Hands on Fire
Boa leitura pro Eternals ✝
------ R E L E A S E ------
✝ Louis ✝
Meus dedos estavam congelados e meu corpo todo tremia. Não tinha certeza se vir para fora foi uma boa ideia, o clima estava muito frio e úmido, os galhos sucumbiam uns contra os outros a medida que o vento ousava lhes tocar de modo travesso, o céu estava cinza e olhando bem para nuvens formadas uma grande tempestade estava por vir, por isso garoava naquele momento. Meus pelos estavam arrepiados e minha pele endureceu parecendo um casco, mesmo que meus dentes estivessem batendo e minhas pernas balançassem umas nas outras, não sai do meu lugar. Camila estava sentada no banco que nos dava visão ampla da floresta e eu fiz o mesmo ao seu lado, me encolhendo a medida que meu frio parcial aumentava.
Aquele clima me lembrou a casa da Vovó Constance, o que me fez sorrir porque parecia que eu podia sentir o cheiro de brownies e o chocolate quente, batendo aquele clima de ouvir também uma longa história de terror. Mas eu não tinha mais nenhum nem outro acontece que eu mesmo estava sendo protagonista da minha história real e o real verdadeiramente assusta de uma forma imprescindível, por isso muitas vezes preferia ficar somente com o mundo ilusório da minha cabeça.
Mas tanto faz agora.
Apertando bem o tecido da minha calça, subi as minhas perna para cima afim de colocar meu queixo sobre ela. Tentava resgatar força e coragem nas minhas palavras, olhando bem para a aura negra que cercava Camila e lembro que antes era completamente violeta. O peso da culpa aumenta mais quando sei que fui o culpado de parte daquilo ser ela. Arrumando minha franja que cairá no meu rosto, soprei um ar quente dos meus lábios.
- Como você está? - pergunto quase no tom falho e apavorado da minha voz.
Camila permaneceu em silêncio, puxando as mechas verdes do seu cabelo para cima do peito, oscilei meu olhar entre ela e os arbustos que estava á alguns metros a nossa frente.
- Se eu fosse ficar velha com certeza teria vasos de plantas no meu jardim ou varanda. - ela comentou com um sorriso fraco. Eu lembro muito bem que tivemos essa conversa quando fomos na casa da vovó Constance pela primeira vez. Isso foi nostálgico para mim porque me fez puxar os lábios. - Mas eu sei que não vou mas quando tudo isso acabar quem sabe eu tenha, colocarei tulipas vermelhas ou rosa cor de sangue, minha mãe teria uma ataque porque ela gosta de vários tipos de cores e somente uma a faria pensar que sou louca.
- O que te faz pensar que não é? - indaguei brincando com meu dedo. Camila me encarou ainda com a expressão leve e divertida no rosto. - Digo, todos temos um pouco de loucura em nós e isso não faz mal.
Ela balançou a cabeça concordando comigo.
- A loucura genuinamente não é tão ruim quanto parece ser. Quando você sabe como usar ela para algumas situações.
- Isso foi gentil. Acredito que algumas pessoas deveriam ouvir o que disse e não se sentiriam mal por serem diferentes. - olhei para o céu que totalizou um tom mais escuro do cinza e voltei-me para ela. Mordendo os lábios com força eu sabia o que deveria falar. - Eu... Eu sinto muito se fui um filho da puta com você e com a Lauren. Me odeio completamente pelo que eu fiz com vocês. Queria ter o controle das coisas que eu faço mas até nisso consigo ser inútil. O que eu fiz não tem volta e isso é o pior, porque eu terei de conviver e não sei como posso concertar.
Silêncio.
Aquela era a parte pior de uma conversa séria ou depois de uma briga. Dependendo da situação você pode se sentir constrangido, abatido ainda mais ou confuso, culpado e pior. No meu caso me senti muito mais culpado do que tudo, sei que não tem muito o que dizer depois de tanta merda. Queria pedir para ela cortar meus pulsos e me matar friamente se isso fosse a deixar bem.
- Lauren... - o nome dela saiu tão doloroso da voz de Camila ao mesmo tempo que duro. - Queria poder dizer que ela estava me tratando bem nos últimos dias que passamos juntas mas infelizmente algumas coisas tinham mudado e isso não foi sua culpa Louis, ela iria te matar e estava infectada por um microchip no pescoço, sendo controlada por idiotas e isso a fez ser escrota. Se fosse você vendo tudo e o Harry tentando me matar, você pensaria o quê?
Aquela era uma boa pergunta pois Harry foi muito ruim para mim quando cheguei na morada, minha vida era um verdadeiro inferno e ele sabia aproveitar dela muito bem. Parando para pensar na sua pergunta, por mais que eu o amasse muito e que nosso amor seja tão forte, se Harry realmente tivesse sido infectado com aquele microchip eu...
- Iria preferir que você o matasse. - respondi após sentir minha garganta fechar e o ar ficar preso nos meus pulmões.
- Não havia nada que pudéssemos fazer por ela então não se martirize por tudo porque não tem o porquê. - ela me assegurou.
Só não entendia o motivo de ainda querer que ela corte meus pulsos com suas presas. Talvez eu não tenha me perdoado por tudo o que aconteceu.
- Não tem como você voltar não é? - pergunto.
Camila passou a mão na franja e sorriu.
- Não é tão ruim quanto parece, Lou - ela deu uma risada fraca. - Gosto desse meu novo jeito apenas estou um pouco mais fria do que nunca fui mas apesar de tudo sou eu mesma, não acho que mudei tanto porque se eu sou assim é porque essa parte já existia em mim e precisava ser revelada. Assim como você e sua parte macabra, nem sempre somos cem por cento bons, todos temos nossos lados malvados não revelado até descoberto. Então saiba que esta tudo bem e que ainda sou sua melhor amiga, o que passou, passou.
Funguei porque meu lado sensível estava presente.
- Tem certeza?
- Claro seu bobo, as memórias estão aqui comigo, por mais que minha humanidade fora desligada, ainda posso sentir algumas coisas e isso é bom. Como por exemplo aquela vez que você comentou sobre o teto horrível do seu dormitório e tenho que concordar, ele era mesmo honroso. - dei uma risada quando as lágrimas escorreram pelo meu rosto. Acho que sou um bobão. - Nem tudo mudou em mim.
- Posso abraçar minha melhor amiga? - pergunto.
- Sim, você pode. - ela abriu os braços.
Eu fui me aproximando lentamente de Camila, afagando suas costas quando ela fazia o mesmo comigo, enterrei assim meu rosto na sua nuca aspirando seu perfume e um tanto emocionado porque de alguma forma conseguia me sentir bem com tudo aquilo. E que não foi tão ruim assim. A verdade era que eu estava fitando muito meu passado ou como as pessoas eram nele antes da minha morte e me esqueci de dar a chance de conhecer quem elas são no meu presente. Ao menos saber o viver com elas e entender que as coisas não são como eram algumas semanas ou meses atrás, assim como no futuro nada será o mesmo. E tudo bem isso acontecer.
- Sua amiga Camila diz que está feliz por não ter morrido e que sentiu muito sua falta. - ela me apertou um pouco mais.
- Eu também senti sua falta e fico feliz por não me odiar. - nos afastamos sorrindo e vejo ela limpando minhas lágrimas.
- Como é morrer e depois viver? - ela pergunta com um tom curioso.
O vento soprou mais e senti que meus pelos fossem congelar bem ali.
- Estranho. - admiti. - Porque não voltei totalmente eu, mas sou um. Tipo de anjo caído com identidade paranormal de vampiro. Tecnicamente não sei se isso é possível mas está sendo nesse mundo aqui.
Camila deu mais um pouco de risada.
- E como está sendo ser um pouco mais fria?
- Hum... É divertido porque parece que amadureci uma parte de mim que estava verde e não tenho tanto medo como tinha antes. Mesmo que ainda seja eu, sinto que parte de mim ainda tenho que explorar.
- Acho que aqueles adolescentes novos não imaginariam que isso fosse acontecer. - observei.
- Com certeza não. Mas talvez o Niall - olhamos pela janela, vendo nosso amigo mostrando o dedo do meio para Liam. - esperasse algo.
Agitei meus pés para o chão pois estava ficando dormentes e aquela horrível sensação de formigamento começou a me dominar.
- Acho que a hora dele não vai demorar. À muita coisa para se viver e vamos nos surpreender com um pouco mais dela.
- Você acha que ela vai começar uma guerra para tentar te matar? - Camila mudou de assunto.
Apertei minha perna pois já estava no estado dormente e dolorido, quando me veio a Selena em mente e tudo o que ela me fez, por causa de inveja e ganância. E nossa troca de olhar quando ela desapareceu.
- Acredito que sim. Ela não se deu por vencida e o Groove disse que passarei a treinar ou seja deve me preparar para isso. - molhei a garganta. - Só não sei se vou conseguir.
- Louis Tomlinson, que viveu tantas coisas naquela morada não vai conseguir lidar com uma bruxa? - Camila indagou. - Acho muito difícil porque você também não está sozinho da mesma forma que digo que você não é o garoto frágil que conheci, está muito mais esperto e forte. Sua volta como anjo caído causou medo nela por isso ela fugiu. A verdade é que ela é a verdadeira covarde de toda essa história.
Sorri.
- E tem eu que vejo o futuro, então se for para acontecer alguma coisa eu de fato vou assistir antes e te avisar. Estamos em vantagem meu amigo. - ela me cutucou.
- Realmente. - rir.
- E como foi viver seu quase Eveda com Harry? - ela pergunta e eu sinto meu rosto queimar ao mesmo tempo que brotou um sorriso nos meus lábios.
Pois eu lembrava dos nossos toques, das palavras usadas e da sensação que Harry passou para mim quando estávamos envolvidos em um só tempo. Mordi os lábios para conter meus sorriso bobo embora fosse difícil quando se tratava do grande amor da minha vida.
- Estou dolorido - disse. - Acho que diz tudo.
Camila riu abafado, jogando sua cabeça para frente.
- Então a coisa toda foi bem quente.
- Harry é quente. - disse. - Mas eu quero que nosso Eveda seja completo e que eu esteja transformado.
- No seu tempo. E bem... A melhor parte você já desfrutou - ela piscou. - Digamos que você é um Clã.
- É, eu realmente sou isso e uma alma híbrida. Além de outras coisas.
- Você é especial. - Camila comentou.
O céu relampejou acima de nós. À algum tempo atrás me falaram sobre ser especial mas não soube definir o motivo de tudo isso por não acreditar mas acho que estou começando a entender o espírito da coisa toda e isso me deixa pensativo.
- Vamos aguardar os próximo capítulos, não é mesmo?! - eu disse.
....
Voltamos para dentro pois começou a chover muito forte, lá dentro me senti mais aquecido e conseguia andar sem tanta dificuldade do que antes. O que era bom pois eu não tinha que ouvir tanto do comentário irônico de Niall.
- A conversa foi boa, não é? Para não me incluírem. - queixou-se o loiro. Camila e eu trocamos olhares cúmplices e rolamos os olhos.
- Para de drama porque essa história é de terror ou seja não incluí os dramas Horan. - Camila passou por mim e se acomodou no sofá cujo o Justin estava sentado.
Ele mesmo a encarou de lado e ela deu de ombros.
- Você é bem folgada, não é mesmo. - o antigo lobisomem tentou se afastar mas não fez.
- Ah por favor, não venha implicar comigo, eu apenas sentei. - ela bufou.
Me aproximo de Niall.
- Não sei não mas se o Justin não estivesse com a sua mãe diria que toda essa avalanche com a Camila faria ambos ficarem juntos. - meu amigo observou toda a cena com um sorriso irônico.
Olhei bem para o Justin e a Camila que haviam se calado, achando bem estranho pensar que eles poderiam ter alguma relação. Niall era muito louco quando entrava fundo nas suas paranoias. Quer dizer, não seria possível, seria?
Uma movimentação atrás de mim, fez com que eu olhasse por cima do ombro vendo Zayn se aproximando e passando a mão no meu ombro. Gostava quando meu amigo estava por perto, sentia falta dele assim e não acredito que ficamos tanto tempo longe.
- Como se sente depois de falar com ela? - perguntou com voz rouca.
- Foi bom. Eu acho que precisava muito daquilo senão começaria a me punir por tudo.
- A culpa não foi sua, doce. - Ele me puxou para um abraço. Fechei meus olhos e coloquei meus braços ao redor da sua cintura. - Estamos todos felizes por você não ir.
Eu sei que ela falava das minhas mortes e que agora tudo era diferente. Afasto-me um pouco mais dele para encarar seus olhos castanhos.
- Estou feliz por estar aqui. - Sorri. - E como você está com o Liam? Ficou me devendo os detalhes.
Zayn franziu o cenho e eu fiz o mesmo com a sobrancelha. Então ele passou a língua nos lábios.
- Sempre achei que o fato de estar atrás de você fosse porque ficaríamos juntos mas a verdade é que você sempre pertenceu ao Harry. Não posso competir com o cara que já tem seu coração. Então quando fui atrás de você, conheci mais o Liam, tudo mudou quando sentimos as tatuagens se formarem, soube que meu mundo não é onde você está mas onde ele está.
- Caraca! Estou bem surpreso por ouvir isso!
- Sem ciúmes Tomlinson, agora você só tem apenas um na sua vida. - Zayn zombou.
Fiz um beiço para que ele visse e depois rolei os olhos.
- Não seja idiota, não é como se eu gostasse daquela palhaçada da qual você e o Harry ficavam brigando feito cão e gato. Estou até feliz por não ver essa briga, Liam está te adestrando muito bem.
Zayn abriu e fechou a boca soltando um "Engraçadinho" assim que gargalhei.
- Harry também já que te fez um estrago aí!- apontou para a minha bunda e eu fiquei sério.
- Cala a boca, Malik! - dei um soco no seu braço. Mas sei que ele não havia sentido nada. Foi a sua vez dele rir.
- Você está feliz? - ele me questiona.
Felicidade....
Faz muito tempo que uma pessoa não me pergunta isso, que eu estou com a resposta na ponta da língua pronta para dizer a ele com toda a minha certeza e convicção na palavra. Mas eu estava feliz por metade de nós estarmos juntos depois de tanto tempo porém não tanto quanto porque eu sei que existe um perigo do outro lado da parede.
"Não totalmente", olhei para Zayn.
"Sei que é por causa dela", ele mexeu os lábios.
"Quase existe outra coisa que preciso falar com você, Harry e Justin, mas não agora.", o informo.
Zayn se mostrou apreensivo mas não me perguntou mais, apenas balançou a cabeça e sorri sem mostrar os dentes. Olhei para os presente e comecei a sentir falta de Harry então lembrei que ele não tinha ido caçar com os outros por estarmos fazendo outra coisa. Por sentir sua falta desejei que ele voltasse o quanto antes.
- Vou dar uma olhada lá em cima e já volto. - toquei em Zayn que puxou-me pela cintura e quase me fez cair no chão.
Quis matá-lo por isso mas me contive porque havia testemunhas e seu namorado se aproximava.
- Liam, tem como conter as atitudes do seu namorado? - indago olhando feio para Zayn quando me afasto.
- Não sei se tenho essa dose, Tommo. - riu Liam mas eu procurava a graça. - Tudo bem, Lou?
- Estou. Você viu pra onde Harry foi?
- Não. Acho que ele foi para o quarto de vocês, não?
- Vou ver. - sorri me afastando dos dois.
Subindo os degraus da escada, percebi que a tempestade aumentava com ímpeto parecendo que fosse desmoronar as árvores pela raiz. Estava mesmo apavorante olhar para o outro lado quando cheguei no corredor. Ainda estava com frio e tremia, precisava colocar meu moletom para substituir aquela jaqueta jeans. Tossi um pouco para fazer algum som além da as vozes que escutava do andar de baixo. Embora elas estivessem ficando mais dispersas do meu ouvinte.
Andei mais rápido porque tinha a sensação nada agradável de estar sendo observado. Não é legal quando você sabe que não pode estar sentindo uma coisa que pode ser "mentira". Aquela morada me fez ter a certeza que as Sensações que tenho são mais que reais. Por mais que e estivesse em um lugar divino e protegido, ainda tenho aquele velho alerta vermelho piscando dizendo que isso não impediu do mal vir até mim.
Alcançando a porta do quarto, entrei ligeiro e bati a porta, colocando minhas costas nela.
- É besteira, não é nada. - eu disse para mim mesmo.
Andei vagamente pelo quarto e sorri fraco para os lençóis bagunçados da cama, eu era idiota por ficar desse modo?
Eu sei que posso sentir tudo o que vivi com apenas um olhar e uma lembrança, abrindo o guarda-roupa, retirei um moletom amarelo e o coloquei, guardando a jaqueta no lugar. Ao fechá-lo, ouvi três batidas no móvel atrás de mim e parei o andar. Olhei para trás mas não havia nada. Voltei a dar mais dois passos e ouvi mãos três batidas, olhei por cima do ombro mas nada.
- Por favor, não, não. - disse para mim mesmo.
Voltei a andar dessa vez apressado quando o céu gritou e me fez dar uns pulo assustado. Eu tenho tanto medo dessas coisas e as lembranças sempre me viam como um djavu. O escuro ainda me atormentava como uns parasita e eu queria poder fugir dele mas ele vivia em mim. Olhando para trás vi que tinha pares de olhos negros me lançando um olhar triturador, acabei assim tropeçando no meu próprio pé e caindo de lado no chão sem me despregar daquela vislumbra cena aterrorizante.
- Quem é você? - perguntei com a voz um pouco farta.
Minhas pernas vacilaram quando tentei levantar e baixei a cabeça notando que estava em uma poça de sangue. Soltei um grito abafado de pânico e cambaleei para trás batendo minha bunda brutalmente no chão e logo veio o fisgado no meu pulso. Assim que voltei minha atenção para trás não havia nada. Mas aquilo não fez com que minha respiração ficasse regular ou que meu corpo parasse de tremer. Meu moletom estava manchado de sangue e meu peito estava doendo, pois apertava cada vez mais.
As lágrimas escorreram pelos meus olhos mas não deixei com que elas fossem maior do que eu. Levantei mesmo que estivesse fraco e corri até a maçaneta, foi quando vi do banheiro, sair uma silhueta muito escuro e sem olhos mas com garras que começou a correr atrás de mim, era tão negra que parecia que ia sugar toda a minha alma e dilacerar meus órgãos internos. Girei a maçaneta da porta assim que a encontro e a abro sem olhar para trás. Quando consigo alcançar o outro lado sinto algo me segurar e grito, mas minha boca é tapada assim sou puxado brutalmente para um canto escuro.
Eu tentava me livrar mas seja lá quem fosse era mais forte que eu, então era mais fácil para ele me prender. Foi quando algo dentro de mim impulsionou e ardeu como se minhas veias fossem movidas por chamas, a vibração agiu como um solavanco e foi liberada das minhas palmas, era como se eu estivesse com febre mas não passou de uma sensação.
- Ai! - gemeu a voz rouca. Eu a conhecia muito bem o dono dela. Consegui me desvencilhar dos seus braços vendo o Harry fazendo uma careta ao massagear a mão que estava em carne viva. - Lou porque você fez isso?
Olhei para meu moletom que estava limpo, nenhuma mancha de sangue e eu também não sentia nenhuma dor. Então tudo não passou de uma ilusão da minha mente?
- Lou? - Harry me chamou a atenção.
Pisquei os olhos várias vezes para sair do meu transe.
- Desculpe. - balancei a cabeça. - Por que me agarrou daquele jeito?
- Eu queria te surpreender.
- Bem, você me assustou. - me via desnorteado e ainda lerdo. Não estava entendendo mais nada. - Que ideia foi essa, Harry?
Ele coçou a nuca e eu vi que sua mão estava voltando ao normal. O lado bom de ser paranormal é que a cura vem rápido.
- Desculpa, queria levá-lo à um lugar. Sair um pouco dessa casa. - ele se aproximou mais de mim. Meu coração foi ficando mais calmo porque apesar de tudo estou feliz que seja ele quem havia me agarrado. Apesar do modo estranho dele querer me abordar, foi por uma boa causa. E quando suas mãos voltaram a tocar no meu corpo, eu fui ficando mais calmo do que antes. - Como fez àquilo?
- Àquilo?
- Queimou. Nunca senti uma dor tão forte como aquela meio que me fazia sentir que era humano outra vez. - ele segurou meus dedos e entrelaçou-os com os seus com os meus. Sorrio por ver o quão lindas elas ficam juntas.
Depois fiquei sério.
- Eu... Eu não sei. Apenas senti que meu corpo estava em febre e não sei.... Acho que foi algo para proteger a mim mesmo. - mordi os lábios baixando a cabeça mas Harry segurou no meu queixo para que eu o encarasse.
- Seria mais um dos seus dons? - ele afundou as covinhas.
- Talvez. Essa nova versão minha está me surpreendendo a cada dia. Não sei se devo ficar louco ou achar isso natural.
Harry rir.
- Quer fugir um pouco disso tudo?
- Ainda quer sair comigo mesmo depois de eu ter machucado?
Harry segurou meu rosto e apertou minha cintura de modo gentil, em seguida trouxe meu copo para mais perto juntando nossos lábios. Meu peito ardeu de modo bom dessa vez porque nossos lábios estavam sincronizados, Harry conseguiu fazer com que aquele rosto deformado desaparecesse da minha mente pois eu me concentrei no modo sua língua estava explorando minha boca e como gosto dos seus lábios. Minhas mãos estão segurando sua nuca e brincando com seus cachos.
Nos afastamos sorrindo um para o outro.
- Bem, obrigado por esclarecer a minha dúvida bonitão. - ele riu e o céu voltou a relampejar.
- Mas está chovendo para onde iria me levar ás escondidas? - Harry segurou minha mão, puxando-me até a janela que ficava no fim do corredor. Ele a empurrou trazendo a corrente de ar frio para dentro e eu escolhi os ombros. - Harry?
- Você já leu crepúsculo ou assistiu o filme? - ele pergunta virando-se de frente para mim.
Primeiro me concentrei nos seus músculos definidos naquela blusa de manga preta e em como a noite deixava ele ainda mais lindo. Depois pensei na sua pergunta que tinha como uma resposta óbvia.
- Claro, eu tinha uma queda pelo Jacob. - sorri por ver que Harry me olhou indignado.
- Por que o lobisomem?
- Porque ele é mais gostoso, até parece que não sabe. - eu disse me aproximando dele. - Mas claro que você é muito mais que ele naquela época eu não te conhecia.
Harry balançou a cabeça suavizando seu semblante.
- Bem, agora vamos fazer a cena onde você é a Bela e monta nas minhas costas.
- Ah claro, Edward.
Apoio minhas mãos no seu ombro e olho para o lado de fora, parecia uma má ideia e parte de mim queria recuar mas a outra parte estava curiosa demais para saber o que ele ia me mostrar. Colocando minhas pernas ao redor da sua cintura, abracei sua nuca quando Harry manteve sua mão firme na minha coxa.
- Só não me deixa cair. - pedi.
- Nunca. - Harry responde pulando na madeira da janela e olhou por cima do ombro. - Preparado?
- Não mas vou. - fechei os olhos não querendo olhar para baixo.
Harry gargalhou e não disse mais nada. Senti a pressão do vento contra meu rosto tendo a sensação que iríamos cair feio no chão junto com o frio na barriga, apertei bem sua blusa e gritei por sentir a adrenalina no meu coração aumentar. Depois minha cabeça doeu quando Harry se encontrou em pé no chão, em seguida abri meus olhos quando no vento aumentou e percebi que a casa estava ficando bem pequena e o que nos cercava era a floresta: árvores de pinheiro, o som da chuva batendo contra as folhas, o cheiro de terra molhada e umidade. Não conseguia ver bem por conta da chuva.
E tudo passava tão borrado devido a velocidade de Harry, diferente do filme crepúsculo não precisamos sair pulando em galhos, apenas sumíamos do campo de visão de qualquer um que tentasse identificar o que era. Dessa vez, eu estava abraçando mais ele, sentindo apenas minha franja sendo bagunçada.
.....
- Chegamos. - toda a agitação se dispersou.
Olhei para onde estávamos um pouco mais do que boquiaberto. Definitivamente, Harry havia me surpreendido como havia dito que ia. Na verdade ele não disse mas me passou a impressão.
Céus!
Obrigado pelos quase 1K em apenas 8 capítulos ❤
Desculpem os erros e logo volto com mais!!
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