Voltei como o prometido ❤
Obrigada por serem pacientes e boa leitura, Eternals 💞
Boa leitura!

————— R  E  L  E  A  S  E —————

Louis Tomlinson ✝

Se eu soubesse que seria assim eu nem vinha, pensei comigo mesmo, olhando para as copas das árvores.

Tentando não me assustar com o fato de Groove estar me dando instruções de como usar minha luz para movimentar minhas asas. A verdade é que não me sinto concentrado para isso, muito menos focado o suficiente nesse treino.

Eu estava farto de muita coisa e com raiva por isso parecer nunca acabar.

Afinal, por que merdas, temos que passar por essas coisas... Na verdade, por que eu tenho que estar nessa situação?

Eu estou com medo, a escuridão consegue assustar aquele que se mostra mais forte também, só que na maioria, a realidade da vida assusta muito mais.

Meu corpo estava suando, a medida que corremos quase trinta quilômetros daquela mata. Sinto que estou ficando fraco e desejando desistir daquele treino porque eu não era capacitado para lutar contra a Selena. Não sou aqueles Eu's do passado. Sou o Louis Tomlinson,  do futuro.

Então, como eu poderia?

— O que está acontecendo? —  perguntou Groove, batendo o calcanhar um no outro e apoiando sua mão na cintura.

Fiz um movimento com a mão para poder respirar.

— Eu não sei se isso é para mim. — eu comentei derrotado. — Estou exausto e não fiz absolutamente nada. Como posso ser bom em algo?

Sei que pareço negativo demais mas muitas coisas me atormentavam e uma delas ligava ao meu pai. Groove que está a em seu canto, se aproxima de mim, quando ele fazia isso, eu conseguia sentir paz espiritual e divina.

—  O que te torna fraco? — ele perguntou.

— Hum... Eu não saber de absolutamente de nada? — eu supôs.

Groove apenas olhou nos meus olhos, profundamente e suspirou.

— Louis, vem aqui! — ele apontou para a árvore e me entregou uma faca. Era prata e lembrava uma adaga. — Esse tronco representa tudo aquilo que está te deixando inquieto agora, quero que desconte sua raiva de algum modo.

Arqueei a sobrancelha para ele sem entender absolutamente nada.

— O que?

— Não interrompa, faça bastante cortes aí. — ele apontou para o tronco. Fiquei com receio disso, olhando para ele quis negar. — Sem medo, apenas faça.

As pessoas pedem para mim não ter medo mas é o que mais tenho; medo relativo de errar e de constantemente não aguentar.

Eu sou um medroso.

— Corte. — Groove segurou na minha cintura me posicionando para ficar na frente da árvore.

Olhando para ela, imaginei tudo: as palavras que rondam a minha mente e me enlouquecem, Selena e toda a merda que fez, a culpa que sinto por algumas mortes que causei, a maldição, até mesmo meu medo, as coisas macabras, minhas falhas, meus defeitos e o fato de tudo isso ainda viver em mim.

Com raiva, comecei a sentir meu corpo esquentar e o ferro entoar mais forte contra minha palma. Usando toda força que eu tinha, destroço cada parte cascuda do tronco. Como se eu estivesse matando-os dentro de mim — embora não estivesse. Estava exausto de ser enxergado como o garoto frágil que todos viam e que poderia ser ferido por esse motivo.

Eu não sou assim, ao menos, eu não quero ser.

E pensar dessa forma não me fez perceber que uma ventania forte se formava ao meu redor, estava subindo as folhas que caíram sobre a grama e minhas mãos transformaram-se em chamas. Usando mais força ainda, revoltado com quase tudo o que imaginei ali, consegui cortar o tronco da árvore que logo após pegou fogo com as minhas chamas.

Me afastei após perceber o que fiz. Com as mãos trêmulas, quis entender como fui capaz de destruir a árvore quando eu fui ordenado apenas para cortá-la.

De fato, Groove não esperava por isso e muito menos eu estava esperando por mais essas...

— Belo golpe. — me congratula após tocar em meus ombros.

Era isso mesmo?

— Sim. É isso mesmo. — ele respondeu. — Algum problema?

— Eu que pergunto. — passei o polegar na minha franja afim de a tirar do meu rosto. Por mais que eu tivesse cortado meu cabelo, ainda vi que a franja não me largava de mão. — Acabei destruindo a árvore.

— Como se sente? — Groove perguntou.

— Hum... — coloquei a mão na cintura. — Mais calmo?

— Bem, sua raiva passou e já pode se concentrar na tentativa de voo. — o Arcanjo piscou para mim. — Sabe, Lou, muitas vezes o tamanho do nosso humor  está no simples fato de sabermos como equilibrar as coisas. Quando você tira um pouco das pedras de só um lado da balança e se permite colocar do outro para igualar o peso que causam, você tem o equilíbrio. — Vejo seus dedos esticar — E foi isso que fez agora, então, congratulo você rapaz.

Não estava esperando por um tipo de elogio assim mas agradeci.

— Podemos tentar umas, cinco vezes? — me refiro ao treino. — Não sei se cinco serão suficientes mas eu tento.

Rir sozinho quando Groove apenas negou com a cabeça. Quem sabe um pouco de descontração, já que está tudo tão tenso?!

— Vamos lá!

.x.

Eu acho que agora sei o verdadeiro sentido de "Tentativas" foi o que realmente eu vi fazendo parte das minhas falhas ao não voar.

E sinceramente, estou exausto. Só quero ir para algum lugar que não seja aqui. Mas Groove disse que tínhamos que falar sobre algo e não podia sair.

Então, que escolha eu tenho?

— Você reclama demais. — Groove me encarou quando subimos em cima de uma rocha.

Apenas suspirei para ele.

— Ainda bem que você é um Arcanjo e não tem que lidar com problemas humanos. — eu disse, segurando em um galho da árvore para não cair.

— Quem disse que não? — Ele me perguntou olhando para trás com o olhar sereno.

— Vai me dizer que você lida com seus sentimentos? — faço uma pergunta retórica.

Groove coçou a nuca, sem muito saber o que responder — ao menos foi o que pareceu —, e logo responde:

— Bem, temos lidar com pessoas e elas são problemas humanos, se você parar pra pensar isso faz sentido. — Ele explicou.

— Hum, faz. — eu respondo e o faço rir.

Olhei para a mata ao nosso redor e aquilo estava me deixando apreensivo e curioso para saber de que lugar se tratava que Groove me levaria. As folhas estavam bem verdes e o vento muito forte aquele dia, tive que me encolher mais para me sentir aquecido.

— Pra onde estamos indo mesmo?

— Já chegamos. — ele passou por copas de árvores e parou olhando para frente.

Com a sobrancelha arqueada, fui para seu lado e arregalei os olhos ao ver todo aquele céu estrelado sob nossas cabeças, sem interrupções das luzes da cidade aquela cena era ainda mais bela. No fundo, conseguir sentir uma paz me abraçar e uma sensação de calmaria beijar meu rosto.

— É lindo, não é? — Groove perguntou colocando o cabelo atrás da orelha.

Assenti sem saber o que dizer.

— Algumas vezes esse vasto céu estrelado traz aquela sensação boa por ser algo natural, as pessoas admiram mas de uma coisa elas não sabem. — olho em seus olhos para saber o que ele iria dizer. — É que se passa várias coisas nele, desastres e estrelas sendo deixadas, perdendo seu brilho. De longe o céu parece realmente lindo mas perto dele, acaba sendo algo assustador de se ver.

Entendi a metáfora dele mas aquilo não mudava o que se passava dentro de mim.

— Você precisa acreditar mais em si mesmo, mas sem fazer isso pensando que tem uma missão, contudo deve fazer isso por si mesmo. É o que deixa vocês humanos mais fortes. — Groove sorriu e um vento calmo bagunçou meu novo cabelo.

— E se não der certo? — Abracei minha cintura com os olhar perdido. — E se ela conseguir outra vez? E se tudo isso for em vão?

— Bem, meu caro, o fato de você estar aqui hoje é sua resposta. — Groove tocou no meu ombro. — Não desista quando simplesmente uma dúvida surge na sua cabeça e o faz se sentir incapaz quando a verdadeira resposta está na nossa existência e no que passamos para estar aqui hoje.

Olhei para o céu estrelado depois de ouvir suas palavras e encolhi meu corpo. Parece que existe um caos dentro de mim e um mistério que devo descobrir sobre o que eu realmente sou e não o que estão dizendo que sou.

Por incrível que pareça, odeio rótulos.

...
De volta a cabana, me despeço de Groove com um longo abraço e ele me avisa que amanhã vamos treinar mais para que eu possa me aperfeiçoar.

Será que ele se referia as minhas quedas desastrosas?

Seja o que for, eu iria.

Antes de entrar, olho para o lado vendo Niall sentado em um canto pensativo. Ele estava coberto pelo manto azul escuro pois o frio  daquela noite era arrebatador. Colocando as mãos no bolso, fui para perto do meu amigo e ele me encarou assim que estava sentando ao seu lado.

— Cansado? — Niall perguntou calmo.

— O de sempre. — dei de ombros, vendo ele passando o manto no meu corpo também. — O que te faz ficar aqui?

— Bem, acho que tirei o dia para ficar pensativo e tentar entender os motivos de nada de interessante estar acontecendo na minha vida. Tipo, não estou reclamando, mas todos vocês tem um propósito e estou procurando o meu também. — ele explicou após gesticular com a mão.

*Ah então era isso!*

— Gostaria eu de estar no seu lugar agora. — eu o respondo com um sorriso.

— Por que tudo é complicado e estranho?

— É difícil pra mim te responder essa pergunta mas posso te dar um exemplo de algo estranho. Como a minha mãe estar namorando um cara que eu já peguei anos atrás e é considerado meu irmão.

Niall soltou uma risada alta após meu comentário, tive que o acompanhar pois era melhor rir do que realmente parar para pensar no quão aquilo soava estranho demais.

— Está com medo? — Horan mudou de assunto quando cessamos a risada.

Me vi deitando a cabeça no seu ombro e fechando os olhos com força. Na intenção de abrir eles quando tudo já estivesse no seu lugar.

Infelizmente as coisas não funcionam assim.

— Medo eu sempre tive. — afirmei. — Mas estou tentando não fugir disso como das outras vezes.

— Eu não sei o que é mais complicado. — Niall comentou. — Minha melancolia ou o fato de você estar em uma baita enrrascada. Em pensar que eu te achava quieto demais na morada.

Neguei com a cabeça, não acreditando nas palavras do meu amigo. Iria dizer algo para ele, quando ouvimos um barulho dentro da cabana, nos entreolhamos assustados por não saber do que se tratava.

— Mas o que será que está acontecendo? — Perguntou Niall.

— Não faço ideia mas temos que ir lá dentro para saber.

Confesso que estava com os pelos dos meus braços arrepiados e com uma sensação apreensiva à medida que caminhava para dentro do cômodo e nos deparamos com algo na sala.

Mamãe estava com as mãos nos lábios, olhando cuidadosamente para a garota de cabelos castanhos caída no chão. E não era a Camila pois ela havia saído com o Justin. Trocando olhares com Niall, respirei fundo sem saber o que dizer.

— Como ela veio parar aqui? — pergunto olhando para Liam que estava próximo da garota estranha.

— Ela se jogou contra o vidro da sala. — Apontou para a janela com vidros quebrados e os cortes no corpo caído no chão.

— Que merda! — Niall exclamou.

Fui para o lado da minha mãe que estava gélida, olhando para a garota pálida com os rostos cobertos por castanho do seu cabelo longo ondulado. Suas vestes estavam sujas de barro e um pouco de sangue. Hematomas não faltaram em seus braços e pernas como se tivesse sido espancada. Cortes também eram visíveis e chegava a me arrepiar.

— Ela está... morta? — engulo em seco.

Liam tocou na nuca da meliante, e balançou a cabeça em negação para mim. De algum modo, isso me deixou mais aliviado. Estava exausto de ver tanta morte esses últimos meses.

— Acho que só desma...

Antes que ele completasse, a garota gritou segurando sua mão, dei um pulo assustado devido a sua  atitude quando Liam pareceu tranquilo perto dela.

— Pelo amor! — Niall ficou perto de Luke cujo estava escorado na parede.

— Qual é seu nome? — Liam perguntou quando ouviu os soluços da garota.

Eram negros seus olhos mas estava tão pálida que nem sei explicar sobre como me sentia ao ficar tanto tempo a encarando.

Um pouco fraca, ela tentou falar algo, de vagar a tal garota olhou nos meus olhos e através dos seus pensamentos, ela disse:

“Amelie Griffin”

Depois disso, ela desmaiou sem forças. Não sei por qual motivo ela quis olhar para mim, mas estava apreensivo e querendo saber como ela veio parar na nossa “casa”.

A cada dia que passa, sinto que Beaumont tem mais mistérios do que as próprias pessoas que aqui vivem.

Notas Finais

Desculpem os erros... E sou grata por ter leitores tão maravilhosos ❤
Não acredito que a primeira temporada tem quase 3K de favoritos :3

Da vontade de chorar :')
Obrigada 😭😳

Até o próximo capítulo ❤
All the love, A.