Três
Kalel James
Liam está a cerca de 30 minutos implorando pra eu ir em uma festa com ele, na casa de um dos jogadores e eu estou há 30 minutos tentando negar.
—Vamos cara, você vai me fazer pedir pra sua mãe?
Ele diz e eu reviro os olhos, mas descido dar uma chance para Liam.
—Por que minha presença é tão importando ao ponto de você vir na minha casa me implorar pra ir uma festa?
Falo deixando meu livro de lado, o mesmo livro que a 30 minutos atrás estava me ajudando a ignorar liam falar sem parar de como essa vai ser a melhor festa do ano.
—Primeiro, você é um imã de mulher, Segundo que vão ir o time da escola saint-Andris todo, sabe o quanto aquelas caras são bons? E por último, você é meu melhor amigo cara, por favor.
Ele me olha apreensivo, com a mãos unidas, como se tivesse rezando e eu reviro meus olhos e volto a atenção para meu livro e o escuto bufar.
—Eu vou, mas sabe o que tem que fazer, não é?
Falo e volto a atenção pra ele, que sorri.
—Puta que pariu, como você é irritante cara.
Ele diz se jogando na cama.
—"Não encher a cara ao ponto de eu ter que te arrastar"
Ele diz com a voz fina, repetindo a frase que sempre falo quando vamos a alguma festa.
Observo Liam dançando com algumas garotas e observo a movimentação, pessoas deitadas no chão, todas molhadas, pessoas bebadas se pegando em lugares explícitos, isso com certeza não é pra mim.
Suspiro deixando meu copo em cima da mesa, para procurar um banheiro descente sem ninguém se pegando.
Sorrio quando vejo um casal dançar de maneira desengonçada, sem se importar com outros em volta, pude até sentir uma pontada de inveja.
—Oi, eu não sabia que você viria.
Juli entra na minha frente quando eu estava prestes a subir as escadas para o próximo andar.
—Liam praticamente implorou.
Falo tentando me manter educado, mesmo que eu ache abominável o que ela fez.
—Aah, vai pra algum quarto?
Ela diz e eu pude sentir a malícia na voz dela.
—Não, sabe onde tem algum banheiro aqui?
Falo e ela bufa frustada, forço-me a não sorrir, mesmo querendo.
—Nesse corredor, primeira porta à esquerda. Kalel, você é gay? Nada contra, é que.... –Antes que ela termine de falar eu a interrompo. —Não juli, não sou gay.
Falo antes de deixá-la pra trás enquanto eu procuro o banheiro, me aproximo de um casal.
—Vocês podem me informar onde é o banheiro? Eu to perdido.
Falo alto para que me escutem por causa da música alta, me surpreendo a ver Amber atrás do casal com um olhar aterrorizado, ela não me nota e a observo entrar em uma porta.
—Sei não cara, to chapadão, sabe amor?
Ele diz para a menina que estava agarrada a ele, eu ignoro eles e vou até a porta que a Amber entrou.
—Viu aquela puta da Amber, kalel ?
Sou interrompido por um puxão no braço, Maxuel me olha sério, nego com um movimento negativo com a cabeça e ele me solta, indo para o centro da festa.
Entro na porta e me deparo com um quarto e com a porta entreaberta do banheiro.
Entro no quarto fechando a porta devagar.
—Amber?
A chamo no meio do quarto, para não ver nada impróprio no banheiro.
—SAI DAQUI PORRA.
Ela grita de um jeito assustador e aterrorizado, o que me deixa preocupado pelo que poderia ter acontecido.
—Você está bem?
Falo e ignoro meu protocolo inventado por mim mesmo para não se aproximar da porta do banheiro.
Quando abro a porta do banheiro sou recebido com um tapa estalado no rosto, sinto o lado esquerdo do meu rosto esquentando e formigando.
—Aí meu Deus, Kalel, eu pensei que era aquele filho da puta, me desculpe eu não reconheci sua voz.
Ela diz tão assustada quanto eu, sem falar nada eu caminho até a pia e molho meu rosto, puta que partiu que mulher forte.
—Ele tentou me agarrar a força e me ofendeu, então eu mordi ele e corri, me escondendo aqui, pensei que fosse ele.
Ela diz sentando na privada e posso perceber a embriaguez na sua voz.
—Maxuel fez isso com você?
Pergunto e ela concorda, suspiro.
—Quer que eu te leve embora ou chame um táxi?
Pergunto me escorando na pia e o olhar dela se encontra com o meu.
—Nãooooo, eu quero beber e dançar.
Ela diz com as mãos em um pulso, eu me próximo pegando o pulso dela, estava marcado, quase uma mão inteira marcada no pulso dela, que babaca.
—Quer denunciar?
Falo enquanto analiso ela procurando algum sinal de abuso, mas parecia tudo intacto.
—Eu acho que bebi demais.
Ela diz enquanto levanta, se apoiando em mim, me deixando no banheiro enquanto ela caminha até a cama e se deita.
—Eu ganhei um quarto hoje, eu acho que eles querem ficar comigo.
Ela diz e eu a observo de longe, não fazendo a mínima ideia do que ela estava falando.
—Ninguém que ficou comigo já me deu um quarto de verdade, ou eu ficava com o sofá, ou dividia o quarto com gente que nem gostava de mim.
Ela diz e um flash de todas as coisas que minha mãe me falou apareceram na minha mente, que a Amber passava de família em família, pois não queriam ficar com ela, a última família foi um casal de idosos.
Minha atenção volta a ela e eu percebo que ela estava chorando, eu nunca há vi desse jeito, não é como foi na biblioteca, é um choro dolorido.
Me aproximo sentando ao lado dela na beira da cama, pensando no que fazer.
—Você está bebada o suficiente pra não lembrar o seu endereço?
Ela nega com a cabeça, chorando, passo a mão pelos cabelos dela tentando a confortar de algum jeito, ela parece gostar pois se aproxima.
Essa Amber que está ao meu lado, tão vulnerável e machucada, é totalmente ao contrário do que eu vejo quase todos os dias.
—Hoje é aniversário do meu irmão.
Ela diz chorando mais ainda, porra, a família dela toda morreu, meu peito se aperta pela angústia de imaginar o que ela esta sentindo.
—Eu sinto muito Amber, sinto muito mesmo.
Ela se senta na cama e me olha com o semblante totalmente exausto e triste, com a maquiagem borrada, eu me aproximo para um abraço, mas pra minha surpresa ela vem até mim e me abraça tão forte, que foi capaz de me deixar sem ar.
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