O PREDADOR DA MONTANHA 2
BASE SECRETA DO GOVERNO. EM ALGUM LUGAR NA SERRA DA MANTIQUEIRA.
Era uma invasão. Olhando aqueles monitores era a única coisa que se podia deduzir. As imagens mostravam um objeto voador não identificado do tamanho de um campo de futebol voando diretamente para eles à uma velocidade superior a 1000 quilômetros por hora.
Ele pegou uma caneca fumegante de café preto e sentou-se. Estava trêmulo, um pouco do café entornou no chão.
— Ei Carlos.
— Sim senhor?
— Você tem mulher, não é?
— Sim senhor.
— E ela está grávida, não está?
— Está sim, senhor.
— Pois é o seguinte: dê o fora daqui. Pegue sua mulher e vá para bem longe.
— Tem certeza, senhor?
— É claro que sim. Vamos. Dê o fora daqui. É uma ordem.
Carlos levantou-se e saiu da sala.
Ele sentou-se no lugar de Carlos e suspirou. Viu o botão vermelho do alarme e abriu a pequena redoma de vidro que o envolvia.
Agora não tinha mais volta.
Durante quase um ano a pesquisa que estava sendo desenvolvida secretamente naquela base, consistia em fazer contato com seres de outros planetas. Ele nunca acreditara naquela coisa, achava que o governo estava gastando dinheiro à toa.
No quarto mês eles fizeram contato com uma força desconhecida que se comunicava por códigos estranhos. Especialistas foram chamados e levaram quarenta dias para decifrar duas palavras: invadir e destruir.
Agora não era mais com ele, deixaria o exército resolver a coisa da maneira que eles sabiam.
Ele apertou o botão de alerta e continuou a tomar seu café enquanto observava os monitores.
********
Carlos saiu em disparada por um vasto corredor e chamou o elevador. Ele estava aflito. Seu coração palpitava; precisava se apressar. O que estava para acontecer era algo desconhecido e grave. Todos eles iriam morrer, mas isso era uma coisa que não estava nos seus planos.
Ele pegaria sua mulher e daria o fora daquele lugar. Aquilo não era um problema seu e sim do governo. Deixaria o governo resolver seus problemas.
A porta do elevador se abriu, ele entrou e apertou o único botão que havia ali e que levava à superfície há dois quilômetros lá em cima.
*******
Uma bola de fogo enorme cruzou o céu e despencou sobre a floresta causando uma grande explosão.
A coisa foi se arrastando por quase um quilômetro floresta adentro levando tudo o que encontrava pela frente até parar.
Havia uma esfera fumegante no meio da floresta quando a coisa parou.
A coisa ficou ali, simplesmente pegando fogo. Aos poucos as chamas foram se apagando até que só restou a esfera, uma grande bola negra no meio da floresta.
E então, de repente, milhares de pontos negros começaram a sair da esfera e a voar.
Pareciam pequenos discos. Aos poucos a esfera começou a diminuir de tamanho. Um enorme enxame negro de coisas que pareciam pequenos discos se formou na floresta e começou a voar em direção à base secreta do governo.
*******
Darlene estava lavando louça quando ouviu a explosão.
Ela soube imediatamente que algo estava errado. A explosão foi bem perto e a deixou assustada.
Darlene foi até a sala e pegou o telefone com a intenção de ligar para Carlos, no entanto o telefone estava mudo.
Ela tentou o celular, mas não conseguiu.
A coisa a deixou ainda mais aflita. Alguma coisa estava acontecendo, mas ela não sabia o que era. Carlos podia estar em apuros.
Voltou à cozinha e ouviu o som da campainha.
Ela atravessou quase toda a casa e foi até a sala. A campainha tocou novamente.
— Já estou indo.
Darlene abriu a porta. Seus olhos saltaram da órbita, seu corpo começou a tremer. À sua frente estava um homem, mas ela não tinha certeza se era realmente um homem. Ele não tinha rosto, apenas uma sombra no lugar dele.
Darlene olhou para além do homem. Havia insetos por toda a parte, mas novamente Darlene não estava certa se aquilo eram realmente insetos. As coisas voavam e enegreciam o céu.
Ela olhou para o homem e uma luz acendeu-se no meio da cara dele. Darlene foi sugada para a escuridão do rosto do homem, e logo seu corpo deixou de existir.
*******
A porta do elevador se abriu e Carlos começou a correr. Um pandemônio se instalara na base. Homens armados corriam de um lado para o outro, vestidos dentro de macacões brancos de quarentena.
Carlos olhou para a floresta e viu uma cortina gigantesca de fumaça.
— Darlene.
Carlos começou a correr.
Quando chegou em casa estava completamente exausto.
Ele viu a porta da sala aberta e seu coração palpitou.
— Darlene!
Carlos correu para dentro.
Ele entrou em pânico olhando para as paredes. Uma espécie de fuligem negra crescia sobre elas. Havia um cheiro estranho, inexplicável no ar.
— Darlene! Onde você está?
Carlos vasculhou a casa e não encontrou Darlene. Ele começou a chorar, o pânico o dominou por completo. Uma parte de si não queria aceitar, mas ele sabia que o pior havia acontecido. Agora não restava mais nada. Tudo o que ele possuía de mais precioso na vida havia sido tirado de si.
Ele foi até a sala e pegou a chave do carro.
Ouviu um silvo estranho no ar.
Entrou no carro, deu a partida e saiu dirigindo para o norte.
A estrada ia até além da floresta. Lá em cima ela se tornava praticamente uma trilha. Do outro lado da colina havia uma fazenda abandonada.
Carlos costumava ir até lá de vez em quando para pescar no imenso lago que havia diante da sede da fazenda, uma casa de três andares.
A fazenda abandonada era a sua única saída. A estrada seguia por uns 50 quilômetros cortando a floresta até a divisa do estado.
Era a sua salvação. O que ele precisava era ficar o mais longe possível daquela base. Carlos acelerou entrando na estrada que levava até a fazenda abandonada. Até lá havia um caminho de pelo menos dez quilômetros.
Ele fez uma curva à direita e ouviu um silvo estranho.
Olhou para cima e viu uma nuvem negra entre as árvores.
Logo ele se viu envolto por aquela nuvem. Pareciam insetos, mas ele sabia que não eram.
Aquilo não pertencia à Terra. Vinha de um outro mundo. Um lugar desconhecido. Carlos parou o carro e viu uma sombra no meio da nuvem negra e convulsa. Parecia um homem, mas era maior e o rosto era oculto por uma escuridão sem fim.
A nuvem negra de coisas voadoras que se assemelhavam a insetos tornou-se ainda mais espeça.
Carlos se desesperou. Engatou ré e pisou no acelerador, mas uma força descomunal começou a puxar o carro para a frente.
O homem, ou seja, lá o que fosse aquilo, começou a caminhar em sua direção. Logo tudo o que havia era a escuridão e Carlos caiu dentro dela.
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro