Capítulo 66
AURORA
Me espreguiço na cama ao esfregar meus olhos. Como de costume me levanto, tomo banho, pego uma fruta e vou para o colégio. No meio do caminho observo o céu que está de um tom claro entre os pequenos raios de sol. Quando chego no colégio, encontro Laura no pátio. Me aproximo de onde ela está e a comprimento. Conversamos até bater o sinal.
— Então a Melissa foi para a casa da tia dela? — Pergunto.
— Sim... — Laura murmura — Já faz mais de um que ela foi, na verdade. Mas eu sei que ela vai voltar em breve. — Ela diz essas palavras com um olhar distante — Eu liguei para Melissa, mas ela parecia triste... Não sei porque, ela não me disse o motivo.
Não consigo deixar de ficar preocupada também. Mesmo depois de tudo... Eu realmente não sei o que pensar sobre Melissa. É claro que eu não a odeio, ainda mais depois dela ter salvado a vida de Patrick. Sempre serei grata à ela por isso. Contudo, procuro não pensar muito nisso.
— E Richard... Você sabe alguma coisa dele? — Mexo-me insegura em meu próprio corpo.
— Não — Ela balbucia — Mas fica tranquila. Acho que ele não vai mais te incomodar depois do que aconteceu.
Laura me lança um olhar significativo.
— Não fique se torturando à toa — Ela aperta minha mão e me encara com carinho e firmeza — O.k?
Assinto seriamente com a cabeça. Quando o sinal bate nos despedimos e fomos cada uma para sua sala. Com o coração acelerado entro na sala de aula. Encontro Patrick em seu lugar, sua veste preta habitual e seu cabelo levemente bagunçado. Dou um sorriso para ele, que o retribui. Me aproximo e me sento no meu assento.
Pelo menos, Richard não tem aparecido. Na verdade ele não parece há semanas. Não que me importe, só estou preocupada caso ele queira machucar mais alguém de novo.
O professor ocupa a sala. Encaro o homem de meia-idade e noto que há um rapaz de olhos safiras ao seu lado. Nunca o vi antes.
— Bom dia, pessoal. — Diz o professor ao ajustar o óculos. Temos um novo — ele aponta para o rapaz — O nome dele é Matheus — O professor continua — Ele vai estudar aqui com vocês.
O tal de Matheus dá um pequeno sorriso para a sala. Os adolescentes comprimentam Matheus em um uníssono. As meninas parecem ter bastante interesse no aluno novo.
Encaro-o novamente. O cabelo de um tom ruivo escuro me faz lembrar de Melissa, ainda mais depois da conversa que tive com Laura. Depois, esse garoto se senta na cadeira ao meu lado. Que por incrível que pareça é a única disponível na sala.
— Já que já estão todos aqui. — O professor diz seriamente — Iremos fazer um trabalho em dupla.
Acho que estou de volta ao meu primeiro dia de aula. Automaticamente, me lembro do trabalho de biologia que fiz com Patrick no início do ano. Um sorriso se repuxa de meus lábios só de lembrar na memória, e, de algum modo, isso está acontecendo de novo.
Eu nunca me imaginaria que depois daquele dia minha vida mudaria tanto..
Naquela época, eu ainda não conhecia Patrick direito, mas, agora, tudo mudou. Agora eu sou apaixonada por ele e estamos namorando. Espero que minha dupla seja o menino de olhos negros. Entrelaço às mãos em frente ao colo nervosa e com expectativa.
Que seja o Patrick. Que seja o Patrick. Que seja o Patrick...
— As suas duplas serão a pessoa que tiver ao seu lado.
Solto um pequeno bufo frustrado que não sabia estar guardando. Sinto um toque no meu ombro e viro o rosto para encarar meu namorado, dando-lhe um olhar que diz "fazer o que né?"
Patrick assente suavemente ao apertar meu ombro. Ele dá um pequeno sorriso para mim e logo em seguida olha para o lado e encontra uma menina loira do time de torcida. Procuro não ficar com ciúmes. O que é difícil.
Balanço a cabeça para afastar os pensamentos. Nos encaramos mais uma vez antes de eu aproximar minha cadeira ao lado de Matheus, fico ao seu lado.
— De onde você vêm? — Pergunto, como forma de comprimento.
— Floriana. — Matheus responde de modo educado — Você não deve conhecer.
— Na verdade, só conheço uma pessoa que foi para lá — Digo tentando soar agradável.
Matheus assente de modo pensativo. Ele parece distante... Ficamos em silêncio, e começamos a fazer o trabalho.
Matheus é bonito. Apesar de não fazer meu tipo, mas é porque só tenho olhos para o menino de cabelos pretos à poucos metros de distância. No entanto, percebo, que faz o tipo de quase toda as meninas da sala.
— Você poderia apresentar a escola para mim? — Matheus pergunta — Já me perdi várias vezes só hoje.
— Eu posso fazer isso. — Digo com um pequeno sorriso. Eu também já me perdi aqui no começo do ano letivo.
Matheus assente ao retribuir o sorriso, mas esse não chega as orelhas.
— Eu também me perdi quando era novata.
Ele assente, mas não diz nada. É como se ele não estivesse presente.
O que será que aconteceu para ele ter mudado de escola no final do semestre?
Procuro não dar muita importância aos pensamentos. Não deve ser nada demais. Continuo o trabalho de sociologia e depois de longos minutos sinto o sinal bate. Termino o trabalho, Matheus também. Presumo que Patrick faz o mesmo. Depois disso, saímos em fileiras para o intervalo. Patrick rapidamente se pôs ao meu lado. Nada mais que uma sombra. Rapidamente encontro Caio e seus amigos.
Dou um comprimento para Katie, Charles e Kauan. Eles respondem com acenos e sorrisos. Agora eu não me sinto um peixe fora d'água perto deles, como me sentia antes. De certo modo, eles também são meu amigos. Patrick ao meu lado passa os braços pela minha cintura, me puxando para si.
— Como foi o trabalho com sua dupla? — Patrick pergunta e parece interessado.
— Foi tudo bem. Ele parece ser legal. E com você?
Patrick se aproxima mais, e aconchega a cabeça em meu ombro.
— Não consegui me concentrar. Não parei de te encarar. Você é linda demais, ainda mais quando está concentradam
Sorrio enquanto sinto que minhas bochechas ficam quentes. Aperto a mão de Patrick que está ao redor da minha cintura. Ele sempre sabe como me deixar sem graça. Ficamos assim, até uma figura conhecida aparecer.
Laura se aproxima, ela vai para ao lado de Caio, que não está muito longe de nós. No processo, não diz nada, apenas fica observando os amigos de Caio conversarem sobre um assunto aleatório. Ela está mancando, mas está melhor, pelo menos, consegue andar.
Laura me lança um sorriso de longe que eu retribuo. Acho que consegue sentir minha preocupação. Enquanto isso, estou traçando movimentos circulares na mão de Patrick. Consigo sentir seu hálito de menta roçar-me o rosto.
Sinto como se alguém estivesse me observando. Levanto o olhar. Logo encontro Matheus, que está sentado em um banco. Ele está sozinho. Os olhos dele de um tom safira é distante e vazio. Eu sei disso, porque também já tive esses olhos.
— Já volto. — Aviso para Patrick à medida que me aproximo de onde o Matheus está. Sinto os olhares de Caio, Laura e Patrick nas minhas costas, mas não diminuo os passos.
— Não quer ficar conosco? — Aponto para onde meus amigos estão, Quando estou perto o suficiente de Matheus.
— Eu tô bem — Ele responde educadamente, e dá um pequeno sorriso que não chega às orelhas.
— Então você vai ter que me aturar. — Anuncio de modo brincalhão conforme me sento ao seu lado. Matheus me encara como se quisesse dizer algo, mas não dizer nada.
Às vezes, só precisamos de alguem que queria estar ao nosso lado
— Me fale mais sobre você. — Digo.
— Eu trabalhava como farmacêutico em Floriana. Meu melhor amigo veio comigo, mas infelizmente ele ficou nessa outra turma.
Meu olhar automaticamente cai sobre a linda menina de cabelos cacheados e olhos verdes, não consigo mais imaginar uma vida sem ela.
— Mas nós jogamos juntos. Então não é um problema. Matheus para suavizar o discurso - Sem contar que estamos procurando um apartamento para morarmos juntos.
Assinto com a cabeça ao dar um pequeno suspiro. Pergunto se ele e o amigo são mais que amigos, já que estão procurando um apartamento para morar juntos.
— Não. Somos apenas melhores amigos.
— Porque se mudou para cá?
— É uma longa história... — Matheus responde com o olhar distante.
Confirmo com a cabeça me sentindo um pouco desconfortável por fazer tantas perguntas. Não sei como tive coragem se vir até aqui.
Ficamos conversando mais um pouco, até que me despeço de Matheus e volto para onde Patrick está. O menino de cabelos negros segura minha mão. Seus olhos escuros estão cheios de questionamentos, mas não diz nada sobre Matheus, conforme cola nossos lábios em um beijo suave.
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