Capítulo 1
Já add Mafioso Irresistível? CORRE! Os capítulos serão retirados assim que finalizar. Capítulos novos sempre que possível ❤️ devido aos meus estudos.
Capítulo 1
Elle era minha amiga desde a infância. Nascemos na mesma maternidade, e por incrível que pareça.... Tínhamos a mesma idade. Apenas oito meses nos separava de realizar nossas festas de aniversário. Nossas famílias eram amigas há mais anos do que se podia imaginar, e eu? Bem, eu era loucamente apaixonado por Elle antes mesmo do primeiro dente-de-leite dela cair, e ela descobrir que não existia fada do dente. E que na realidade era a sua mãe, que sempre deixava uma moeda debaixo do travesseiro dela. Ela chorou por uma semana inteira, e acho que passou um bom tempo para poder se acostumar com o que tinha descoberto.
Éramos inseparáveis, acho que ela tinha pena pelo fato de eu ser tão decrépito. Elle cresceu com um brilho que poucas pessoas tinham, e com uma força de liderança única. Adorava o modo que ela mexia no cabelo ou até mesmo, o jeito que coçava o canto da boca quando estava nervosa. Às vezes imaginava beijando aquela boca, mas nesses momentos a realidade era cruel comigo. Me fazia lembrar que eu não era o cara certo para ela, e que ela nunca olharia para mim da mesma forma que eu a olhava.
Eu era apenas um reles mortal sonhando em possuir a mulher mais perfeita do universo.
Na escola só tinha olhos para ela, que sempre estava sorrindo ao lado da sua parceira de laboratório. O cabelo preso em um rabo de cavalo era sua marca registrada, as pontas eram douradas e levemente cacheadas a deixavam com um ar angelical.
Elle era o tipo de garota que qualquer um naquela escola poderia se apaixonar, e não digo isso como melhor amigo dela. Afirmo porque sentia isso quando olhava os outros seguindo, e escutando o que ela tinha para falar. Porém como uma pessoa que entendia o que era ter a Elle como amiga, sabia como era conviver com a perfeição.
Eu era o ser mais esquisito do mundo, mas espere.... Não era sempre que me sentia desse jeito. Elle com sua bondade, às vezes fazia com que eu me sentisse o ser mais perfeito do universo. Isso acabava quando eu a via com os outros amigos tirando saro dela, por ser minha amiga. Ela não se importava, pelo contrário, me defendia como ninguém tinha me defendido na vida.
No caso dela, isso seria assassinato social, já que ela era a capitã das líderes de torcida e a atleta número um de Burnet. Só existia uma pessoa no mundo que sabia o que eu sentia por ela: o Estevan.
Estevan Oriol era o meu primo, que tinha chegado do México para acabar com o resto de vida que eu tinha. Ele não era apaixonado por Elle, mas a chamava de namorada. Não que eu tivesse ciúmes.... Eu morria de ciúmes dela. Mas fazer o quê? Não poderia dizer que a amava. Os caras que ela namorava, eram praticamente modelos da Calvin Klein. Não tinha como competir com eles. Eram sempre saradões, cheios de anabolizantes e músculos exagerados nos braços, e sem um pingo de cérebro. Acho que o cérebro tinha queimado com os anabolizantes de cavalos.
Todos no estilo pernas finas.... Braços musculosos e pinto pequeno, ou cérebro pequeno.... Ou cérebro e pinto pequeno. Isso realmente não importava, se ela soubesse que era eu, quem deveria beijar a sua boca. Gostava de pensar que ela estava com eles apenas pela beleza. Não ficava tentando imaginar algum deles passando as mãos nela.... Não mesmo. Só em chegar a cogitar esse pensamento, eu já ficava roxo de raiva.
— Acorda.... — resmungou Estevan, batendo na minha cabeça. — não é hora de sonhar hermano.
— Não dá — falei suspirando. — ela é perfeita.
— Você só observa — reclamou ele sem paciência. — uma hora você vai ter que falar com ela.
— Nunca. — rebati de maneira firme.
— Você é um molenga. — disse dando outro tapa na minha cabeça.
— Não é ser molenga.... — expliquei arrumando a armação do óculos. — só não sou o tipo certo para ela.
— Daniel, você sempre diz a mesma coisa "Não sou o tipo certo para ela". — disse olhando para mim. — ela não vai ficar aqui para sempre.
— Não importa. — dei de ombros, fingindo não me importar com o que ele tinha dito.
— Eu sei que você se importa — sussurrou meio que tentando segurar o riso. — você fica aí, se torturando, enquanto ela fica saindo com esses caras sem noção.
— Ao menos, eu sou o melhor amigo dela. — respondi querendo parecer indiferente.
— Serio? — falou irritado. — você é um banana, sabia?
— Sou....
— O que os senhores tanto conversam? — pigarreou o professor de química mais chato do mundo, Senhor Ahern. Nos viramos, olhando para ele, fechando a boca. — foi o que eu imaginei. Nada de produtivo. Senhor Valdez e Senhor Oriol na sala do diretor depois da aula — todos estavam olhando para nós dois, ou melhor, olhando para mim.
— Droga.... — resmunguei.
— Muito me surpreende o senhor, senhor Valdez. Você que é um exemplo de silêncio e invisibilidade falou senhor Ahern com um olhar duro e frio direcionado a mim — voltemos a nossa atenção para matéria.
— Desculpa cara, mas agora você vai ter um pouco de emoção. — sussurrou Estevan sorrindo, enquanto o senhor Ahern voltava a explicar a matéria e eu murchava na cadeira.
De longe dava para ver ela me olhando de lado.
— Serio. Você é um banana. — falou Estevan, abafando o sorriso.
— Senhor Oriol! — senhor Ahern se virou para encara-lo muito irritado. — O rapaz tagarela vai querer visitar a sala do diretor antes do previsto?
— Não senhor. — respondeu Estevan, se endireitando na cadeira, mas sem perder a cara de pau que só ele tinha.
— Olha o que você me faz passar.... — resmunguei olhando sério para ele.
— Eu? — resmungou baixinho, fazendo cara de inocente. — Dani, eu sou a melhor parte da sua vida, e ao mesmo tempo a pior parte — disse contendo o riso — você deveria me agradecer por isso.
— Idiota. — falei para ele, balançando a cabeça. Mas era a mais pura verdade. Estevan era a parte mais emocionante que existia na minha vida, mesmo sendo do jeito errado.
— De nada. — falou ele, segurando o riso e assentindo com a cabeça.
— Já chega! — gritou senhor Ahern, e todos se assustaram — Vocês dois.... — apontou com o indicador como se estivesse regendo uma orquestra — para a diretoria, agora!
Ao sair da sala, sentia os olhares de todos me seguindo. Era um acontecimento único. Eu, Daniel Valdez, indo parar na diretoria por conversar na hora da aula. Trágico. E tudo ficou pior quando olhei para Elle antes de sair. Ela estava boquiaberta com o que tinha acabado de acontecer. Era inevitável, Elle sempre ficava chocada quando algo de inusitado acontecia na minha vida.
— Seu filho de uma.... — comecei a falar, mas parei antes que saísse algo que não fosse apropriado. Minha tia não tinha culpa de ter um filho como Estevan.
— Dani.... Dani.... — suspirou e estampando o sorriso mais descarado que ele tinha. — você tem que sair dessa casca que você usa — disse ele olhando para minhas roupas e olhando para os meus óculos. — você tem que aterrorizar! Pegar todas as gatinhas da escola.
— Estou muito satisfeito comigo. — resmunguei indo em direção à diretoria. — e o máximo de terror que eu vou fazer realmente é assustar as garotas com a minha cara feia. Então, estou muito bem do jeito que estou.
— Você é o cara mais estranho da escola — deu de ombros, como se aquilo fosse explicar meu alto nível de popularidade. — você nunca vai conquistar uma garota vestindo esse saco de arroz, e nem sendo o gênio da física e da química. Você precisa de músculos e uma boa performance no sexo....
— Eu não quero conquistar as garotas Estevan. Nada de sexo sem que se tenha sentimento. E ser gênio da física e da química ainda vai me abrir portas para um futuro promissor. — falei abrindo a porta da secretária. A parte mais irritante era à cara de espanto da senhora Taiko, que ficava o dia todo sentada em uma cadeira velha enferrujada, por trás de uma mesa ao lado da porta da diretoria.
— Você quer uma garota que não olha pra você, hermano. — debochou, me cutucando com o cotovelo. — Elle, a destruidora de corações....
— Estevan.... — olhei atravessado para ele. — você não deveria falar dela dessa maneira....
— Isso te incomoda? — perguntou, me desafiando e com um sorriso de satisfação no canto da boca.
— Sim.
— Por quê?
— Você sabe o motivo.
— Você é um banana Daniel — repetiu rindo, ou melhor, gargalhando na minha cara. Rindo da minha desgraça. Era para isso que serviam os parentes, ou melhor, que servia o meu primo Estevan.
— Estevan.... — me dignifiquei a ficar quieto arrumando meus óculos.
— Odeio esses óculos. — falou ele mexendo na lateral, e voltando ao normal. — você sabia que já existem lentes de contato? — perguntou fingindo perplexidade.
— Sei sim.
— Vamos lá! Usar uma lente não ia lhe fazer mal.
— Não. Estou bem assim.
— Você vai morrer virgem. — disse rindo — e usando isso....
— Senhor Oriol.... — falou o diretor ao abrir a porta, e de novo aquele olhar de espanto foi direcionando a mim. — e senhor Valdez? — perguntou com espanto.
— Oi, senhor Casey. — falei acenado acanhado para ele.
— Não precisa explicar. — disse ele, balançando a cabeça, nitidamente exasperado. — já sei o motivo pelo qual você veio parar aqui: Oriol.
— Não fiz nada. — se defendeu Estevan, levantando os braços e sorrindo. — eu sou inocente. Juro que sou. Até que se prove o contrário, é claro....
— Você inocente? Acho muito difícil você ser inocente em alguma coisa. — proferiu senhor Casey irritado com a brincadeira. — você pode voltar para sala senhor Valdez, que eu vou ter uma longa conversinha com seu primo.
— Obrigado senhor Casey. — agradeci, saltando de alegria por dentro, mas fiquei com dó de Estevan.... Não. Não fiquei não.
— Droga! — resmungou Estevan.
— Vamos senhor Oriol.... — pediu senhor Casey, estendendo os braços para que ele o acompanhasse para entra na sala. — a suspensão lhe espera e eu não tenho o dia inteiro para o senhor.
Sai correndo da diretoria, antes que o senhor Casey mudasse de ideia e me suspendesse também.
Respostando sem revisão.
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