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Na segunda-feira levei Cris até a UTI onde ela pode passar alguns minutos como Juan, que ainda dormia sobre efeitos de vários remédios, Dr. Marcos havia dito que no dia seguinte iriam fazer a cirurgia de correção da córnea dele que acabou se deslocando devido aos golpes que recebeu em seu rosto, Marcos estava bem otimista. Felipe e Natália havia aparecido no hospital na noite anterior a visita da minha irmã só namorado, e foi por Felipe que ele soube mais o estado delicado do Juan.
Na terça no meio da tivemos uma surpresa, meu pai havia chegado no hospital com algumas sacolas de roupa e deu elas a Cris dizendo que eram suas, assim que ela abriu a primeira sacola começou a chorar, eu não entendi o porquê até ver ela tirar algumas peças de dentro e me mostrar.
- Raj me ajudou a escolher elas. _meu pai falou em resposta a minha expressão óbvia no rosto.
Eram alguns vestidos e outras roupas ditas mais femininas, fiquei feliz pela minha irmã, mas foi neste mesmo dia que minha ficha havia caído, para algo que me deixou preocupado, era as despesas hospitalares da minha irmã.
- Vamos sair para você escolher o que vestir e já voltamos. _Fiz sinal ao meu pai que beijou a testa da Cris e saímos juntos do seu quarto.
- Pai! Depois temos que passar na administração do hospital e ver em quanto está a conta dos cuidados da Cris, eu tenho um dinheiro que guardei...
- ...Podemos vender o carro e usar este dinheiro para pagar. _ele falou direto.
- Mas eu posso ajudar pai.
- Eu sei que pode Rodolfo, mas guarda seu dinheiro, você vai precisar dele, já que o estágio infelizmente deve ter miado.
Olhei sem graça a ele é concordei, realmente a chance de um emprego fixo havia se perdido, iria começar a correr atrás de outro estágio para ontem, ainda precisava ir na faculdade avisar do problema que tive, se não acabaria repetido o último semestre, já que dúvida que a LAMEU Eng. iria fazer um relatório de Estágio incompleto para mim, então o mais fácil a se fazer era ficar com os pés no chão e não esperar um segundo milagre do céus.
- Bom dia!
Disse uma voz grave próxima a nós dois que me fez levar um susto já que não havia notado aqueles dois homens próximo a nós, até levantei no salto do pequeno sofá que estava sentando.
- Desculpa se assustamos vocês!
- Imagina senhor Alec, não foi susto algum. _meu pai respondeu se levantando é estendendo sua mão na direção deles.
- Pai acho que você já deve conhecer o senhor Arthur!
- Sim, já nos vimos no restaura de outras vezes, o senhor e pai do Luiz e Ramon.
- Exato... Hoje além de ver como a sua filha está senhor Sérgio, precisava conversar com o Rodolfo.
Olhei surpreso com sua fala, não fazia ideia do que ele desejava falar comigo havia trocado somente poucas palavras no dia que o conheci.
- Compadre então já vejo o senhor e a Cris... Com sua licença seu Sérgio.
Arthur havia me pedido para irmos até a cantina assim conseguiria conversar comigo com mais calma, o caminho até a cantina foi em total silêncio, hora ou outra ele olhava a tela do celular sorria e respondia alguma coisa nele. Assim que chegamos ele foi direto ao balcão e pediu dois cafés, mesmo eu dizendo não haver necessidade ele insistiu para acompanhar ele que não desejava beber sozinho.
- Rapaz não sei você mas o mundo e cheio de casualidades e encontros que são marcados pelo destino. _ele falou isso adoçando sua xícara de café e saboreando ele em seguida.
- Porque o senhor diz isso? _perguntei bem curioso sobre o que acabava de me dizer.
- Já parou para pensar em tudo o que acontece em nossas vidas? O porquê determinada coisa acontece a nós?
- Não senhor! _falei bebendo do meu café.
- Dizem que ninguém nasce mal, que aprendemos a odiar as pessoas por vermos alguém odiando os semelhantes a ela.
Arthur falou isso e passou a mão sobre algumas cicatrizes que ele tinha, parecia que em algum momento de sua vida ele teve que usar pinos nos braços e mãos, já que os padrões de cicatrização era bem parecidos. Notei que ele se perdia fácil em seus pensamentos, que se deixava distanciar, era como se ele entrasse em um mundo só dele, que somente ele tinha a chave para abrir estas portas.
- Já cometi tantos erros na vida, por ciúmes quase perdi a família que me acolheu, levei tempo para conseguir não só o perdão mas a confiança de todos... Contudo Rodolfo o destino não dá é também não tira nada da gente, ele simplesmente mostra o que devemos fazer, o caminho tomado e uma escolha nossa sabia.
O que ele acabou de dizer não fazia nenhum pouco de sentido, dizer que o destino não dá ou não tira nada? O que ele queria dizer com tudo aquilo. Olhava para ele tentando entender 1% de tudo o que ele estava falando, porém minha mente não entendia seu raciocínio.
- No domingo pouco antes de irmos embora, sua irmã comentou que você teve que sair de um programa de estágio que fazia...
- Não me diga que ela está se achando culpada? _falei com um tom de voz mais alto.
Não era culpa dela, jamais que uma fatalidade que aconteceu com minha irmã seria culpa dela, os últimos dias deixei isso tão claro a ela, que ela era uma vítima, que não tinha culpa de nada que aconteceu com Juan, com ela ou qualquer um. Deus como ela achava que o fato de ter desistido do Estágio por me preocupar com sua saudar e seu bem estar seria culpa dela? Foi uma decisão minha sair do estágio, ela não tinha nenhuma culpa quando a isso.
- Ao meu entender sim, ela acha que tudo que aconteceu e culpa dela... Isso leva tempo para ela entender que não teve culpa, que só foi mais uma vítima de pessoas sem escrúpulos... Sobre isso depois quero que levem ela neste psicólogo, passo nesta clínica a anos, acredito que vai ajudar bastante a Cris.
Peguei o pequeno cartão que ele segurava e só pelo bairro onde ficava a clínica sabia que o valor cobrado pelas consultas seriam bem caras, iria seguir o conselho do senhor Arthur, contudo falaria com meu pai para procurar uma que não cobrasse o rim da gente.
- Olha não precisa me olhar com está cara, sei que este tipo de tratamento tem um valor...
- Não me leve a mal Seu Arthur, mas vou procura um médico onde esteja mais dentro do nosso orçamento. _falei sentindo minha bochechas queimarem.
- Rodolfo, acho que não me expressei bem, todo o tratamento psicológico será um "presente" da Dandara e Meu a ela, sua irmã demostra interesse em fazer a transição de gênero, então minha esposa já queria conhecer a família da Cris para poder ajudar ela neste momento...
- Mas e que não que...
- Olha, minha Dandara entende muito bem o que sua irmã vem passado, ela sabe o quanto pode ser complicado tudo isso, e sabe que agora o que a Cris só precisa é de muito amor é carinho. _ele disse já me interrompendo.
- Me desculpa a falta de educação, mas a sua esposa e uma mulher trans? _perguntei curioso.
- Sim, ela inciou a transição de gênero e tinha a mesma faixa de idade da Cris... Mas eu só a conheci com seus vinte e poucos anos, na época eu fazia tratamento nesta clínica é ela trabalha nela, aos poucos seus sorriso cativou meu coração é me prendeu a ele... Mas quase a perdi por ser um burro e não saber como tratar pessoas como ela, mas aprendi com a dor, e levei um tempo para reconquistar o meu amor.
- Vejo que o senhor já passou por muita coisa nesta vida.
Realmente estava bem surpreso com tudo que descobria sobre o Sr. Arthur e sua família, ele me dizendo que havia perdido os pais quando era menor de idade, que após isso a família do seu melhor amigo o havia "adotado", que ele fez muita merda durante um tempo com este amigo, mas que hoje os seus irmão e sua família eram seus bem mais preciosos, olhava admirado com o modo que ele se abria com uma pessoa "estranha" sem medo de julgamentos mais mesmo assim, eu não entendia onde ele queria chegar com aquela conversa toda.
- Me olhando assim até parece que estou falando muitas lorotas.
- Me desculpe, e que estou tentando entender qual o motivo de nossa conversa, não quero ser rude nem nada, só que estou perdido.
- Acho que me alonguei um pouco. _ele riu sem graça e coçou sua nuca.
- Roberto é o Júlio pediram para você tirar o resto desta semana de folga... É que na próxima segunda-feira você finaliza seu estágio aqui mesmo no Brasil, já que seria complicado você ficar indo e vindo todo dia de Nova York.
Olhava ainda incrédulo com o que ele acabou de me dizer, meu corpo chegava se tremer de emoção, a poucos minutos meu pai e Eu preocupados com dinheiro, e recebo está notícia que ainda vou poder finalizar meu estágio, por puro impulso abracei o senhor Arthur e quase que caímos no chão.
— Me desculpa! _falei sem graça, e tentando me recompor.
— Imagina Rodolfo, sua irmã merece só ter felicidade e amor... Domingo quando estava indo para casa Erick e Ramon não paravam de falar de arrumar um jeito de conseguir trabalho a você... Dandara que foi mais esperta e lembro que deveríamos perguntar ao Cássio sobre onde você estava trabalhando.
Sorri quando ele começou a me explicar melhor sobre como havia conseguido que eu não perdesse está oportunidade, de estágio, que ele e o Sr. Júlio eram amigos desde sempre, e pedir está ajuda a ele foi algo simples de mais. Não conseguia me conter de felicidade por tudo àquilo, por tudo que não somente ele mas a família do Juan estavam fazendo por nós, por minha irmã.
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Eu andava de um lado ao outro naquela sala, esperando notícias positivas do Marcos, hoje foi a cirurgia para correção da vista do Juan, seu rosto havia desinchado o suficiente para realização do procedimento, fora que Marcos e sua equipe não queria postergar mais ainda a cirurgia com medo do dano ser irreversível, cada dia mais aumentava a chances de perda na visão em de seus olhos.
— Amor você agitado deste jeito me deixa mais agitado ainda! _Ouvi Guilherme falar comigo e não dei muita importância.
Não conseguia ficar sentado igual a ele só na espera de notícias, e isso piorava já que Amanda havia me dito que hoje conseguiria algumas respostas, não somente para o que havia acontecido ao meu filho e sua namorada, mas também pedi para ela ver o que havia acontecido no restaurante semanas atrás.
— Gabriel sossega pela amor de deus, ainda falta pelo menos duas longas horas até o Marcos ou alguém vir dá notícias para nós.
— Se e assim vou dar uma volta! _falei em resposta, já que havia sentido meu celular vibrar.
Fui na direção dos elevadores, mas assim que notei que estava bem afastado do Guilherme tirei o celular do bolso e realmente quem me ligava era Amanda.
— Desça aqui na cantina, tenho notícias sobre o que você me pediu.
A mal criada nem esperou eu falar alô, é nem dizer mais nada e desligou na minha cara, japonesa folga. Fiz o que ela havia me pedido é fui direto a cantina, se eu já estava ansioso antes, agora não tinha palavras para definir meu estado.
Assim que entrei na cantina a vi sentada sozinha em uma mesa, não dei nem muita importância para as demais pessoas e fui direto em sua direção, conforme me aproximei noite um envelope sobre a mesa. Amanda mesmo estando na casa dos 40/45 anos mantinha uma aparecia jovial, é seu rosto hoje em dia não tinha a mesma expressão de seria da época que nos conhecemos, não só isso ela havia dado uma grande repaginada em seu visual, com um corte de cabelo mais curto e levemente vermelhos.
— Amanda!
Estendi a mão a ela que fez o mesmo apertando minha mão com uma certa firmeza, seu olha era algo que não mudava, já que sempre fora observadora. Ela me apontou uma cadeira me pedindo para sentar, e antes mesmo de qualquer questionamento empurrou a pasta em minha direção.
Havia uma quantidade grande de papéis com diversas fotos, em sua maior parte de câmeras de vigilância, inicialmente as fotos eram de Juan e Cris andando de mãos dadas, mas conforme fui passando elas a raiva começou a me consumir, os rostos de início não era possível ver, mas por um pequeno deslize era possível ver a face de dois dos três canalhas que havia espancado meu filho é minha nora, sentia me corpo tremer todo com aquelas imagens, o meus estômago estava começando a embrulhar de tanta raiva que sentia.
— NOMES! _Falei um pouco alto de mais, ela me olhou surpresa.
— O que pretende fazer? _esta foi sua resposta.
— NOMES É ENDEREÇO INFERNO!!!
Gritei dando um soco com força na mesa, mas aquilo não havia intimidado nenhum pouco, mas fez chamar mais ainda atenção de outras pessoas.
O olhar e ouvidos curiosos de uma certa pessoa que está ali acabou notando minha cena.
— AMANDA, PORRA...
— GABRIEL O QUE É ISSO?
Antes de dizer alguma coisa, vi um par de mãos que puxaram algumas das fotos em sua direção, se eu estava com raiva isso era óbvio, pois não conseguia controlar meu tom de voz, mas aquele homem diante de mim, eu via em sua visão o ódio puro.
— VOCÊ VAI ME DIZER O DE ENCONTRO ELES AGORA!
Está foi a única coisa que ele disse e tentou segurar Amanda pelo braço, mas aquilo não foi possível, já que ela o dominou com facilidade e precisou seu corpo enorme contra a mesa diante de nós.
— Vocês dois acham mesmo que eu tenho medo?
— Amanda solta ele... As pessoas estão olhando.
Disse a ela que largou o braço do cunhado do Juan com calma, mas deixou avisado que na próxima vez que ele tentasse encostar nela, ela iria quebrar um de seus braços é que ele iria ficar um bom tempo sem poder fazer um projeto que fosse.
— Gabriel você me conhece bem o suficiente e sabe que odeio...
— Me desculpe, e que fiquei descontrolado, após ver as fotos...
— Não importa! Já pedi ao meu pessoal virar a vida dos dois que aparecem nas filmagens de cabeça pra baixo...
— Não sei quem e a senhora, mas quero o que você já tem deles.
Rodolfo falou encarando ela, seu tamanho todo com aquele olhar assassino era de dar medo em muitas pessoas, mas para aquela mulher oriental diante de nós isso não era nada.
— Quando tiver mais informações aviso, agora tenho mais que fazer. _Ela falou se levanta e me encarando.
— Outra coisa, avisa ao Fernando que se ele continuar me infernizando ou contar algo sobre isso ao "Betinho". _Ela revirou os olhos ao dizer o apelido que meus primos deu ao seu marido. — Ele vai acorda com as bolas coladas com Super Bond.
Engoli em seco é balancei a cabeça em concordância, eu sabia que ela seria capaz de fazer isso ou algo pior só para ele para de ficar enchendo o saco de seu amado. Poderá Fernando com mais de 1 década e meia ainda não tinha limites quase se tratava de "Mandy e Betinho".
Voltei atenção ao Rodolfo que estava sentando diante de mim, sua expressão no rosto haviam diversas perguntas em um mar repleto de dúvidas, e o mais importante era fazer ele ficar calado e não dizer nada a ninguém sobre as fotos que ele ainda encarava diante dele.
Com vocês a oriental mais fodona!
Amanda R. Furukawa
Dona da maior empresa de segurança privada e particular do país, Yuri e sua família tem um grande apresso por ela e seu esposo Roberto. Décadas atrás ela deu seu sangue para manter "Os cabeças de Fósforo é Fabrício longe de confusão".
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