O PREDADOR DA MONTANHA 3
Juliana acordou de súbito por causa da buzinada que Sebastião deu.
Ela olhou pela janela e viu seis grandes caminhões do exército passando à uma velocidade que estava longe de ser compatível com o tamanho da estrada.
— O que é isso?! - Perguntou Simone que estava no banco do passageiro ao lado de Sebastião.
Ela também estivera dormindo e acordara por causa da buzina.
— Caminhões do exército. - Explicou Sebastião. — Os filhos da puta acham que são donos da estrada.
E colocando a cabeça para fora:
— Sou eu que pago seus salários, seus pulhas!
Sebastião finalizou exibindo um gesto obsceno com o dedo médio da mão direita.
Para onde estarão indo à essa velocidade?- indagou Darlene tirando os fones dos ouvidos.
— Com certeza estão indo para a base militar. - Explicou Tiana.
— Base militar?!
—Tem uma base militar lá no topo da montanha.- Disse Felipe dando uma tragada daquelas em um baseado.
— Eu nunca ouvi falar sobre uma base militar.
— Poucas pessoas ouviram. Acho que a ideia é essa. É uma base secreta.
— E o que eles fazem lá? - inquiriu Simone.
— Não dá para saber.
— Eu ouvi algumas coisas à respeito.- Disse Sebastião.
Simone olhou para ele.
— O que você ouviu?
Todos o fitaram interessados.
— Dizem que eles fazem pesquisas sobre alienígenas.
— Ah, fala sério!
Felipe soltou fumaça no ar. Juliana tossiu e abriu a janela.
— Foi o que eu ouvi. - Sebastião apoiou o braço na janela.
— Se é uma base secreta- disse Juliana - então é impossível saber o que fazem lá, não é?
— Deve ter acontecido alguma coisa lá. - Ponderou Tiana.- Para eles terem passado nessa velocidade.
— Será que foi vazamento de algum gás tóxico? - sugeriu Darlene preocupada.
— Sabe o que eu acho? - Felipe assumiu uma expressão séria. Seu rosto parcialmente encoberto por fumaça de maconha.- Eu acho que é uma invasão. Estamos sendo invadidos por alienígenas.
Sebastião deu uma gargalhada.
—Merda cara. Essa droga está fritando o seu cérebro.
Ele ligou o rádio e aumentou o volume. O rock começou a rolar solto.
Aquela era uma viagem de curtição. Os seis passariam três dias no mato acampando. O objetivo principal era descer de reapel a cachoeira do diabo, que tinha quase duzentos metros de queda livre em um lugar paradisíaco.
Sebastião conhecia bem o lugar, que era frequentado principalmente por praticantes de rapel e outros esportes radicais como Montain bike.
A floresta era formada basicamente por um conjunto de quase cento e cinquenta trilhas que podiam levar você diretamente à cachoeira ou deixá-lo perdido em extenso labirinto.
Era o caso de alguns turistas desinformados e totalmente "cabaços" quando o assunto era trilha.
Muitos ficavam perdidos. O corpo de bombeiros das cidades na divisa com Minas Gerais, vivia fazendo resgates pela região.
Sebastião conhecia até mesmo casos fatais. As trilhas daquela floresta podiam ser perigosas e cachoeiras se você fosse "virgem" em trilhas.
Não era o caso de Sebastião. Ele não era um profissional em esportes radicais mas era experiente, e aquilo bastava
Ela já tinha descido a cachoeira diversas vezes e percorrido as trilhas tanto à pé quando de bike.
Ele era experiente, e experiência naquele lugar podia salvar sua vida.
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