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7 - Jet lag

A casa dos pais de Evelyn não era realmente uma casa, era uma mansão. Evelyn sendo a única filha menina e sendo a mais nova de sete irmãos era a princesa daquele magnífico castelo. A casa dos Braganças era grande e exuberante, mas aquela ali transcendera qualquer expectativa. Quando adentrou aquele enorme espaço, Sabrina sentiu-se perder naquela imensidão. A casa de seus pais parecia uma ninharia em comparação. Tudo era de um bom gosto incrível, obviamente aliada com "muita grana". Olhou uma mulher com corpo de modelo apanhando banhos de sol e sentiu que viajou para outra época do ano, mas então lembrou que as estações no Brasil não são como as de Portugal. A mulher sentiu o barulho e baixou os óculos de sol. Levantou-se com mais elegância que o necessário e caminhou até as duas adolescentes.

— A nossa convidada de honra, Sabrina Bragança. Não é? Querida, espero que te sintas em casa.

— Essa é a Deia — explicou Evelyn. — A minha madrasta.

Sabrina cumprimentou a mulher que parecia ter apenas uns dez anos a mais que ela. Ao ouvir o som de algo que caiu no chão, olhou, assim como Evelyn e Deia.

O sangue de Sabrina gelou ao ver aquele rosto, porque este lhe trazia memórias difíceis de apagar da mente e ainda mais difíceis do coração. E o que ele estaria fazendo em casa de Evelyn?

Os olhos de Deia arregalaram-se mal viram o objeto que estava irremediavelmente partido no chão.

Os olhos do jovem diante das três moças também se arregalaram perante Sabrina. Evelyn olhou de um para o outro. Percebeu que se passava alguma coisa ali. Era como se aqueles os dois se conhecem-se.

— Você partiu uma peça valiosíssima — disse Deia, contendo ao máximo o grito que quis se soltar de sua garganta.

— Desculpa, Deia, foi sem querer.

Ele estava falando com Deia, mas olhando para Sabrina e a sua madrasta nem se apercebeu,

— Vais explicar isso ao teu pai — disse Deia, e afastou-se, fazendo exercícios de respiração.

— O nível de controle dela é absolutamente incrível — constatou Evelyn, quando a sua madrasta já não podia ouvir.

Porém ninguém lhe respondeu. Sabrina e o seu irmão continuavam olhando um para o outro, tentando processar porque ambos se encontravam ali no mesmo lugar.

— Reparei que pintou um clima aqui — disse — Vocês conhecessem-se?

O jovem e Sabrina responderam em uníssono e demasiado rápido um não que pareceu demasiado agressivo ou desesperado.

— Então é melhor apresentar-vos, visto que não se conhecem.

Ambos estavam tão emaranhados em seus pensamentos, que nem notaram o sarcasmo no tom de voz de Evelyn.

— Sabrina, este é o meu irmão Caio. Esta é a Sabrina, uma colega do Colégio em Portugal. Pensei que soubesses que ela viesse viver connosco.

— Viver? — Caio quase gritou espantando.

— Sim, numa espécie de ano sabático. Pelo menos durante uns meses até julho ou agosto.

Caio então lembrou-se de ter escutado algo sobre uma amiga portuguesa de sua irmã caçula ir viver com eles, ele só nunca pensou que essa amiga fosse Sabrina, assim como Sabrina nunca nem imaginara que Caio era irmão de Sabrina. Porquê ele nunca lhe dissera nada?

— E tu, porque estás aqui em casa, pensei que estivesses em Portugal.

— Eu... — Caio engoliu em seco — Tive de vir. Estava com saudades, ué!

— Tiveste de vir? E o teu emprego na academia?

— Deram-me férias de Natal.

Evelyn estava desconfiada, porém aquela fora uma resposta bastante coerente, tendo em conta que até a escola estava terminando nesse mesmo dia o primeiro trimestre anual. A sua desconfiança assentava no fato do lábio inferior de Caio estar a tremer. Aquilo que não queria dizer obrigatoriamente que ele estava a mentir, porém significava num modo geral que ele não estava contando toda a verdade.

👣 👣 👣

As horas passaram como se fossem uma eternidade e Sabrina sentia que fugir não lhe adiantara muito. Afinal das contas algo que tinha a esconder de seu passado, viajara consigo e estava perto de si, apenas uns quartos ao lado. Estava a morrer de cansaço, então deitou-se logo a seguir o jantar. Estava com o jet-lag de Portugal. Como dormiu cedo, acordou igualmente cedo. Eram quase cinco horas da manhã quando despertou, para não dormir mais. Tinha descansado tudo, porém deixara-se estar na cama até a sua bexiga gritar por socorro. Felizmente o quarto onde estava era uma suíte. Correu até à casa-de-banho e esvaziou a bexiga de um só golpe. Demorou-se um pouco em frente ao espelho, olhando os seus olhos, o seu nariz, os seus lábios grossos e imaginou Soraia, igual em cada detalhe. Acordar sem a irmã gêmea proporcionara-lhe em poucos dias o hábito de petrificar diante de algum espelho, para ter a possibilidade de criar a ilusão de que Soraia ainda estava consigo.

Passou a cara por água, mesmo assim pensou em voltar para a cama e gastar o tempo olhando as redes sociais. Era cedo demais, toda a casa dormia... pelo menos isso era o que ela pensava.

Quando saiu da casa-de-banho, viu Caio deitado na sua cama. O ar ficou momentaneamente preso em sua garganta.

— Pensei que você tivesse fugido — disse Caio, em tom de provocação.

— E para onde iria? Não conheço mais ninguém sem ser a Evelyn.

— Me conhece a mim.

Sabrina baixou o rosto. À luz do candeeiro, Caio não tinha como saber qual fôra a sua expressão naquele momento.

— Tive saudades tuas, sabes?

Sabrina queria dizer que o sentimento era reciproco, mas sabia que era errado. Apenas se calou. Ela também tivera saudades dele, mas sabia que era errado nutrir sentimentos amorosos por um homem com mais de dez anos de diferença de si.

— Venha aqui — ele pediu.

E ela simplesmente foi, como se não tivesse escolha. Sequer argumentou.

No momento que as mãos dele puderam alcançar a cintura dela, Caio não hesitou a puxar para cima de si na cama. Beijou-a fugazmente apesar da resistência da adolescente e Sabrina simplesmente acabou por ceder, cansada de resistir àqueles braços fortes e à sua própria vontade de se entregar.

Os beijos, os amassos, as mordidas transformaram-se em algo muito mais intenso por baixo dos lençóis.

Aquilo que Sabrina sempre desejara, mas tanto temera, acabara de acontecer, enfim. Apesar de tudo que ela tivera com Caio, eles nunca haviam ido tão longe até então.

Logo após uma sensação enorme de prazer, não conseguiu deixar de se sentir culpada, como se tivesse acabado de falhar a uma promessa que tinha com a sua irmã. As duas contariam uma à outra sobre a primeira vez de cada uma, porém, não haveria mais primeira vez para Soraia. E ela não tinha como lhe contar.

👣 👣

Apesar de já ter viajado há seis dias para a sua casa no Brasil, Evelyn ainda estava com o sono trocado devido ao jet lag, mas não só. Porém preferia dizer que o problema era esse.

Evelyn era como um poço de mistérios, ninguém a conhecia bem demais, nem os seus irmãos, nem o seu pai e nem mesmo a sua falecida mãe, ela sentia-se mais segura quando podia ver o mundo como ele é, mas o mundo não a poderia ver do mesmo jeito.

Aprendera há muito tempo que quando estás visível para o mundo, tornas-te vulnerável. E ela não era vulnerável em nenhuma circunstância.

Tentara ler um livro, porém não conseguia concentra-se e na verdade já se arrependera de o comprar no aeroporto, fizera uma péssima escolha, não era o que ela pensava. Estava à espera de um thriller, mas caíra num romance adolescente.

Pensou em ir à biblioteca da mansão, não necessariamente para ler, talvez apenas para deitar no sofá a olhar o teto ou para ver o piano, ainda não o vira desde que chegara de Portugal.

Estava a ir quando percebeu um de seus irmãos entrar no quarto de hospedes onde Sabrina se encontrava.

As luzes do corredor estavam apagadas, não gostava de acender as luzes, era chamada de gata parda pela família por isso.

Pensou ver Maicon pela postura e talvez porque ele de vez em quando entrava naquele quarto para dormir em paz. No seu quarto ouvia um pouco da guitarra de Cléber a horas tardias. Mas Cléber nunca tocaria às cinco da manhã, até porque essa não era uma hora tardia e sim madrugadora.

Perguntou-se um primeiro momento se Maicon esquecera que Sabrina estava dormindo ali. Pensou que o veria sair, mas não viu, mesmo depois de esperar alguns minutos escondida na escuridão do corredor.

Seguiu na mesma para a biblioteca, pensativa, estranhando o seu irmão, aquele que ela pensara ver, entrar no quarto da amiga e quando chegou ao pé do piano de cauda, abriu a caixa e tirou de lá de dentro uma pen-drive. Suspirou de alívio por constatar que ainda estava ali.

"Ufa... continuas no mesmo lugar", pensou.

Por uns momentos guardou a pen-drive na mão como se a sua vida dependesse disso, deitada no sofá de descanso, depois foi para o seu quarto e colocou a pen-drive em seu computador onde abriu os ficheiros e percebeu que cada pasta estava intacta.

Clicou então na pasta que tinha o nome Bruna Góis.

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