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Sentia que o mundo girava a minha volta, que tudo parecia uma grande roda gigante que estava em sua velocidade máxima, meu deus eu preciso levantar é acender está luz, está um escuro infernal. Preciso saber como a Cris está, única coisa que me lembrava era daqueles desgraçados seguindo a gente e falando que iriam levar minha namorado com eles, assim que me apoiei melhor na cama percebi um bip um pouco acelerado.
— Calma campeão, ainda e cedo.
— PAI?
Me virei na direção de sua voz e ainda não consegui ver um palmo na minha frente, eu sabia que era meu pai, mas não entendia por que nós dois estávamos no escuro total.
— Pai acende a luz! Não estou vendo nada.
Disse a ele que me pediu para deitar novamente naquela cama, aquele bip já estava me irritando, aos poucos sentia algumas dores no corpo, principalmente na minha cabeça, sentia algo me incomodar muito não só no braço, que tentei tatear mas meu pai dizia para não fazer àquilo.
— Pai... Pai... Porque ficou calado.
— Juan por favor fica calmo filho se Não vão acabar medicando você...
— ¡Mantener la calma como una mierda enciende la maldita luz!
Gritei de raiva com ele, porque a droga da luz estava apagada, onde eu estava?
Do nada ouvi diversas vozes naquele escuro, e o bip se acelerando e muito é sentia pessoas me segurando e aos poucos meu corpo ficou fraco e acabei "desmaiando" após poucos segundos.
•••
Acordei mais um vez naquela escuridão, ouvia os mesmo barulhos de antes, meu coração estava tão acelerado que custei a me mexer na cama, estava morrendo de medo, pois só agora que meu cérebro havia entendido, eu não estava no escuro, eu estava com um problema muito maior do que eu havia imaginado.
— Pai? _Senti medo ao chamar eles.
— Estamos aqui meu filho. _Pai Gabriel falou segurando minha mão.
— Cadê o pai Gui? _Perguntei me sentido envergonhado com o que eu havia dito.
— Estou aqui meu filho, eu te disse uma vez que sempre estaria com você.
— Pai a luz está acessa não está?
Senti uma gigantesca dor em meu peito ao fazer aquela pergunta, o medo da resposta fazia sentir meu peito subir e descer quase que de maneira descontrolada.
— Eu não vejo nada... Eu... Eu...
— Juan... Suas córneas elas sofreram um grande dano devido ao...
— A Cris está bem pai?
Está deveria ter sido a minha primeira pergunta, mas ainda estava muito assutado com tudo o que me acontecia.
— Ela está bem, sempre o Marcos deixa vem te visitar. _Pai Biel respondeu.
— Pai eu posso... Ver ela?
Ver como eu estava cego, não via nada, eu havia perdido minha visão, talvez nunca mais poderia voltar a enxergar, e agora como eu ia fazer.
— Pode sim... Marcos antes que falar com Você, ver se tudo...
— Eu nunca mais vou enxergar não e mesmo!
Falei sentindo algo gelado escorrendo sobre meu rosto, nunca mais poderia ver a beleza do mundo, não poderia ver a beleza do rosto da minha Cris, ver aquele seu lindo sorriso, quando tentava me concentrar na imagem de seu rosto só via o desespero em seu olhar.
— Se eu não tivesse feito nada eles teriam levado ela de mim... Eles teriam violentado a Cris...
— Fica calmo... Graças a você nada de mais aconteceu com ela... E antes que você fique desesperado sem motivo ela está bem okay... _Pai Gabriel disse, fazendo um carinho em minha mão.
— Rodolfo é o seu Sogro também sempre vem saber como vocês estão...
— Meu sogro? _Falei jogando meu corpo para frente.
— Cuidado assim você pode cair... _uma voz diferente falou e na sequência ouvi o barulho de uma porta se fechar.
Não iria negar, estava com muito, mais muito medo de tudo o que me esperava, não fazia a mínima ideia de como tudo isso vai dar certo, e agora o medo de talvez quando a Cris saber que sou cego, não, Eu não vou pensar de forma negativa, sempre fui uma pessoa otimista, não e agora que vou enxer minha cabeça de coisas erradas.
— Quem é? _perguntei me senta do melhor na cama.
— Acho que talvez não se lembre muito bem de mim, mas eu me chamo Raj, vim ver com seus pais como você estava mas te ver acordado será uma ótima notícia para a Cris.
Aquele nome não era estranho, era bem familiar, onde foi que eu ouvi isso antes, fiquei esperando ele se aproximar mais de mim, quero poder ouvir melhor sua voz já que ela pareceu ser levemente familiar.
— Não se lembra? Acho que quando fomos apresentado eu era só "Colega" do Sérgio.
— Não são mais amigos? Você brigou com o Sérgio? _Fiquei curioso, pois se teve um briga algum motivo de ter por trás dela.
— Não muda mesmo né Juan... Parece seu pai Gabriel.
— Deixa ele senhor Guilherme... Sérgio e eu somos bem mais do que só amigos, assim como você e a Cris são muito mais do que simples amigos.
Meu senhor amado, será que é isso mesmo que eu estou pensando o meu Sogro e viado também? Pois se ele está dizendo que são mais do que amigos como eu e minha princesa então ele são namorados, sorri ao ouvir aquilo, mas porque o Erick não me disse nada, será que ele ainda não sabia? Não, era muito fácil dele ter descoberto uma coisas destas assim tão fácil.
— Moço então o pai da minha princesa e você são namorados? _juntie minhas mãos levando até a boca.
Como desejava poder ver a expressão do seu rosto, como desejava poder lembrar um pouco que fosse de sua expressão, mas tudo diante de mim era o nada em um mar infinito de sons diversos, mas não iria desistir de nada, vou ter que reaprender tudo do zero.
— Não precisa fazer está cara de preocupado Juan... Já já trago a Cris para te ver ela sabe que você ontem acordou mas acabou ficando agitado.
Raj disse passando a mão em meu rosto, acredito que ele secava uma lágrima teimosa que insistia em cair.
— Ela sabe que eu estou assim? _falei sentindo a tristeza invadir meu peito.
— Filho ela sabe que você perdeu a visão... _Disse pai Gui.
— Eu só não quero que ela se sinta culpada, pois se eu pudesse faria tudo o que fiz novamente é mais uma cem vezes mais se for necessário.
Senti o corpo dos dois homens que me amaram e me trouxeram para o mundo deles, para poder morar ao lado deles e que me escolheram como seu filho, me sentia seguro entre eles, me sentia capaz de poder realizar tudo com eles me dando seu apoio. Não demorou muito e o Raj saiu dizendo que dentro de alguns minutos ele iria subir com a Cris para que pudéssemos nós ver, ele disse isso e um silêncio constrangedor se fez presente no quarto, eles me tratavam como se tivessem pisando em ovos.
— Gente eu fiquei cego e não burro, então me ajudem aqui preciso ficar pronto para a Cris.
Falei jogando meus pés para fora da cama mas acabei me enroscando em alguma coisa e senti uma fisgada no meu braço.
— Calma filho, você vai se machucar deste jeito... Vamos te ajudar a tomar banho...
— Não pai... Me leva ao banheiro que me viro com banho sozinho.
Falei sentindo meu rosto queimar, não ia deixar eles me darem banho, só precisava saber onde está a tudo que dava meu jeito, ouvi um risada gostosa vinda de algum lugar do quarto, contudo pai Guilherme disse que me ajudaria, mas só devíamos esperar o Marcos vir falar com a gente antes.
— Vou chamar alguém da Enfermagem para ajudar com estes tubinhos no seu braço. _Pai Gui falou é me deu um beijo no rosto.
Assim que ouvi o barulho da porta se fechando voltei a tatear minha cama, era estranho tudo aquilo, a textura que sentia das coisas era diferente de quando eu enxergava.
— O que está procurando?
— Sabe e estranho isso aqui, nunca havia parado para pensar como alguém que nunca viu nada consegue sentir a diferença só no toque, ou somente ouvindo a voz das pessoas!
— Mas não se preocupa o Marcos está vendo se existe algum tratamento ou algo para você recuperar sua visão...
— Pai... Obrigado!
— Pelo que? _sua voz quase não saiu.
— Você e o pai Gui não me deixarem entrar em desespero... Eu estou me segurando para não cai neste mar de desespero graças a vocês dois.
Falei o que sentia, se tivesse acordado novamente sem ninguém comigo, principalmente sem eles dois ao meu lado, eu teria me desesperado com toda certeza, e não sei o que mais teria feito.
Um técnico de enfermagem veio e disse que me ajudaria no banho, mesmo eu negando dizendo não ser necessário meus pais avisaram que como eu ainda estava um pouco debilitado ou seria o enfermeiro ou um deles, é minha escolha foi o moço do hospital, que me ajudou, disse que ele poderia ficar no banheiro, mas que me entregasse tudo na mão que eu mesmo me lavava e foi assim que eu fiz, se algo for me dar banho vai ser a minha princesa e mais ninguém.
Quando voltei para o quarto já de roupas trocadas e bem cheiroso, notei que algo estava diferente ali dentro, era como se eu sentisse a presença de alguém comigo, mas meus pais negaram que fora eles dois só havia o enfermeiro que me ajudou e mais ninguém.
Perguntei a eles sobre o tempo que fiquei desacordado e descobri que foi aproximadamente 10 dias, mas que meu tio garantiu que a única sequela que eu tive foi a perda da visão, que mesmo com a cirurgia para a correção, infelizmente eu fui a chance baixa dela não ter corrido bem, mas eles ainda não haviam desistido de procurar outras alternativas.
— Meu cabelo está como?
— Um ninho de gatos como sempre foi!
— Então deve está bem estiloso. _Respondi ao pai Gui.
— Quais as roupas que vocês me deram para usar?
— Camisa branca é Bermuda preta... Mas vamos nós atentar na próxima vez de te avisar sobre as roupas. _Pai Biel falou com uma voz triste.
Passei a mão no pescoço procurando algo que havia ganhado da minha gatinha, mas o cordão não estava mais ali pendurado.
— Acho que você deve está atrás disso!
Pai Gui falou segurando minha mão e colocando algo frio é de metal na palma da minha mão, sentir os objetos daquele jeito era muito diferente.
— Obrigado! Senhor pode me ajudar a colocar? Se tiver perfume me ajuda a passar um pouco também.
— Nossa que ficar mesmo Super produzido para este rê encontro de vocês dois.
— Pai o senhor também não era assim? Não se produzia todo ao pai Gui?
Ambos acabaram rindo da minha pergunta, pois eu tinha mais do que certeza que era deste modo, principalmente pai Gabriel que fazia questão de sempre usar um bom perfume quando a questão era se produzir todo para meu pai Gui.
Ouvi o barulho da porta sendo aberta e mais uma vez uma voz em diferente pedia licença para entrar no meu quarto, meus pais não responderam nada o que achei estranho mas eu disse que poderia ficar bem a vontade, quando alguém se aproximou de mim senti um aroma doce, um leve perfume de lavanda, eu adorava aquele cheiro, e saberia reconhecer ele em qualquer lugar do mundo.
— CRIS!
Falei esticando minha mão esquerda, que queria poder sentir o toque de sua pele sobre a minha, desejo e muito ter o sabor de seus lábios sobres os meus mais uma vez, que só de pensar nestas possibilidades, meu corpo já criava vida própria e com certa dificuldade e um pouco de medo eu caminhei na direção onde ouvia uma respiração levemente acelerada, quando minha mão tocou sua pele era como se uma leve corrente elétrica e de calor passassem por todo o meu corpo demostrando que eu havia encontrado o que me faltava, que eu havia encontrado a dona do meu Coração novamente.
Levei a minha mão de encontro a pele macia de seu rosto é levemente meu polegar contornou seus lábios, nunca imaginei que sentiria falta de olhar para seus lábios que tinha um tom rosado lindo, mas conforme minha mãos faziam leves contornos por seu rosto eu força a minha mente a lembrar do seu lindo sorriso, do primeiro dia que eu via a sua beleza tão linda e tão bela.
— Você está chorando?
— Estou feliz em saber que a pessoa que mais amo neste mundo está bem.
Suspirei fundo ao ouvir aquela sua voz, e enroscados em um abraço tão quente que desejava me fundir ao seu corpo, e disse a mim mesmo naquele dia;
Esse conta-gotas que cai dos meus olhos devia levar embora a dor que sinto, gota a gota. No entanto, a cada gota que cai sinto-me ainda mais dilacerado pelo sorriso que não irei mais ter. Só queria poder olhar a luz dos seus olhos mais uma vez que é como um acalento novamente, mas parece que essa chuva vai durar pra sempre em minha alma.
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