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Capítulo XII

Sofia Narrando:

22 de abril.

Acordo e olho ao lado da cama, onde têm um calendário, que faz questão de me lembrar a data de hoje.
Hoje faz um ano, um ano me escondendo de mim mesma e tentando me fazer acreditar que não tive culpa de nada, que devo seguir em frente e deixar o passado no lugar dele, porém é simplesmente impossível.
Eu posso menti pra todos, mostrar belos sorrisos e dizer que sou feliz, porém quando entro em meu quarto e fecho a porta todos os meus monstros saem e me vejo presa em meus pensamentos, que fazem questão de me levar de volta ao passado.Não importa o quanto eu grite ninguém me escuta e os que escutam parecem não entender.
Eu sei que pode parecer drama ou que estou louca, porém só quem sente a dor pode entender a sua intensidade.
Sempre que conto o meu passado,as pessoas me olham com um olhar assustado, e assim que percebem as consequências dele em minha vida me olham com pena, e eu simplesmente odeio isso.
Olho para caixa de remédio, que diferente dos outros dias hoje está ao lado do calendário. Penso em pega-lá, mas acabo expulsando esse pensamento e me levantando, chega de seder a essa dor.

- Bom dia dona Helena.

Digo assim que chego ao andar de baixo.

- Bom dia minha filha. Como está?

Minha mãe fala desviando a atenção do seu livro para me encarar, como se estivesse me examinando para saber se estou realmente bem.

- Estou bem mãe.

Falo com um sorriso amarelo. Ela levanta e me abraça.

- Não precisa mentir pra mim Sofia, esse seu sorriso não me engana. Você não precisa ser forte o tempo inteiro.

Ela fala ainda abraçada a mim.

- Eu sei mãe, mas não posso simplesmente fica sentada esperando toda dor passar.

Falo assim que ela me solta.

- Eu não estou mandando você ficar sentada Sofia. Estou dizendo que você não precisa carregar tudo sozinha. Se o seu fardo estiver muito pesado lembra que eu estou aqui pra te ajudar a carregar. Ninguém vence uma batalha sozinho.

Eu a olho e sei que ela quer me ajudar e sou muito grata por isso, porém não quero causar mais problemas, já tirei a paz de muitas pessoas, não quero que a minha mãe seja mais uma.

- Eu vou ficar bem mamãe.Não se preocupe.

Ela me olha e parece querer falar algo, porém permanece calada e se dá por vencida.

- Tudo bem Sofia. Está com fome?

Ela pergunta já me empurrando para cozinha.

- E adianta eu dizer que não?

- Ainda bem que você sabe pirralha.

Ela fala sorrindo e acabo sorrindo junto com ela. Ela sempre me chamava de pirralha quando eu era pequena.
Tomamos café e depois fomos assistir. Quando já estava na hora do almoço pedimos uma pizza e almoçamos com uma conversa animada. Isso de certa forma me ajudou a deixar de lado a dor e os pensamentos que me rondavam. Minha mãe têm esse poder, com simples gestos ela manda tudo embora, a única pessoa que realmente põe sorrisos verdadeiros no meu rosto. Que dizer a Lua também têm esse dom.
Eu realmente não mereço nenhuma das duas. A minha mãe abriu mão de tantas coisas pra está ao meu lado, sacrificou sonhos e perdeu aportunidades tudo isso pra cuidar de mim.
A Luana em pouco tempo se tornou mais que uma amiga, ela tá sempre ao meu lado, se preocupando e cuidando de mim, ela se abre comigo sem medo ou barreiras, pelo simples fato de confiar em mim.
E eu estou aqui com medo, travando sozinha minhas guerras, em quanto pessoas maravilhosas estão só esperando eu pedir socorro, mas infelizmente não consigo me abrir.
Sou despertada dos meus pensamentos com o celular da minha mãe tocando. Ela olha e atende de imediato.

- O que aconteceu?

Minha mãe fala apreensiva.

- Não acredito nisso. Certo, tente acalma-lo, já estou indo pra ir.

Minha mãe fala apressada já em pé. Ela desliga o celular e me olha.

- Sofia, um dos meus pacientes está com o local da cirurgia infeccionado eu terei que ir correndo para o hospital, sinto muito por não poder fica com você.

Ela fala apressada.

- Tudo bem mamãe, pode ir salvar mais uma vida.

Ela me olha e sorrir. Eu sempre dizia isso quando era menor.

- Eu te amo pirralha.

Ela fala e saí correndo até seu quarto. Ela volta dez minutos depois já vestida com seu jaleco e saí correndo até o carro em quanto se despede.
Sorrio e volto a olhar para TV.
Por algum motivo acabou virando a cabeça para o lado e encontrando minha foto com o Léo. Nós estávamos abraçados e eu sorria,como a muito tempo não consigo mais.
Olho aquela foto e como um furacão todos os sentimentos voltam, e diferente das outras vezes não consigo segurar as lágrimas, pego a foto a abraçando e deixando todas as lágrimas caírem.
Minha mãe têm razão isso tudo é demais pra mim. Eu não sou forte suficiente para vencer isso sozinha, estou cansada.
Subo até meu quarto ainda abraçada com o porta retrato, minha visão está embaçada por conta das lágrimas o que dificulta um pouco o trajeto.
Ao entrar no cômodo vou direto até o meu remédio, o pego e tomo toda cartela, não sei direito o que estava fazendo, só queria que aquela dor passa-se o mais rápido possível.
Deixo meu corpo cair na cama e fico olhando a fotografia, até sentir dificuldade para respirar e logo meus olhos pesam e me entrego a escuridão sentido cada vez mais a dor indo embora e junto com ela todos os meus sentidos.


Só quem carrega sabe o peso de um recomeço.



Oi gente!
Mais um capítulo,espero que estejam gostando.
O que será que a Sofia esconde?
Isso são cenas do próximo capítulo.

Até o próximo!!
Bjs😘❤

VOTEM!!!

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