Capítulo XX
Sofia Narrando:
- Vamo acordar, que tá um belo dia para ir a escola. - Minha mãe fala abrindo as cortinas e puxando meu lençol.
- Só mais dez minutinhos. - Falo me cobrindo novamente.
- Nem um segundo a mais, tá pensando o que garota? Eu não crio filha pra ficar dormindo o dia todo. Foi pra festa no domingo, então também acorda cedo e vai pra escola na segunda. - Ela fala e puxa o lençol novamente. - Você tem quinze minutos pra está sentada tomando o seu café ou irei voltar aqui e te arrastar de pijama pra escola. - Ela fala e saí do quarto.
Conhecendo minha mãe como conheço tenho certeza que ela não estava brincando. Me sento na cama e estico os braços me espreguiçando, coloco os pés no chão e me arrasto até o banheiro me deparando com um mostro no espelho. Tomo um banho rápido e faço minhas higienes, seguindo para o closet. Pego uma calça jeans preta rasgada no joelho e um moletom branco, coloco meus sapatos da Adidas também brancos e penteio meu cabelo os deixando solto. Vou até minha penteadeira e passo um pouco de rímel e um gloss, me olho no espelho, me certificando que estou menos horrível. Pego minha bolsa e tiro meu celular do carregador, saio do quarto e desço as escadas.
- Bom dia filha. - Minha mãe fala assim que entro na cozinha.
Nem parece a mulher que me acordou essa manhã, com certeza dona Helena é bipolar.
- Bom dia. - Falo me sentando.
Corto um pedaço do bolo que está sobre a mesa e coloco no meu prato, me sirvo um pouco de café e começo a comer.
- O que quer saber? - Pergunto ao perceber que a minha mãe não comeu nada só me observou.
- Quero saber como foi ontem. - Ela responde como se fosse óbvio.
Bom mãe, a Luana me levou pra um lugar cheio de gente bêbada, drogada e se pegando, depois a mesma me largou pra subir em um balcão e tirar a roupa, logo em seguida um cara tentou me agarrar e fui "salva" pelo nosso vizinho e a noite acabou comigo ajoelhada ao lado da cama do vizinho fazendo um curativo enquanto ele gemia de dor. Eu poderia dizer isso, mas como eu sei que ela iria ter um ataque eu resolvo suavizar as coisas.
- Foi normal. - Respondo tomando meu café e tentando ser indiferente.
- Normal? Como assim normal? - Ela pergunta desconfiada.
- Foi normal, nada de interessante ou empolgante. - Falo e termino meu café em um gole só e me levanto. - Agora tenho que ir. Tenha um bom dia mãe. - Falo e saío quase correndo da cozinha sem lhe dá tempo de responder e vou direto para rua.
Coloco meus fones e dou play na minha playlist do Ed Sheeran e vou caminhando até a escola.
Em quinze minutos estou na frente da escola, vejo algumas pessoas conversando na frente da mesma, o que significa que cheguei cedo. Não me dou o trabalho de tirar os fones e vou simplesmente caminhando até a minha sala, ao chegar na mesma fico surpresa ao ver a Luana sentada de óculos escuros, sinceramente no estado que ela se encontrava ontem a última pessoa que eu esperava vê por aqui é ela.
- Bom dia princesa.- Falo retirando os fones e me sentando. - Por que tá de óculos aqui dentro? - Pergunto.
- Fala baixo Sofia. - Ela fala sussurrando. - Eu tô de óculos porque minhas olheiras tão cobrindo minha cara toda, tá parecendo que um trato passou por cima dos meus olhos. - Ela fala ainda sussurrando.
- E por que você não ficou em casa? - Pergunto no mesmo tom que ela.
- Meu pai me arrastou até aqui. - Ela responde. - Minha cabeça ta explodindo.- Ela fala massagenando as têmporas.
- Eu avisei pra você parar de beber ontem. Mas você não me escuta. - Falo e observo seu estado deplorável é por esse motivo que não bebo.
- Sofia, eu já te disse que você é insuportavelmente chata? - Ela fala entre dentes.
Quando vou responder o professor entra na sala e começa a dá sua aula. A Luana dormiu as três primeiras aulas e xingou até a décima geração do cara que toca o sino para o intervalo, a única coisa que foi capaz de acorda-lá.
- O que aconteceu ontem? - A Luana pergunta assim que nós sentamos na mesa acompanhadas pelo Rafa. - Não me lembro de quase nada.
Eu e o Rafa nos olhamos e damos um sorriso cúmplice, voltamos a encarar a Luana e ela está com uma expressão de dúvida.
- Faça as honras Rafael. - Falo e ele começa a contar tudo.
Não consegui segurar o riso quando vê a cara da Luana quando o Rafa falou que teve que dá banho nela.
- Você deu banho em mim? - Ela pergunta visivelmente irritada e constrangida.
- Claro, você queria que eu te jogasse na cama toda suja de vômito? - Ele pergunta como se fosse óbvio. - E você me deve um sapato novo. - Ele fala um pouco alto.
- Eu vou dá um tapa na sua cara se não falar baixo. - Ela fala entre dentes.
E assim segui até o toque nos avisar que temos que voltar pra sala, nos despedimos do Rafael e seguimos até nossa sala, como era de se esperar a Luana dorme em todas as três aulas restantes e eu anoto tudo que consigo, as provas estão chegando e tudo que não preciso é fica de recuperação.
Quando finalmente o sinal toca nos avisando que é a hora da saída eu sou uma das primeiras a sair da sala, acompanhada pela Luana. Chegamos na entrada do colégio e damos de cara com o Rafa, ele se despede dos amigos e vêm até nós. Eles me levam de carro até em casa e depois seguem seu caminho. Quando estou quase entrando em casa olho para o lado e me lembro do Lucas, dou meia volta e resolvo ir até lá, vê como ele está. Toco a campainha e uma senhora baixinha de cabelos grisalhos atende a porta.
- Boa tarde minha querida, o que deseja? - Ela fala muito educada.
- Boa tarde, gostaria de falar o Lucas, Ele está? - Pergunto tentando ser tão educada quanto a senhora a minha frente.
- Sim querida, ele está. - Ela fala e me dá espaço para entrar. - Vamos vou te levar até o quarto dele. - Mesmo sabendo o caminho não recusei sua ajuda.
- Qual seu nome minha jovem? - Ele pergunta enquanto subimos as escadas.
- Sofia. - Falo e ela me olha sorrindo.
- Então você é a famosa vizinha. - Ela fala - Meu nome é Maria, sou a governanta. Fico feliz em conhecê-la o Lucas me falou bastante de você. - Ela fala e tenho certeza que nesse momento estou da cor de um tomate.
- Também é um prazer conhecê-la dona Maria. - Falo e dou um sorriso tímido.
- Por favor esqueça o dona. - Ela fala.
- Como desejar. - Eu falo um pouco envergonhada e percebo que já estamos na porta do quarto do Lucas.
- Vou deixá-los a sós, qualquer coisa estou a disposição. - Ela fala e desse novamente as escadas.
Bato na porta e escuto um entro, sigo seu comando e adentro o quarto. Agora posso observar o cômodo, as paredes são pintadas em tons de azuis, com alguns quadros espalhados pelo mesmo, em uma das paredes tem uma enorme estante com livros e alguns discos o que confeso ter me deixado bastante impressionada, o Lucas não parece ser um cara intelectual que curte livro ou discos, mas como diz o ditado : As aparências enganam. No geral o quarto têm um visual bem retrô.
- Sofia? O que faz aqui? - O Lucas fala chamando minha atenção.
"Talvez o carinho comece a nascer e talvez a amizade começe a nasce. Sabe quando o amor vai nascer? Quando todos os talvez forem trocados por certeza. Porque no amor não a espaço para dúvidas. Você sabe que é amor quando se preocupa sem perceber."
Oi gente, tudo bem?
Espero que estejam gostando.
Até o próximo capítulo.
Bjs😘❤
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