa.
Seus olhos castanhos se formam distantes.
— E irá comparecer hoje mesmo.
— Certo. — Digo já me afastando — Então vou arrumar as mesas antes que os clientes cheguem.
Os sons de passos e murmúrios se tornam mais altos conforme o sol arde lá fora. Me aproximo mais de Gael, apenas para ficar ao seu lado em silêncio reconfortante. Observo uma figura entrar no lugar. O sujeito se aproxima de onde estávamos.
— Posso te ajudar? — Pergunto quando ele chega aonde estou.
Por algum motivo, Gael para o que está fazendo e encara o menino a nossa frente que eu desconheço. Posso jurar que um brilho relapenja por seus olhos castanhos escuros.
— Estou aqui para a vaga de atendente. — Ele diz de modo educado conforme encara Gael. — Já conversei com ele antes — Diz confome aponta para Gael, lançando uma piscadela.
Gael assente.
— Felipe, né? — Ele responde, com avoz quase rouca. São suas primeiras palavras desde a nossa última conversa.
Felipe. Então não é coincidência? É realmente o menino que Laura falou, provavelmente melhor amigo de Matheus.
— Isso. — Os olhos de Felipe ainda concentrado nos de Gael, eles estão com um leve brilho. Um lindo sorriso é presente em seus lábios. Gael não diz nada ao menino a nossa frente, apenas fica em silêncio, encarando-o.
— Ele pode te ajudar. — Dogo de modo educado para Felipe me referindo a Gael. Acho que será bom para ele. Até porque estou bem ocupada. — O loiro dá um sorrisso e assente com a cabeça em sinal de confirmação.
Gael para seu crédito não recusa.
Volto ao trabalho. Ainda encaro os dois de relance. Felipe faz várias perguntas bem próximo de Gael e o segundo responde relutante as mesmas.
Em algum momento, com o pulso dolorido, pego o celular e mando mensagem para Laura, digo sobre Felipe e Gael. Com um pequeno sorriso, limpo a testa de suor enquanto observo o grande salão do Briar.
De longe, perto das grandes portas duplas do restaurante, avisto o lindo menino de cabelos negros.
Patrick está com seu traje habitual de cores pretas, os cabelos levemente desgrenhados e as mãos no bolso. Ele possui um sorriso nos lábios que faz meu coração palpitar. Retribuo o sorriso.
Sem perder tempo, tiro o avental. Dou uma breve despedida para Gael e Felipe que sequer me notam, pois estão muito ocupados conversando. Por fim, caminho para o menino que tem meu coração.
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