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Capítulo XVIII

Sofia Narrando:

- Eu mandei você solta-lá - O Lucas fala irritado.

- E quem você pensa que é pra mandar em mim? - O cara fala rindo debochado.

- Você vai saber exatamente quem eu sou quando eu estiver quebrando sua cara. - Ele fala e parte pra cima do homem.

Nesse ato a garrafa que tava na mão do Lucas acaba caindo e vidro se espalha pelo chão. O Lucas empurra o homem, que acaba caindo e parte pra cima, distribuindo socos no rosto do cara. Em certo momento o cara consegui fica por cima e acaba deixando o Lucas bem acima dos cacos de vidro. Ele se corta e posso ver o seu sangue no chão, mas isso não o impediu de retomar o controle e voltar a deformar a cara do indivíduo. E onde eu estou nessa história? Bom eu estou gritando feito uma louca pra que eles parem.

- ISSO É PRA VOCÊ APRENDER QUE QUANDO UMA MULHER DIZ NÃO É NÃO SEU IDIOTA. - O Lucas grita enquanto soca o cara.

- LUCAS PARA COM ISSO VOCÊ VAI ACABAR MATANDO ELE. - Eu grito e tento tirá-lo de cima do cara. - LUCAS ELE JÁ DESMAIOU - Grito vendo-o inconsciente. - Vamos embora por favor. - Falo e deixo algumas lágrimas caírem.

Como se tivesse voltado a realidade ele para e se levanta. Olho o cara no chão e vejo como seu rosto tá destruído.

- Me desculpa Sofia - Ele fala e me abraça. - Fiquei fora de mim.

- Tudo bem, vamos embora. - Falo me soltando.

Assim que damos o primeiro passo escuto o Lucas gemer de dor, olho para sua perna e vejo que um caco de vidro está alojado ali.

- Lucas sua perna. - Falo apontando para mesma - Temos que ir ao hospital. - Falo me baixando para olhar o local.

- Não, eu odeio hospitais. - Ele fala e percebo seu desconforto.

- Mas você vai precisar ir, isso tá bem feio. - Falo e me levanto.

- Eu não vou Sofia. - Ele fala firme me encarando.

- Tudo bem, então vamos para casa e eu do um jeito de tirar isso daí. - Eu falo desviando do seu olhar e vou para o seu lado, passo seu braço pelo meu pescoço afim de ajudá-lo a andar.

- Eu não preciso de ajuda. - Ele fala e tenta tirar seu braço do meu ombro sendo impedido por mim.

- Eu não perguntei se precisava. - Eu falo e voltamos novamente a andar.

- Sofia graças a Deus você tá viva. - O Rafa fala assim que piso fora da casa. - O que aconteceu com você irmão? - Ele pergunta apontando para perna do Lucas.

- Um Idiota tentou agarrar a Sofia, eu o impedi e acabei recebendo isso. - Ele fala com certa raiva e tédio. - Mas não é nada que tenha que se preocupar paixão - Ele fala fazendo uma voz fina se direcionando ao Rafa, sinceramente fico surpresa nunca pensei ver o Lucas brincando assim.

- Se foi pra defender a Sofi valeu a pena. - Ele fala depois de mostrar o dedo pro Lucas. Muita maturidade numa pessoa só. - Só espero que o outro cara esteja pior. - Ele fala e o Lucas rir.

- O cara ta desmaiada e acho que vai precisar de uma plástica bem feita pra volta ao normal. - O Lucas responde.

- Esse é o meu garoto. - O Rafael fala com orgulho e eu reviro os olhos.

- Cadê a Luana? - Pergunto não a vendo.

- A doida da sua amiga tava só de calcinha e sutiã em cima do balcão, você acredita? Deu o maior trabalho tirar ela de lá, ainda mais com um monte de cara querendo me bater por eu acabar com o " Showzinho" - Ele fala fazendo aspas imaginárias e revira os olhos.- Tive que rebocar ela até o carro enquanto ela batia nas minhas costas. Ela ainda vomitou nos meus sapatos favoritos - Ele fala e olho para seus pés vendo que ele está descalço - Agora ela tá lá, semi nua e toda vomitada. Tive que trancar ela no carro pra vim atrás de você. - Ele fala tudo bem rápido.

- Essa Luana é Louca mesmo. - O Lucas fala rindo e eu dou um tapa no seu ombro. Só eu posso chama-lá de louca.

- Total. Agora vamos Sofi, antes que ela vomite todo o meu carro. - O Rafa fala.

- Não precisa se incomodar Rafa. Eu vou com o Lucas, ele é meu vizinho e precisa de ajuda com a perna. Cuida bem da Luana. - Eu falo

- Pode deixar e vê se cuida bem do meu homem. - Ele fala e eu não consigo segurar o riso.

- Vai se lasca. - O Lucas fala com uma falsa raiva.

- Pode deixar. - Eu falo.

- Vou indo nessa. Tenho uma bêbada pra cuidar. - Ele fala e saí andando sem esperar resposta.

- Cadê as chaves do seu carro? - Pergunto para o Lucas.

- E quem disse que você vai dirigir o meu bebê? - Ele fala

- Você nem consegui andar direito imagina dirigir. E pelo cheiro eu tenho certeza que bebeu. - Falo e eu bufa.

- Você é muito chata. - Ele fala e tira as chaves do bolso.

- E você um completo Idiota. - Falo e procuro seu carro.

Ainda bem que não estava estacionado muito longe, com um pouco de dificuldade consigo levar o Lucas até lá e o ajudo a sentar no banco do passageiro. Dou a volta no carro e sento no banco do motorista.

- Você sabe mesmo dirigir? - Ele pergunta desconfiado.

- Claro que sei. - Respondo como se fosse óbvio.

- Acho bom você não bater a petúnia. - Ele fala passando a mão no painel.

- Petúnia? Sério que você coloca nome nos carros? - Pergunto incrédula.

- Claro que coloco - Ele fala como se fosse muito normal. - Qual o problema? - Ele me pergunta

- Nenhum. - Falo e dou partida no carro. - Infantil - Digo baixo.

Estávamos a um bom tempo em silêncio e isso estava começando a me incomodar. Então resolvi puxar assunto.

- Por que tem medo de hospitais. - Perguntei.

- Eu não tenho medo. Só não me sinto a vontade. - Ele fala sem me olhar.

- Tudo bem então deixa eu perguntar de novo. Por que não se sente a vontade em hospitais? - Pergunto novamente.

- E quem se sente a vontade em hospitais? - Ele responde como se fosse óbvio e realmente é. Não é como se o hospital fosse um parque.

- Mas qual é o motivo de tanto desconforto? - Eu falo e percebo que estou sendo invasiva.

- Você pergunta demais. - Ele fala e continua olhando para janela.

Resolvo fica calada, foi uma péssima ideia puxa assunto, o Lucas é fechado e se ele não quer falar dos seus problemas ou do seu passado não posso foça-ló.

- Meu irmão - Ele fala tão baixo que quase não escuto.

- Seu irmão? - Pergunto pra ter certeza do que ouvi.

- Sim, desde que meu irmão morreu eu não me sinto a vontade em hospitais. - Ele fala e desvia sua atenção da janela para mim. E vejo o quanto aquele assunto o abala.

- Eu entendo você. - Digo desviando minha atenção da estrada para o garoto ao meu lado.

- Eu ia dizer que você não entende, como sempre faço quando alguém me diz essa frase. Mas pela primeira vez sinto que é verdade, pela primeira vez sinto que realmente alguém entende a minha dor. Você me entende Sofia. - Ele fala e vejo uma lágrima solitária se aventurar pelo seu rosto.

- Eu te entendo porque sentimos a mesma dor, trilhamos o mesmo caminho e temos a mesma vontade de recomeçar. - Falo e volto a prestar atenção na estrada.

- Recomeçar. É isso que nós dois precisamos. - Ele fala e volta a olhar o mundo lá fora.

E seguimos calados o resto do caminho. Só que esse silêncio não me incomodava, pelo contrário, era reconfortante. Mesmo no silêncio eu o entedia.

" Recomeçar, é isso que todos precisamos."

Oi gente, espero que estejam muito bem. Nesse capítulo vocês conheceram um pouco mais do Lucas e já tiveram uma prévia do passado dele. Nós próximos capítulos Vocês vão descobri toda história desse garoto.

Espero que estejam gostando e espero vocês no próximo capítulo!!

Bjs😘❤

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