Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 15

AURORA

Acordo esfregando os olhos, ainda sonolenta quando escuto um ruído vindo da janela. Fico em silêncio a fim de escutar melhor, novamente o mesmo barulho. Já escutei isso antes...

Será que é o meu irmão de novo?

Levanto-me da cama, acendo o abajur e vou em direção à janela. Tomo cuidado para não tropeçar nos sapatos e roupas espalhados pelo chão. Encaro a paisagem abaixo e sinto a brisa acariciar meu rosto e cabelo, o que me faz suspirar profundamente.

— Caio...? — Murmuro enquanto encaro o breu noturno.

Meus olhos se ajustam à escuridão. Observo uma figura masculina se espreitando ali. Patrick está todo de preto, de modo que a própria escuridão aparenta ofuscar-se. Continuo olhando para o menino lá embaixo para ter certeza de que é real.

Será que estou sonhando? O que ele está fazendo aqui?

Patrick parece perdido... Abalado.
O garoto de cabelos negros fez um gesto silencioso, que se assemelha a um "Posso entrar?" Assinto com a cabeça em sinal de confirmação.

Patrick sobe o pequeno muro que há embaixo e entra pela mesma janela que usou para arremessar pedrinhas há poucos minutos atrás. Ele para a poucos centímetros de mim, o suficiente para que eu possa perceber sua respiração quente roçar meu rosto. Ao sentir o cheiro mentolado, inconscientemente tento o gravar em minha mente.

— O que você está fazendo aqui? — Pergunto, tentando não parecer muito assustada.

Está no auge da noite.

— Eu... Não sei. Só queria ir para qualquer lugar e acabei vindo para cá. — Patrick murmura — Ele leva as mãos ao cabelo negro levemente bagunçado — Eu consigo enxergar você lá de fora, mas nunca cheguei a entrar... não até agora.

Sinto minhas bochechas corarem, pois geralmente eu ando pelo meu quarto apenas com um camisetão.

— Como sabe que eu moro aqui? — Pergunto ao levantar às sombrancelhas.

— Eu não moro longe daqui. Nós seguimos o mesmo caminho para escola, e um dia eu te vi entrar nesta casa.

Devo estar com muito sono ou ficando completamente maluca por permitir que ele entre assim em meu quarto, mas não é hora para pensar nisso.

Abro passagem para ele. Patrick se senta silenciosamente na cama, faço o mesmo ao seu lado. Ele observa cada detalhe do quarto, que é visível apenas pelos finos feixes de luz da lua. É a segunda vez que Patrick está aqui em casa, mas ele nunca entrou em meu quarto.

Por um momento, ficamos apenas em silêncio. Com o sono esvaído viro o rosto de lado para encará-lo melhor. Sem perceber meu olhar desce até a cicatriz, que agora adorna seu pescoço. Não me contentando, levo a mão a ela, tocando-a. Patrick solta um suspiro trêmulo quando minha mão toca sua pele, como se isso tivesse algum efeito sobre ele. Recuo um pouco ao notar o que estou fazendo.

— Por que você está agindo assim? — Patrick pergunta em um murmuro aflito.

Solto um suspiro à medida que o encaro, não consigo desviar a atenção de seus olhos profundos.

— Assim como? — Indago, mesmo que saiba exatamente do que ele está falando.

— Diferente... tem algo de errado.

Patrick se aproxima mais de onde estou. Encaro seus olhos aflitos diante do tom... e da urgência. Como se o modo como eu agisse o afastasse e isso o machucasse.

— Como você conseguiu a cicatriz?

É tudo o que eu consigo perguntar. No fundo, só quero que Katie esteja errada, que ele não tenha feito o que ela falou.

— É por causa disso? — Patrick aponta para a marca — Você acredita no que eles estão dizendo sobre mim?

Não digo nada e ele encara isso como um sim, o que faz algo como mágoa lampejar em seus lindos olhos. Sinto meu coração diminuir, mas continuo em silêncio enquanto encaro um ponto distante.

— O que quer que eu diga? — Pergunto ao abraçar meus joelhos.

— Você quer a verdade ? — Patrick pergunta de modo retórico — Depois de um silêncio duradouro ele continua — Aquele dia... que estávamos ao telefone eu escutei vozes alteradas. Foi aí que eu desliguei para ver o que era.

Patrick faz uma pausa antes de continuar.

— Minha mãe e meu padrasto estavam na sala discutindo. Ele nos ameaçou de morte e iria atacar minha mãe, mas eu entrei na frente... E ele acabou me acertando. — Ele aponta para a cicatriz — Não me arrependo do que eu fiz. E não ligo para o que as pessoas dizem sobre isso. Mas você...

Sinto minha boca ficar seca à medida que Patrick profere as palavras. Tento disfarçar o choque, mas não consigo esconder o arrepio que desce por minha coluna. Se isso é verdade... porque ele não desmentiu os boatos na escola?

É por isso que ele faltou três dias na escola. Provavelmente, ficou com medo de deixar a mãe sozinha caso o padrasto retornasse a procurá-los.

Por um momento, me sinto horrível por ter acreditado que Patrick é realmente perigoso. Eu sabia que não era o que eu estava pensando. Mas a voz de Katie ficava reverberando por minha cabeça, e isso fez com que eu não pensasse direito.

— Por que você não disse a verdade para as pessoas? — Pergunto um pouco confusa.

Patrick ainda me encara com aquele olhar profundo. Eu quero dizer... dizer que eu acredito nele, que desde o começo eu acreditei nele.

— Pra quê? Não iria mudar nada. As pessoas acreditam no que querem acreditar.

Ele me olha. De verdade. Seus olhos com um brilho significativo, parecem querer dizer algo.

— Você está com medo? — Pergunto, repentinamente.

— Não por mim, mas por ela. — Ele se refere à mãe.

— Sabe o que eu faço quando estou com medo?

— O quê? — Ele arqueia as sobrancelhas.

— Olho o céu e observo as estrelas. Tá vendo aquela? — Falo apontando para um aglomerado de estrelas — Aquela é o Pássaro Branco. Está vendo sua forma? — Patrick balança levemente a cabeça conforme encara o céu escurecido — E aquela — Digo apontando para o outro lado — Aquela é o Meteorus. Parece uma pedra se você olhar bem. — E aquela… — Aponto para a estrela mais brilhante ao topo — É a estrela Acima. Ela fica no topo de todas.

Depois de uma pausa continuo.

— Quando eu olho para as estrelas me lembro que não somos nada. Nossos problemas não são nada. Somos apenas uma pequena parte de algo muito maior e melhor. E que não importa o que aconteça, sempre terei um caminho de volta para casa.

Inspiro e expiro o ar, saboreando a brisa serena da noite. Olho de soslaio para Patrick e percebo que ele também está me encarando. Há um brilho em seus olhos e sua boca está entreaberta. Sinto seu hálito frio em minha pele. Com sua respiração entrecortada, tento afastar a sensação de queimação que desce pela minha garganta.

Patrick se aproxima mais e toca minhas bochechas. Fico paralisada diante do toque repentino e encaro aqueles olhos agora suavizados. Meu coração é um amontoado de batidas frenéticas dentro do peito. Apenas nos encaramos profundamente, como se isso bastasse.

Ele afasta carinhosamente a mão do meu rosto, voltando a olhar para às estrelas. Em silêncio, faço o mesmo. Apenas observando, sentindo e respirando...

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro