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3 - Redes sociais

Quando conhecera Cristiano dois anos antes, Solange não pensara que aquilo iria desencadear num namoro, mas eis que estavam juntos e felizes. E logo ela que por instantes pensara que o inspetor Cruz a olhava de um jeito diferente, como se sentisse ciúmes de si e até de Cristiano na época em que tinha feito trabalho de espiã no colégio Lobo de Matos. Mas ela não era Áurea, não se podia dar ao luxo de se apaixonar por outro inspetor, ainda por cima fazendo parte da mesma equipa. Seria antiético.

Desde a época, Telmo ficara bem mais calmo consigo e deixara de ser tão impertinente, porém Solange lembrou-se da época em que haviam sido como gato e cão quando Telmo olhou o seu telemóvel e disse:

— Tu fazes parte da polícia, não podes partilhar informações com um jornalista.

Solange deu uma pequena gargalhada.

— Ah, Telmo, primeiramente eu nunca diria algo confidencial da polícia a quem quer que seja, segundo que o Cristiano está na faculdade a estudar jornalismo, ainda não é jornalista.

— Mas ele trabalha no jornal.

— É só um estágio de três meses. E tu sabes o que os estagiários fazem lá, n'é? Não são levados a sério, infelizmente.

— Isso é uma queixa, estagiária?

— Já não sou estagiária.

Áurea chegou ao pé dos dois e deu um murro na secretária que agora pertencia a Solange.

— Ei, vocês dois, pensei que essas brigas já tivessem parado. E Solange, o Telmo tem razões para te chamar a atenção? Eu sei que tu namoras com esse rapaz, mas mesmo ele sendo estagiário, faz atenção!

— Não te preocupes, Áurea. Eu só informei o Cristiano sobre o velório e o funeral da Bruna Góis.

— Certo, de fato essa não é uma informação que pertença à nossa confidencialidade.

No quadro preto da sala tinha a fotografia de Bruna Góis bem no centro e apenas uma seta que levava a uma fotografia de Violeta Dias. Eles só tinham isso.

— O que encontraste nas redes sociais dela, Telmo? — perguntou Áurea.

— Ela é sem dúvida uma daquelas adolescentes bem ativa nas redes sociais. São dançinhas no Tiktok, lives no Instagram, Facebook. No entanto não encontrei nada que pudesse parecer uma ameaça. As pessoas parecem adorá-la, mas ainda tenho muito para ver. Ela tem imensos seguidores nas redes sociais. As fotos e os vídeos têm imensos comentários. É muita coisa.

— E na escola? — perguntou Áurea — Solange? Tu ainda tens lá amizades lá?

— Não me vais pedir novamente que eu sirva de espiã, pois não? Já não ía colar — disse Solange de olhos arregalados.

— Na verdade até que colava, parece que tens quatorze anos — disse Telmo.

Dito isto, Solange deu um safanão em Telmo.

— Telmo, podes parar de provocar? O que se passa contigo?

Sancho que estivera quase toda a manhã calado deu uma tossidela forçada. Ele tinha a sua teoria quanto a Telmo e a sua irritação e era quase tão forte quanto a sua suspeita sobre Violeta. Para ele aquele crime hediondo não tinha trinta soluções, estava simples demais. A filha do promotor público não gostava de Bruna Góis por alguma razão e por isso matara a colega. O seu faro já estivera mais apurado.

Dumas, o pastor alemão que adotara há dois anos, dormia ao seu lado.

— Será que ninguém reparou nas semelhanças delas? — perguntou Solange olhando as fotos — Vejam! Os olhos têm praticamente o mesmo tom de azul, o cabelo é preto e a pele muito clara. Podiam ser parentes. Mas não, elas não são, já averiguei isso. Foi apenas algo que pensei quando o Sancho colou a foto das duas aí.

— Na verdade também percebi a semelhança — constatou Áurea — Mas tem tanta gente parecida por aí, não é algo tão estranho.

— Consegui enfim acessar o Facebook da moça — avisou Telmo.

Ele referia-se ao fato de ter invadido, era a sua especialidade: invadir redes sociais de outras pessoas e não só.

— Gente, ela realmente tinha uma vida social mais ativa que a minha alguma vez foi. Acho que estou com inveja.

Usando o projétil, Telmo afixou na parede branca a tela do seu computador. Podiam ver imensa pessoa com quem Bruna escrevia no Messenger. Os pedidos de amizade que estavam pendentes e agora as várias pessoas que estavam escrevendo palavras de pena, dor e despedida no seu mural.

— Vai nos amigos dela! — Mandou Sancho — Vê se ela tem a Violeta como amiga.

Telmo assim o fez. Não encontrou Violeta, porém quando procurou Violeta no motor de busca, esta apareceu bem no início das hipóteses dadas. E todos olharam com espanto para a tela onde dizia que aquele perfil tinha sido feito na noite anterior. O que diabo aquilo queria dizer?

Não demorou muito para descobrir que Violeta tinha feito conta Tiktok e Instagram na mesma noite na véspera.

— Normalmente os suspeitos apagam as contas que têm, não fazem contas — constatou Solange.

— Fato — confirmou Áurea. — Não faz muito sentido. Será que ela apagou contas antigas? Ou ela não tinha redes sociais?

— Qual é o adolescente hoje em dia que não tem redes sociais? — perguntou Sancho de forma retórica.

Áurea deu uma olhadela de canto para o seu noivo.

— Talvez um adolescente tímido. Eu falei-te ontem sobre isso, Sancho, esta moça parece ser muito fechada no mundo dela.

— Ela só estava fechada porque estava encurralada. Ela sabe que é a única suspeita e sabe que é uma assassina. Não entendo porque não a prendemos ontem.

— Sancho, não existe provas contra ela e a Laura já liberou todas as análises necessárias. Nem sequer temos a arma do crime. Vimos o cacifo da Violeta, a casa-de-banho também foi analisada de cabo a rabo e nada.

— E ela fazer redes sociais ontem à noite?

— Sim, aqui temos um enigma, porém o meu instinto diz-me que não tem nada a ver com comportamento de assassina. Ela não me pareceu uma assassina.

— Isso é porque tu és muito mole, Áurea, não sei porquê tu gostaste da miúda. Não entendo isso até agora. Ela é só uma menina rica, filha de um promotor público que acha que se vai dar bem por isso. Os riquinhos são sempre assim, eles cometem um crime e depois tem um familiar que corrompe um juíz, metem na cadeia um coitado qualquer e eles ficam ilesos.

Um silêncio constrangedor abateu-se sobre eles. Todos se lembraram do mesmo caso. Faziam dois anos que haviam encerrado o caso em questão, um caso que se entrelaçava numa teia infinita de segredos mortais e tinha a ver com pessoas daquele mesmo colégio, talvez por isso Sancho tivesse tantas certezas em relação à culpa de Violeta. Ele estava comparando Violeta a uma outra pessoa, em outras circunstâncias.

— Sancho, a Bruna Góis não é a Luciana Tavares e a Violeta não é o Francisco Costa.

— Francisco Lobo Teixeira — corrigiu Sancho.

— Não interessa. Não são as mesmas pessoas. São pessoas diferentes. São casos diferentes. Eu sei que têm similaridade, até porque os dois crimes aconteceram numa casa-de-banho, mas tem diferenças gritantes. Este crime foi intencional. A pessoa que matou queria que o corpo fosse encontrado.

— Como podes dizer isso? — perguntou Sancho.

— O meu instinto diz-me isso, assim como diz que a Violeta não matou ninguém. Eu aposto que a garota está traumatizada.

— Eu sei que eu estaria — disse Solange — Deixa ver o mural do Facebook dela, Telmo!

Telmo voltou ao mural de Bruna. Aquilo estava tão cheio de lamentos, era impossível tirar conclusões vendo assim de uma maneira tão generalizada.

— Bom, vamos fazer o seguinte — disse Áurea — A Solange vai cuidar de filtrar todo o Facebook da Bruna e tu, Telmo, vais invadir também o Tiktok, o Instagram e o telemóvel da garota.

— Esse eu já invadi — respondeu Telmo.

— Certo, o Sancho vai filtrar essa parte e eu, eu vou ter com a Leonor.

— Vais ter com a tua ex?

Áurea semicerrou as sobrancelhas para Sancho. Era por isso que ele estava carrancudo e discordando de tudo que ela dizia? Ele estava com ciúmes?

— Sancho, ela é a subdiretora do Colégio, ela melhor que ninguém vai saber me dar dados sobre a garota morta sem que eu tenha de falar com adolescentes. E tu sabes que adolescentes mentem. Não vamos já abordá-los. São menores de idade. E eu e a Leonor somos só amigas. Acho que tinha ficado claro.

— Não pudemos ir juntos?

— Tens trabalho aqui para fazer, Sancho — informou Áurea, tentando não ser dura — Não vou demorar muito.

— Claro, chefe, é como você quiser.

Telmo e Solange se entreolharam um tanto envergonhados por assistirem aquilo de camarote.

Áurea e Sancho tinham começado a namorar há coisa de um ano e meio e estavam noivos há uns meses. A relação dos dois nunca havia comprometido a aérea profissional. Ali eles nunca agiam como um casal, até porque não era uma relação bem vista pelos superiores. Seria vista como uma falta de ética, se soubessem. Apenas Solange e Telmo sabiam que os dois eram mais que parceiros de equipe e estava tudo bem até então. Por vezes até esqueciam de namoro e noivado, porém assistir aquilo foi no mínimo embaraçoso. Ficara inclusive claro para todos que a posição de chefe de equipe de Áurea de repente feria o ego de Sancho.

Solange e Telmo temeram de repente que aquela equipe se desvanecesse e que aquilo fosse correr muito mal.

Áurea apenas pegou nas chaves de seu carro e no seu casaco e saiu sem nem dizer um "chau". Ela não estava com paciência para brigas e não teria uma à frente de Solange e Telmo. Isso ultrapassaria qualquer falha de ética que tinha tido até então, e ela sabia que tinha várias falhas dessas.

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A professora de matemática estava na sala de diretores. Esperava por Áurea que batera à porta discretamente e então entrara. Leonor era professora, mas também era a subdiretora do Colégio. O seu pai, Amílcar, o diretor, estava sentado ao seu lado.

"E o Sancho com ciúmes, eu hem, idiota".

Áurea cumprimentou os dois e sentou-se à frente deles. Todos os envolvidos já sabiam porque ela estava ali. Então começaram a falar da Bruna Góis que eles conheciam... ou a Bruna Góis que eles pensavam conhecer.

Todos os anos o Colégio Lobo de Matos oferecia cinco bolsas de estudo integrais e cinco bolsas de estudo semi-integrais para os alunos que se destacavam pelo bom aproveitamento. Era uma maneira de fazer com que o Colégio fosse de certa maneira valorizado e concorrido e ele era. Acontecia que Bruna Góis era uma das felizes contempladas que tivera uma bolsa integral, não semi-integral, integral, o que fazia dela uma aluna de excelência.

Podia não ser nada, nem ter nada a ver, mas aquele podia ser um fio que a polícia precisava desenrolar, então Áurea pediu sem grandes delongas os nomes dos outros bolsitas, integrais ou semi-integrais.

Amílcar imprimiu um papel com o nome de todos eles e passou a Áurea.

Áurea leu cada um em voz alta, apenas lendo o primeiro e último nome:

— Bruna Góis, Lisandro Ortigão, Marco Loureiro, Olívia Pereira e Rosângela Andrade — fez uma pausa para olhar Leonor e Amílcar e leu então o nome dos bolsistas semi-integrais — Dirce Pacheco, Flávio Silva, Juliano Brás, Marisa Sousa e Rúben Santos.

Não sabia porquê, Áurea de alguma maneira esperara ler o nome de Violeta naquela folha. Ela não precisava obviamente de uma bolsa de estudos para estudar num colégio particular, ela era filha do Promotor Público, mas de alguma forma nada nela dava a entender que era uma pessoa rica, na verdade ela era uma adolescente que nunca se destacaria numa multidão...

...E isso era exatamente a maneira como Violeta esperava ser vista...

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