Han Jisung não sabia nadar porque nunca havia conseguido, mas sim porque nunca tentou. Tudo isso por um grande medo que ele cultivava dentro de si após um grande trauma.

Quando criança, Jisung era grande amigo de uma garota chamada Giselle, que morava em Sacred Lakes, eles sempre se encontravam quando os Han's iam passar suas férias na cabana no meio da floresta.

Se eles se juntavam, seus pais já sabiam que os dois ficariam juntos até o pôr-do-sol. Eles os deixavam pois era uma região segura e pacífica, que não tinha crimes há décadas.

Até que nesse dia, Giselle decidiu levar o Han para um lago afastado do vilarejo, que seus amigos iam na maioria das vezes. Mas Jisung não sabia nadar, e ela não sabia disso.

Durante uma das brincadeiras da garota, ela empurrou o Han de cima da ponte de madeira, onde era a parte mais funda do lago. Ela esperou por um tempo, vendo que ele ainda não tinha voltado, Giselle pulou atrás dele para salva-lo. Mas o problema era que ela mal sabia nadar.

Acabou que ela tentou levantar Jisung e gritou por ajuda, demorou para que percebessem o que estava acontecendo e puxaram o braço do Han. Logo depois outra pessoa pulou atrás da pequena Giselle, mas ela morreu afogada.

Depois disso, Jisung criou um grande trauma com lagos, rios ou qualquer lugar cheio de água e fundo. Quando seus pais tentaram o colocar na banheira, ele gritou e chorou, desesperado para que o tirassem, quando o abaixaram para que ele ficasse com a cabeça submersa, ele viu o rosto de Giselle, o encarando de forma julgadora.

Por causa desse trauma, sempre se desesperava, então nunca quis aprender a nadar, evitando ao máximo, pois para ele, não ia precisar disso, seu trabalho ia ser com fabricação de armas.

Mas ele se via agora, parado na frente de um rio, com uma correnteza forte, sem saber nadar e tendo atrás dele chamas que se aproximavam rapidamente, e se não fosse as chamas, seriam soldados do governo.

Agora não era só simples policiais, eram soldados mais bem treinados.

- Han! - Minho gritou, para fazê-lo ter foco na situação.

- Eu não sei nadar! - Jisung falou mais uma vez, agora encarando Minho.

- Mas temos que passar!

- E-Eu não vou conseguir...

O Lee pensou sobre a situação atual, não tinham tempo, logo soldados fortemente armados chegariam, essa demora estava colocando a vida dos dois em risco e as dos meninos que os esperavam.

- Se escondam atrás das árvores! - o Lee gritou para os meninos - As use como proteção!

Todos correram para trás das árvores como pedido pelo Lee. Minho segurou o Han pelos ombros, para que ele ficasse de frente para ele e olhasse seus olhos, que a essa altura estavam lacrimejando pelo medo.

- Ei, Han. - ele ainda mostrava estar sem foco no olhar - Jisung! Olha para mim! - o Han olhou assustado para o Lee - Eu vou nadar e te levar comigo, só precisa se segurar em mim com todas as suas forças.

- Eu não vou conseguir!

Só de se imaginar entrando naquele rio e ser assombrando pela imagem de Giselle, já o deixava assustado.

- Mas tem que conseguir, por nós dois.

Han Jisung fechou os olhos com força, mas sentiu seu rosto ser segurado por duas mãos firmes.

- Jisung, temos que conseguir, temos que sobreviver. Você é forte, vai conseguir.

- Eu não sou. - ele negou - Eu não consigo entrar na merda de um rio, não sou nem um pouco forte...

- Feche seus olhos então, se não consegue deixa-los abertos dentro da água, se preocupe somente em não me soltar, okay?

Jisung hesitou um pouco, mas concordou com a sua cabeça, ele seguiu com Minho até o rio, o Lee entrou primeiro e segurou a mão do Han, para que o ajudar a entrar. Jisung fechou os olhos, se deixando ser guiado para dentro do rio.

Minho sentiu a mão do garoto começar a tremer e a segurou com mais força. O Han respirou profundamente e seguiu com o Lee andando, até começar a ficar fundo, sentindo que quanto mais fundo ficava, mais seus batimentos aceleravam, mandando sinal de perigo para ele.

Quando ficou fundo, o Lee segurou o corpo do Han contra o seu, começando a avançar de forma lenta e perigosa, sendo levado pela correnteza mais rápido do que os outros.

- Jisung, se segure com força, vou ter que solta-lo para conseguir nadar.

O Han assentiu assustado, começado a sentir a água bater em seu rosto, chegando até mesmo a engolir um pouco dela. Ele sentiu seu corpo ser solto pelos braços do maior, tendo que usar somente a força dos seus próprios braços ao redor do pescoço do Lee.

Após um tempo, chegaram na pedra, que usaram como apoio, o Lee segurou nela e o Han fez o mesmo, ainda com os olhos fechados, respirando pesadamente e tossindo.

- Respire devagar. - Minho tentou acalmar o Han, que respirava de forma descompassada - Quando se sentir melhor, vamos ter que continuar, estamos quase lá.

Após alguns segundos tentando acalmar sua respiração, o Han assentiu com a cabeça mostrando que estava pronto e voltou a enlaçar seus braços ao redor do Lee.

Mas tudo estava indo bem demais.

Antes de chegarem na outra extremidade do rio, os soldados chegaram ao local, vendo os dois fugindo e começaram a disparar. Pelo susto com o barulho estridente da arma, o Han abriu os olhos e o desespero tomou conta do seu interior. Ao olhar seu reflexo na água, ele viu Giselle, o encarando no fundo. Isso fez com que ele se debatesse por conta do medo.

Minho começou a perder suas forças sentindo o garoto se debater contra seu corpo, o que fez o Lee engolir uma grande quantidade de água. E tudo piorou.

Um dos disparos acertou o braço do Lee, que fez ele perder mais forças ainda, a água começou a ser pintada pelo vermelho do sangue do rapaz.

Bangchan e Felix correram para o rio, afim de ajudar os dois, o Bang puxou o Han, para que parasse de se debater, e Felix puxou seu irmão, que gemia de dor.

Felix ficou com medo, não só dos disparos, pois ele conseguiu sentir quando uma bala passou ao lado do seu rosto, mas também por perder seu irmão.

Changbin pegou sua arma e disparou contra os soldados, para que isso ajudasse de alguma forma. Jeongin pegou a arma de Bangchan, que ele jogou na grama e a usou para disparar contra os soldados também. Ele era mil vezes melhor com arco e flecha, conseguiu acertar alguns tiros, mas errou a maioria.

Felix arrastou o corpo de Minho para trás das árvores e Bangchan levou o de Jisung em seu colo, ele ainda parecia em choque, porém recobrou a consciência ao ver a situação de Minho.

- D-Desculpa! - o Han chorou enquanto fazia pressão no ferimento do Lee.

Bangchan se virou para os fugitivos.

- Temos que sair daqui.

Tá uma merda, relevem.