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Já estava ficando mal acostumado a andar com a Cris para cima e para baixa todo dia, que ontem senti sua falta, já que eu tinha curso na sexta-feira a tarde, quando ela me ligou a noite ficamos mais de uma hora conversando trivialidades é a chamei para aproveitarmos o sábado e sair um pouco, ela antes de ligar me respondeu dizendo que iria ver com o pai dela se não havia problemas em sairmos sozinhos.
Fiquei o resto da noite bem ansioso esperando sua resposta e ela veio durante uma chamada de vídeo que estava com pai Gui é meu Avô Yuri, eles estavam em N.Y é ligaram para saber o tamanho de roupas que ela usava e o que estilo de roupa ela curtia usar, lógico que passei todos os detalhes que já havia observado, e pedi alguns presentes não só para ele mas para mim também, e fiz eles prometerem de passarem na Sephora e me trazer um kit de maquiagem para Eu dar de presente.
Meu relacionamento com ela estava indo bem de mais, a aceitação de minha família, o modo carinhoso como todos tratavam minha pequena, me deixava com peito cheio de felicidade. Dormi tão bem quando ela me deu uma resposta positiva é consegui combinar com Nati e Lipe de pegar um cinema no início da noite, já com minha gatinha passaria na casa dela após o almoço, faria questão de buscar ela na sua casa para almoçar aqui em casa, já que ela estaria sozinha por conta do seu pai trabalhar naquele final de semana.
No dia seguinte acordei cedo, o que Vô Alec quando me viu na cozinha logo pela manhã tirou uma com minha cara dizendo "O amor faz você madrugar", nem era tão cedo assim para ele me dizer aquilo.
Só sei que minha manhã foi corrida após comer deixei o vestido que havia dado a ela separado, ela me perguntou assim que dei bom dia se teria algum problema e usá-lo, avisei que nunca haveria nenhum problema em ela ser ela mesma, quando fui com meu avô buscá-la minha gatinha estava com sua mochila, voltamos para minha casa e nosso almoço foi perfeito, ela até chamou meu avô e meu pai para ir com nós dois, mas eles falaram que em uma próxima vez.
Minha pequena fez questão de se arrumar sozinha, passou maquiagem, errando de início ao passar lápis nós olhos, mas após me ver fazer aquilo algumas vezes ela entendeu como fazer, e acertou, Cris mesmo não tomando hormônios nem nada do tipo, seu corpo como um todo já tinha expressões bem femininas, e com maquiagem aquilo tudo era somente realçado nela.
Pouco antes de sair a vi colocar suas roupas dentro de sua mochila é colocar elas nas costas, questionei o porquê daquilo e ela sorriu sem graça ao me responder "Caso precise trocar de roupa". Sorri e disse que levaria sua mochila então, saímos de Uber até o Sesc Paulista, queria tirar algumas fotos com ela no mirante que havia no local, ver seu sorriso de felicidade me fazia sentir somente orgulho.
Algumas pessoas olhavam para nós dois e sorriam, um garoto quando a viu sozinha por um instante tentou passar um cantada nela mas a vi apontar para mim dizendo que era minha namorada, mas nem todos olhares eram de aprovação por sua beleza, alguns pouquíssimos eram de reprovação ou inveja.
Conforme saímos do prédio do SESC comecei a ter a sensação de alguém observando nós dois, e notei que dois homens andavam na mesma direção que a gente, cheguei a diminuir o ritmo de nossos passos e eles fizeram o mesmo, quando parei em frente a uma loja da Bacio di Latte um dos homens seguiu seu caminho e outro ficou falando ao celular, Cris até chegou a me perguntar se estava tudo bem, disse que sim que estava admirando sua beleza.
Continuei andando com ela e assim que passei na frente do Parque Trianon tive a brilhante ideia de cruzar ele, talvez conseguiria despistar aquele homem que ainda estava seguindo nós dois, mas a minha ideia não deu muito certo, já no portão que dava acesso a entrada de trás do parque avisei ao Cris que tinha alguém seguido nós dois, ela olhou desespera.
- Porque não me disse antes, havia uma base da policia quando entramos aqui! _ela me alertou, como não notei.
Já estávamos fora do parque quando um homem segurou no braço da Cris, ela gritou tentando se soltar dele que a olhava com tamanho ódio, tentei fazer alguma coisa mas os dois homens que seguiam nós dois havia me segurado.
- E dinheiro que vocês querem? Celular, podem levar tudo! _falei a eles que não responderam nada, os homens que me seguravam me jogaram no chão.
- O que eu quero e está coisinha aqui, vou levar ela para um lugar bem especial!
- Me solta eu... Me solta...
Vi aquele desgraçado acertar seu rosto e ela chorar de desespero, olhava em volta procurando alguma coisa que pudesse usar para me defender, para tirar ela desta situação toda.
O que eles queriam com nós dois? Juan estava jogado no chão, mal conseguia ver direito o que estava acontecendo ali por conta das lágrimas e do soco que havia levado na face, o piercing que tinha na narina com certeza foi arranhado com aquele golpe.
- Fica quieta... Quando terminar com você aí sim vai poder dizer que e uma putinha de verdade.
Ele falou aquilo é senti meu corpo todo congelar de medo, ele dizia que arrancaria toda minha roupa é que eu ia ser a Menina do Papai como tanto desejava, que eu ia gostar de três homens de verdade me fodendo ao invés de um garoto mimado.
- Moço eu... _Nunca senti tanto medo em minha vida, que as palavras não saiam como desejava.
- Eu não sou uma garota. _Falar aquilo me matava por dentro, mas talvez assim eles iriam desistir de me levar dali e tentar me violentar.
O homem que me segurava me olhou surpreso e acabou soltando um pouco meu braço vi ali uma chance de pegar o Juan e fugir daquele lugar, mas antes de conseguir alcançar sua mão senti algo se chocar contra meu corpo, não sabia se ele havia chutado ou socado a lateral do meu corpo, mas a dor era muita.
- Maldito, você é igual aquele lixo, vou ensinar a ele que não se deve mexer com alguém como eu, primeiro vou te levar, todo dia vou mandar um vídeo de você desesperado pedindo a ajuda... Depois disso vou te matar e vou atrás do seu irmão...
Conforme ele falava senti seus pés batendo em minha barriga, ele se ajoelhou ao meu lado e levantou minha cabeça para me acertar um soco, ele sorriu com àquilo, eu não conseguia fazer nada além de chorar e chamar pelo no nome do Juan pedindo ajuda.
Mas por sorte meu namorado havia pegado um pedaço de madeira e acertou bem no meio do rosto do homem que me batia, os outros dois caras vieram desesperados dizendo que ele havia se soltado.
- Viado desgraçado, te dei a chance de ir embora... Mas se desejava tanto assim, vou te bater até não poder respirar mais.
Enquanto os outros dois homens o segurava pelos braços aquele maldito batia no Juan, dizendo que ele iria morrer, que depois eu seria a próxima, que ele iria me estrupa, várias e várias vezes.
Eles batiam tanto nele que seu rosto estava só o sangue, me levantei com dificuldade e me joguei em cima do cara que o acertava e mordia sua perna com toda força, o que fez ele gritar e desistir de bater no meu namorado por tempo.
- Aberração desgraçada vou quebrar seus dentes todos! _disse um dos homens que segurava o Juan.
Por muita sorte nesta hora alguém jogou o carro em deles, e começou a gritar e buzinar pedido ajuda, me arrastei sentido meu corpo todo doer até o Juan, que estava desacordado no chão.
- Meu deus do céus, vou chamar a polícia! _Uma mulher falou parando ao meu lado.
Minhas vistas estavam turvas de mais, eu precisava pedir ajuda, mas não fazia ideia para quem ligar, a tela do meu celular está a trincada, procurei o do Juan no seus bolso é agradeci a nossa Senhora quando toquei na tela e ele ficou desbloqueado sem dificuldade, não foi difícil achar o número do senhor Gabriel que liguei de imediato pedindo ajuda.
Porque eles fizeram isso com nós dois, porque queria me levar daqui, eu tentava entender tudo o que acabara de passar mais não conseguia, não achava uma explicação que fosse.
- A respiração dele está fraca! _falou a mulher que estava ajuda do nós dois.
Levou um longo tempo até que a polícia e uma ambulância chegasse para nós ajudar, assim que colocaram o Juan na maca fiz o que seu pai havia pedido entre seus gritos de desespero.
"Levem a gente ao Albert Einstein"
Os caras da ambulância alegaram que ir atado do Juan era delíciado de mais e arriscado a chegar lá e não poder ser atendido, peguei sua carteira mostrando os seus documentos cartão do convênio, chorava desesperada pedindo para levar ele até o hospital, que não era para deixar mais anda acontecer com ele.
Estava em casa é sentia uma dor de cabeça desgraçada que veio como um "soco", até havia comentado com Alec sobre ela e ele me deu um remédio dizendo que era forte, e realmente senti meu corpo relaxar e lutava contra o sono, mas assim que atendi aquela ligação toda a moleza do meu corpo deu lugar ao desespero, alguém havia batido no meu filho, Cris me ligaram chorando desesperada pedindo ajuda, e única coisa que disse a aquela garota que eles deveria levar ambos ao Albert Einstein.
Só foi o tempo dela desligar e eu gritar pelo Alec, mesmo sobre efeito dos remédios queria poder gritar e chorar, iria descobrir quem foi os desgraçados que ousaram bater em meu filho. Me arrependi quando soltei tudo de uma vez ao coitado do tio Alec, ele já era um homem de mais de 60 anos deveria dar estas notícias com calma, mas não consegui, se Renan e Fabrício não estivessem ali para ajudar ele e me ajudar a manter a calma, não sei o que seria de ambos.
Renan acabou me trazendo para o Hospital na frente, já que seu sogro ficou agitado de mais para conseguir me acompanhar, o caminho todo vim pedindo a Deus para não levar meu filho de mim.
A primeira vez que meu pequeno demostrou ter afeições por garotos Eu desejei tanto, mais tanto que ele só fosse um menino hetero, não queria que ele passasse todas as dores que um homossexual passa, sempre pedi a Deus para ele nunca sofrer nenhuma Descriminação, que nunca fosse mais uma vítima da violência contra homossexuais, mas hoje vejo que minhas orações e pedidos nunca foram atendidos, e como eu em um passado que desejei esquecer para todo sempre hoje vejo que ele sofre as mesmas dores que eu sofri um dia.
- INFERNO! INFERNO! INFERNO!
Falava descontrolado batendo no painel do carro, Renan chegou a se assustar com o que eu fiz e parou no meio da rua, diversos carros buzinavam logo atrás de nós dois.
- GABRIEL! PORRA DA PARA SE ACALMAR? _Ele falou gritando.
- ME ACALMAR? VOCÊ ME QUER CALMO? ESPANCARAM O MEU FILHO...
Senti a mão dele colidir em meu rosto, e quando olhei para o Renan ao meu lado vi que ele estava se tremendo todo, seus olhos inchados e vermelhos de chorar em silêncio me fizeram paralisar e ficar sem dizer mais nada.
- VOCÊ ACHA QUE É O ÚNICO COM MEDO? O ÚNICO REVOLTADO E COM RAIVA? O ÚNICO DENTRO DA MERDA DESTE CARRO QUE JA PASSOU POR ISSO TUDO ISSO?
Olhava sem conseguir dizer nada, e chorei muito ali dentro com ele, deixei as lágrimas carie sem medos ou arrependimentos. Ele tinha razão, ambos já tivemos nossas provações, ambos passamos por situações em que nossas vidas, que nossas energias chegaram ao seu limite máximo, que a dor e o medo que tivemos era para ter acabado com nosso espírito, mas sobrevivemos, e iríamos passar por mais está dor, precisava ter força, não somente por mim, mas pelo meu filho, pela minha nora que deveria estar destruída.
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