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CAPÍTULO CINCO:

꧁ Deixa pra amanhã ꧂

Adhara Black-Lupin

Enrolo a mecha do meu cabelo no dedo e fico a girando enquanto leio as runas, o sol torando o topo da minha cabeça, mas não de um jeito desagradável. O clima está tão gostoso que quase me dá vontade de ficar aqui para sempre. Ah. É o paraíso. Tem pássaros cantando e risadas ecoando pelo jardim lotado. Meus pés descalços se enfiam na grama macia, como se massageassem a terra.

— Acha que a Luna sairia comigo?— a ruiva com a cabeça deitada no meu colo pergunta e acaba me distraindo do meu trabalho. Tenho até o fim de semana para traduzir esse texto, mas tem algumas palavras que me pegam de jeito. Estou no mesmo parágrafo há uns quinze minutos.

— Por que ela não sairia com você?— retruco, correndo os dedos pelos seus fios da cor do fogo. A Weasley respira fundo e encara as próprias unhas, cada uma com uma cor e um desenho diferente. O sol batendo diretamente no seu rosto não parece incomodá-la, deixando seus olhos num tom belo de mel.

— Não sei. Honestamente, estou com uma insegurança recentemente que nem faz sentido, até porque eu não sou uma vadia insegura, mas tem uma...— ela aponta para a própria têmpora com uma careta confusa— uma vozinha no fundo da minha cabeça sussurrando que isso nunca vai dar certo. Eu e ela. Sabe?

Volto a encarar as runas, minhas sobrancelhas unidas enquanto tento me relocalizar no texto.

— Nunca vai dar certo se você não tentar, é claro.— digo.

— Acha que eu a assustaria se a abordasse com um papo de encontro?

— Não. Duvido que qualquer coisa assuste a nossa querida Luna Lovegood. Ela é dura na queda.— tenho toda certeza do mundo quando falo. Na verdade, fico até empolgada com as probabilidades de um novo casal na área. Era meio que esperado que minhas amigas acabassem se aproximando de um jeito romântico hora ou outra. Tem coisas que nós simplesmente sabemos.

Alguns olhares entregam mais do que mil palavras e havia alguma coisa no olhar de Gina quando ela encarou Luna no trem, há quatro dias atrás.

— Você devia convidá-la para fazer alguma coisa legal e esquisita.— proponho.

— Luna adora coisas legais e esquisitas.— a ruiva sorri de um jeito doce. Esse sorriso que definitivamente não é para mim, me faz rir.

— Não babe na minha saia, por favor.— peço e Gina se senta, finalmente, encostando-se ao meu lado no tronco da árvore enquanto nós fingimos que não nos preocupamos com a ideia de um inseto entrar nas nossas roupas ou se prender nos nossos cabelos.

A Weasley solta um longo suspiro, recolhe as pernas contra o peito e cruza os braços sobre os joelhos.

— Não vai ser mais um casinho... esse lance com a Luna, se tudo der certo. Ela não é garota para esse tipo de coisa.— ela divaga. Desisto de estudar, porque nunca dá para fazer isso quando a Gina quer conversar. Fecho o livro e o enfio em minha mochila, virando-me totalmente para minha melhor amiga e com uma pitadinha bastante insignificante de impaciência. Ela sorri e eu posso sentir seu prazer em me irritar. Mesmo que só um pouco.

— Então você está prestes a se entregar em uma relação verdadeira e profunda? Devo avisar ao batalhão que nossa melhor soldado está abrindo mão da vida de vadiagem?— pergunto debochada, a ruiva solta uma risada gostosa. Sorrio e balanço a cabeça, jogando os cabelos para o lado.

— Sim! Eu me rendo! Repito, eu me rendo! Estou balançando a bandeira branca.— ela sacode uma bandeira imaginária e abraça meu braço, deitando a cabeça no meu ombro. Está agitada e carente. Sei que não é a mim que ela quer envolver todo esse carinho.

Eu já vi Ginevra apaixonada um milhão de vezes, e por mais que eu não veja nada de especial aqui e agora, em sua atitude e palavras, indicando que ela encontrou o amor verdadeiro, pode ser que pelo menos desta vez sua empolgação seja honesta. Eu acompanho ela e Luna desde o nosso primeiro ano e sei que elas funcionam juntas, de um jeito único e adorável. Luna tem a ingenuidade, e Gina, a força. Elas podem se completar, mas por mais que eu saiba que minha melhor amiga tem a melhor das intenções com minha colega de casa, não deixo de ficar meio relutante, lá no fundo.

Penso nos corações que esta grifana já partiu e só espero que a história não se repita, porque Luna é do tipo de pessoa que faz com que a gente queira protegê-la. Torço para que não seja só mais uma paixonite e obsessão qualquer por parte da Gina, porque se for, por mais que eu a defenda com todas as minhas forças, eu vou intervir se sentir que ela pode acabar magoando Luna.

Penso nisso, mas é óbvio que não demonstro absolutamente nada.

— Seria legal se você se apaixonasse também, sabe.— ela comenta baixinho. Encosto minha cabeça na sua e nós encaramos a grama verdinha que parece brilhar sob a luz do sol, ganhando um entorno dourado. Afundo mais os pés na terra, sentindo a grama penetrar entre os meus dedos. Sinto algumas cócegas.

— Acho que eu não sou neurologicamente capaz disso.— digo sem muita comoção.

Todos os meus amigos estranham por eu ter quase dezessete anos e nunca ter me apaixonado, e as vezes isso me preocupa também; essa falta de emoção em minha vida. Mas é tão difícil eu me conectar de verdade com alguém, tão difícil eu me abrir para novas experiências. Não diria que sou antissocial ou implicante, mas meu coração é apertado e poucos conseguem arrumar um espaço dentro dele. Não que muitos tenham tentado.

— Lógico que é.— Gina estala a língua, descartando meu tom melancólico— Você pode amar, só não achou alguém que tocasse seu coração ainda.

Que ironia, não é? Uma garota que se apaixona fácil ser a melhor amiga de uma que não faz ideia de como é essa sensação. Eu sinto inveja de Gina quando não sinto pena. Por mais esperta que seja, ela se expressa errado e acha que tudo bem trocar as palavras "eu tenho tesão nessa pessoa" por um "eu estou apaixonada por essa pessoa".

Quando eu era um pouquinho mais nova, queria ser mais como ela: alegre e contagiante, apaixonada, aí me tornei mais sociável, no entanto, continuei sem me apegar verdadeiramente aos outros. Hoje, eu rio alto de suas piadas por mais que internamente só esteja pensando em como eles são entediantes ou repetitivos.

Não sentir as vezes é tão irritante.

— Talvez essa pessoa não tenha nascido ainda.— comento, reprimindo a vontade de dar de ombros já que isso obrigaria nós duas a levantarmos a cabeça.

— Talvez tenha, mas você que ainda não a encontrou. Ou sequer deu uma chance a ela.— ela rebate e eu franzo a testa.

— Isso deveria querer dizer alguma coisa?

— Nós conhecemos pessoas incríveis, Dhara.— ela aponta o jardim lotado. Olho ao redor sem me concentrar em nenhum rosto específico, vejo muitos sorrisos diferentes e muitas pessoas diferentes— Vá procurar por algumas opções, tem comida pra tudo que é lado. Sei que se você quiser ter algum relacionamento, consegue um em um piscar de olhos.

— Sua confiança no meu charme é tocante.— resmungo e ela ri.

— Eu te conheço. E sei que quando você conhecer o amor e ele abraçar você, você vai fazer com que tudo dê certo. Você foi feita para amar, Dhara. Só precisa achar sua pessoa. Como eu posso ter achado a minha.— ela murmura a última parte.

Ficamos caladas depois disso, eu medindo o peso das suas palavras. O que a faz pensar que eu fui feita para amar? Por mais que isso me deixe curiosa, eu não lhe pergunto nada. A pergunta que eu me faço é se eu quero amar. A vida se estende a minha frente como um tapete que parece não ter fim.

Não me preocupo com o meu coração agora. Terei tempo para essas coisas.

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