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6 - Desconexão mortal

Uma fotografia de Bruna Góis em formato de poster estava bem na frente do auditório do Colégio Lobo de Matos. Violeta ficou a olhar para aquela foto como se esta lhe fosse dar respostas. Ela nunca havia reparado na garota quando ela era viva, mas começava a pensar que talvez tivesse perdido a oportunidade de conhecer uma pessoa incrível. Aqueles olhos azúis oceano de Bruna eram bastante expressivos e aquele sorriso era contagiante. Deu por si sorrindo de volta para a foto. Só percebeu que estava sorrindo porque Margarida a olhava de uma forma bem esquisita ao seu lado.

— Está tudo bem, Violeta? O meu pai vem, sabes? Ele era o dentista dela.

Violeta olhou para os dentes de Bruna. Eles eram impecáveis.

— Ela usou aparelho — constatou Margarida, como se tivesse lido os seus pensamentos — É por isso ela tem os dentes tão direitinhos. O meu pai é o melhor naquilo que faz.

Violeta não queria ter de dizer nada a respeito do pai de Margarida. Não que ela desgostasse do homem, mas era extremamente desconfortável ter de mencioná-lo, sobretudo depois de o ver só de cuecas andando por a sua casa.

— Bem que nós podíamos ser irmãs — disse Margarida.

Violeta não tirou os olhos da fotografia. Não queria olhar Margarida, não queria ter de falar nada, mas no fundo ela sabia que alguma bomba ainda havia de explodir bem no seu colo. Conseguiu não soube bem como despistar Margarida daquele assunto. Ambas se sentaram nuns bancos do auditório.

Quando Rúben entrou no auditório procurou Violeta com o olhar. Encontrou-a bem no meio do auditório sentada ao lado de Margarida. Ainda tinha vários lugares vagos do lado de Violeta. Despachou-se da maneira mais discreta possível até Violeta. Sentou-se ao lado dela e percebeu a presença de um adulto aparecendo do lado de Violeta. O homem em questão abraçou Margarida e fez questão de cumprimentar Violeta, porém esta não pareceu muito à vontade.

Mais uma vez Rúben perguntou-se se Violeta teria noção de sua transparência. Conseguia ler nela como num livro aberto. Por alguma razão aquele homem que tinha a certeza que era o pai de Margarida a colocava desconfortável. Gostava de saber o porquê.

A mãe de Bruna, de olhos em lágrimas, subiu o palco baixo do auditório e pronunciou seus lamentos, manifestou a sua dor de uma forma tão plena que Violeta deixou escapar algumas lágrimas. Ela não era a única.

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Algures no auditório Rosângela sentada ao lado de Jéssica tentava esconder as suas próprias lágrimas. Não saberia explicar que tipo de dor era aquela. Não eram mais amigas há um bom tempo, mas ela sempre gostara de Bruna, se não fosse por... Não queria pensar nisso.

Jéssica olhou para Rosângela desconfiada.

— Está tudo bem, Rosi?

Aquela era a maneira carinhosa de as amigas chamarem Rosângela, Bruna também a chamava assim. Não teve como não lembrar da voz de Bruna naquele momento, chamando-a de Rosi. Ela era tão carinhosa sempre. Sempre tão amável, tão prestável, tão autêntica. Como não invejar toda aquela personalidade carismática que era capaz de tomar conta de um auditório inteiro, viva ou morta?

Rosângela realmente lamentava a rutura da amizade das duas, mas tomou de novo consciência do porquê quando os olhos de Lurdes, a mãe de Bruna e Rosângela se cruzaram com os seus. A severidade daquele olhar fez o seu corpo gelar.

—... a Bruna sempre foi uma boa menina, mesmo se teve alguns percalços na adolescência dela, mas eu sei que a culpa não foi dela... — dizia Lurdes.

Para Rosângela estava bem claro o que Lurdes queria dizer com aquilo. Era um ataque direto a si. Não sabia se sentia raiva ou medo daquela mulher. Ela era uma pessoa amável consigo até... até acontecer aquilo que nunca devia ter acontecido. Onde estava com a cabeça? Lurdes tinha razão, Bruna não tivera culpa, ela tivera... Até aquele dia não entendia o porquê de tanta coisa!

Os seus olhos passaram pelo auditório e viu Violeta que cruzou os olhos consigo. Não tinha como não reparar que esta era a segunda vez que isto acontecia. Era como se Violeta soubesse. Será que ela sabia? Será que ela era... igual a si?

As duas tinham os olhos vermelhos e lágrimas nos cantos dos olhos. Não... de uma coisa Rosângela tinha a certeza, Violeta não era uma assassina, talvez uma vítima, mas não uma assassina. Sempre invejara um pouco aquela garota. Violeta tentava ser invisível o tempo todo, o oposto de si, mas ela podia ser ela mesma, e ela era. Não era uma pessoa que brilhava, mas ela sabia disso, ela desejava isso. Rosângela por outro lado precisava o tempo todo de colocar uma máscara e ser o que as pessoas queriam e esperavam que ela fosse. Apenas Evelyn havia descoberto o seu segredo e torcia por tudo que ela não a expusesse. Evelyn não entendia porque tinha de ser segredo, daí o seu medo, mas estava tudo bem, estava...

Aquela é... a Sabrina?

As palavras de Lurdes, mãe de Bruna Góias já haviam terminado, precisamente quando pelo portão do auditório entrou Sabrina, com galhos nos cabelos, sangue na testa e completamente desorientada. Os seus olhos azuis pareciam mais abertos que nunca e teve pessoas que deram um grito, pois num primeiro momento acreditaram estar vendo Soraia retornando do mundo dos mortos. O seu cabelo loiro estava igualmente um pouco sujo de sangue. Era nítido que ela estava desorientada e muito assustada.

— A Soraia? Onde está a minha irmã? Rosi, onde ela está?

Foi então que Rosângela finalmente deixou-se derrubar.

— Sabrina...

— Ela está morta, não é? Aquela assassina também matou a minha irmã.

Violeta soube na hora que Sabrina estava falando de si. Rúben pegou na sua mão, dando apoio. Violeta sentiu as tais borboletas, mas ao mesmo tempo sentiu medo.

No fundo do auditório viu os inspetores começando a tomar conta da situação sem falar muito. O pastor alemão estava com eles. O mesmo começou a farejar Sabrina dos pés à cabeça.

— Podem prosseguir — disse Sancho, o inspetor — A gente vai tomar conta desta aluna.

Porém não importava o que o inspetor dizia, mais ninguém iria conseguir concentrar-se cem por cento ali naquele velório, estava muita coisa acontecendo. E claro, havia aquela pergunta que não queria calar:

O que acontecera a Sabrina?

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Talvez a coisa mais mágica à qual o humano tem acesso no mundo real é essa conexão inexplicável entre irmãos gêmeos, por isso as pessoas se apaixonam tanto por este fenómeno praticamente sobrenatural.

Sabrina sentira que perdera uma parte de si. Sem que ninguém lhe dissesse ela já sabia, com medo e com esperanças de que fosse mentira, mas ela sabia, bem no fundo ela sabia que Soraia estava morta. Ela sentia com todo o seu ser.

Ela não sabia do seu telemóvel. Os seus pais já lhe haviam ligado mil vezes, pensaram até que estava morta como a irmã. E Sabrina estava, ela estava morta por dentro. Uma grande parte de si morrera. Tinha sangue por todas as paredes de sua essência. Tinha desespero por todos os cantos de sua alma. Tinha um abismo infinito em todo o seu corpo naquele momento.

Sabrina contou aos inspetores tudo o que se passara até ao momento atual. Não tinha muito a dizer.

As suspeitas ainda recaíam apenas numa pessoa, cujas pontas do cabelo eram pintadas de roxo... Violeta. Não havia mais nomes, não havia um fio de novelo o qual pudessem desenrolar. Áurea sabia que algures havia um fio por onde pegar, mas simplesmente não estava achando.

Depois de muito tempo vendo a garota loira de olhos azuis chorar, Áurea enfim encontrou um momento de lucidez e calmaria que lhe deu abertura para fazer perguntas a Sabrina. Era de fato uma situação delicada, mas perguntas precisavam ser feitas.

— Tu eras amiga da Bruna? — perguntou Áurea — Isto não é um interrogatório.

— Não, eu sei quem ela era, toda a gente sabia, mas eu não era amiga dela.

— E alguma das tuas amigas era amiga dela? A tua irmã talvez?

— Não, todas as amigas da Soraia são minhas amigas. Não havia segredos entre nós as duas. E sobre a Jéssica e a Rosângela também não me parece...

Ficou um pouco em silêncio, pois lembrou-se da expressão que Rosângela fizera quando soube da morte de Bruna. Parecia em choque, como se conhecesse Bruna mais do que aparentava, mas Sabrina não sabia nada sobre isso. Rosângela nunca citara tão pouco o nome de Bruna em nenhuma conversa.

— No que estás a pensar? — perguntou Áurea.

— Só algo que me lembrei, mas talvez...

Antes que ela continuasse, a própria inspetora disse que iria perguntar às mesmas.

A mãe das gêmeas abraçava a filha com força, provavelmente com medo de perder aquela filha também.

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Sabrina Bragança, atualmente a única herdeira de um património estimado em setenta milhões de euros não apareceu no dia a seguir na escola. E quatro dias depois encontrava-se num jato privado com passagem só de ida para o Brasil. O bom de ser milionária era que isso lhe podia proporcionar a comodidade de ir para outro país, para outra escola e nunca mais voltar ao lugar que lhe roubou uma parte de si. E ter a casa de Evelyn para ficar também ajudava muito naquele momento. Ela iria-lhe dar forças para suportar aquela dor atroz. Evelyn sempre fôra diferente de suas outras amigas, ela parecia mais livre, mais mente aberta e o que mais intrigava Sabrina é que Evelyn sempre era aquela que sabia segredos sobre toda a gente. Talvez por isso ela tivesse viajado de vez para o Brasil aquando da morte de Bruna. Afinal das contas, será que Evelyn tinha respostas para a morte de Bruna e para a morte de Soraia? Será que estava nela o fio de novelo que os inspetores precisavam desenrolar?

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