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2 - Odor a pinheiro

Um grito acordou-a. Era o seu próprio grito. Reviveu aquela morte de Bruna, porém como se fosse a sua. Corria pelos corredores do colégio e tinha rastros de sangue por todo o chão e todos sem exceção levavam a si. Rosângela perseguia-a pelo corredor, seguindo seu rastro como um falcão faz com a sua presa. Acordou bem no momento que Rosângela, uma das garotas mais populares da escola arremessava em si uma faca nas costas.

Abriu os olhos completamente encharcados em lágrimas. Nem de propósito o seu telemóvel tocou.

— Filha, está tudo bem? Conseguiste dormir?

— Pai? Tive um pesadelo horrível. Pai, posso ir viver contigo?

— Já falamos disso, filha. Irias estar sempre sozinha, sabes que trabalho muito.

"Sozinha estou agora" pensou, mas o seu pai não entendia, ele nunca entendia e ela nem sabia como explicar que não só se sentia sozinha, como vazia e ao mesmo tempo não suportava mais a sua mãe. Tinha momentos que queria sumir da face da terra só para parar de ouvir coisas que a colocavam para baixo.

— Tudo bem, pai. Tenho que me despachar para ir para o colégio.

— Está bem, filha, não te esqueças que o pai te ama.

— 'Tá.

Ela acreditava no pai, no entanto sentia que ninguém a amava, nem sequer tinha amigos. No máximo tinha algumas pessoas que lhe falavam e até eram agradáveis, mas nunca o bastante para quererem ser suas amigas, não como as suas colegas que inclusive dormiam em casa umas das outras ou iam ao shopping juntas. Gostava de estar sozinha, mas sentir-se sozinha era uma merda.

Fez toda a sua rotina matinal com o diferencial de pensar em Bruna o tempo todo, mas também em Rosângela. Estava ansiosa para chegar à escola, para poder seguir com as suas "investigações". Será que continuaria a ser alguém invisível no meio de todo mundo? Não ocupou muito o seu tempo pensando nisso, pois seu foco era grande. Porque alguém mataria a Bruna? Ainda por cima de uma maneira tão macabra? Será que a própria Rosângela faria isso?

Definitivamente Violeta devia ter contado com a indiscrição. À sua passagem olhares se voltavam para si. Perguntava-se se era apenas curiosidade ou se realmente pensavam que ela era uma assassina. Ninguém parecia fugir, assim como também ninguém se aproximava, mas não era nada de novo. Sentiu-se exposta e envergonhada, mas tentou não se deixar abater por isso. Procurou por Rosângela com os olhos pelos corredores.

— Estás à procura de alguém? — perguntou alguém perto de si.

Ela sentiu um redemoinho de borboletas voando sem rumo dentro de seu estômago. Ela conheceria aquela voz em qualquer lugar. Era Rúben.

— Não estás com medo de mim? — perguntou Violeta.

— Claro que não. Tu não farias mal a uma mosca, apenas tiveste azar de a encontrar. Saiu nas notícias, sabes?

— Apareceu o meu nome? — perguntou Violeta, com o medo se pronunciando um pouco mais dentro de si.

— Não, foste mencionada apenas. E o Cristiano contou-me que a polícia também não faria isso contigo. Ainda és menor de idade, não podem dizer que és uma suspeita.

— Isso quer dizer que sou uma suspeita?

A cara de Rúben ganhou um semblante pesado.

— E como é que o Cristiano sabe sempre tudo?

— Primeiro porque ele sempre foi muito Maria Fifi, segundo porque está a fazer faculdade de jornalismo e terceiro e principal de todas: porque namora com uma inspetora estagiária. E tu, vais-me dizer quem estavas procurando com o olhar?

— Mmm, não interessa.

Talvez fosse melhor não partilhar as suas suspeitas com Rúben, apesar de ele ser bastante prestativo e delicado consigo. Também não queria dar a entender que Rosângela tinha algo de errado, apenas eram histórias na sua cabeça que podiam não ser nada. Porém Rosângela apareceu ao lado de suas amigas bem na sua frente. Os olhares das adolescentes cruzaram-se e Violeta perguntou-se se a garota imaginaria o que ela sabia ou desconfiava, pois podia jurar que Rosângela ficou assustada quando olhou para si. Não era o mesmo olhar que os outros alunos estavam fazendo ao se cruzar consigo, não, este olhar era diferente, estava carregado de um peso qualquer. Seria o peso de uma faca? Da faca que rasgara o pescoço de Bruna de um lado ao outro?

Quando Rosângela seguiu adiante, Violeta seguiu-a com os olhos sem parar.

— Então era ela que estavas a procurar com os olhos — disse Rúben — A garota mais popular da escola. Porquê?

Foi então que surgiu um questionamento vindo do nada, que nem um sopro de luz, na mente de Violeta?

— Já se sabe se vai ter velório? E o funeral, quando é que vai ser?

— O Cristiano disse-me que o velório vai ser amanhã e aqui no colégio. O diretor disponibilizou em solidariedade aos pais o espaço do grande salão principal para esse evento. Acho que pelo menos hoje também não devia haver aulas, devia haver aulas só na sexta-feira. Ou só mesmo em janeiro. Ela tinha imensos amigos, tem imensa gente aqui de luto.

Violeta preferia ir à escola que ficar em casa, mas não queria falar sobre isso. Estava inclusive a pensar em ficar na biblioteca depois das aulas para chegar o mais tarde possível em casa.

— Provavelmente hoje os professores não vão ter grande cabeça para dar aulas — respondeu Violeta — A verdade é que estamos perto das férias de Natal, temos provas a receber de volta. Deve ser por isso que não cancelaram as aulas pelo resto da semana. A verdade é que nesta semana nunca fazemos grande coisa e é a última semana de aulas antes das férias.

Rúben olhou para o relógio.

— Dois minutos para tocar a campainha.

Enquanto caminharam até à sala Violeta sentiu um odor que a chamou a atenção. Olhou para o lado, mas só sentiu uma brisa repentina de alguém passando. Tentou encontrar nas suas lembranças onde sentira antes aquele odor.

Era isso... ela sentira aquele odor bem antes de entrar na casa-de-banho na manhã do dia anterior, um odor que sentira muito rapidamente, um odor de pinheiro que emanava da pessoa que lhe dera um encontrão e nem sequer tivera a decência de parar para lhe pedir desculpa.

Como é que ela não pensara nisso antes? Essa pessoa saíra da casa-de-banho bem antes de Violeta ter entrado, essa pessoa, fosse ela quem fosse, era o assassino.

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