5
No dia seguinte, Sebastião, Darlene, Juliana e Tiana desciam a cachoeira de rapel. A água caía em torrentes ao redor deles, criando uma névoa fina que os acompanhava durante toda a descida. Ao chegarem ao fim, observaram o ambiente em volta. Lá embaixo, a única opção era seguir pelo rio, que serpenteava pela floresta densa. Não havia caminho de volta.
— Não temos escolha — disse Sebastião. — Vamos descer o rio e sair na rodovia do outro lado, ao norte. É nossa única opção. Vamos construir uma jangada.
Com o trabalho em equipe, amarraram as cordas e galhos que encontraram e, em pouco tempo, a jangada estava pronta. Eles empurraram a estrutura para a água e embarcaram com cuidado.
O silêncio do rio os envolvia de maneira incômoda enquanto seguiam pelo curso d'água. As árvores altas à margem projetavam sombras escuras, e uma sensação de tensão pairava sobre o grupo.
— O que vocês acham que é essa coisa na floresta? — perguntou Juliana, quebrando o silêncio.
Ela nem sabia se existia mesmo alguma coisa. Até agora só contavam com a palavra de Sebastião e Felipe e Simone estavam desaparecidos. Mas ela mesmo não tinha visto nada.
— Seja lá o que for, não é humano — respondeu Sebastião, com a voz baixa, como se temesse ser ouvido por algo que estivesse próximo. — Eu não sei... — mas antes que pudesse completar, algo irrompeu na água ao lado da jangada.
Um som alto de água sendo cortada preencheu o ar, e eles se entreolharam, em estado de alerta. O rio, antes calmo, agora parecia esconder um perigo iminente.
— O que foi isso? — Tiana perguntou, o pânico crescendo em sua voz.
— Fiquem quietas — ordenou Sebastião, a expressão séria. — Algo está aqui.
De repente, uma lança atravessou a jangada de baixo para cima com força brutal. O impacto foi tão violento que atingiu Tiana, perfurando seu corpo. Ela soltou um grito abafado antes de ser arremessada para fora da jangada, caindo na água com um baque surdo.
— Tiana! — gritou Juliana, mas era tarde demais. O corpo de Tiana já estava submerso nas águas escuras.
O pânico tomou conta dos outros. Sebastião, Darlene e Juliana pularam na água, desesperados, nadando o mais rápido que podiam em direção à margem. Seus corações batiam descontroladamente, e cada braçada parecia insuficiente para escapar do terror invisível que os cercava.
Ao chegarem à margem, arfando, eles se viraram para o rio. Foi quando viram.
Uma figura sombria emergiu das águas, parecia um homem, vestindo roupas pretas que pareciam flutuar no ar. Mas seus movimentos não eram naturais. Seus olhos brilhavam em um tom inumano, e então, diante deles, a figura se desfez, transformando-se em uma névoa negra que se espalhou e desapareceu na floresta.
— Corram! — gritou Sebastião, os olhos arregalados de medo.
Sem hesitar, os três começaram a correr pela floresta densa, sentindo a presença da coisa se dissipar. O terror daquilo que os havia atacado permanecia em seus corações, alimentando a certeza de que estavam sendo caçados. Agora era uma certeza.
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