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4 - Ervas daninhas

As primeiras horas de aulas pareceram uma eternidade. Violeta ansiava pela pausa de almoço, estava sedenta de informação. Não planeara nada, apenas queria ver Rosângela, estudar as suas expressões faciais, será que ela não deitara uma lágrima sequer pela morte de Bruna? Quando a vira de manhã, Rosângela parecia assustada, mas não triste.

Rúben deu um encontrão em si com a mochila sem querer.

— Desculpa, Violeta. Queres companhia ao almoço?

E o redemoinho de borboletas bateu as asas com a força toda dentro de seu estômago. Será que ele não imaginava nem um pouco o que Violeta sentia por ele?

Violeta travou durante alguns segundos até responder.

— Sim, claro. Claro que podes.

Rúben sempre falara consigo, mas parecia estar bem mais próximo depois de a escola em peso a olhar assustada.

— Não te importas de ser visto comigo? — perguntou Violeta.

— Estás a brincar? Claro que não, pelo contrário. As pessoas respeitam o que temem.

Violeta o olhou pensativa.

— Não concordo.

Os dois seguiram até à cantina. A comida cheirava bem. Pelo jeito era dia de batatas fritas. Talvez fosse para dar um breve alívio ao peso que caíra sobre o colégio no dia anterior. Carne estufada com ervilhas, salada... A comida na cantina do colégio raramente não era algo apreciável. Afinal das contas era um colégio particular, fazer comida boa era uma obrigatoriedade.

O caminho até à mesa parecia se abrir à passagem de Violeta, que nem o rio Nilo se abrira para a passagem dos hebreus.

Violeta e Rúben sentaram-se numa mesa vazia.

— Todos estão com medo de mim — disse Violeta.

— Eu não — disse Rúben — É interessante estar do lado de cá vendo os olhares hostis. Viste como as senhoras da cantina te trataram?

— Eu vi!

E fôra bastante incômodo.

Não muito longe viu Rosângela sentar-se com as suas amigas, duas gêmeas e outra moça que se destacava por o seu sinal bem no meio da testa, ele conferia-lhe um aspeto um pouco indiano.

Violeta olhou tanto para aquele grupo, que Rúben também olhou, tentando desvendar qual seria a curiosidade da sua colega.

— Interesse nas populares da escola? — perguntou o Rúben.

— Talvez — respondeu Violeta — Achas que elas conheciam a Bruna?

O olhar de Rúben parou um pouco no olhar de Violeta.

— Acho que não tem nada a ver. A Rosângela sempre deixou claro que não se dá com pessoal baixa renda.

Violeta ficou pensativa, Rosângela teria por um acaso ficado rica após receber a bolsa de estudos? Pois era de conhecimento geral e bastante óbvio que as bolsas de estudo só eram oferecidas a quem não podia pagar o valor daquele colégio.

O sistema de bolsas de estudo do Colégio Lobo de Matos, por ser ensino secundário e não faculdade era deveras interessante, mas essa premissa de bolsistas de geral com certeza se aplicava. Pessoas ricas raramente ganhavam bolsa, pelo simples fato que não seria justo com outros alunos que não têm posses. Então das duas uma: ou de fato Rosângela ficara rica depois de ganhar a bolsa, ou fazia-se passar por rica e negava a própria classe social por vergonha. Violeta pensava que esse cliché de filme de adolescentes psicopatas já não existia... não na vida real.

Olhou mais uma vez para cada uma delas. Nenhuma delas sorria. Uma das gêmeas falava e as outras escutavam. Os olhos de Rosângela pareciam um tanto vermelhos, mas Violeta não poderia jurar. E acabava de se aperceber que realmente andava demasiado fechada na própria solidão, a ponto de não saber o nome das outras populares. Sabia o nome de Rosângela apenas porque de fato ela era uma espécie de celebridade no colégio, do tipo não muito acessível, toda a gente sabia o nome dela e toda a gente a tinha como a mais Vip da escola. Era completamente surpreendente ela fazer parte dos bolsitas.

— Como as gêmeas se chamam? — perguntou Violeta.

— Soraia e Sabrina. Não me perguntes qual é qual?

— E a outra da pinta?

— Jéssica, é filha daquela cirurgiã plástica que de vez em quando aparece na televisão.

— A Elisete Castela?

— Essa mesmo.

Violeta olhou a garota atenta.

— E não é que ela é mesmo parecida com a mãe? Eu tinha na ideia de que havia mais uma.

— Deves estar a falar da Evelyn. Também não sei.

— Rúben, tu és bem informado.

— Nem por isso, Violeta. É só que o nome delas roda a escola, tu só não ouves porque estás sempre com a cara num livro, ou com os auscultadores nos ouvidos. Tu não conheces o mundo aqui fora porque vives trancafiada no teu próprio mundo aí dentro. Quem sabia sempre tudo era o Cristiano.

— Sim, nossa, acho que ele foi para o curso perfeito — constatou Violeta — Eu não iria gostar de ser jornalista, falar com as pessoas... mmm...

— O que queres seguir, Violeta?

Antes de responder Violeta parou, porque talvez aquilo a fosse fazer parecer mais suspeita.

— Então, Violeta?

— Eu gostava de ser perita forense.

— Sério? — perguntou o Rúben. Pensou em várias coisas inconvenientes para dizer, coisas essas que incluíam Bruna. Decidiu que para seu próprio bem não deveria dizer mais nada, mas sem dúvida o seu fascínio por Violeta acabava de aumentar.

👣 👣 👣

Filomena vasculhara o quarto da filha por inteiro, mas não encontrara um diário sequer. Ela já lera os diários de Violeta várias vezes, sabia os vários esconderijos, mas agora não havia mais nada em lado nenhum. Aquilo a frustrou tanto que ligou para Carlos que estava no trabalho àquelas horas, porém ele explicou sem delongas que não podia falar naquele momento. Olhou os outros números em sua lista. O Rui não era uma opção, era ele quem ligava para ela, ele era bastante atarefado no seu consultório dentário. A sua irmã talvez... sim, decerto Rosário estava livre naquele momento.

Ao terceiro toque Rosário atendeu. Rapidamente conseguiu trazer numa conversa de irmãs o assunto Violeta, até porque a notícia de um assassinato num colégio em Coimbra já tinha sido notícia televisiva. Filomena não mediu palavras para contar que Violeta era a suspeita principal, dando um cenário bastante negro a toda a história e foi então que surgiu a conversa dos diários. Ela precisava de dividir aquela frustração com alguém.

— Procurei algum diário dela, ela sempre tinha diários, lembras?

— Claro que sim.

— Mas não encontrei. Eu sei que é feio, mas eu só queria saber se a minha filha fez asneiras. Ainda vai parar à prisão.

— Calma, irmã. Devias conhecer a tua filha, ela nunca mataria ninguém.

— Nunca ninguém pode pensar que conhece outra pessoa e ela para fazer os diários desaparecer é porque tem algo a esconder. Quem não deve, não teme.

Do outro lado da linha Rosário tancou aquela frase como um murro em seu estômago. E então, pela primeira vez desde aquela conversa, duvidou da sua sobrinha. E eis que a semente da suspeita sobre Violeta tinha sido plantada com sucesso na cabeça de sua irmã.

Não tardou a que toda a família soubesse que Violeta era uma suspeita de assassinato. Foi bem antes do primeiro toque da tarde que a sua avó lhe ligou com a conversa mais dolorosa que alguma vez tivera com a sua avó. Para piorar, o fato de ter que desligar o telemóvel para entrar na sala, só fez com que Virgínia ficasse mais desconfiada de alguma culpa da neta. E essa era só a sua primeira chamada. A partir dali tudo ía ficar pior para Violeta. Muito pior.

👣 👣 👣

— Isso é o que faz essas ideias de tratares dos mortos... — resmungava Virgínia ao telemóvel.

— Não é nada disso, avó. Perícia criminal não é tratar mortos.

— Nem quero saber, vale mais ires à polícia assumires, a pena será menor, minha neta. Temos que lidar com as consequências dos nossos atos.

— Mas eu não fiz nada, avó. Eu só tive azar de ser eu a encontrar a Bruna.

— Portanto tu conheces a garota. Disseste aos policiais que não conhecias.

— Mas eu não...

Não valia a pena. A sua avó já tinha sido envenenada e ela sabia como funcionava. Já conhecia o sistema de cor. Não importava o que ela fosse dizer, a sua avó iria continuar achando o mesmo de antes. Ela poderia explicar mil vezes a mesma coisa e ainda assim seria a mesma coisa que falar para as paredes, só iria gastar energia, se estressar para no fim isso não dar em nada.

Ela sabia que a sua avó Virgínia não desgostava dela, mas era demasiado influenciável pela sua mãe. Por vezes era admirável a influência que Filomena tinha sobre a própria mãe, era uma influência que se sobrepunha a qualquer outra voz, a qualquer outra versão.

Entrou naquele momento no seu quarto e ele não estava desarrumado, porém dava para perceber que algumas coisas não estavam exatamente no mesmo lugar. Ainda no telemóvel com a sua avó, começou a olhar a sua pequena biblioteca, com alguns livros em posições que nunca os colocaria. A sua cama estava mais arrumada que o costume, a sua secretária também estava mais arrumada que o normal. A sua mãe tinha uma compulsão por organização, quase que conseguia perceber seus rastros invisíveis em suas coisas. Afinal do que Filomena andara à procura no seu quarto, a que tanto ela chamava de caverna, antro e outras coisas mais, as quais não eram muito agradáveis?

Foi então que em sua conversa desenfreada, a sua avó falou-lhe aquela frase que fez luz em seu espírito.

"Até escondes-te os teus diários. Minha neta, quem não deve não teme."

Ela não tinha escondido os seus diários, na verdade ela tinha queimado todos eles uns três meses antes, quando confirmou enfim que a sua mãe os lia. Uma invasão de privacidade praticada provavelmente mais vezes do que ela imaginava. Filomena lia os seus diários e a atacava com os seus próprios pensamentos em meio a discussões. Aqueles ataques pareciam agradar a sua mãe além do normal.

— Avó, eu não escondi os meus diários, eu deixei de os ter já faz uns três meses porque a minha mãe os lia.

— Violeta, a tua mãe não iria fazer isso a menos que tivesse preocupada contigo.

— Claro, avó, a minha mãe preocupa-se tanto que lhe foi contar que eu assassinei alguém. Desculpe, vou ter de desligar, o meu pai está a ligar para mim.

E assim se encerrou aquela chamada que colocara Violeta num estado de estresse que nem a própria morte de Bruna a colocara.

Ninguém estava ligando, ela só queria ter uma boa desculpa para não ter de ser mal-educada ao ponto de desligar o telemóvel na cara da sua avó, no entanto viu percebeu uma notificação na parte de cima do seu telemóvel. Era um pedido de amizade de Rúben e de... Soraia? Soraia Bragança?

Abriu a imagem e era uma das gêmeas amigas de Rosângela. Que estranho! Mal-aceitou o pedido de amizade recebeu uma mensagem.

"Eras tu!"

Era a única coisa que a mensagem dizia.

Violeta perguntou do que ela estava a falar, mas a única resposta foram três emojis de pegadas.

Rastros? O que Soraia queria dizer com aquilo?

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