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Capítulo 1

Antes...

Chicago



     Seus olhos se voltaram para a notícia destacada em vermelho e como capa do jornal local: "DESAPARECIDA".

     Octávia ergueu seus cabelos para trás em movimento rápido, prendendo seus fios curtos e ondulados num coque que deixava a parte superior de suas madeixas presas, enquanto a parte baixa da nuca ostentava cachos vermelhos soltos.

     Ela também ajustou a gola alta da blusa numa tentativa falha de se sentir menos sufocada. Seus olhos percorreram rapidamente a sala, enquanto sua mente mergulhava em possibilidades sobre o que poderia ter realmente atraído a garota, causando tensão por todo o corpo.

     Era impossível não lembrar de sua irmã mais nova ao ler notícias relacionadas a assuntos como esse. Suas motivações para o novo emprego sempre foram muito claras: Octávia amava sua família mais do que tudo. Acreditava que estar no meio do jornalismo e por dentro dos acontecimentos era uma forma de proteção. Era como ser uma vigia, onde podia estar alerta para os acontecimentos e ajudar a população, tendo acesso mais aprofundado aos fatos.

     Folheou novamente o histórico de publicações dos noticiários. Surgimentos de acontecimentos estranhos rondavam a cidade sem muito esforço. A mulher desaparecida tinha 28 anos e era enfermeira. Não havia novidades no caso até o momento. Os pais, obviamente, estavam desesperados; afinal, já se passaram quatro dias.

     Octávia questionou mentalmente o motivo da demora em procurar a garota. Se fosse vítima de sequestro, por exemplo, cada dia que passava era uma chance a menos de encontrá-la com a vida.

     Ela suspirou, afastando-se dos jornais e voando pela sala para observar a vista da cidade.

     O escritório estava localizado em um prédio histórico cuidadosamente restaurado. O interior combinava elementos projetados clássicos com tecnologia de última geração. Grandes janelas de vitrais proporcionam uma vista panorâmica das ruas movimentadas do Loop, inundando o espaço com luz natural.

     As paredes exibem fotografias premiadas, reportagens antigas emolduradas e citações inspiradas por jornalistas renomados. Mesas de trabalho organizadas, equipadas com computadores de última geração, ocupavam o centro do escritório, enquanto cantos aconchegantes com sofás convidativos eram perfeitos para leitura e discussões em grupo.

     Octávia cruzou os braços enquanto encarava fixamente a vista panorâmica do bairro. Um casal parecia discutir sobre algum assunto. Ela manteve-se tempo demais observando os desconhecidos até que eles não estivessem mais visíveis em seu campo de visão. Um perfume invadiu suas narinas de forma atrevida, sem sua permissão.

     Virando o corpo com a naturalidade de uma bailarina, ela encarou Julia, que a observava com muito interesse, porém com um tom esnobe. Octávia já sabia que qualquer elogio vindo dos lábios de Julia vinha acompanhado de mentiras escorregadias, e que sem muito esforço ela mesma se contradizia.

— Está muito pensativa, Octávia. Não me diga que ainda está investigando os podres da cidade. — Julia esboçou um sorriso fraco, transbordando insatisfação pelo fato de Octávia ser notável. — Esse seu amor doentio por solucionar problemas que não são da sua área ainda vão levá-la ao fundo do poço. Sempre tão empenhada em salvar o mundo com suas notícias.

— Obrigada por sua preocupação, Julia. Mas não se trata de salvar o mundo. É sobre informar e proteger as pessoas. — Octávia sorriu com falsa esperança, ciente de que suas palavras estavam afetando Julia.

— Proteger as pessoas, é? — Julia sorriu com um ar de superioridade. — Bem, cada um tem sua forma de se sentir importante, não é? — Octávia apertou os lábios, desconfiança brilhando em seus olhos. Ela conhecia muito bem os jogos de palavras de Julia e sabia que essa conversa não levaria a lugar nenhum.

— Você está certa, Julia. — Octávia respondeu com calma, mas sua voz carregava tensão subentendida. — Cada um tem sua forma de sentir-se importante. E eu tenho a minha.

     Julia lançou-lhe um último sorriso antes de se afastar com uma risadinha sugestiva. Octávia suspirou, sentindo o alívio que a partida de Julia trazia. Voltou atenção  ao cenário da cidade naquele fim de tarde, lembrando-se novamente de sua motivação para estar ali.

     Era essa a motivação que a impulsionava a continuar, mesmo quando encontrava obstáculos e resistência. Octávia estava decidida a usar seu trabalho para fazer a diferença, mesmo que isso significasse desafiar as expectativas e lutar contra as vozes de descrença ao seu redor.





     Em uma sala de interrogatório, banhada por uma luz fria e impiedosa, Lawrence fixava seu olhar com intensidade nas reações físicas do interrogado. Cada movimento, cada tremor, cada piscar de olhos não passava despercebido. A tensão pairava no ar, palpável e elétrica.

O homem à sua frente, de quarenta anos de idade, gaguejava apressadamente em uma tentativa desesperada de justificar sua presença no lugar errado na hora errada. Suas palavras eram como fios finos de desculpas tecendo uma teia frágil, e Lawrence as observava meticulosamente, como um predador estudando sua presa.

Essa situação era irônica para Lawrence, despertando memórias de interrogatórios passados que ele preferia esquecer. Um desses interrogatórios, marcado por mentiras e máscaras, o levou a desvendar um enigma macabro de assassinato. O fato de ter sido ludibriado uma vez alimentava sua determinação de não ser enganado novamente.

A sala de interrogatório, com suas paredes nuas e inexpressivas, amplificava o som das palavras do homem, transformando-as em eco como um sussurro insistente em sua mente. Os olhos de Lawrence penetravam na fachada nervosa do interrogado, buscando o que havia por trás dela: medo, culpa ou talvez uma ponta de verdade que escapasse.

Enquanto o homem continuava sua dança de desculpas, Lawrence mantinha a compostura, sua expressão inabalável escondendo o turbilhão de pensamentos que o atormentavam. Ele sabia que cada palavra, cada gesto, o conduziria mais perto da verdade oculta sob camadas de mentiras.

A memória da última vez que confiou cegamente em alguém naquele ambiente sombrio ressoava em sua mente como um aviso silencioso. Ele estava determinado a não repetir o erro. Enquanto o relógio na parede prosseguia implacavelmente, Lawrence estava disposto a enfrentar a batalha mental que se desenrolava, sabendo que a verdade estava ali, ao alcance de suas perguntas perspicazes.

Quando o interrogatório chegou ao fim, Lawrence soltou um longo suspiro, demonstrando seu cansaço. Por um tempo, ele não se permitiu descansar, já que sua mente estava constantemente sendo arrastada para um passado não tão distante, do qual ele estava lutando para se recuperar.

Apesar de privar-se de uma vida pessoal digna, ele não conseguia evitar pensar em sua vida e nos eventos que a cercavam, mesmo que fossem do passado recente, há dois anos atrás. Ele foi trazido de volta ao presente com a voz de Jeremy.

Jeremy costumava ser um de seus assistentes em casos anteriores, mas desde que se mudou para outra cidade, depois de receber uma oferta irrecusável (afinal, quem recusaria trabalhar em Chicago?), Lawrence estava sozinho. Ele sabia que, apesar de todo o talento que Jeremy tinha, ele próprio nunca se mudaria para lá. Por enquanto ele tinha que se contentar com suas visitas algumas vezes, mas nada permanente.

— Você parece distante, tudo bem, cara? — Jeremy se aproximou, inclinando-se sobre o banco na área aberta frente à delegacia, enquanto observava a papelada no colo do amigo.

— Não tem sido fácil, essa vida de prender os vilões. Mas, acredite ou não, minha vida amorosa tem sido ainda mais complicada. — Lawrence foi tomado por memórias naquele momento.

— Ainda pensa neles? — Jeremy foi direto, não tentando suavizar o assunto. Evitando o contato visual em especial aquele segundo, Jeremy encarou a vista iluminada da cidade com frente à delegacia aquela noite.

— Estou feliz por eles, de verdade. Vamos mudar de assunto, isso tem me afundado em tristeza. — Lawrence passou a bagunçar os cabelos de Jeremy, que estava à sua frente.

— Quando quiser sair para uma balada e conhecer algumas garotas, saiba que estaremos aqui. — Jeremy riu, levando um tapa brincalhão no ombro dado por Lawrence.

— Talvez quando eu finalmente resolver este caso ridículo que me atribuíram. Estou me esforçando para não jogar toda essa papelada no primeiro bueiro que eu encontrar. — Lawrence levantou-se do banco, sentindo a brisa fria envolvendo-o rapidamente. — Me indica algum restaurante?

Jeremy estreitou os olhos, um sorriso simples se formou em seu rosto, e Lawrence já sabia o que viria a seguir. Eles eram amigos há muito tempo, e Lawrence compreendeu o significado por trás daqueles olhares e sorrisos.

Quando Jeremy estacionou o carro naquele bairro, Lawrence não conseguiu evitar franzir a testa ao perceber onde estavam.

— Tudo bem, me trouxe para o bairro Loop, e tenho certeza de que isso tem algo a ver com o restaurante que serve cachorros-quentes carregados com uma variedade de ingredientes, incluindo picles e pimenta. — Lawrence repetiu as palavras que Jeremy havia usado da última vez que estiveram ali, dois dias atrás, para ser mais específico.

— Duvido que você tenha coragem de dizer que não gostou. — Jeremy bateu à porta do carro depois de sair. Lawrence fez o mesmo do outro lado e ambos sorriram antes de entrar no local.

A poucos metros de distância, no mesmo estabelecimento, Octávia saboreava mais um pedaço de sua pizza estilo Chicago deep-dish, considerada um ícone local. Enquanto aguardava pacientemente sua irmã mais nova retornar, ela tinha uma suspeita de que, se ela demorasse mais, poderia não encontrar mais daquela iguaria. Afinal, Octávia simplesmente amava aquela pizza!

Embora estivesse aproveitando o prato favorito com entusiasmo, a sensação de inutilidade por não ter feito nada particularmente interessante no trabalho ao longo do dia a envolvia, empurrando-a para um caminho escuro e solitário.

Enquanto se esforçava para convencer-se de que estava fazendo o melhor que podia, Octávia balançou a cabeça numa tentativa de afastar esses pensamentos sombrios. Ela não queria ser tão dura consigo mesma, afinal, estava se esforçando ao máximo, e não devia se cobrar tanto.



A quase 22 km de Chicago, em Evanston, às 03:00 da madrugada, Jonas seguia sua rota noturna ao lado de Thomas, seu colega de trabalho. Ambos se dirigiam a um chamado noturno, e Jonas permanecia atento à direção durante toda a viagem, que durou cerca de 35 minutos, apesar de Thomas ter cochilado boa parte do trajeto.

Um animal não identificado cruzou abruptamente o caminho deles, levando Jonas a frear bruscamente. Seu reflexo rápido evitou um possível acidente, mas o susto fez Thomas soltar um grito, recebendo um olhar repreensivo de Jonas.

— Você é o melhor parceiro de viagem que alguém poderia ter. — Jonas abriu a porta do carro e acendeu a lanterna, iluminando a estrada escura.

— Ah, qual é, eu estava cansado. Experimenta só ter que perseguir um ladrão que faz parkour. O cara parecia um dublê de filme de ação. — Jonas cobriu a boca do amigo ao ouvir sons de galhos quebrando nas proximidades.

A brisa fria da madrugada se chocou contra seus corpos, criando uma sensação de inquietação. A escuridão da estrada e a sensação residual do susto eram suficientes para causar desconforto. Estranhamente, Jonas sentiu que estava sendo observado, e os pelos de seu corpo se arrepiaram.

Thomas, cuja boca havia sido coberta pelas mãos de Jonas, sentiu um arrepio repentino enquanto examinava a escuridão à sua volta. Ele acendeu sua lanterna, seguindo seu instinto, enquanto Jonas fazia o mesmo.

A sensação de ser observado envolveu Jonas de tal maneira que ele começou a examinar minuciosamente o local. A luz da lanterna varria o ambiente, e não muito longe, em uma área cercada por matagal, Jonas percebeu algo fora do comum.

Aproximando-se daquela área, ele notou partes de um corpo. O choque o fez cambalear para trás, sentindo o odor pungente invadir suas narinas. Thomas o seguiu, cobrindo o nariz logo em seguida.

— Que diabos é isso? O cheiro aqui está insuportável. — Thomas virou-se rapidamente, tentando escapar do odor.

— É um corpo, Thomas. É um corpo em avançado estado de decomposição. — Jonas aproximou-se novamente, observando mais de perto os dedos humanos cortados, desprovidos de unhas.

— Não precisa me dizer que é um corpo. — Thomas tossiu, sentindo náuseas com o odor mais forte.

— É o corpo de uma mulher, e ela foi assassinada.








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