Despedida de Solteiro!? (17)
MARY.
Se eu fosse uma pessoa normal estaria preocupada ou no mínimo ansiosa para o meu casamento. Porém... Como sou eu, Mary, a princesa louca, ou princesa rebelde. Estou pouco me fodendo para isso. Richard por mais lindo e gostoso que seja não me faz ter “tremiliques” ou “borboletas no estômago.” Talvez eu tenha caído na real e percebido que tudo aquilo não passou de um fogo de palha.
— Mary que história é essa que você mudou o casamento para o fim da tarde? — meu pai entra parecendo um furacão.
— Só veio saber disso agora papai? — me mantenho deitada com uma bela asiática me fazendo uma maravilhosa massagem.
— Com ordem de quem você mudou o horário? — ele para bem a minha frente.
— Com a minha que sou a noiva. Não vou acordar cedo amanhã só por que vocês querem. Já foi divulgado o horário novo e todos os convidados já foram avisados. — respondo cansada de ter que dar explicações.
— Mary... — ele respira fundo. — Tudo bem. Cansei. — ele sai da sala de massagem pisando forte.
— Seu pai está aceitando algo que você fez? Interessante! — sorrio. E me viro de frente para ela.
— Não concordo. Existe um “por que” bem plausível para isso.
— Tipo?
— Depois de amanhã serei coroada rainha e não viverei mais nesse palácio. — ela sorri fraco. — Por um lado ele está feliz por eu deixar de ser problema dele. Agora não sei é se Richard está preparado para me ter como seu problema! — rimos e ela continuou com a sua massagem que aos poucos se tornou algo mais. Sayuri é minha “massagista” a anos. Ela foi a primeira mulher que eu fiquei pelo o que eu me lembro. Essa mulher é mágica.
[...]
Por volta das 10 da noite recebo uma mensagem interessante.
“ — Oi gatinha!!! Seu príncipe chegou aqui com uma turma de gatos ricos que por Deus... Que homens viu Chérie!?🤤”
Logo em seguida a foto:
Pelo o que me parecia ele não estava nem ligando se estavam vendo ele ou não.
— Espero que ele se divirta muito. — mando um áudio que ele rapidamente responde.
“ — Vai deixar o boy solto aqui mesmo? ”
Gargalhei ao ler.
— A noite é uma criança muito traquina Chérie!!! — deixo o celular de lado, levanto da cama parando bem em frente ao espelho. — Vamos confirmar mais um pouco a nossa alma no inferno dona Mary... Hoje a noite vai ser bem divertida. — sorri e soltei um beijo para o meu reflexo no espelho.
[...]
Em questão de minutos eu estava entrando no camarim do Lê Chabanais.
— Victor. — ele vem soltando fogo pelas ventas.
— Victoria mon amour! — me corrije com cara de nojo. Rio alto.
— Mon Cher. Nous allons laisser les détails pour plus tard.
“ Meu querido. Vamos deixar esses detalhes para mais tarde.” — pisco e me viro indo para as araras abarrotadas de roupas. — Mon Cher chame Morgana para mim por favor. — não me dou ao trabalho de olhar para ele.
— Aídiastiko! — fala como se eu não entendesse.
— Nojenta é a sua mãe. — ele põe a mão no peito espantando.
— Você fala grego também?
— Écho pánta mia oraia ékplixi méchri to maníki sou!
“ Eu sempre tenho uma boa surpresa na manga. ”
Victor sai estupefato e vai atrás de Morgana. Minutos depois ela entra e me olha com cara de quem é a melhor cumplice de todas para me ajudar está noite.
— Kelly querida como vai? — nos abraçamos. — Sabia que essa boca loca iria dar com a língua nos dentes e dizer a você que o seu “cliente favorito” está fazendo a sua despedida de solteiro aqui. — sorrimos maquiavélicas.
— Então querida!? O que podemos fazer para fazer com que o Jovem e belo homem lá, fora desista do seu casamento amanhã? — Morgana gargalhou alto e vi o exato momento que Victor cobriu a boca com a mão horrorizado com a minha ideia.
— Quer mesmo fazer isso? — propositalmente tirei o vestido e sentei só de calcinha, sutiã e salto Prada na cadeira giratória rodando até responder.
— Claro! — faço alguns paços sensuais acompanhando a música que está tocando lá fora. — Quero que ele se perca essa noite e de preferência perca a noiva também. — me jogo no chão e vou engatinhando muito sensualmente até Morgana, vou ficando em pé enquanto subo minhas mãos lentamente por seu corpo. — Então minha querida. O que me diz? — seguro seu rosto e ela bate em minha mão as afastando de si.
— Digo que você vai se arrepender e depois... — senta na mesma cadeira que dei meu pequeno show. — Eu adoro um bom espetáculo. — rimos. — Victor chame Valéria para mim, temos que ser rápidos e precisos hoje. Kelly tem um casamento real para destruir.
RICHARD.
Minha noite estava sendo boa. Até agora eu tinha beijando algumas mulheres consumido um pouco de cocaína e estava realmente me divertindo pela primeira vez. Por dentro eu estava um caco. Meu primo não falava mais comigo, minha futura esposa não se importava com o que eu fazia, em poucas horas seria o rei e marido e eu bem sabia que nessas duas funções eu talvez só podesse ser bom em uma. QUE GRANDE MERDA. O pior de tudo é que eu vim para esse maldito cabaré só para encontrar a única mulher que me satisfaz e no fim ela nem aqui trabalha mais. Dizem que foi para um cassino em Las Vegas. Deve está ganhando muito bem... Sendo adorada por todos na América... Que droga!!! Deixando minha frustração de lado viro a garrafa de whisky na boca dando grandes e longos goles.
— Está com muita sede amigo! — Harry bate em meu ombro.
— Espero que esse seja o ultimo porre da minha vida. — confesso.
— Esse vai ser o primeiro de muitos. O casamento passa a deixar os nossos dias cada vez mais cansativos e extenuantes. Me casei com uma plebeia, americana, negra e atriz. E sinceramente; Percebi bem depois que dei um belo tiro no pé me casando com aquela mulher. — ouvir o Harry me dizer essas coisas até me trazem algum conforto.
— Pois é meu querido. A sua esposa em comparação com a minha é uma santa. Ainda mais que vocês se amavam quando decistiram casar. Mary e eu... — por um momento não sei o que sinto por ela.
— Mary e você??? — insiste para que eu continue.
— Somos do mesmo mundo. Porém somos completamente diferentes. Mary sempre foi cheia de si. Dona da verdade e do mundo. Eu sempre fui o príncipe. — respiro fundo. — Agora sou o rei. — a realidade me pega. Não sei se são as drogas ou realmente eu estou tremendo de medo do futuro próximo.
— Como assim você é o rei? — Harry se espanta e me puxa para sentarmos no sofá que fica mais ao canto do camarote.
— Vou ser coroado rei amanhã depois do casamento. — tomo mais um gole de whisky acabando com o líquido da garrafa.
— Mais por que? Seu pai está doente... O que está acontecendo? — respiro fundo.
— Meu pai afundou o reino. Esse casamento não é simplesmente um casamento arranjado. É um casamento de salvação. O pai da Mary só dá o dinheiro para que eu salve o reino, se eu casar com ela. Mary só casa comigo se eu assumi Maryana como filha. Apesar dela não poder ser nossa herdeira. — Harry segura a cabeça demonstrando como essa situação é incomum e exaustiva. — E o pior de tudo e que eu estou me apaixonando por uma dançarina que trabalhava nesse cabaré. E a Mary sabe disso. — ele me olha como se eu fosse algum bicho.
— Richard que merda está passando pela sua cabeça? — ele bufa frustrado. — Se você não quiser perder tudo. Saia daqui agora. Caso contrário talvez amanhã nem tenha casamento. — me calo por algum tempo
— Senhoras e senhores para surpresa de toda a nação. A mais bela, cheirosa, a mais Formosa... A rainha do Lê Chabanais... Ela bateu asas para longe mais hoje veio aqui para a despedida de um certo solteiro... A nossa diva preciosa Kelly... — como se fosse um aviso dos céus. Fui o mais rápido que pude para o peitoril do camarote e lá estava ela entrando em cena.
Seu jeito sensual refletido em sua voz, seus movimentos, seu olhar... Por Deus!!! Tudo nessa mulher é sensual, sexy, excitante. Ela vem descendo do teto do salão, em algum tipo de gaiola, onde acrobatas arriscam a vida para compor o espetáculo. Ela canta Feeling good de um modo que me deixa de pau duro na hora. Ela se abraça com um dos acrobatas e os dois se jogam por um tecido.
Ela se prende bem ao topo do par de tecidos e como um passe de mágica o acrobata fica pouco mais a baixo em outros par de tecidos. Como uma coreografia bem ensaiada eles dançam pelos ares. Ela rapidamente se enrola no tecido continuando a cantar e se contorcer no tecido dando muito margem para a imaginação com seus movimentos.
Não sei em qual instante aquilo começou, porém em algum momento me dei conta de que todos estavam cantando a música com ela como se fosse algo hipnótico. Inclusive eu. Harry está ao meu lado também babando pela mais bela e talentosa rainha dos salões do mundo. Ela se esfregava naquele tecido como se fizesse amor com ele. E então... Ela vem rolando e descendo muito rápido pelo tecido que por um instante pensei até que ela iria cair, entretanto no fim ela se mantém segurada por um braço, e o cara se aproxima dando a mão a ela.
Eles descem juntos até a segurança do chão do palco.
Entretanto para o meu ódio dão um beijo a meu ver apaixonado. Fazendo todos gritarem e ela soltar ele, cantando a última frase da música alcançando as notas mais altas e extensas possíveis. Como num passe de mágica o chão se abre aos pés deles e os dois somem. O silêncio, o escuto e a ansiedade tomam conta de todos. Até que um solo de violão toma conta do ambiente, levando todos a loucura.
— Você me vira a cabeça... — fiquei todo arrepiado com a primeira frase. — Me tira do sério... — tentei focar meus olhos para ver onde ela estava. — Destrói os planos que um dia eu fiz para mim... Me faz pensar por que a vida é assim... ... Eu sempre vou e volto prus teus braços... Você não me quer de de verdade... — ela estala os dedos e no palco aparece algumas meninas dançando.
— No fundo eu sou... Sua vaidade... Eu vivo seguindo seus passos... Eu sempre estou presa em seus laços. É só você chamar... Que eu vou... — então as bailarinas cantão se espalhando pelo o ambiente.
— Por que você não vai embora de vez? Por que não me liberta dessa paixão?
— Por que??? — a atmosfera do local mudou buscamente. Não sei bem dizer em que!? Mas eu sinto em mim que mudou.
— Por que você não diz que não me quer mais. Por que não deixa livre o meu coração...
— Mas tem que prender... — com um estrondo de fogos e luzes ela aparece na escadaria superior do palco dançando com um bailarino.
— Tem que seduzir só pra me deixar... Louca por você! Só pra ter alguém... Que vivi sempre ao seu dispor por um segundo se amor... Oh... Oh... — é um espetáculo perfeito. Vários bailarinos tomam conta do palco enquanto ela canta tão sofregamente. Ao repetir o refrão é que me dou conta que conheço essa música. É de uma cantora chamada Alcione, ela é brasileira. Toca muito nos bares brasileiros pelo o mundo.
— Você me vira a cabeça... Me tira do sério... — ao cantar as últimas frases ela aponta diretamente para o meu camarote. Como se ela soubesse exatamente onde estou.
— Agora entendo o tamanho do problema em que você se meteu. — Harry bate em meu ombro e se afasta. Ela sai de cena e música volta a tocar.
— Vou ali. Não espere por mim. — Harry ri e eu saio o mais rápido possível a procura da mulher que atormenta meus pensamentos mesmo longe. Mal saio do camarote um homem vestido de apresentador de circo aparece.
— Boa noite vossa alteza. — se curva e sorri cinicamente.
— Onde está a Kelly? — sou direto.
— Ela o espera. Porém o senhor terá que ser vendado. Sabe como ela gosta de “brincar” né!? — ele pisca colocando a mão de lado com a boca naquele gesto já bastante conhecido de quem está fingindo contar algum segredo. Tenho que admitir que não gostei nada da ideia de ser vendado, porém faz parte da magia dessa mulher.
MARY.
DUAS E MEIA HORAS ATRÁS.
— O que você planeja para hoje? — Morgana pergunta bem atrás de mim enquanto separo minha roupa.
— Quero o maior espetáculo que puder. O que temos de novo aqui? — pergunto indo para a parte dos calçados.
— Tenho uma gaiola que já foi testada e os meninos estão criando um número com ela. — sorri.
— Peça a eles para vir aqui. Preciso saber como funciona esse show. — ela pede a Victor que prontamente faz. Minutos depois estamos em meio a um caos. Eu sendo maquiada e fazendo penteado, os bailarinos ensaiando, Travis bolando uma coreografia comigo. — Eu quero um beijo bem empolgado. — ele sorri.
— Isso não vai ser nenhum sacrifício!
O caos continua por duas horas. Quando subo para o teto do palco percebo algo interessante.
— Victor o que é aquilo? — aponto para uma porta que fica a uns 200 metros de onde estamos.
— Aquilo? Há... É a suíte mais cara daqui e que ainda não está terminada.
— O que falta? — ele pensa.
— Não sei bem dizer, se não me engano só os móveis mesmo. Tem banheira, o chão é transparente para quem está dentro, possibilitando quem está dentro ver tudo aqui e os relés mortais que estão aqui fora nem sabem da sua existência. — seu tom é de puro orgulho.
— Faça a sua mágica. Quero que arrume esse quarto o mais rápido possível.
— Mary você vai parar todo o serviço daqui hoje? Esta louca?
— Sim para as duas perguntas. Hoje eu quero tudo!!! — ele morde o dedo tentando não falar besteira.
— Tá bom! Mais eu quero uma noite com um daqueles seus segurança. — gargalhou alto.
— Fechado. — ele sai e eu vou para dentro da gaiola com os outros.
— Mary se por um momento você tiver medo de fazer alguma coisa fique onde está. Não podemos nus dar ao luxo de errar em nada aqui hoje. — Travis me adverte.
— Não vamos querido.
[...]
O espetáculo transcorreu como esperado. Mal consigo acreditar que deu tudo certo. Assim que passo pelas cortinas:
— Victor!!! — grito e a bicha vem quase morta.
— Espero ser muito bem pago por essa sua loucura. — sorri.
— Claro mon cher. Por falar nisso está tudo pronto? — enquanto falo vou tirando a roupa e tratando de ficar só de lingerie.
— Sim. Só falta vocês para ficar tudo realmente perfeito. — beijo seu rosto eufórica.
— Perfeito. Travis!!! — grito e ele vem até mim.
— Pois não? — seu sorriso malemolente deixava margem para muita imaginação.
— Quero que você vá fazer outro espetáculo comigo. — ele franze o cenho.
— Tipo o que?
— Tipo me acompanhe e descobrirá! — estendo a mão para ele e o mesmo a segura beijando-a.
— Será um grande prazer. — subimos novamente no pequeno elevador, dessa vez tomamos o caminho oposto. — Esse quarto pelo o que eu me lembro não está terminado! — comenta.
— Eu sei! — ao abrir a porta quase caio ao ver o ambiente que Victor criou. E por Deus... Era tudo impressionante.
O quarto não era um quarto, era um apartamento... Gigantesco. Lembra quando ele falou que o piso era de vidro? Ele só esqueceu de dizer que era uma piscina e que por cima dela era que vinha os móveis do quarto. Engulo em seco e acabo rindo ao olhar de lado e ver a cara de Travis
— Quer um paninho para não melar o chão? — ele sorri constrangido.
— Isso... — ele fica sem fala.
— Entendo você. — deixo um silêncio regado a muita admiração. — Desculpe por ter que te tirar do seus devaneios mais temos que colocar logo o meu plano em prática. — ele senta no que a de mais próximo.
— Sou todo ouvidos. — exatamente ele era todo ouvidos mesmo, porque os olhos vagavam por todo o local.
RICHARD.
Por um momento tive a vaga impressão de que tivéssemos saído do cabaré, porém... O som da música mesmo baixa continuava a nós seguir.
— Não precisa ter medo. Só quem vai tirar pedaço de você é a moça que o espera. — pelo o tom de voz dava para saber que essa Coca é Fanta. Preferi me manter calado. Saímos do elevador e caminhamos por um ou dois minutos. Ele bate na porta.
— Ma Chérie votre prince est arrivé!!!
Minha querida seu príncipe chegou. — avisa. — Venha mon cher mademoiselle Kelly o espera. — por um momento senti-me sendo transportado para o século XIX.
— Venha meu querido. — toma minha mão me levando para dentro. De onde? Não sei dizer pois essa venda é bem escura. — Estava com saudades suas “Meu querido”. — esse meu querido está me incomodando. Não sei por que!?
— Você tem me atrapalhado muito durante esse meio tempo em que não nos vimos. — confesso. Ela me senta em uma cadeira.
— Como eu posso tê-lo atrapalhado se nem nos vimos? — escuto seus passos e logo após sinto suas mãos mas minhas pernas amarrando meus pés um em cada perna da cadeira.
— Você esteve muito presente em meus pensamentos e minha noiva acabou descobrindo sobre você. — ela ficou em silêncio, enquanto passou a amarras minhas mãos.
— O que sua noiva disse? — seu tom estava estranho.
— Ela não se importa mais. Segundo ela... Ela não me ama! Só quer que se eu a trair ela também possa fazer o mesmo.
— Nada mais justo. — sorri com sua resposta. — E você pretende mesmo se casar? — ela se afasta.
— Sim. Sou um homem de palavra. Por mais que eu não queira e não saiba como é possível eu tenho sentimentos por vocês duas... Não sei dizer por qual das duas mais, mas eu tenho.
MARY.
As declarações do Richard estavam deixando-me enjoada. Eu pouco me importava se ele tinha sentimentos por mim ou não. Só estava concentrada em magoa-lo.
— Vamos mudar de assunto... As coisas aqui estão muito sérias para uma noite tão bela, não acha!? — faço sinal para que Travis se aproxime.
— Claro que sim. — percebo sua animação.
— Alguma vez já praticou voyerismo vossa alteza? — essa foi por pouco quase volto o meu tom de voz ao normal e com toda a certeza do mundo ele saberia que sou eu.
— Ainda não! — ele parece um pouco receoso.
— Pois fique sabendo que essa será a sua primeira vez. Alegri-se prometo que você vai gostar. — tiro a venda dele, ele pisca olhando para os lados, paro bem a sua frente. — Hoje você vai sentar e observar... — Zorro!!! — chamo Travis pelo apelido que escolhemos.
— O que significa isso? — a ira já tomava conta do seu ser.
— Isso é o que temos para hoje. Você, sentado, amarrado e só olhando enquanto outro homem me toca bem na sua frente e você não pode fazer nada.
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