Daoki
Daoki na mídia
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O garoto me trouxe um copo de água, enquanto espero sentada no sofá com as mãos cravadas em meu cabelo.
_bebe moça. - bebo a água oferecida, limpo meu rosto e faço de tudo pra conter as lágrimas, finalmente consigo respirar melhor. - tá melhor?
_sim, valeu. - respondo um tanto seca, sou ignorante até mesmo sem querer.
_pode me contar o que aconteceu? - ele pergunta e se senta numa poltrona em minha frente. Não era certo contar algo da minha vida para um desconhecido, mas eu precisava colocar aquela decepção pra fora.
_... E foi isso.. - digo terminado de contar.
_que filho da puta esse cara.. Olha não fique assim, eu sei que isso dói e vai ser difícil esquecer, mas seja forte como você parece ser. - ele me disse isso e fiquei meio surpresa por um cara desconhecido começar a me dá conselhos e ele parecia ver algo bom em mim.
_obrigada. - minha voz saiu um tanto tímida.
_como é seu nome pequeno floco azul. - ele diz sorrindo divertidamente.
_ me chamo Hanna.
_ isso é flor em japonês sabia? - ele diz empolgado. - meu nome é Daoki.
_nome bem..
_diferente eu sei... Prazer Hanna, espero que possamos ser amigos.
_por mim tudo bem. - digo e dou um curto sorriso.
_essa é minha casa, espero que tenha decorado o caminho... Pode vir quando quiser. E eu prometo ir te visitar também se me deixar te levar pra casa.
_OK.. - ele era divertido, e bem legal, eu nunca vi alguém assim e ele parecia ser mesmo um bom amigo, vou dar um voto de confiança.
***
_então é aqui que você mora? - ele pergunta parado em frente ao prédio.
_sim, é bem simples.
_qual andar?
_O 5°, número 239. Olha, muito obrigada, você fez uma boa ação em me ajudar mesmo sem me conhecer e na verdade pela pessoa rude que sou eu nem mereceria isso.. e quando quiser vir aqui também será bem vindo.
_virei sim, ei.. Hanna, você vai chegar lá e vai voltar a chorar. Mas lembre que você é forte isso se vê a quilômetros, esqueça isso e quando você tiver uma boa oportunidade você conversa com ele.
_tudo bem... Até mais. - digo um pouco sem graça, eu realmente segurei o choro algumas vezes perto dele, eu estava ainda arrasada pelas atitudes do Andy que nem sequer trocou uma palavra comigo hoje.
Fui andando devagar de cabeça baixa pelo corredor e ao olhar pra frente vejo o Andy em frente minha porta.
_Hanna, eu... caramba, onde você estava? - ele se aproxima me analisando, via a culpa em seus olhos.
_cala a boca! Você é um idiota, Andy. - minha tristeza tinha se tornado raiva ao vê-lo aqui.
_Hanna, por favor me escuta.. Eu errei em deixar ela me beijar, fui pego de surpresa.
_você nem sequer a impediu, muito menos me defendeu quando ela me insultou e preferiu ajudar a ela do que a mim. Eu posso ter começado isso de namoro agora mais eu não sou uma idiota, muito menos uma idiota feito você, que preferiu uma pessoa que pisou em ti do que uma que te ama e nunca lhe trouxe decepção. Boa tarde, Biersack. - joguei tudo isso pra fora e entrei dentro do meu apartamento fechando a porta na cara dele.
É a primeira vez que me sinto quebrada.. Uma dor que parece não ter fim e que a cabeça insiste em te torturar com lembranças. Eu não via outra alternativa. Fui ao meu quarto e abri novamente uma gaveta que um dia prometi não abrir mais, peguei a lamina que antes usava por ser uma garota solitária, e agora, por ter finalmente pessoas pra chamar de amigos e até um namorado que me decepcionou.
Comecei a me cortar, para esquecer a dor interna e me concentrar na dor da carne, uma recaída maior pesou sobre minhas costas e quando pensei em fazer uma grande merda, minha visão ficou embaçado e me senti enjoada pelo cheiro de sangue. Me lembrei que não comi nada hoje e sem que eu pudesse evitar, acabo desmaiando.
P.o.v do Daoki
Fiquei observando o prédio onde ela morava por muito tempo, algo me impedia de sair de lá e pensei muitas vezes em entrar pra ficar perto dela, então do nada vejo uma pessoa que eu conheço bem saindo da porta principal do prédio. É Andy, ele mora no meu bairro. Achei aquilo suspeito e depois de raciocinar por um minuto, resolvi ir atrás da Hanna. Entrei sem pedir que me anunciarem na recepção, procurei pelo número que ela havia me falado. Toquei a campanhia, chamei por ela, não se ouvia nenhum ruido. Resolvi ser invasivo e girei a maçaneta, a porta não está tracanda. Entrei e não vi ninguém na sala, nem na cozinha, entrei no corredor e abri a porta, um quarto pequeno vazio, olhei na segunda porta que é um banheiro. Voltei pra sala e há apenas mais um cômodo e foi alí que a encontrei, com uma lâmina na mão e alguns cortes no outro braço, corri até ela rápido, imaginando o pior, mas ela está respirando.
Ligo pra uma ambulância sem pensar duas vezes, e até que eles chegassem aqui, tento acordá-la.
_Hanna! Hanna! Acorda princesa. - ela não reage, pego a lâmina de sua mão e a quebro no meio, jogando-a no lixo em seguida.
Pego Hanna no colo e não sei ao certo o que fazer, preciso lavar as feridas e estancar o sangue que sai delas. Levo Hanna pra banheira e ligo a torneira, coloco o braço dela debaixo e lavo como posso, até os paramédicos chegarem.
***
Fiquei na sala de espera há horas sem que ninguém viesse me dizer algo. Quando finalmente fui notado, fiquei em pé num salto.
_o senhor está acompanhando Hanna Mendelsohn, certo?
_sim.
_ela está bem, está fraca, mas bem. A garota está bastante desidratada e precisa ficar no soro por um tempo.
_eu posso ir vê-la?
_sim.
Vou ate o quarto e a olho pela grande janela, seus cabelos azuis chamam a atenção, mas não tanto como sua pele ainda mais pálida do que o normal. Paro de viajar e resolvo entrar no quarto. Hanna está acordada, encarando o teto, ela nota minha presença e me dá um sorriso sem graça.
_obrigado Daoki. - ela murmura.
_ me deixou muito preocupado, como se sente? - pergunto me aproximando.
_ algo entre péssima e arrasada, você decide - sua voz sai fraca novamente, observo seu braço enfaixado.
_ O que aconteceu?
_ O babaca do meu... bem, ele me procurou. Tive uma recaída.
_é o Andy Biersack, não é? - pergunto.
_sim, como você sabe?
_vi ele saindo do seu prédio, assimilei algumas coisas e enfim... Andy é praticamente meu vizinho. Um metidinho a besta bem desagradável, eu confesso.
_ ele é um imbecil. - Hanna tosse.
_com certeza... Bom, éramos amigos muito próximo um tempo atrás e depois ele mudou, passou a me zoar, fazia de conta que nem me conhecia ele e os amigos dele.
_até o Ash? - ela arqueia uma sobrancelha.
_não, não esses amigos, eram outros.. Esses caras observavam tudo, sérios, mas não faziam muito pra impedir.
_eles não são pessoas ruins - Hanna defende. - Aí, quero ir embora daqui.
_não da pra ir embora agora, você precisa fazer alguns exames - digo a impedindo de se levantar. - e precisa se hidratar.
_aí, não!
_vou cuidar de você agora pequeno floco azul. Não vou ousar sair de perto de você - falo como uma promessa.
Me simpatizei com a Hanna, eu já estava envolvido pra deixá-la pra lá e considerar um acaso, naquele momento eu só queria dar toda atenção do mundo e cuidar dela como um bom amigo faria e espero que ela me permita fazer isso.
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