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CAPÍTULO TREZE:
꧁ Desaparece, Potter ꧂
Adhara Black Lupin
— Ele é pequeno.— Ian responde e eu dou risada. Estou o acompanhando até sua primeira aula com o professor Flitwick. Para ter um assunto, venho perguntando o que ele acha dos nossos professores até então, mas ao que parece Ian fica com muita vergonha de criticar uma figura autoridade para ser franco.
Eu acho isso divertido, por mais bobo que seja. Ele parece ingênuo.
— E quanto ao professor Snape?— cerro os olhos em sua direção. Ele faz careta— E eu te proíbo de dizer que ele é alto!— acrescento assim que o moreno abre a boca. Ele torna a fechá-la— Dê uma opinião sincera, eu te imploro! Vamos, tenho certeza de que se sentirá bem mais leve quando falar mal de alguém.
— Você é uma má influência.— ele conclui, comprimindo os lábios. Dou de ombros, sem me abalar. Ele não está brincando, mas eu realmente não me importo.
— Você é certinho demais, Ian.
— Pensei que esse fosse o papel dos Corvinos. E Lufanos.— ele responde com seu sotaque pesado.
— Ainda bem que você não é nada apegado a estereótipos.— digo sarcasticamente.
— Estereótipos são importantes, eu acho— ele divaga concentrado no corredor a nossa frente— Eles existem porque fazem sentido.
Não gostei da sua resposta. Forço um sorriso e viro o rosto. Felizmente, já estamos chegando ao destino e não temos que continuar a conversa. Nos despedimos e eu vou embora muito confusa. Apesar de o achar adorável e tudo mais, realmente fico em dúvida se gosto ou não dele.
Sei que o Durmstrang é uma boa pessoa, mas depois de tantos dias andando com ele e jogando papo fora, acabei por ouvir coisas que não me agradaram muito e nenhuma delas foi por causa de uma maldade da parte dele. Ele só é... ignorante.
Conforme ando sentindo um vinco fundo em minha testa, quase não vejo a armadilha pela qual estou prestes a passar.
Tem uma linha fina a poucos centímetros do chão, essa coisa poderia pegar qualquer idiota desprevenido, mas eu já estou acostumada até demais a olhar por onde ando. Dou um sorrisinho e me abaixo pouco antes dela para desamarrar as minhas botas e amarrá-las novamente.
— Olá, senhor Potter.— cumprimento, porque sei que ele está esperando depois da esquina. Ele é tão idiota que chega a dar pena. Em um piscar de olhos, vejo um par de botas parecidas com as minhas diante dos meus olhos e os ergo até encontrar os dele. Brandon me oferece um sorrisinho, me admirando com arrogância de cima, as mãos nas costas. Ele deve estar gostando da vista, mas definitivamente não foi para isso que eu me abaixei, então me levanto. Ele entendeu que eu vi a armadilha. A linha de gatilho nos separa.
— Lupin.— ele responde calmamente, me queimando com seus olhos castanhos.— Vi que fez um novo melhor amigo.— ele deve estar me observando de longe tem um tempo. Stalker.
— Isso é discutível.— abraço meu livro de Aritmancia.
— Hum.— ele olha por cima do meu ombro como se Ian fosse estar ali, mas eu não vou na sua onda. Não posso piscar quando ele está por perto. É arriscado demais— Sabe que ele gosta de você, não sabe?— seus olhos descem, avaliando pelo meu corpo e eu fico tensa.— Por algum motivo.
Sopro uma risada.
— Pelo menos alguém gosta de mim.
— É disso que você tenta se convencer sempre que se olha no espelho? Ora, coitadinha.— ele une as sobrancelhas e faz beicinho. Reviro os olhos. Ele é o famoso Brandon "tudo o que você disser poderá e será usado contra você" Potter.
— Desaparece, Potter.— digo impaciente.
— Mas já? Nem sequer planeja pedir minha benção para quando for se casar com um dos meus garotos? Que Sirius e Remus me perdoem, mas que má criação, Lupin.
— Você conhece a Torre de Astronomia, não conhece? Quer me fazer um favor? Sobe até o topo dela, bate nos peitos e, tipo assim, se joga, tá?
Ele solta uma risada e balança a cabeça. Umedece os lábios e se inclina na minha direção, olhando no fundo dos meus olhos.
— Só se você ir na frente. Para eu ver como é que se faz, sabe?— seus olhos brilham de malícia.
— Aprende na prática.— recomendo, dando uns tapinhas amigáveis no seu ombro com um sorriso forçado no rosto— Eu posso te empurrar, se você insistir.
Brandon agarra meu pulso e eu me encolho, com receio de que ele me puxe para que eu tropece na sua armadilha mequetrefe.
— Não se eu te empurrar primeiro.— ele diz baixinho e eu mordo minha bochecha. A minha auto sabotagem me faz lembrar daquela proposta estúpida de Ginevra e eu sinto meu estômago encolher e meu rosto queimar. Rezo para que o Potter não note, mas ele está prestando atenção até demais no meu rosto.
O moreno inclina a cabeça para o lado, intrigado.
Puxo meu pulso de volta, bruscamente.
— Não tem nada mais interessante para fazer?— bufo.
Brandon continua com uma mão nas costas, fico curiosa. Duvido muito que ele tenha trazido flores.
— Na verdade, tenho.— ele concorda, ajeitando a postura. Dou um passo para trás, desconfiada.— Consegue não ter medo de mim?— ele provoca.
— Não tenho medo de você. Pra ser bem sincera, tenho um pouco de pena.— dou a volta nele, erguendo os pés, um de cada vez, para não acabar ativando a armadilha. Em questão de segundos um grupo de primeiranistas da Lufa-Lufa vai passar do nosso lado, tenho que ir.
— Ah, sim, sim. Que piedosa, senhorita.
Ele é tão insuportável. Socaria seu rosto se isso não fosse acabar quebrando uma unha minha.
Eu gosto muito das minhas unhas.
— Piedosa, é?— eu coloco a mão no seu peito e o empurro, fazendo-o tropeçar na própria armadilha. Eu estaria pronto para me gabar e ver o que acontece, mas a linha evapora e Potter começa a rir. Franzo a testa, alarmada. Se essa não era a armadilha...
— Não, tem razão, você só é uma garota traiçoeira.— o grupo da Lufa-Lufa passa por nós, nos encarando com curiosidade e até um pouco de receio. Eles aceleram o passo. Estou apreensiva, mas não posso mostrar isso para meu inimigo.
O problema é que eu tenho que olhar para cima e para trás ao mesmo tempo que não posso deixar de prestar atenção no Potter nem por um segundo que seja. Não tenho todo tempo do mundo para descobrir o que ele está tramando.
— Foi você quem colocou uma armadilha para mim.
— Era falsa, queria testar sua índole e não me surpreendi com o resultado. Agora, pode segurar isso aqui para mim?— ele pega a minha mão e mete uma caixa retangular nela, me obrigando a segurá-la. Parece uma caixa de varinha. Tem um fio escapando debaixo da tampa e o Potter o puxa, começando a correr para longe de mim em seguida.
Largo a caixa, mas ela explode antes de chegar ao chão. Foi como se eu levasse um murro na barriga, e aí caí sentada. O fedor de merda penetra minhas narinas e me dá uma terrível ânsia. Meu rosto está todo melado e eu com toda a certeza não vou querer abrir os olhos.
— POTTER!— eu chamo com ódio depois solto um grito muito agudo e longo, até ficar rouca. EU VOU MATÁ-LO!
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