- 14 -
Coisa que eu detestava era me atrasar para qualquer que fosse o compromisso, e chegar atrasado no serviço era algo que eu odiava mais do que tudo, prefiro chegar Uma Hora mais cedo do que Cinco minutos mais tarde, mas hoje seria o Oposto, levei mais de quarenta minutos para fazer a droga da troca de Um único pneu furado, e ainda estava na metade do caminho até o serviço.
Por fim quando parei o carro na vaga que me correspondia no pequeno estacionamento achei estranho a movimentação na parte de trás do restaurante, a entrada de colaboradores e entregas ficava em outra rua, até o endereço de registro de CNPJ ficava na entrada dos fundos.
Quando entrei no restaurante vi um movimento muito estranho, e comecei a imagina que isso deve ser o motivo de ninguém ter me atendido conforme liguei tentando avisar que chegaria atrasado no dia de hoje.
— O que aconteceu? _Perguntei ao chefe dos garçons que saia com alguns sacos pretos.
— Sérgio, ainda bem que você chegou... Ministério do Trabalho e Vigilância Sanitária.
Olhei incrédulo para ele, como assim Ministério e Vigilância, os dois de uma vez só no restaurante, aquilo não me cheirava nada bem, Vigilância Sanitária era comum, Ministério do Trabalho não aparece em grandes empresas quem dirá em um restaurante.
— Patrick o que vocês estão fazendo?
— Erick mandou o Raj avisar que e pra jogar todo estoque fora...
— Pelo amor de deus não façam isso, sei que ele que mandou, mas peça a todos para não fazer isso... Cadê a Graça?
— A Nutri? Ela está na câmera fria. _ele respondeu meio que sem entender minha pergunta.
— Ótimo não joguem nada fora, somente o que a Vigilância ordenar... Peça a Graça para ver o que temos realmente de produto estragado.
— Mas o Erick...
— Patrick e loucura, faça o que eu pedi e me resolvo com o Erick mais tarde.
Não iria permitir isso, já passei fome nesta vida, e jogar comida boa e íntegra fora não iria aceitar, ele poderia até me mandar embora, mas não iria deixar jogar alimento para Um mês a quem precisa no lixo.
Assim que entrei no restaurante, vi o Raj, com um carrinho indo em direção a cozinha, ele parecia assustado e perdido com tudo aquilo.
— Raj! Você pode me explicar tudo isso? Cadê o Maurício e Erick.
Ele se virou para mim e sem pensar muito me abraçou, nem me importei com alguns olhares que vieram direto a nós dois, e alguns parados fazer nada, querendo ouvir nossa conversa.
— SE VOCÊS ESTÃO AQUI PARADOS SEM FAZER NADA VÃO ATRÁS DO PATRICK, JA PASSEI A ELE O QUE DEVE SER FEITO!
Só foi eu gritar que rápido todos acharam seu rumo e voltaram ao que faziam, Raj me olhava sem graça, perguntei a ele onde estava o Maurício e Erick e ele foi bem direto ao dizer que estavam no Salão, mas o Erick e Eros avisaram que ninguém entrava, quando fui na direção da porta para poder falar com eles, mesmo com protesto do Raj veio um homem na casa dos seus 30 anos, em seu peito pendurado por um cordão metálico havia um distintivo da Polícia Federal.
Era só isso que faltava, o que demônios aconteceu aqui dentro em menos de 24hs? Que até a Policia Federal baixou neste lugar, gritava para mim mesmo.
— Oi! Raj... Você pode me ajudar com a coisa. _Ele falou com o Raj como se eu não estivesse ali.
— Algum problema? Precisa de ajuda com o que? _Falei encarando ele.
— Me desculpa, o senhor seria quem?
— Este é o Chef Sérgio, ele e o segundo em comando, talvez ele consigo ajudar mais o senhor do que eu! _Raj falou com um sorriso amarelo em seu rosto.
— Desculpa Seu Sérgio, não fazia ideia que você trabalhava com o Tio Maurício... Me chamo Fabrício.
Ele falou esticando sua mão, o comprimento aperto ela com força, aquela sua cara de sonso olhando o Raj me deixo com raiva, melhor dizendo com ciúmes, o modo que ele o olhava era estranho de mais.
— É o que você precisa? _disse de forma ríspida.
— Me desculpa o mal educado, ele chegou a pouco e ainda não digeriu o caos.
— Fique tranquilo, vim hoje aqui para resolver algumas coisas... _ele olhou em volta tendo a certeza que não haviam ouvidos curiosos.
— Então deixa conta um segredo, os Gêmeos vão expandir os negócios, e hoje eu vim conhecer com funciona, quero sair da Polícia, e me dedicar mais ao meu esposo e minha família.
Ouvir aquilo fez meu rosto ficar quente, tenho certeza que aquilo havia sido uma indireta, não com toda certeza uma Reta para mim, por conta do modo que havia falado antes, e do ciúmes que tinha do Raj.
Raj e eu não tinhamos nada, como diria meus filhos "Ficamos" algumas vezes, e cada vez que beijo sua boca a desejo mais, contudo não acho justo prender ele em um relacionamento, tenho filhos, pensando bem olhando para ele que me encarava neste momento acho que tenho idade para ser seu pai, respirei fundo me sentindo perdido quando ele percebeu meu rosto ficar rubro.
— RAJ, verifica se não estão jogando nada sem necessidade fora, avisa a Graça que não e pra ele teimar...
— Mas Sérgio, o Eros e Erick...
— Eu já sei que aqueles dois falaram, conduto acredito que não a necessidade de fazer isso... _Falei a ele, mas fomos interrompidos pelo tal Fabrício.
— Raj também acredito ser errado jogar este monte de comida fora... Já passei fome na minha vida e sei o que e lutar para comer sobras do lixo, o Sérgio está certo.
Olhei a ele incrédulo, a sua cara de riquinho almofadinha não demostrava isso, talvez só tenha falado para convencer aquele cabeça dura que acabou concordando e saiu deixando nós dois para trás.
— Seu Sérgio não precisa me olhar assim, já vivi na rua e sei o que é passar fome... Mas não estamos aqui para medir as dores do passado só quero ver o que aconteceu aqui.
Ele falou e me lembrei que ele queria ver onde tinha câmeras, em menos de quinze minutos já havia mostrado todas elas é o levei até a sala do Eros dizendo que poderia me procurar no andar térreo, passei na sala que dividia com o Maurício, deixei minha mochila que ainda estava com ela e fui atrás do Raj e Patrick, achava muito estranho que o único Estagiário ali hoje era o Raj, o garoto corria de um lado ao outro tentando ajudar Graça e Patrick a ver o que estava dentro do prazo de validade, pessoal da vigilância jogando cloro em um monte de carne que estava cheia de bichos, o mal cheiro exalando delas era muito forte, era impossível Maurício, Graça ou Eu não termos notados nada daquilo.
Quando voltei a cozinha, pessoal estava bem empenhado em lavar tudo, havia dado meu cartão ao responsável do Bareto e pedi para ele pegar mais uns dois e trazer mais uns 6 galões de cloro do mercado, depois iria pegar o reembolso com os Gêmeos, mas agora precisava só resolve a limpeza. Liguei ao pessoal da dedetizadora marcando uma visita de urgência para sexta-feira, iriam cobrar uma taxa extra, mas precisava ter certeza que não havia ratos ali dentro, marquei para o primeiro horário e faria questão de acompanhar todo o processo junto com o Rapaz da manutenção, iríamos ver do forro do teto até algum placa do piso solta, não iriamos deixar passar nada.
Já fazia mais de Três horas naquele processo de limpeza, com a metade do pessoal, Fabrício havia me dado uma ideia antes de deixar ele na sala, e pedi para Graça, Patrick e Juan montar cestas básicas com os perecíveis para distribuir a pessoas carentes. Infelizmente Carnes, Frios e tudo que havia na câmera fria a Vigilância Sanitária mandou jogar fora, quando tudo estava finalizado juntei o pessoal é passei o que o Raj me disse logo quando cheguei. Que todos estavam de folga até a próxima semana, que ficassem atentos ao celular que qualquer novidade iríamos ligar, agradeci a todos pelo empenho e ajuda.
Assim que me sentei um pouco em cima do balcão que brilhava de tão limpo Raj parou de frente a mim, sua cara havia uma expressão de cansado, de esgotado, imagino que ele não parou desde a hora que chegou.
— Vai para cada Garoto descansar! _falei e ele se debruçou na bancada ao meu lado.
Quando olhei melhor, notei que ele tinha uma bunda bem grande, como não notei isso antes, ele me olhava sem dizer nada, seu cabelo que sempre estava penteado de modo impecável hoje se encontrava bagunçado. Não contive a tentação e acabei por bagunçar eles de vez, ele ficou de pé rígido diante de mim e me olhando com maior bico do mundo.
— Não me olhe assim, olha como eu estou vestido hoje.
Ainda usava a calça diz e a camisa preta que sai de casa, a calça depois de hoje acabaria indo direto para o lixo, além das manchas de graça de mais cedo, agora havia várias manchas de desbotado por conta do cloro que respingou nela.
— Quero saber como o Eros está.
— Não entendi?
— Ele estava desesperado, quando aquele povo todo chegou... Chef Mauricio estava no Salão conversado com os clientes avisando que tivemos problemas na cozinha, alguns entenderam outros poucos fizeram um escândalo.
— Tenho fé! Que nossa senhora Aparecida não vai deixar mais nada acontecer, e semana que vem já estávamos na correria.
— Assim espero, o dinheiro que ganho aqui tem sido bom. _ele me disse sorrindo.
— Olha se quiser levar uma das cestas que vocês montaram...
— ... Não Sérgio, lá em casa graças a deus todos estamos trabalhando e não nós falta nada... Só disse isso porque gosto de trabalhar aqui... Bem...
— Últimos meses tem sido intensos! _falei a ele que sorriu sem graça.
Raj se virou e começou a mexer em algumas panelas no outro balcão, era como se fosse uma desculpa para não me encarar, eu ao contrário dele, o observava, mesmo no dia que fomos o Ibirapuera juntos meu foco naquele dia ele conversar com ele e sair dela com seu perdão, mas neste momento estava perdido observando seu corpo.
— Ruim de ficar quase 7 dias em casa e que não vou te ver! _falei a ele que acabou derrubado metade das panelas o que vez um barulho enorme.
Pulei da bancada ajudando ele que ainda me olhava sem graça, quando olhei para porta de acesso ao Salão, Eros encarava nós dois e seus olhos brilhavam, ele parece uma criança quando tem um brinquedo novo é descobre que o brinquedo faz algo diferente.
— Tudo bem Eros? _Raj perguntou indo em seu encontro.
— O que aconteceu agora não a como voltar atrás, vamos correr atrás do prejuízo.
Ele falou isso e segurou as mãos do Raj e o abraçou, com muita ternura, senti uma certa inveja dele que conseguia fazer isso tão tranquilo, sem vergonha ou medos de alguém dizer alguma coisa sobre seu simples ato de carinho.
Me lembro que hora ou outra no Ibirapuera quando percebia algum olha de reprovação em nossa direção eu me afastava um pouco do Raj, evitava tocar ele, mas quando notava que ninguém olhava o puxava para mais próximo e o beijava, trocava carinhos com ele, quando saímos do parque e eu deixe ele o mais próximo de sua casa ele foi bem enfático.
"Passar o dia de hoje com você foi muito bom, tirando o fato de você me evitar algumas vezes quando alguém olhava de cara feia!"
Senti a dor em suas palavras ao me falar isso, e fiquei os dias seguintes remoendo elas, na hora única coisa que consegui responder foi o que meu coração sentia
"Raj sou um homem velho, de uma geração diferente da sua, fui criado a entender que este tipo de relacionamento era errado, que homens que desmunheca devia levar uma boa surra para aprender ser homem de verdade, é a mais de quatro meses quando te vi chegar naquela cozinha pela primeira vez meu coração bateu acelerado, achei que ia infartar, mas quando ouvi sua voz pela primeira vez ele se acalmou, depois daquele dia toda vez que te via passar ele acelerava, e sua voz era a calmaria que ele desejava... _ele me ouvia sentado de lado dentro do carro atentamente
— Conforme veio a primeira folga e no dia seguinte saber que não te viria aquilo doeu em meu peito, me peguei vendo fotos suas no whatsapp, perdido em meu pensamentos.
— Sérgio só quero que entenda que você não e nenhum velho, te acho super atraente e lindo. _ele falou isso e vi seu rosto ficar vermelho e seu olhar desviar do meu.
— Mas se você tem medo de ser este tipo preconceituoso que machuca as outras pessoas te pergunto uma coisa.
Olhava atento para ele esperando sua pergunta, vi seu pomo de Adão subir e descer, seu peito encher de ar algumas vezes e ele pensar com calma, escolhendo cada palavra antes da tal pergunta.
— Você ama seus filhos a qual ponto? Mas antes de me responder está pergunta te faço outra, se um dia um de seus filhos chegar em casa machucado, e dizer que apanhou na rua, por ser diferente dos outros, o que você faria? Tentaria entender a dor dele e ir atrás de quem fez isso com seu filho ou depende da resposta seria como estes homens escrotos da "Sua Geração" e daria uma surra no seu filho até aprender a ser um homem?
Abri minha boca para responder ele que não deixou e me roubou um beijo.
— Não quero as respostas! Só quero que você reflita... Estou realmente interessado em sairmos mais vezes... E como te disse adoro chocolate meio amargo.
Antes de responder ele pegou sua mochila e saiu do carro me deixando ali dentro sozinho, com alguma dúvidas sobre, melhor dizendo agora eu tinha certeza que do que ele provavelmente sentia por mim, mas eu tinha meus medos.
Jamais iria espancar meus filhos por serem diferentes, mas só no final daquele dia fui entender sua pergunta, se "Eu Seria ou não Capaz de amar meus filhos se eles não fossem Héteros", olhando para o teto eu tinha certeza da resposta desde o dia que nasceram.
Me soltei dos braços do Eros agora ele estava bem mais calmo, me segurava para não rir daquela sua pergunta
"Aproveita o final de semana para namorar, ou vocês tem outros planos para os próximos dias?
Quando cheguei seu estado era de dar dor, ele todo preocupado que o restaurante pudesse ser fechado, que todos ficaríamos sem emprego, que ele e o Irmão iriam juntos dar um jeito de resolver toda a situação sem prejudicar ninguém. Outra pessoa poderia simplesmente não se importar com os colaboradores e somente com o seu negócio e seus lucros, mas desde o primeiro dia trabalhando ali via uma grande empatia deles com todos.
— Vejo que o pessoal já se foi. _Ele disse um pouco sem graça.
— Sim mas antes fizemos quase tudo o que você havia pedido. _Sergio falou sério. — Digo quase pois não jogamos o estoque de alimento fora, e um desperdiso de comida gigantesco, pedi ao pessoal para montar cestas básicas com os produtos, e muito melhor doar as cestas a pessoas quem tem fome.
— Sérgio está certo, melhor alimentar quem tem fome. _Mauricio falou entendo na cozinha acompanhado do Erick, Ramon e Luiz.
A expressão de cansaço em seus rostos abatidos era bem evidente, as últimas horas devem ter sido bem complicadas, tentando resolver tudo para o restaurante não fechar, os únicos que não estavam mais ali era o Fabrício e os outros dois homens que chegaram junto com ele.
— Já que tudo aparenta está bem vou embora, se precisarem de alguma coisa me liguem, na terça estou de volta. _Falei a eles, realmente meu corpo e mente de estavam um caco.
— Raj se poder ficar mais um pouco agradecemos, pois precisamos conversar.
Erick me disse, ele começou explicando o que havia acontecido no restaure e me perguntou se tive notícias dos outros estagiários, Mauricio interrompeu falando que tinha mandando mensagem os seus dizendo que o restaure iria ficar fechado por alguns dias e que eles estavam dispensados por tempo do serviço, deduzi que foi por esse motivo do Andrei não ter aparecido.
Eles nos avisaram que amanhã iriam fazer um plano de re-estruturação dos serviços internos, principalmente na questão de Segurança Alimentar do restaure, Sérgio aproveitou é avisou que na sexta-feira estaria aqui para acompanhar a dedetização total do prédio, ele até pediu desculpas aos gêmeos por ter feito o agendamento sem consultar eles antes e que seria cobrado faturamento extra pela empresa.
— Se não e o Raj e você Sérgio hoje ajudando com tudo não sei o que seria de nós. _Ramon falou agradecido.
— Não sei o que seria de vocês s.este garoto aqui. _Sergio falou colocando a sua mão meu ombro.
— Ele sim soube repassar e controlar tudo em perfeita ordem enquanto vocês resolviam as partes burocráticas, pessoal do restaurante gosta muito do serviço que ele tem demostrado nós últimos meses, Raj e muito mais do que só um estagiário nesta cozinha.
Ouvir seus elogios na frente de todos fez meu rosto queimar de vergonha, de todos ali o único que não sorria feito uma criança boba era o senhor Maurício, já os demais tenho certeza que o Erick e Eros já haviam contado o que andava acontecendo, ou melhor o que aconteceu, pois havíamos ficado algumas vezes, mas nada além de beijos entre nós dois.
— Isso e verdade Sérgio, tenho que concordar com você... Nossa ideia era conversa com você antes, mas depois de hoje acredito que não precisamos esperar até a próxima semana.
Olhei para o Sérgio ao meu lado e sua expressão era a mesma que a minha, sem entender muito bem o que estava acontecendo, até que o Erick começou a explicar a minha situação ali dentro, cada palavra que ele dizia fazia meu coração acelerar que a felicidade já não cabia mais dentro dele, é lembro que o que fiz a seguir pegou o Chef Mauricio de surpresa, pois simplesmente me joguei nos braços do Sérgio e o beijei, sim eu havia tomado seu lábios para mim, e ele correspondeu.
Ouvi o barulho de um pigarro e o Maurício olha para nós dois com um rosto meio avermelhado, e foi aí que notei que não deveria ter feito àquilo, de ter beijado o Sérgio que me olhava todo sem graça.
— Olha deixa claro Raj que o mérito da conquista e todo seu, Sérgio nem fazia idéia. _Mauricio falou para mim.
— E meus parabéns ao Casal!
Maurício falou dando os parabéns a nós dois que nem um casal de verdade éramos ainda!
Antes que eu me esqueça, comentou muito? Mais muito mesmo nós capítulos e o que estão achando da história, não esqueça de deixar aquela 🌟, pois e assim que sei o quanto estão gostando do livro 😜😘
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro